Construir uma cultura de vida, conforme ensina a Doutrina da Igreja, em um mundo no qual avança a cultura de morte, sintetiza os temas tratados no II Congresso pela Verdade e pela Vida da Human Life International em São Paulo, que contou com a participação de centenas de sacerdotes, seminaristas, religiosos e leigos vindos de todo o Brasil e também de outros países.
O Congresso, que começou na manhã do dia 3 (quinta-feira) e se encerrou na noite de 6 de novembro (domingo) de 2011 no Mosteiro de São Bento, na capital paulistana, foi inaugurado pelo Profº Felipe Nery (que o presidiu), e contou com a presença, entre outros, de Dom João Carlos Petrini, Presidente da Comissão para Vida e a Família da CNBB, do Pe. Shenan J. Bôquet, presidente da Human Life International, Dr. Raymond de Souza, diretor de programações para a América Latina da mesma entidade, Monsenhor Juan Claudio Sanahuja (da Argentina), Pe. Juan Carlos Chavez Aguilar (do Equador), Pe. Luis Carlos Lodi da Cruz (Pró-Vida de Anápolis), Dr. Mario Rojas (advogado da Human Life International América Latina), Dr. Matthew C. Hoffman (LifeSite News - EUA), Dr. Jorge Rafael Scala (da Argentina) e do Pe. Paulo Ricardo de Azevedo Júnior.
Falando sobre os desafios da luta pela defesa da vida e promoção da família, Pe. Shenan J. Bôquet mencionou a lamentável sentença "Roe vs. Wad" que despenalizou o aborto nos EUA. Ele também partilhou sua experiência de seis anos como pároco nos Estados Unidos, um período no qual não celebrou sequer um casamento sacramental, chamando a atenção para o crescente número de casais que convivem fora do matrimônio religioso.
"É difícil 'desafiar' as pessoas e discordar daquilo que já está estabelecido. No entanto, não podemos nos acovardar, mas permanecermos firmes na Verdade, para passar adiante esta mesma Verdade. Sempre há uma força que vem de Jesus Cristo até nós. Se ficarmos perto d'Ele, teremos coragem e veremos coisas que jamais vimos antes”, assinalou o presidente da HLI.
Em sua palestra, Dom João Carlos Petrini, que também é Bispo de Camaçari (BA), falou sobre a Misericórdia e a síndrome pós aborto. Ele também apresentou a todos os presentes o Projeto Raquel, que busca ajudar mulheres que sofrem a mesma síndrome. - O Projeto Raquel, explicou o bispo, é uma rede de pessoas que prestam ajuda, incluindo sacerdotes, conselheiros leigos e outros, oferecendo cuidado individual ás pessoas, mulheres e homens que sofrem após o envolvimento em algum aborto. É uma rede de cura baseada na Misericórdia de Deus.
O destaque da manhã do primeiro dia foi a cerimônia de condecoração de Dom Luiz Gonzaga Bergonzini, bispo de Guarulhos, com o prêmio Cardeal Galen, a mais alta distinção oferecida pela Human Life International. - O Prêmio leva o nome do Bem-Aventurado Clemens August von Galen (1878-1946), que foi Bispo de Münster (Alemanha) durante a era nazista. Levantou sua voz em defesa dos pobres e dos doentes, protestando contra a eutanásia, a perseguição aos judeus e a expulsão dos religiosos.
O Bispo recebeu a medalha devido à sua “Atuação Pastoral e Promoção do Evangelho da Vida” e foi recordado de maneira especial por seu valente posicionamento contra os candidatos favoráveis ao aborto nas últimas eleições nacionais, o que levou o Bispo a ser hostilizado e duramente criticado pela imprensa e por diversos setores da sociedade.
O sacerdote, jornalista, doutor em Teologia (Universidade de Navarra, Espanha) e correspondente da Pontifícia Academia Pró-Vida, Mons. Juan Claudio Sanahuja, denunciou como a ONU e outras entidades buscam estrategicamente influenciar os países com políticas anti-vida e a proposta de uma nova "religião universal".
Segundo o sacerdote, existe hoje uma nova "guerra fria", - um projeto de poder global, - evidente em documentos da Organização das Nações Unidas e em pronunciamentos e ações de chefes de Estado em todo o mundo. “Hoje, se fala do politicamente correto, um pensamento único comum às pessoas de muitas nações. Esse projeto é um conjunto de medidas para implementar regras sobre como pensar, do que falar e fazer”, advertiu ele, enquanto nos lembrávamos do "kit gay" proposto pelo governo há pouco tempo, que por muito pouco não foi distribuído pelo governo brasileiro em nossas escolas públicas.
