Frederick William Faber (Calverley, Inglaterra, 1814 – Londres, Inglaterra, 1863) foi um importante – e especialmente cativante –, teólogo inglês, autor de obras influentes no seu tempo e fundador do Wilfridians, uma sociedade religiosa de vida comum sem votos. Em sua pátria, tornou-se conhecido pelos hinos que compôs.
Faber nasceu na paróquia anglicana de Calverley, West Riding of Yorkshire, onde seu avô, Thomas Faber, era o vigário. George Stanley Faber, seu tio, era também teólogo e um autor prolífico. Sua família era descendente de huguenotes, de fortes crenças calvinistas. Ele foi ordenado padre anglicano na igreja da Inglaterra em 1839; após isso, passou algum tempo sustentando-se como tutor em Cambridgeshire. Foi então prosseguir com seus estudos em Oxford, onde foi exposto à pregação anglo-católica do célebre Movimento de Oxford, que começava a se desenvolver. Um de seus principais defensores, como se sabe, foi um pregador que então se tornava popular: ninguém menos que John Henry Newman, nesse momento o vigário da Igreja Universitária de Santa Maria Virgem.
Faber certamente lutou muito consigo mesmo, atormentado interiormente com esse conflito entre o protestantismo de seu berço e o catolicismo que lhe cativava e no qual encontrava cada vez mais sentido. Para aliviar a tensão, tirava longas férias no Lake District, onde escrevia belas poesias, para as quais tinha raro talento. Assim foi até que finalmente encontrou a certeza que lhe deu as forças para, no ano de 1845, abandonar as visões calvinistas de sua juventude e tornar-se um fervoroso católico, seguidor entusiasmado de Newman.
Em 1847, formara já uma pequeníssima comunidade religiosa em Birmingham, Warwickshire, e foi incentivado em seus esforços pelo Conde de Shrewsbury, que lhe deu o uso do Cotton College em Staffordshire. Em poucas semanas, começava a construção de uma nova igreja, dedicada São Wilfrid, seu Santo Padroeiro, bem como de uma escola católica para as crianças locais. Tudo isso em uma região em que não havia outros católicos naquele momento, a não ser a casa do Conde.
Faber esforçou-se tanto em todas essas tarefas que caiu gravemente enfermo, a tal ponto que não se esperava que sobrevivesse, chegando a receber a Extrema-Unção. Recuperou-se, todavia, e foi ordenado sacerdote católico, celebrando com grande alegria sua primeira Missa aos 4 de abril de 1847.
No decurso de sua doença, Faber havia desenvolvido uma forte devoção a Nossa Senhora. Traduziu a obra magna de São Luís de Montfort, o Tratado da Verdadeira Devoção à Santíssima Virgem Maria, para o inglês. Juntamente com Newman, sentiu-se atraído pelo modo de vida do Oratório de São Filipe Neri, com sua autoridade descentralizada e maior liberdade de vida do que nos institutos religiosos da época. Assim, em 1849, uma nova comunidade do Oratório foi estabelecida por ele em Londres, à William
IV Street.
Em 11 de outubro de 1850, festa de St. Wilfrid, a comunidade de Londres foi estabelecida como autônoma, e Faber foi eleito o seu primeiro reitor, cargo que ocupou até o dia da sua morte.
Faber era ainda o tio-avô de Geoffrey Faber, co-fundador da editora “Faber and Gwyer”, que mais tarde se tornou a reconhecida “Faber and Faber”, publicadora referencial de grandes obras religiosas. Faber publicou hinários intitulados “Jesus and Mary” (1849), que continham considerações profundas e notáveis sobre a Teologia Mariana.
Frederick William Faber foi por excelência um apologeta e escritor católico de grande influência, que corrigia falsas ideias protestantes como a da salvação “automática” do cristão pelo Sacrifício de Cristo e a de Maria como um mero personagem secundário na história cristã. Suas obras tornaram-se atemporais e continuam inspirando e servindo de precioso auxílio na formação espiritual dos cristãos católicos em todo o mundo.
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