Pedro, Apóstolo e Pilar da Igreja: o primeiro Papa


Nos Evangelhos, os relatos em que Pedro aparece ocupam um lugar de destaque, e as descrições têm grandes semelhanças, tanto em Mateus, Marcos e Lucas, quanto em João. Entre os testemunhos característicos de cada um dos evangelistas ao relatar os episódios, temos como certo que o primeiro Papa não se chamava Pedro de nascimento, e sim Simão, no grego, ou Simeão, em aramaico.

Tomando como referência os quatro Evangelhos, que são unânimes nesse ponto, vemos que esse nome iniciático foi dado por Jesus. Era um novo nome, que, ao que tudo indica, até então não havia sido dado a ninguém.

A unanimidade dos evangelistas em contar como Jesus mudou o nome de Simão para Pedro, - o que representa a missão fundamental que a ele foi confiada, - indica que esse fato era bastante conhecido dos primeiros cristãos, e que era considerado muitíssimo importante no contexto da Igreja nascente. Fato é que o novo nome dado por Jesus a Simão se propagou na tradição: nas cartas de Paulo, mais antigas que os Evangelhos, a transcrição aramaica do nome Pedro, – Cefas, – tornou-se a maneira habitual de designar o primeiro entre os discípulos. A importância de Pedro e sua ligação privilegiada com Jesus era tão valorizada nas primeiras comunidades cristãs, porque estas eram ainda formadas, majoritariamente por judeus, que sabiam bem que a mudança de nome de um profeta ou homem santo, como vemos no Antigo Testamento da Bíblia, é sempre um sinal de eleição divina.

Simão Pedro tem grande relevância nos relatos, e seu nome é descrito às vezes de formas diferentes, mas com o mesmo significado: Pedra ou Rocha, a Pedra fundamental da Igreja na Terra.

Cefas vem do aramaico Kêphâ. Aparece uma vez no Evangelho (Jo 1,42), e 8 vezes nas cartas de Paulo (1 Cor 1,12; 3,22; 9,5; 15; 5; Gl 1,18; 2,9.11.14), sinal de seu uso frequente desde os primórdios da Igreja. Pedro (Petros) é a tradução grega de Cefas. É a forma mais corrente nos Evangelhos (95 vezes), no livro de Atos (56 vezes), em Paulo (2 vezes) e nos endereçamentos das epístolas de Pedro (2 vezes). João utiliza correntemente a dupla nomeação, Simão Pedro (17 vezes), como que para demonstrar aqueles que o conheciam antes da mudança, que se tratava do mesmo homem. Lucas e Mateus utilizam-na uma vez cada um (Lc 5,8; Mt 16,16).

Como percebemos, é perfeitamente coerente a exegese católica quando ensina que Pedro recebe de Cristo um novo nome, em vista de uma grande e importantíssima missão que lhe foi confiada. A concessão desta Missão a um homem imperfeito e ainda falho vem acompanhada de uma Promessa que ultrapassa a pessoa humana a quem ela foi confiada: "As portas do inferno não prevalecerão...". No caso, a missão de Pedro e de seus sucessores é firmar os filhos da Igreja na fé, como uma rocha que resiste a séculos de mudanças, permanecendo firme sem ser abalada.

"...Era a terceira vez que Jesus se manifestava aos seus discípulos, depois de ter ressuscitado dentre os mortos.

E, depois de terem jantado, disse Jesus a Simão Pedro: Simão, filho de Jonas, amas-me mais do que estes? E ele respondeu: Sim, Senhor, tu sabes que te amo. Disse-lhe: Apascenta os meus cordeiros.

Tornou a dizer-lhe segunda vez: Simão, filho de Jonas, amas-me? Disse-lhe: Sim, Senhor, tu sabes que te amo. Disse-lhe: Apascenta as minhas ovelhas.

Disse-lhe terceira vez: Simão, filho de Jonas, amas-me? Simão entristeceu-se por lhe ter dito terceira vez: Amas-me? E disse-lhe: Senhor, tu sabes tudo; tu sabes que eu te amo. Jesus disse-lhe: Apascenta as minhas ovelhas."


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