Católico e espírita??


Este artigo não visa atacar os espíritas e simpatizantes do espiritismo, mas sim alertar ao povo católico da grande incoerência e do grau de disparidade que há entre ela e a Sã Doutrina de Jesus Cristo, bem como esclarecer difamações e calúnias que são frequentemente divulgados por muitos dos representantes do espiritismo (muitas vezes os principais), numa tentativa de desonrar a Igreja de Cristo.

Francisco Cândido Xavier foi o mais expressivo alegado “médium” espírita que houve no Brasil (sobre este controverso personagem já falamos aqui). Muitos consideram os seus escritos como verdadeiras revelações do além.

Até aí, os problemas se restringem ao evidente engano e à falsidade ideológica que já abordamos. Vivemos, graças a Deus, num país democrático, onde todos são livres para praticar a sua religiosidade da maneira que acharem conveniente, desde que respeitem os direitos dos seus próximos. Ninguém é obrigado a ser católico, e todos têm o direito de expressar suas opiniões e adotar a sua própria filosofia de vida.

O mais grave problema, - este sim, - é que não são poucos os brasileiros que professam a fé católica mas também consideram os livros de Chico Xavier e Zíbia Gasparetto, entre outros, como obras “inspiradoras” e “reveladoras”, e, por incrível que pareça, para o espanto dos verdadeiros católicos, preferem ler estas fábulas a estudar a vida e obra dos grandes santos e santas da Igreja, ou conhecer o catecismo e os Evangelhos. É verdade que essa atitude equivocada nem sempre ocorre por má-fé. Alguns o fazem de consciência limpa, julgando honestamente que o fato de ser católico não impede de crer, por exemplo, na reencarnação! Ocorre que a leitura de tais obras leva muitas vezes o católico a absorver um conhecimento deturpado da realidade, de maneira a subverter a sua mente em relação à verdadeira história da Igreja fundada por Nosso Senhor Jesus Cristo, - a mesma à qual Ele prometeu que, contra ela, as portas do inferno jamais prevaleceriam. (Mt. 16,18).

O livro “Emmanuel” é um ótimo exemplo. Nele, Chico Xavier pretende relatar casos verídicos que o "espírito Emmanuel" lhe teria relatado sobre a Igreja Catolica. São calúnias atrás de calúnias, cada qual mais absurda que a outra. Ele, de fato, descreve as mesmas afirmações proferidas por Leon Denizard (ou Alan Kardec, - que mudou de nome porque a sua verdadeira identidade estava um tanto quando desacreditada nos meios científicos – saiba mais aqui), que, por sua vez, retirou tais afirmações de autores anticatólicos da época da Revolução Francesa e do racionalismo francês.

Os trechos a seguir são da 4ª edição do Livro “Emmanuel”. Assim diz Chico Xavier sobre as “revelações” que teriam sido ditadas a ele pelo “espírito Emmanuel”:

1. A história do papado é a história do desvirtuamento dos princípios do cristianismo, porque, pouco a pouco, o Evangelho quase desapareceu sob suas despóticas inovações. Criaram os pontífices o latim nos rituais, o culto das imagens, a canonização, a confissão auricular, a adoração da hóstia, o celibato sacerdotal. Noventa por cento das instituições são de origem humaníssima, fora de quaisquer origens divinas (p. 30);

2. O Vaticano não soube, porém, senão produzir obras de caráter exclusivamente material (p. 31);

3. Ninguém ignora a fortuna gigantesca que se encerra, sem benefício para ninguém, nos pesados cofres do Vaticano (p. 57);

4. Ele (o 'espírito Emmanuel') sabe que a Igreja “fez mais vítimas que as dez perseguições mais notáveis (p. 56);

5. Ele conhece a imensidade de crimes, perpetrados à sombra dos confessionários penumbrosos (p. 52);

6. Tem notícias do “célebre livro de taxas, do tempo de Leão X, em que todos os preços de perdão para os crimes humanos estão estipulados” (p. 61);

7. Sabe que o dogma da Santíssima Trindade é uma adaptação ocidental da 'Trimurti' da antiguidade oriental (p. 30).


Curioso é que são os espíritas os primeiros a exigir respeito quando alguém os critica! É realmente revoltante! Nenhum, absolutamente nenhum católico minimamente consciente seria capaz de ler tais barbaridades e não se indignar. Mas, para os espíritas, isso tudo foi “revelado” a Francisco Cândido Xavier por um “espírito de luz" que se chama "Emmanuel”. E será que essas pseudo-revelações do "espírito" correspondem à realidade dos fatos? Fizemos uma pequena análise dessas sete grandes calúnias espíritas, que pretendemos publicar em duas partes. Leia com proveito...


1 – “A história do papado é a história do desvirtuamento dos princípios do cristianismo, porque, pouco a pouco, o Evangelho quase desapareceu sob suas despóticas inovações. Criaram os pontífices o latim nos rituais, o culto das imagens, a canonização, a confissão auricular, adoração da hóstia, o celibato sacerdotal. Noventa por cento das instituições são de origem humaníssima, fora de quaisquer origem divina.” (p. 30)


Diante de tantas acusações, temos que analisar parte a parte cada uma das coisas que o “espírito Emmanuel” chamou de "desvirtuamento":


“Criação” do latim nos rituais??


Que grande absurdo é este? Ora, o latim foi introduzido oficialmente na Liturgia e nos escritos da Igreja, comprovadamente, já a partir do século V! E é claro que a Missa já era celebrada em latim em Roma, que se tornou a sede do cristianismo, desde os tempos de Pedro e Paulo! Com as invasões bárbaras e a queda do Império Romano, a língua latina tomou o lugar do grego como língua de uso universal.

