O Sinal da Cruz



A Cruz é a identidade dos cristãos. É o sinal que nos identifica como seguidores de Cristo. Sinal que surgiu do evento histórico e místico do Sacrifício de Jesus, pregado numa cruz. O Plano Divino para a salvação da humanidade passa pela Encarnação, Vida, Paixão, Morte e Ressurreição de Jesus. A Cruz é o Selo da nossa Salvação.

A entrega livre e voluntária que Jesus fez de si mesmo à Vontade do Pai, abraçando, carregando a cruz e deixando-se crucificar, sofrendo todos os horrores da crucificação por amor a nós, resultou em nossa salvação, assim como a Cruz é a Fonte de todas as nossas graças e bênçãos: as que aconteceram e as que acontecerão, até o fim dos tempos.

A Cruz era a pena de morte mais cruel que o direito romano aplicava aos piores criminosos, lei que foi aplicada injustamente a Jesus. No passado, a cruz era um instrumento de condenação, vergonha, castigo máximo e morte. Com a crucificação de Cristo, porém, conforme ensinam claramente as Escrituras, a Cruz recebeu significado totalmente novo: o significado exatamente oposto. De símbolo de condenação e morte, tornou-se o maior símbolo da salvação, de vida, bênção, libertação, cura e santificação.

É preciso compreender bem que o poder salvífico da Cruz não está simplesmente no fato de ser cruz. Sua força não está em duas traves cruzadas. O que lhe dá significado é o fato de o Filho de Deus tê-la abraçado e carregado com amor, tendo se sacrificado nessa mesma Cruz. Quem dá o novo sentido é Jesus Ressuscitado!

Desvinculada da Pessoa de Jesus, a Cruz não tem significado algum. A presença deste sinal nas torres das igrejas, nos santuários, capelas, oratórios, tumbas de cemitério, bem como em nossas casas, estabelecimentos comerciais, nos carros ou pendurada ao pescoço dos cristãos, demonstra a força e o poder do simbolismo da Cruz Redentora, que vem desde o princípio do cristianismo. Olhando a cruz recordamos Jesus crucificado, razão da nossa salvação e libertação.

Com ou sem a imagem de Cristo pregado a ela, a Cruz fala alto e forte ao coração dos que amam a Jesus. Ela proclama que temos um Salvador, e revela que fomos salvos graças à crucificação do Senhor. Convida-nos a nos apropriarmos da salvação realizada em Cristo. Conclama a aceitar Jesus, crer nele, viver em Sua Igreja, buscar a salvação nos Sacramentos e em todos os canais de bênçãos que a Igreja oferece.

Também traçamos muitas vezes o Sinal da Cruz sobre nós mesmos, exatamente com a finalidade de atrair, sobre nós, a Graça da Salvação de Jesus Cristo, a proteção do seu Poder, as bênçãos de que precisamos, bem como para afastar de nós o inimigo, com suas tentações e seduções. Por isso, se algum dia vier alguém com uma conversa estranha, dizendo que a cruz não é símbolo cristão e que não deve ser usada, repreenda tal pessoa: a cruz é usada pelos cristãos desde os primeiros tempos, como comprova o estudo da história do cristianismo. Existem documentos que comprovam o uso do Sinal da Cruz entre os cristãos desde os primeiros séculos da Igreja, e bem antes de Constantino, o que derruba certas "teorias da conspiração" absurdas que ouvimos por aí:

"Durante a tentação, façai piedosamente, na fronte, o Sinal da Cruz, pois este é o sinal da Paixão reconhecidamente provado contra o demônio, desde que feito com fé e não para vos exibir diante dos homens, servindo eficazmente como um escudo: o Adversário, vendo quão grande é a força que sai do coração do homem que serve o Verbo (pois mostra o sinal interior do Verbo projetado no exterior), fugirá imediatamente, repelido pelo Espírito que está no homem. Era isso que o profeta Moisés representava através do cordeiro morto na Páscoa e ensinava ao aspergir o sangue nos batentes das portas: simbolizava a fé que agora se encontra em nós, ou seja, a fé no Cordeiro Perfeito. Ora, persignando-nos na fronte e nos olhos com a mão, afastamos tudo aquilo que tenta nos destruir." (Hipólito de Roma, Tradição Apostólica, 235 dC)

Tertuliano, Bispo de Cartago (que morreu antes do ano 220), registrou:

"Quando nos pomos a caminhar, quando saímos e entramos, quando nos vestimos, quando nos lavamos, quando iniciamos as refeições, quando nos vamos deitar, quando nos sentamos, nessas ocasiões e em todas as nossas demais atividades, persignamo-nos a testa com o Sinal da Cruz." (De Corona Militis 3)

Assim também S. Cipriano de Cartago, martirizado no ano 258:

"Assim aconteceu também ao rei Ozias, quando segurou o turíbulo e, com violência, pretendeu oferecer ele mesmo o incenso, violando a Lei de Deus e desobedecendo ao sacerdote Azarias, que a isto se opunha [Cf. 2Crôn 26,16-20]. Lá mesmo foi confundido pela divina indignação e acometido por uma espécie de lepra na fronte. Pela sua ofensa a Deus, foi punido justamente naquela parte do corpo, onde recebem o Sinal (da Cruz) os eleitos de Deus." (Da Unidade da Igreja, cap. XVIII)

Podemos citar, ainda, as Atas dos Mártires dos primeiros séculos do cristianismo, que por sua vez dão a saber que os mártires se persignavam com o Sinal da Cruz logo antes de partirem para o enfrentamento de sua batalha final.

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* Este artigo contou com as colaborações 
do apostolado "Cristo em Nós" e de Lucas Henrique de Oliveira, do blog "Firmat Fides". Agradecemos aos nossos diletos irmãos em Cristo, ad majorem Dei Gloriam!
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3 comentários:

  1. Meus caros irmãos, vemos nessa afirmação de nossos irmãos conhecedores da verdade DAS PRÁTICAS, a injustiça dos (protestantes-DIFAMADORES SEM CONHECIMENTO) para com a nossa sociedade cristã. MOSTREM A VERDADE DO USO DA CRUZ - sinal, objeto do corpo como colar, etc.- PARA ELES ANTES DE QUALQUER "ALEGAÇÃO CONTRADITÓRIA" COM NOSCO!!!!!. "LUTEM" PELO RESPEITO!.

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  2. Nao so´usar a cruz como ornamento mas tambem fazer o SINAL DA SANTA CUZ , quando se levantar de manha,,sair de casa,entrar no onibus, na hora das refeiçoes, quando passar perto de uma igreja,quando for começar qualquer trabalho etc....Nunca devemos ter vergonha disso,devemos sim ter UMA IMENSA HONRA DE SERMOS CATOLICOS, GRaÇAS A DEUS....

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  3. "Ó bendita cruz, veneram-te, pregam-te e te honram a fé dos patriarcas, os vaticínios dos profetas, o senado julgador dos apóstolos, o exército vitorioso dos mártires e as multidões de todos os santos".São Pedro Damião (1007-1072)

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