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Sobre a conversão — continuação
No fascículo anterior, começamos a tratar dos estágios iniciais da verdadeira conversão na vida interior do cristão, e mencionamos os primeiros fervores dessa senda, que costumam vir juntamente com consolações especiais. Depois disso, citamos como essa fase inicial de luzes e de alegrias, quando sentimos as nossas forças redobradas pelo auxílio da Graça, cessa. Depois daquele primeiro momento tão empolgante, vem essa fase da vida espiritual que é penosa e crítica. O desaparecimento do fervor (que era um favor temporário do Céu), deixa-nos submersos em um desagradável sentimento de tibieza: vem uma tendência para a frouxidão, uma fraqueza, uma certa debilidade de ânimo. Falta agora o primeiro ardor, o entusiasmo. Chegou então um momento que fará toda a diferença em nossa vida interior, já que é a partir desse ponto que tantos voltam atrás, sentindo-se enganosamente como se estivessem sendo rejeitados por Deus.
As almas às quais dirigimos esta formação – ao menos a maioria delas –, já devem ter chegado a tal ponto do percurso espiritual, e talvez agora caminhe custosamente, como que queimada pelo sol e castigada pelo vento da frieza, das tentações do mundo, da ação de Satanás e de seus anjos, que é cada vez mais poderosa sobre o nosso mundo nestes dias de trevas, em que a maior parte dos nossos pastores desleixou do seu dever sagrado. Caminha essa alma sobre pedras e espinhos, desesperada pela escassez das nascentes de água viva, queixosa pela falta de um abrigo quieto e fresco; pensa em parar e desistir da vida de Fé a que se propôs um dia, porque já a julga impossível. Afinal, se agora até os padres dizem que o importante é ser bom e aceitar a cada um do jeito que é, e o Papa ensina que não devemos tentar converter os povos, mas respeitar a cultura de cada um, porque perder tempo com orações, jejuns, penitências e práticas espirituais? Não seria melhor simplesmente se entregar aos prazeres da vida sem receios, já que esta vida é mesmo tão curta?
Pelo amor que Deus tem por nós, não se entregue ao desânimo, estudante, ou então tudo estará perdido. Ele tarda, sim, mas não falhará, e os seus sinais estão bem diante dos nossos olhos. Quando tudo parecer perdido, “olhai para cima e levantai as vossas cabeças, porque a vossa redenção está próxima”, disse Ele (Lc 21,28)!
“Se eu soubesse ao menos que estou avançando”, pensa a alma que sofre: “Se eu pudesse realmente crer que estou fazendo algum progresso, então me esforçaria mais e prosseguiria, vencendo os obstáculos…”. Dois valem mais que um, diz a Escritura; pois então vamos trabalhar juntos durante algum tempo, falando dos nossos obstáculos e dos meios que temos para superá-los.
A primeira coisa é saber que, se por um lado escolhemos ser santos, isto é, separados do mundo, para Deus, por outro não estamos à altura dos santos canonizados, dos mártires ou dos grandes heróis da Fé. Disso, já sabemos. Não aspiremos à altura dos nossos maiores irmãos do Céu e, portanto, não queiramos tomar para nós as cruzes que eles assumiram, bem como também não dispomos de certos “poderes” especiais que eles tiveram. Apenas para citar alguns exemplos mais conhecidos, quem dentre nós poderia viver como um São Jerônimo, um São Bento de Núrsia, um São Francisco de Assis? Nossas lições e nossos passos, portanto, devem ser sóbrios, seguros e tão humildes quanto realistas.
Em qualquer caso, o mais importante é saber que não devemos, nunca, nem sequer pensar em parar no meio do caminho, e menos ainda em voltar atrás. Aliás, nem mesmo devemos querer olhar para trás, relembrando os maus costumes do nosso passado, se é que nossa conversão foi verdadeira, pois como disse “Alguém”: “Quem põe a mão no arado e olha para trás, não está apto para o Reino de Deus” (Lc 9,62).
Estamos progredindo? Infelizmente, no caminho para o Céu não há sinalização com placas ou postos de atendimento, ou delimitações claras ao longo do trajeto, pelos quais pudéssemos medir as distâncias; só há areia e o horizonte à nossa frente, o qual, por mais belo que seja, parece que nunca se aproxima.
Coragem! Indicaremos aqui, segundo nossa direção espiritual, cinco sinais de progresso. Se o estudante tiver ao menos um destes, tem razão para se animar; se tiver dois, tanto melhor; se três, melhor ainda; se quatro, ótimo! E se todos os cinco, pode se alegrar sumamente.
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