Já São Jerônimo traduziu a Bíblia do grego, hebraico e aramaico para o latim vulgar (vulgata), para poder ser mais bem compreendido por toda a cristandade. É bom lembrar que o Papa não lhe solicitou este serviço, visto que Jerônimo era um eremita e não um clérigo diocesano.

Sem sobra de dúvida o latim foi incluso na Liturgia dos ritos e na documentação dos ensinamentos não para distanciar a Igreja do Evangelho, como mente Xavier em seu livro, passando-se por porta-voz de um “espírito de luz”: a Igreja o fez para aproximar e unir os cristãos cada vez mais. Além de tudo, as línguas provenientes do latim são, hoje, maioria no mundo, o que corrobora ainda mais esta realidade. Podemos concluir que o “espírito Emmanuel”, se existisse, teria se equivocado ou mentido. Não poderia ser, portanto, um “espírito de luz”. Quem é o pai da mentira, mesmo?

“Ainda que um anjo do céu (ou um ‘espírito de luz’) vos anuncie outro evangelho além do que já vos tenho anunciado, que seja anátema.” (Gálatas 1, 8)


O papado criou o culto das imagens??

É uma pior do que a outra! Qualquer estudante de História sabe que o culto das Imagens é muitíssimo anterior à fundação da Igreja! Podemos dizer até que as imagens são inerentes à própria civilização humana. Podemos também citar exemplos claros de imagens construídas por Decreto Divino, como a Arca da Aliança (Ex. 25,18-20), a serpente de bronze de Moisés (Núm. 21,8-9) e o Templo de Salomão (1Reis 6,23-25 e 7,29), que era repleto de imagens de escultura, relevos, pinturas, tapeçarias, etc, etc... Tudo isso muito antes de existir a Igreja.

O Novo Testamento nos mostra também imagens representativas da Glória de Deus. No Apocalipse, Jesus aparece sob a Imagem de um Cordeiro, que é digno de receber todo Poder e todo louvor (Ap. 5,12), e também sob a imagem de um Leão (o Leão de Judá, que triunfa para romper os Sete Selos). Vemos também o Espírito Santo descer sobre Cristo na forma de uma pomba (Mt 3,16). Existem infinitos outros exemplos que poderíamos citar, oriundos de todas as religiões, inclusive (talvez principalmente) do brahmanismo, onde Kardec foi buscar suas ideias de “evolução do espírito” através de uma gigantesca sucessão de “reencarnações”, para misturar com figuras e conceitos cristãos e confundir a mente dos ingênuos.

É muito fácil demonstrar que, de fato, a Igreja não “inventou” o uso cultual das Imagens, principalmente no sentido pejorativo que o texto lhe confere.


O papado inventou a canonização??

Bem, essa deveria ser uma das revelações mais importantes de todos os tempos! Confesso que não sabia que foram os Papas que criaram a canonização, muitos anos depois de Cristo, com a intenção de afastar a Igreja do Evangelho! Isso é algo realmente novo e revolucionário, que pode mudar a história do cristianismo e da humanidade como um todo... Precisamos urgentemente avisar a todos os cristãos do mundo, inclusive a São João, que deve ter se enganado ao escrever no Apocalipse: “E da mão do anjo subiu diante de Deus a fumaça do incenso com as orações dos santos.” (Ap. 8,4).

E mais: essa grande revelação deste incrível “espírito” mostra que nem mesmo o Rei Davi, lá no Antigo Testamento, sabia o que estava dizendo quando proclamou: “Os céus louvarão as tuas maravilhas, ó Senhor, e a tua fidelidade na assembléia dos santos”. (Salmo 89, 5). Mas não sei porquê, entre a Bíblia Sagrada e o “espírito” que soprou no ouvido do Chico Xavier, vou preferir acreditar na primeira... É bem melhor para a saúde da minha alma.


O papado inventou a confissão auricular?

Essa é verdadeira. Ufa! O “espírito”, mesmo mal intencionado, acertou uma! Mas será que esse “Emmanuel” e o Chico Xavier tinham saudades da época em que as confissões eram públicas, na frente de toda a assembleia, e que o perdão era dado no mínimo um ano depois da confissão? Era assim nos tempos da Igreja primitiva.

Humildemente, acho (bem) mais cômodo e misericordioso o fiel confessar seus pecados a um padre em particular, isto é, a confissão auricular, onde só você e o padre conversam, com toda a tranquilidade e privacidade, este lhe dá o perdão dos pecados e, após a penitência, que na maioria dos casos pode ser cumprida integralmente logo em seguida, você pode participar da Comunhão do Corpo e do Sangue de Nosso Senhor Jesus Cristo. Na época em que o texto espírita foi escrito, a confissão era feita no confessionário, com uma tela entre o padre e o confessor, para que este não se sentisse envergonhado ou constrangido. Tudo para facilitar e tornar mais cômoda a vida do fiel. Para o “espírito Emannuel” isso é algo ruim?!

Nunca é demais lembrar, aqui, que Nosso Senhor Jesus Cristo deu autoridade aos Apóstolos e aos seus Sucessores para perdoar os pecados do povo. Por consequência, torna-se importantíssimo lembrar também que as Chaves do Céu foram dadas a São Pedro, e, consequentemente, aos seus Sucessores, e não a “espíritos” desconhecidos, dos quais não temos como saber a origem, e nem aos seus supostos “intérpretes”.


O papado criou a “adoração da Hóstia”?

