Encerramos o módulo anterior apreciando a necessidade de termos um método prático para a leitura da Bíblia, e propusemos um plano de leitura sistemática dos Livros sagrados. Agora complementaremos a questão sobre os métodos de leitura com alguns pré-requisitos e observações importantes:
Constância — a leitura corrente e sem interrupções ante possíveis dificuldades é importante para o estudante que deseja adquirir bons conhecimentos escriturísticos e – tão ou mais importante –, que esses conhecimentos se afixem em sua memória para que possam ser utilizados e citados quando surgirem ocasiões convenientes.
Meditação — Mais proveitosa será toda leitura se o estudante se propuser a anotar, após cada seção de estudos, a(s) parte(s) que lhe parecer(em) mais importante(s) e, após a leitura, sempre que possível, observar uma pausa de alguns poucos minutos para remoê-la(s), meditando o seu significado.
Predisposição de ânimo — Quem busca penetrar um livro – qualquer livro, inclusive as obras profanas –, antes de manuseá-lo deve dispor-se convenientemente para tanto. Que se dirá então dos Livros sagrados? É preciso amá-los e colocar-se em silêncio atencioso para lê-los proveitosamente. Isso porque “toda sabedoria vem de Deus”[1]. Como já vimos, uma breve oração ou jaculatória antes e depois da leitura é sumamente desejável.
Precauções — Aqui entramos num ponto pouco compreendido por pessoas de outras religiões e, ultimamente, até pelos próprios fiéis católicos; algo que o Revmo. Padre Antônio Charbel, autor da obra que nos serve de base nesta disciplina, esclarece com grande propriedade: é que, embora utilíssima, a leitura da Bíblia não é absolutamente necessária para todos os leigos sem exceção. Acrescente-se que ela pode até ser prejudicial em alguns casos, conforme as circunstâncias e a situação da pessoa individualmente considerada. Sempre foi, pois, muito justo que a Igreja definisse e apresentasse restrições a respeito das versões que o leigo comum poderia ler, um cuidado que foi perigosamente abandonado após o catastrófico evento do Vaticano II. Antes disso, as versões autorizadas deviam apresentar a aprovação dos senhores bispos, bem como notas elucidativas das passagens mais difíceis ou obscuras ao fiel.
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[1] Conf. Eclo 1,1.
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