Alerta de Magdi Cristiano Allam, ex-muçulmano

A convite da Pastoral Universitária (Roma),
Magdi Cristiano Allam revelou detalhes
de sua conversão do Islã ao Cristianismo.

No Teatro Argentina de Roma, o subdiretor do jornal milanês Corriere della Sera, o mais lido da Itália, Magdi Cristiano Allam, teve um encontro com estudantes dos centros universitários da capital, para compartilhar um pouco da sua grande aventura humana e espiritual. Partindo da noite de Páscoa de 2008 ("o dia mais belo da minha vida", segundo ele), na qual Allam recebeu o batismo em São Pedro, pelas mãos de Bento XVI, o jornalista ítalo-egípcio narrou os episódios de sua vida e as reflexões que o induziram a abraçar "uma nova vida em Cristo e um novo itinerário de espiritualidade".

"Este caminho" – relatou Allam – "começou de modo aparentemente fortuito, na realidade providencial. Desde os quatro anos, tive a oportunidade de frequentar, no Egito, escolas italianas católicas: fui aluno, primeiro, das religiosas missionárias combonianas, e depois, a partir do quinto ano do ensino fundamental, dos salesianos."

"Recebi assim uma educação que me transmitiu valores sãos e apreciei a beleza, a verdade, a bondade e a racionalidade da fé cristã", na qual "a pessoa não é um meio, mas um ponto de partida e de chegada", acrescentou Allam.

"Graças ao cristianismo," – confessou, – "compreendi que a verdade é o outro rosto da liberdade: as duas são um binômio indissolúvel. A frase ‘A verdade vos libertará’ é um princípio que vós, jovens, deveis ter sempre em mente, especialmente hoje que, desprezando a verdade, abdica-se da liberdade."


"Minha conversão," – acrescentou – "foi possível graças à presença de grandes testemunhas da fé; o primeiro de todos, Sua santidade Bento XVI. Quem não está convencido da própria fé, com frequência é porque não encontrou nela testemunhas críveis deste grande dom."

"Um binômio indissolúvel no cristianismo," – acrescentou o jornalista, – "é sem dúvida o de fé e razão. Esta última é capaz de dar substância à nossa humanidade, à sacralidade da vida, ao respeito à dignidade humana e à liberdade de escolha religiosa."

"Um evento, antes da conversão, fez-me refletir mais que os outros," – revelou: "o discurso do Papa em Ratisbona (12 de setembro de 2006). Naquela ocasião, citando o imperador bizantino Manuel II Paleólogo, afirmou algo que os próprios muçulmanos não negaram nunca: que o Islã difunde o próprio credo, sobretudo com a espada."

"Há um perigo mais sublime e maior que o do terrorismo dos ‘corta gargantas,’" – acrescentou Allam: "é o terrorismo dos ‘corta línguas’, ou seja, o medo de afirmar e divulgar nossa fé e nossa civilização, que nos leva à auto-censura e a negar nossos valores, pondo no mesmo nível tudo e o contrário de tudo: pensemos na Charia [lei islâmica, N. da R.], aplicada inclusive na Inglaterra."

"A denominada ‘bondade’," – acrescentou – "ou seja, conceder sempre ao outro o que quer, é exatamente o contrário do bem comum, perfeitamente assinalado por Jesus: ‘ama a teu próximo como a ti mesmo’ (Mateus 19, 16-19). Tal preceito evangélico nos confirma que não podemos querer bem os demais se antes não nos amamos a nós mesmos. O mesmo vale para nossa civilização."

"Contrários a tal princípio são o indiferentismo e o multiculturalismo que, sem nenhuma identidade, pretendem conceder todo tipo de direitos a todos. Resultado do multiculturalismo foi a implosão da solidez social e o desenvolvimento de guetos e grupos étnicos, em perene conflito com a população autóctone."

"Isto me leva a considerar o outro grande binômio da civilização cristã, o relativo a regras e valores, chave para um possível resgate ético da Europa atual. O velho continente é um colosso de materialidade com os pés de argila. O materialismo é um fenômeno globalizado, ao contrário da fé, que não o é."

Respondendo a uma pergunta sobre a possível compatibilidade entre fé e razão no islã, o ex-muçulmano Allam respondeu: "Ao contrário do cristianismo, religião do Deus encarnado no homem, o Islã se concretiza em um texto sagrado que, sendo um com Deus, não é interpretável".

"Os próprios gestos de Maomé," – acrescentou – "documentados pela história, e que nunca foram negados pelos próprios fiéis muçulmanos, testificam massacres e extermínios perpetrados pelo profeta. Portanto, o Alcorão é incompatível com os direitos humanos fundamentais e os valores não-negociáveis. No passado, tentei fazer-me porta-voz de um Islã moderado em si."


Quanto ao diálogo entre Islã e Cristianismo, o subdiretor do Corriere della Sera afirmou que é possível só e exclusivamente "se formos autenticamente cristãos no amor, inclusive para com os muçulmanos. Se relativizarmos o diálogo, instigaremos nossos interlocutores a ver-nos como infiéis, portanto, como terreno de conquista".

Dirigindo-se aos estudantes presentes, Magdi Allam sublinhou a importância de uma educação que volte a transmitir "uma concepção ética da vida, com valores e regras no centro de tudo". Negociação de tais princípios é, segundo Allam, "o capitalismo selvagem que, paradoxalmente, tem seu máximo desenvolvimento na China comunista".

"Não podemos conceber a pessoa em termos ‘empresariais’ e temos de encontrar regras de convivência que não se fundamentam no materialismo. Devemos redefinir nossa sociedade sobre o ser, e não sobre o ter", concluiu Allam.

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