Haja paciência para responder acusações tão absurdas, tão sem pé nem cabeça, e como espanta saber que tem gente que se perde em insanidades desse tipo! Adorar a Deus é a prática cristã mais essencial, assim como era a prática essencial dos antigos judeus e também de toda religião que professa a fé num Deus Criador, Uno e Absoluto. Como nós, católicos, cremos no que Jesus disse dEle mesmo, cremos que Ele está presente no Pão (Hóstia) e no Vinho Consagrados. Por isso é que adoramos o Santíssimo Sacramento do Altar; não adoramos diretamente ou somente a Santa Hóstia, mas Jesus Cristo Sacramentado nela e por ela. É algo tão simples que não merece maiores comentários. Se tiver dúvidas, leia mais a respeito aqui.


O papado criou o celibato sacerdotal?

A Igreja instituiu o celibato sacerdotal conforme a orientação direta do seu Fundador, Jesus Cristo! “Respondeu ele: Nem todos são capazes de compreender o sentido desta palavra, mas somente aqueles a quem lhe foi concedido. Porque há eunucos que o são desde o ventre de suas mães, há eunucos tornados tais pelas mãos dos homens (castrados, como era costume se fazer a certos escravos nos tempos de Cristo) e há eunucos que a si mesmos se fizeram eunucos por amor do Reino dos Céus (esses são os vocacionados ao Sacerdócio). Quem puder compreender, compreenda” (Mt 19, 11-13).

Portanto, é uma condição preferencial para um sacerdote que seja celibatário, sacrificando assim integralmente a sua vida pelo Reino de Deus. Como bem diz nosso Senhor, só pode compreender isso quem realmente tem essa vocação. Portanto, a instituição do celibato é extensível a todos aqueles que querem realmente seguir Jesus Cristo na condição especial de sacerdotes. É importante notar que o celibato não foi uma imposição do Papa, mas apenas a formalização de uma prática ostensivamente utilizada pelos sacerdotes desde sempre, sendo o decreto uma forma de tornar oficial a prática informal. Note que não houve nenhum registro histórico de manifestações contrárias a instauração oficial do celibato e, até hoje, salvo raríssimas exceções, há um consenso geral entre os presbíteros sobre a necessidade e o valor do celibato.

Portanto, algo que já é feito desde o começo da Igreja não pode ter sido feito posteriormente, para afastá-la das suas origens... Se quiserem reclamar com alguém, “espírito Emannuel” e Chico Xavier, reclamem com o Fundador da Igreja Católica: o Verdadeiro e Único Emanuel, Deus Conosco: Jesus Cristo.


Noventa por cento das instituições católicas são de origem humaníssima, fora de qualquer origem divina!?

1, 2, 3, 4, 5... Contar até dez, até vinte, até mil, para não perder a paciência... A realidade é exatamente o contrário disto! Noventa por cento ou mais de tudo aquilo que define a Igreja é de origem divina, foi instituído diretamente por Jesus Cristo. O que dizer da Santa Missa, dos Sacramentos, da Comunhão dos santos, da Interseção dos santos, das revelações e milagres, da compilação da Sagrada Escritura, da Transubstanciação, do perdão dos pecados (perdão dado gratuitamente por Deus a todo aquele que se arrepende, sem nenhuma necessidade de ficar ‘reencarnando’ por séculos e séculos até alcançar o perdão dos erros cometidos), da Imaculada Conceição de Maria, etc?..

Substancialmente, essas realidades sagradas compõem tudo o que define, de fato, a Igreja. Tudo o que há fora disso são formas das quais a Igreja precisa dispor para subsistir no mundo.

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Sinais no céu durante a visita de Bento XVI à África

Por Marco Tosatti - La Stampa | Tradução: Fratres in Unum.com - do blog Fratres in Unum.com


O Vaticano está atônito, e até mesmo embaraçado; pois na viagem a África, que acaba de terminar, segundo muitos fiéis sem contato entre si, teriam ocorrido no céu fenômenos semelhantes aos que foram verificados durante as aparições mais famosas do século passado, como Fátima e Tre Fontane. Um parente de um bispo teria produzido uma documentação fotográfica ou vídeo do evento, que teria sido entregue ao Secretário de Estado, o Cardeal Tarcisio Bertone.

No dia seguinte à missa celebrada por Bento XVI no Estádio de l’Amitié, em Cotonou, até os bispos de Benim se questionaram sobre o extraordinário fenômeno que permitiu, às 8 horas da manhã, aos 80.000 fiéis presentes, ver juntos a lua e o sol, um evento raríssimo na África naquela latitude, o que causou grande assombro na multidão, como disse aos jornalistas o diretor da sala de imprensa do Vaticano, padre Federico Lombardi. Ainda mais porque não poucos fiéis disseram ter visto também o sol se mover e brilhar sem ofuscar, de modo a poder olhá-lo por um bom tempo sem problemas (mesmo os que baixavam os olhos e os levantavam não tinham nenhum incômodo visual).

Um fenômeno interpretado pelos africanos como um prodígio devido à presença do Papa, mas que também perturbou a mídia e muitos bispos, até porque, pelo que soubemos, não foi um fato isolado, mas se repetiu outras vezes ao longo da visita. Dom René-Marie Ehuzu, Bispo de Porto Novo e Presidente da Comissão Pastoral Social da Conferência Episcopal de Benim, também responsável pela organização da visita papal no país, declarou à AGI que “na tarde de sábado, quando o Papa, a caminho da paróquia de Santa Rita, na periferia de Cotonou, parou para saudar e abençoar os doentes do hospital localizado nas proximidades, se verificou um fenômeno semelhante, tanto que os hóspedes do hospital quiseram ir para a capela para uma oração de agradecimento”. Por todos os três dias da visita — afirmou o prelado — há testemunho de eventos similares e fotos tiradas com os celulares de testemunhas, em alguns casos sacerdotes. Pessoalmente não posso dar uma explicação, mas excluo que se trate de um fenômeno de histeria coletiva”.

