1ª Prova: à priori, pela simples consideração de ideia do Ser perfeito. A prova consiste em mostrar que, porque existe em nós a simples ideia de um ser perfeito e infinito, daí resulta que esse ser necessariamente tem que existir. Ora o ser humano não é capaz de pensar em nada que já não exista, e mesmo as realidades e seres imaginários mais fantásticos são sempre ancoradas em junções feitas a partir da realidade observável. Ex.: uma sereia, que não existe, é a junção de um peixe e de uma mulher, que existem. Nada podemos “criar” a partir do nada, mesmo em nossas imaginações.
2ª Prova: à posteriori, pela causalidade das ideias. Descartes conclui que Deus existe pelo fato de a sua ideia existir em nós. A prova consiste agora em mostrar que, porque possuímos a ideia de Deus como Ser perfeitíssimo, somos levados a concluir que esse ser efetivamente existe como causa da nossa ideia da sua perfeição. De fato, como poderíamos nós ter a ideia de perfeição, se somos seres imperfeitos e se jamais fomos expostos a nada que seja, de fato e efetivamente, perfeito? Como poderia o menos perfeito ser, assim, causa do mais perfeito? Deste modo, conclui, já que nenhum homem possui tais perfeições, deve existir algum ser perfeito que é a causa dessa nossa ideia de perfeição. Esse ser é Deus.
3ª Prova: à posteriori, baseada na contingência do espírito. Descartes demonstra aqui a existência de Deus a partir do fato de que não nos podemos conservar a nós próprios. Se não podemos garantir a nossa existência (e permanência), mas apesar disso existimos (e permanecemos existindo), é porque alguém nos pode garantir essa existência. Esse alguém maior é Deus.
* Por Joana Filipa Rodrigues, Licenciada em Relações Internacionais pela Faculdade de Economia da Universidade de Coimbra, Secretária no Centro Interdisciplinar de Relações Internacionais e Tesoureira da Comissão do Carro da Licenciatura em Relações Internacionais de 2015-2018.
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