“A lua está agora muito perto do sol (uma pequena crescente visível antes da alvorada), por isso é impossível vê-la junto com o sol, isto é, quando ele está alto no céu. Se era visível, é evidente que a claridade do sol foi temperada, precisamente como dizem as testemunhas. Há uma clara analogia com os muitos milagres solares ligados às aparições de Nossa Senhora”, comenta por sua vez um perito no blog “Amici di Papa Ratzinger” e, na discussão que se abriu, os fiéis italianos concordam com os seus companheiros na África, outros posts afirmando, de fato, que se tratou de um milagre: “O Papa trouxe a luz de Cristo”. “Sem a proteção e a força que vem de Deus, como ele poderia superar estes seis anos e meio de ataques ferozes?”, se pergunta Laura; e um anônimo comenta: “Jesus nos diz que o Reino de Deus está entre nós, e não o diz apenas em palavras, mas também através de sinais e prodígios. Deus, com esta Sua intervenção divina, nos chama à esperança à conversão”.

Como se sabe, o “milagre do sol” ocorreu em Fátima na seqüência das aparições marianas e mais vezes em Roma, em Tre Fontane. Na Cova da Iria, onde rezavam os pastorinhos, em 13 de outubro de 1917 – relatam as crônicas — o sol apareceu como uma gigantesca roda iridescente, que girava e irradiava cores múltiplas. Ele parou três vezes e então parecia se destacar do firmamento para se precipitar sobre a terra. Um fenômeno extraordinário, semelhante ao que ocorreu em Portugal, foi visto por milhares de fiéis em Tre Fontane em 12 de abril de 1947 e se repetiu em 1968 e 1980 (enquanto em Fátima uma réplica teria ocorrido no último 13 de maio). Em Tre Fontane, o disco solar inicialmente se comportou como em Fátima (exceto o fenômeno de parecer prestes a cair sobre a terra), mas em um segundo momento tomou a cor de uma hóstia, como se fosse coberto por uma gigantesca hóstia. Uma nota privada de Pio XII publicada recentemente pelo vaticanista Andrea Tornielli testemunha um episódio análogo nos jardins do Vaticano, que, em 1950, foi interpretado pelo Papa Pacelli em seu coração como uma confirmação da validade do dogma da Assunção de Maria, que estava prestes a proclamar.

Parabéns, fiéis da Canção Nova!

Edinho Silva e Chalita perdem seus respectivos programas na emissora católica Canção Nova. O movimento “Canção Nova Sem PT” venceu!

Para quem ainda não sabe, o deputado estadual Edinho Silva, presidente do PT no Estado de São Paulo, havia ganhado um programa na TV da comunidade católica “Canção Nova”. No programa de estréia, ele levou como convidados o ministro Gilberto Carvalho e o deputado federal Gabriel Chalita (PMDB-SP), que costuma apresentar-se como uma espécie de eminência dessa corrente do catolicismo. O próprio presidente da Canção Nova estava na bancada!

Os fiéis católicos não gostaram. Centenas de protestos ocorreram, e teve início um forte movimento nas redes sociais. E fizeram muito bem! Por quê? Edinho Silva foi quem comandou a reação contra os católicos que se organizaram, de acordo com os princípios da Igreja, para que os eleitores não votassem em candidatos e partidos que defendem o aborto.


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Os fiéis da Canção Nova merecem respeito e não são responsáveis por eventuais desvios de conduta da direção. Até hoje me pergunto por que um de seus padres, José Augusto, que fez uma homilia contra o aborto, foi severamente repreendido, enquanto o petista Edinho Silva ganhou um programa. Isso significa que alguns desses pastores tinham perdido o rumo. Mas, graças a Deus, não o rebanho católico.

Como costuma ocorrer às vezes na Igreja, o rebanho corrige, então, o rumo do pastor, porque tem mais faro para perceber a proximidade do lobo. E muitos lobos estavam e estão rondando a Canção Nova, disfarçados em pele de cordeiro. A pressão contra o comando foi grande. Leiam agora o que informa o Painel da Folha de São Paulo:

A rede Canção Nova, emissora de TV e rádio ligada ao movimento católico Renovação Carismática, resolveu tirar do ar os programas comandados pelos deputados federais Gabriel Chalita (PMDB-SP) e Eros Biondini (PTB-MG), pelos estaduais Edinho Silva (PT-SP), Paulo Barbosa (PSDB-SP) e Myriam Rios (PDT-RJ), e pela primeira-dama paulista, Lu Alckmin. (...)O elemento precipitador foram as reações negativas de fiéis e lideranças da igreja à recente incorporação de Edinho, presidente do diretório estadual petista, ao quadro de apresentadores da Canção Nova. "Conexões - Justiça e Paz”, o programa de Edinho, estreou em 3 de novembro tendo como convidado Gilberto Carvalho. Principal mentor político do deputado petista, o secretário-geral da Presidência foi também articulador da aproximação entre a campanha de Dilma Rousseff e a Canção Nova no segundo turno da eleição presidencial. Até então, a candidata vinha sendo duramente combatida por religiosos da Renovação Carismática. O programa de Edinho deu origem, nas redes sociais, ao movimento Canção Nova Sem PT. Um panfleto traz em vermelho o nome do partido e as expressões “aborto”, “casamento gay” e “Teologia da Libertação”.
(...) A cada eleição, cresce o interesse de políticos de todos os partidos pelo estoque de votos sob o raio de influência da Canção Nova. Aumenta também o desconforto de setores da igreja.(...) Procurado pelo Painel, o Conselho Deliberativo da Fundação João Paulo 2º, mantenedora da Canção Nova, confirmou a decisão de suspender os programas, tomada na sexta-feira passada.


É isso: por uma Canção Nova sem lobo se fingindo de cordeiro! As comunidades católicas não são plataformas para políticos que querem se eleger desrespeitando os fundamentos da doutrina cristã. Quem anda de braços dados com os defensores do aborto não pode merecer o voto católico. É simples e óbvio assim.

Ninguém é obrigado a ser católico. Quem quiser defender o aborto, ou defender quem o defenda, deve renunciar à Igreja e procurar o seu rumo.

Reiteramos os nossos parabéns aos fiéis da Canção Nova! Os católicos dessa comunidade e de outras tantas não devem ter receio de corrigir suas lideranças. O comando da Canção Nova cometeu dois erros graves: quando censurou o padre José Augusto por agir de acordo com sua boa consciência e segundo os princípios cristãos, e quando acolheu Edinho Silva, conduzido pelas mãos de Gabriel Chalita. É preciso olhar com atenção a teologia desse deputado.

A política pode conviver com certas heterodoxias; a Igreja não!

Por Reinaldo Azevedo - Blog Revista Veja

Perguntas e respostas simples sobre catolicismo e consciência política no Brasil de hoje





 1. Existe algum partido da Igreja Católica?

A Igreja de Jesus Cristo, justamente por ser católica, isto é, universal, não pode estar confinada a um partido político. Ela “não se confunde de modo algum com a comunidade política”[1] e admite que os cidadãos tenham “opiniões legítimas, mas discordantes entre si, sobre a organização da realidade temporal”[2].

2. Então os fiéis católicos podem filiar-se a qualquer partido?
Não. Há partidos que abusam da pluralidade de opinião para defender atentados contra a lei moral, como o aborto e o casamento de pessoas do mesmo sexo. “Faz parte da missão da Igreja emitir juízo moral também sobre as realidades que dizem respeito à ordem política, quando o exijam os direitos fundamentais da pessoa ou a salvação das almas”[3].

3. O Partido dos Trabalhadores (PT) defende algum atentado contra a lei moral?
Sim. No 3º Congresso do PT, ocorrido entre agosto e setembro de 2007, foi aprovada a resolução “Por um Brasil de mulheres e homens livres e iguais”, que inclui a “defesa da autodeterminação das mulheres, da descriminalização do aborto e regulamentação do atendimento a todos os casos no serviço público”[4].

4. Todo político filiado ao PT é obrigado a acatar essa resolução?
Sim. Para ser candidato pelo PT é obrigatória a assinatura do "Compromisso do Candidato Petista", que “indicará que o candidato está previamente de acordo com as normas e resoluções do Partido, em relação tanto à campanha como ao exercício do mandato” (Estatuto do PT, art. 128, §1º[5]).

5. O que acontece se um político contrariar uma resolução do Partido, como essa, que apoia o aborto?
Nesse caso, ele “será passível de punição, que poderá ir da simples advertência até o desligamento do Partido com renúncia obrigatória ao mandato” (Estatuto do PT, art. 128, §2º). Em 17 de setembro de 2009, dois deputados foram punidos pelo Diretório Nacional. O motivo alegado é que eles “infringiram a ética-partidária ao ‘militarem’ contra resolução do 3º Congresso Nacional do PT a respeito da descriminalização do aborto”[6].

6. O PT agiu mal ao punir esses dois deputados?
Claro que agiu mal, e ao mesmo tempo foi coerente com os princípios imorais que defende. Sendo um partido que apoia o aborto, o PT é coerente ao não tolerar os defensores da vida em seu meio. A mesma coerência que devemos ter nós, cristãos, não votando no PT.

7. Mas eu conheço abortistas que pertencem a outros partidos, como o PSDB, o PMDB, o DEM…
Os políticos que pertencem a esses outros partidos podem ser abortistas por opção própria, mas não por obrigação partidária. No caso do PT é diferente: todo político filiado ao PT está comprometido com o aborto.

8. Talvez haja algum político que se tenha filiado ao PT sem prestar atenção ao compromisso pró-aborto que estava assinando…
Nesse caso, é dever do político pró-vida desfiliar-se do PT, após ter verificado o engano cometido.

9. Houve políticos que deixaram o PT e se filiaram ao Partido Verde (PV). Os cristãos podem votar neles?
Infelizmente não. Ao deixarem o PT e se filiarem ao PV, eles trocaram o "seis por meia dúzia". O PV é outro partido que exige de seus filiados a adesão à causa abortista. Seu estatuto diz: “São deveres dos filiados ao PV: obedecer ao Programa e ao Estatuto”(art. 12, a )[7]. E o Programa do PV, ao qual todo filiado deve obedecer, defende a “legalização da interrupção voluntária da gravidez”[8]. - "Interrupção voluntária" é uma expressão muito boa para se dizer, ao invés de aborto ou assassinato de um inocente no ventre materno.

10. Que falta comete um cristão que vota em candidato de um partido abortista, como o PT e o PV?
Se o cristão vota no PT ou no PV, consciente de tudo o que foi explicado acima, comete pecado grave, porque coopera com um pecado grave: é conivente e cúmplice de um pecado gravíssimo, que é a atuação desses partidos a favor do aborto. Se amanhã esses partidos vierem a triunfar e o aborto for legalizado, esse eleitor será cúmplice do assassinato de cada uma das pequenas e inocentes vidas que em consequência serão condenadas e ceifadas. - O Catecismo da Igreja Católica (n. 1868) ensina sobre a cooperação com o pecado de outra pessoa: “O pecado é um ato pessoal. Além disso, temos responsabilidade nos pecados cometidos por outros, quando neles cooperamos: participando neles direta e voluntariamente; mandando, aconselhando, louvando ou aprovando esses pecados; não os revelando ou não os impedindo, quando a isso somos obrigados; protegendo os que fazem o mal.”

Quem vota no PT aprova e contribui, com o seu voto, para que possa ser praticado o gravíssimo pecado do aborto, e os demais pecados morais previstos nos estatutos do Partido, como o casamento homossexual.

Posso, como cristão, votar no PT? Para tanto, só há um jeito: trocar a sua Certidão de Batismo pela "Certidão de Petista", e trocar a obediência ao Papa pela obediência ao presidente do Partido dos Trabalhadores. As duas coisas não podem coexistir num mesmo fiel.

Texto do Padre Luiz Carlos Lodi da Cruz, da Associação Pró-Vida de Anápolis




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[1] Concílio Vaticano II, Constituição Pastoral “Gaudium et Spes”, n. 76.
[2] Concílio Vaticano II, Constituição Pastoral “Gaudium et Spes”, n. 75.
[3] Catecismo da Igreja Católica, n. 2246, citando “Gaudium et Spes, n. 76.
[4] Resoluções do 3º Congresso do PT, p. 80. em:  http://old.pt.org.br/portalpt/images/stories/arquivos/livro%20de%20resolucoes%20final.pdf
[5] Estatuto do Partido dos Trabalhadores, Versão II, aprovada pelo Diretório Nacional em 5 out. 2007, em: http://www.pt.org.br/portalpt/dados/bancoimg/c091003181315estatutopt.pdf
[6] DN suspende direitos partidários de Luiz Bassuma e Henrique Afonso. Notícias. 17 set. 2009, em: http://www.pt.org.br/portalpt/documentos/dn-suspende-direitos-partidarios-de-luiz-bassuma-e-henrique-afonso-254.html
[7] http://pv.org.br/download/estatuto_web.pdf
[8] Programa: 7 - Reprodução Humana e Cidadania Feminina, em: http://pv.org.br/download/programa_web.pdf.
[9] Dilma Rousseff defende legalização do aborto. 28 mar. 2009, Diário do Nordeste, em: http://diariodonordeste.globo.com/materia.asp?codigo=626312
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Gloriosa História da Igreja - 2

Continuação de História da Igreja - parte 1


Quarenta dias depois de sua Ressurreição, Jesus deu instruções finais aos discípulos e ascendeu ao Céu (At 1 1-11). Os discípulos voltaram a Jerusalém e se recolheram durante alguns dias para jejum e oração, aguardando o Espírito Santo, conforme Jesus prometera.

Cerca de 120 seguidores de Jesus aguardavam pela divina promessa. Então, cinquenta dias após a Páscoa, no dia de Pentecostes, um som como que de um vento impetuoso encheu a casa onde o grupo se reunia. E como que línguas de fogo pousaram sobre cada um dos presentes, e todos começaram a falar em línguas que não conheciam, pois o Espírito Santo os capacitava.

Visitantes estrangeiros ficaram surpresos ao ouvir os discípulos falando em suas próprias línguas, pois sabiam que aquelas pessoas não conheciam outros idiomas a não ser o seu próprio. Alguns outros zombaram, dizendo que eles deveriam estar embriagados.

Então, Pedro, líder dos Apóstolos da Igreja primitiva, fez calar a multidão e explicou que estavam dando testemunho da Ação do Espírito Santo, conforme fora predito pelos profetas do Antigo Testamento (At 2 16-21; Jl 2 28-32).

Alguns dos observadores estrangeiros perguntaram então como receber também o Espírito Santo. E Pedro disse: “Arrependei-vos, e cada um de vós seja batizado em nome de Jesus Cristo, para a remissão dos vossos pecados, e recebereis o Dom do Espírito Santo “ (At 2.38).

E cerca de 3 mil pessoas aderiram à fé em Cristo naquele dia (At 2 41). Durante alguns anos, Jerusalém foi o centro da Igreja. Muitos judeus acreditavam que os seguidores de Jesus eram apenas uma outra seita do judaísmo. Suspeitavam que os cristãos, que então se denominavam "Seguidores do Caminho”, tentavam começar um nova “religião de mistério” em torno de Jesus de Nazaré, o que não era o caso, de modo algum. Tempos depois, porém, surgiram grupos que se por conta própria se autodenominaram cristãos e tentaram deturpar a Mensagem de Jesus Cristo, reduzindo o cristianismo a algum tipo de seita esotérica, misteriosa, com supostas grandes revelações e poderes que só seriam concedidos a certos membros especiais, "iniciados nos mistérios", através de práticas e técnicas mágicas secretas... Lamentavelmente, tais grupos continuam surgindo até hoje, embora contem sempre com pouquíssimos adeptos.

Mas na época dos Apóstolos, a Igreja de Jesus Cristo ainda engatinhava, e alguns dentre os cristãos primitivos continuavam a cultuar no Templo (At 3, 1), enquanto alguns outros insistiam que os convertidos gentios (de outros povos e nações) deveriam ser circuncidados (At 15). Os dirigentes judeus, porém, não custaram muito a perceber que os cristãos eram mais do que apenas uma nova seita dentro do judaísmo: os Seguidores do Caminho, isto é, os cristãos, eram diferentes em tudo, e, nesse sentido, revolucionários.

Jesus havia dito aos judeus que Deus faria uma Nova Aliança com aqueles que lhes fossem fiéis (Mt 16, 18), e que ele havia selado esta Aliança com o seu próprio Sangue (Lc 22, 20). Assim, os cristãos primitivos proclamavam com ousadia que haviam herdado os privilégios que Deus concedera a Israel nos tempos antigos, independente de sua nacionalidade, raça ou cultura. Não eram simplesmente uma parte de Israel: eram eles o Novo Israel, o novo Povo de Deus (Ap 3, 12; 21, 2; Mt 26, 28; Hb 8, 8; 9, 15).

Os líderes judeus, como não poderia deixar de ser, temiam muito esta ideia nova, pois este ensinamento não era judaísmo: isso destituía Israel do seu antigo privilégio de Povo Eleito. Agora, era a Revelação de Deus como um só Pai, para todos os homens.


A Comunidade de Jerusalém

Os primeiros cristãos formavam uma comunidade estreitamente unida em Jerusalém, após o Dia de Pentecostes. Parece que eles esperavam que o Cristo voltasse muito em breve. Repartiam todos os seus bens materiais (At 2.44- 45); muitos vendiam suas propriedades e davam à Igreja o produto da venda, a qual distribuía esses recursos entre o grupo (At 4.34-35).

Os cristãos de Jerusalém ainda iam ao Templo para rezar (At 2.46), mas partilhavam a Eucaristia em seus próprios lares (At 2.42-46). Essa Refeição Sagrada trazia-lhes à mente sua nova Aliança com Deus, a qual Jesus havia feito sacrificando seu próprio Corpo e Sangue.

Deus operava milagres de cura por intermédio desses primeiros cristãos. Enfermos reuniam-se no Templo, de sorte que os Apóstolo pudessem tocá-los em seu caminho para a oração (At 5.12-16). Esses milagres convenceram muitas pessoas de que os cristãos estavam verdadeiramente servindo a Deus.

As autoridades do Templo, num esforço por suprimir o interesse na nova Religião, prenderam os Apóstolos. E Deus enviou um anjo para libertá-los (como vemos em At 5.17-20). Isso, é claro, provocou mais excitação entre o povo. A Igreja crescia rapidamente, e os Apóstolos tiveram que nomear sete homens para auxiliar e distribuir mentimentos às viúvas necessitadas. O dirigente desses homens era Estevão, um “homem cheio de fé e do Espírito Santo” (At 6.5).

Foi exatamente aí que começou o governo eclesiástico e a organização hierárquica da Igreja: os Apóstolos tiveram que delegar alguns dos seus deveres a outros dirigentes. À medida que o tempo passava, e a Igreja crescia, seus ofícios precisaram ser dispostos numa estrutura cada vez mais complexa, até chegar no ponto em que se encontra hoje.


Fontes e referência bibliográfica:
MONDONI, Danilo. História da Igreja, 3ª ed. São Paulo: Loyola, 2006, pp. 21, 31,32;
LENZENWEGER, Josef et. al. História da Igreja Católica, 3ª ed. São Paulo: Loyola, 2006, pp. 9-12.

II Congresso Pró-Vida no Brasil: combater a cultura de morte!



Construir uma cultura de vida, conforme ensina a Doutrina da Igreja, em um mundo no qual avança a cultura de morte, sintetiza os temas tratados no II Congresso pela Verdade e pela Vida da Human Life International em São Paulo, que contou com a participação de centenas de sacerdotes, seminaristas, religiosos e leigos vindos de todo o Brasil e também de outros países.

O Congresso, que começou na manhã do dia 3 (quinta-feira) e se encerrou na noite de 6 de novembro (domingo) de 2011 no Mosteiro de São Bento, na capital paulistana, foi inaugurado pelo Profº Felipe Nery (que o presidiu), e contou com a presença, entre outros, de Dom João Carlos Petrini, Presidente da Comissão para Vida e a Família da CNBB, do Pe. Shenan J. Bôquet, presidente da Human Life International, Dr. Raymond de Souza, diretor de programações para a América Latina da mesma entidade, Monsenhor Juan Claudio Sanahuja (da Argentina), Pe. Juan Carlos Chavez Aguilar (do Equador), Pe. Luis Carlos Lodi da Cruz (Pró-Vida de Anápolis), Dr. Mario Rojas (advogado da Human Life International América Latina), Dr. Matthew C. Hoffman (LifeSite News - EUA), Dr. Jorge Rafael Scala (da Argentina) e do Pe. Paulo Ricardo de Azevedo Júnior.

Falando sobre os desafios da luta pela defesa da vida e promoção da família, Pe. Shenan J. Bôquet mencionou a lamentável sentença "Roe vs. Wad" que despenalizou o aborto nos EUA. Ele também partilhou sua experiência de seis anos como pároco nos Estados Unidos, um período no qual não celebrou sequer um casamento sacramental, chamando a atenção para o crescente número de casais que convivem fora do matrimônio religioso.

"É difícil 'desafiar' as pessoas e discordar daquilo que já está estabelecido. No entanto, não podemos nos acovardar, mas permanecermos firmes na Verdade, para passar adiante esta mesma Verdade. Sempre há uma força que vem de Jesus Cristo até nós. Se ficarmos perto d'Ele, teremos coragem e veremos coisas que jamais vimos antes”, assinalou o presidente da HLI.


Pe. Shenan J. Bôquet, Presidente da Human Life International, e eu, Henrique Sebastião, editor da revista Voz da Igreja. Ele me garantiu que, apesar dos pesares, o catolicismo está crescendo nos EUA.

Em sua palestra, Dom João Carlos Petrini, que também é Bispo de Camaçari (BA), falou sobre a Misericórdia e a síndrome pós aborto. Ele também apresentou a todos os presentes o Projeto Raquel, que busca ajudar mulheres que sofrem a mesma síndrome. - O Projeto Raquel, explicou o bispo, é uma rede de pessoas que prestam ajuda, incluindo sacerdotes, conselheiros leigos e outros, oferecendo cuidado individual ás pessoas, mulheres e homens que sofrem após o envolvimento em algum aborto. É uma rede de cura baseada na Misericórdia de Deus.

O destaque da manhã do primeiro dia foi a cerimônia de condecoração de Dom Luiz Gonzaga Bergonzini, bispo de Guarulhos, com o prêmio Cardeal Galen, a mais alta distinção oferecida pela Human Life International. - O Prêmio leva o nome do Bem-Aventurado Clemens August von Galen (1878-1946), que foi Bispo de Münster (Alemanha) durante a era nazista. Levantou sua voz em defesa dos pobres e dos doentes, protestando contra a eutanásia, a perseguição aos judeus e a expulsão dos religiosos.

O Bispo recebeu a medalha devido à sua “Atuação Pastoral e Promoção do Evangelho da Vida” e foi recordado de maneira especial por seu valente posicionamento contra os candidatos favoráveis ao aborto nas últimas eleições nacionais, o que levou o Bispo a ser hostilizado e duramente criticado pela imprensa e por diversos setores da sociedade.

O sacerdote, jornalista, doutor em Teologia (Universidade de Navarra, Espanha) e correspondente da Pontifícia Academia Pró-Vida, Mons. Juan Claudio Sanahuja, denunciou como a ONU e outras entidades buscam estrategicamente influenciar os países com políticas anti-vida e a proposta de uma nova "religião universal".

Segundo o sacerdote, existe hoje uma nova "guerra fria", - um projeto de poder global, - evidente em documentos da Organização das Nações Unidas e em pronunciamentos e ações de chefes de Estado em todo o mundo. “Hoje, se fala do politicamente correto, um pensamento único comum às pessoas de muitas nações. Esse projeto é um conjunto de medidas para implementar regras sobre como pensar, do que falar e fazer”, advertiu ele, enquanto nos lembrávamos do "kit gay" proposto pelo governo há pouco tempo, que por muito pouco não foi distribuído pelo governo brasileiro em nossas escolas públicas.

Mons. Sanahuja explicou, em diálogo com a ACI Digital a partir do Congresso, que “a ONU tem há muito tempo um projeto de poder global. Esta nova religião universal ou novo código ético universal surge do desejo de certos organismos internacionais de mudar as convicções religiosas dos povos, para que seu plano de anticoncepção, de aborto, que eles mesmos chamam de re-engenharia social, seja aceito pelos países menos desenvolvidos”. Este código ético, segundo ele, impõe valores relativos. “Como dizia João Paulo II: 'O relativismo se converte em um totalitarismo, o relativismo unido à democracia se converte em um totalitarismo visível ou encoberto'”.

“Pretende-se substituir as verdades imutáveis da lei natural, da religião cristã, por valores relativos, de modo que tudo o que for afirmado como valor imutável, como por exemplo o valor da vida humana, ou que o matrimônio só ocorre na união entre homem e mulher, tudo o que for afirmado assim, para eles é totalitarismo e ameaça a paz social. Portanto, isso dá pé a esta nova ordem mundial para perseguir a Igreja e a todos os que tenham convicções imutáveis”, acrescentou o sacerdote argentino.

Já o sacerdote equatoriano Juan Carlos Chavez Aguilar, em sua exposição, falou da importância da "Pastoral da Vida", inspirada na Carta Encíclica Evangelium Vitae, que é um apostolado necessário para a vida da Igreja em nossos dias. A Pastoral da Vida busca anunciar que toda vida humana é sagrada e portanto inviolável, e que o Evangelho da Vida é o Senhor Jesus, que é a própria Vida, e Vida Plena.

O Presidente do Pró-Vida de Anápolis (GO), Pe. Luiz Carlos Lodi da Cruz, abordou o tema "Linguagem: Unidade Conceitual na Defesa da Vida". Declarou ele: "Para a eficácia na luta em defesa da vida, não bastam as boas intenções. Todos devem ter conceitos claros das ideias que defendem e usar termos corretos para defendê-las. O emprego de uma única linguagem pró-vida é essencial para a nossa vitória".


O simpaticíssimo Presidente do Pró-Vida e Pró-Família de Anápolis (GO), Pe. Luiz Carlos Lodi, e Henrique Sebastião.

O já célebre defensor da ortodoxia e dos valores cristãos católicos, Pe. Paulo Ricardo de Azevedo Júnior, da Diocese de Cuiabá (MT), falou sobre o tema do Marxismo Cultural, e destacou o problema da Teologia da Libertação, que afetou tão negativamente a Igreja no Brasil, esvaziando o Evangelho do seu sentido salvífico, agregando elementos do marxismo incompatíveis com a Fé Católica.

"Eles começam negando os milagres de Jesus, pois nenhum marxista crê em milagres. Para eles, Jesus não multiplicou os pães e peixes, e sim fez com que as pessoas compartilhassem o que tinham com as que estavam mais próximas. Ele também não abriu os olhos do cego, literalmente, e sim fê-lo ver 'as coisas como elas são'... E por aí vai. Mas, se não acreditam em milagres, logo não acreditam na Ressurreição de Cristo, então, como podem ser cristãos? E se não são cristãos, porque continuam na Igreja? Porque pretendem, e estão conseguindo, corroer as suas estruturas, as suas bases, suas entranhas. O que eles pretendem é destruir a Igreja a partir de dentro. Cabe a cada um de nós reagir, mas para isso é preciso a nossa união e ação planejada..."


Voz da Igreja acompanhou atentamente todas as palestras do Congresso: aqui, Henrique Sebastião e esposa, Silvana, com o Pe. Paulo Ricardo de Azevedo Jr.

A apresentação do Pe. Paulo Ricardo foi sem dúvida o fechar com chaves de outro este 2º Congresso Pró Vida no Brasil, uma grande e mui necessária benção neste país tão carente da verdadeira doutrina e espiritualidade cristã. Por certo muitos frutos surgirão daí. Rezemos. E que outros encontros como este não tardem a acontecer, pois a situação é crítica e o tempo urge!
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