Mons. Sanahuja explicou, em diálogo com a ACI Digital a partir do Congresso, que “a ONU tem há muito tempo um projeto de poder global. Esta nova religião universal ou novo código ético universal surge do desejo de certos organismos internacionais de mudar as convicções religiosas dos povos, para que seu plano de anticoncepção, de aborto, que eles mesmos chamam de re-engenharia social, seja aceito pelos países menos desenvolvidos”. Este código ético, segundo ele, impõe valores relativos. “Como dizia João Paulo II: 'O relativismo se converte em um totalitarismo, o relativismo unido à democracia se converte em um totalitarismo visível ou encoberto'”.
“Pretende-se substituir as verdades imutáveis da lei natural, da religião cristã, por valores relativos, de modo que tudo o que for afirmado como valor imutável, como por exemplo o valor da vida humana, ou que o matrimônio só ocorre na união entre homem e mulher, tudo o que for afirmado assim, para eles é totalitarismo e ameaça a paz social. Portanto, isso dá pé a esta nova ordem mundial para perseguir a Igreja e a todos os que tenham convicções imutáveis”, acrescentou o sacerdote argentino.
Já o sacerdote equatoriano Juan Carlos Chavez Aguilar, em sua exposição, falou da importância da "Pastoral da Vida", inspirada na Carta Encíclica Evangelium Vitae, que é um apostolado necessário para a vida da Igreja em nossos dias. A Pastoral da Vida busca anunciar que toda vida humana é sagrada e portanto inviolável, e que o Evangelho da Vida é o Senhor Jesus, que é a própria Vida, e Vida Plena.
O Presidente do Pró-Vida de Anápolis (GO), Pe. Luiz Carlos Lodi da Cruz, abordou o tema "Linguagem: Unidade Conceitual na Defesa da Vida". Declarou ele: "Para a eficácia na luta em defesa da vida, não bastam as boas intenções. Todos devem ter conceitos claros das ideias que defendem e usar termos corretos para defendê-las. O emprego de uma única linguagem pró-vida é essencial para a nossa vitória".
O já célebre defensor da ortodoxia e dos valores cristãos católicos, Pe. Paulo Ricardo de Azevedo Júnior, da Diocese de Cuiabá (MT), falou sobre o tema do Marxismo Cultural, e destacou o problema da Teologia da Libertação, que afetou tão negativamente a Igreja no Brasil, esvaziando o Evangelho do seu sentido salvífico, agregando elementos do marxismo incompatíveis com a Fé Católica.
"Eles começam negando os milagres de Jesus, pois nenhum marxista crê em milagres. Para eles, Jesus não multiplicou os pães e peixes, e sim fez com que as pessoas compartilhassem o que tinham com as que estavam mais próximas. Ele também não abriu os olhos do cego, literalmente, e sim fê-lo ver 'as coisas como elas são'... E por aí vai. Mas, se não acreditam em milagres, logo não acreditam na Ressurreição de Cristo, então, como podem ser cristãos? E se não são cristãos, porque continuam na Igreja? Porque pretendem, e estão conseguindo, corroer as suas estruturas, as suas bases, suas entranhas. O que eles pretendem é destruir a Igreja a partir de dentro. Cabe a cada um de nós reagir, mas para isso é preciso a nossa união e ação planejada..."
A apresentação do Pe. Paulo Ricardo foi sem dúvida o fechar com chaves de outro este 2º Congresso Pró Vida no Brasil, uma grande e mui necessária benção neste país tão carente da verdadeira doutrina e espiritualidade cristã. Por certo muitos frutos surgirão daí. Rezemos. E que outros encontros como este não tardem a acontecer, pois a situação é crítica e o tempo urge!
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O Congresso, que começou na manhã do dia 3 (quinta-feira) e se encerrou na noite de 6 de novembro (domingo) de 2011 no Mosteiro de São Bento, na capital paulistana, foi inaugurado pelo Profº Felipe Nery (que o presidiu), e contou com a presença, entre outros, de Dom João Carlos Petrini, Presidente da Comissão para Vida e a Família da CNBB, do Pe. Shenan J. Bôquet, presidente da Human Life International, Dr. Raymond de Souza, diretor de programações para a América Latina da mesma entidade, Monsenhor Juan Claudio Sanahuja (da Argentina), Pe. Juan Carlos Chavez Aguilar (do Equador), Pe. Luis Carlos Lodi da Cruz (Pró-Vida de Anápolis), Dr. Mario Rojas (advogado da Human Life International América Latina), Dr. Matthew C. Hoffman (LifeSite News - EUA), Dr. Jorge Rafael Scala (da Argentina) e do Pe. Paulo Ricardo de Azevedo Júnior.
Falando sobre os desafios da luta pela defesa da vida e promoção da família, Pe. Shenan J. Bôquet mencionou a lamentável sentença "Roe vs. Wad" que despenalizou o aborto nos EUA. Ele também partilhou sua experiência de seis anos como pároco nos Estados Unidos, um período no qual não celebrou sequer um casamento sacramental, chamando a atenção para o crescente número de casais que convivem fora do matrimônio religioso.
"É difícil 'desafiar' as pessoas e discordar daquilo que já está estabelecido. No entanto, não podemos nos acovardar, mas permanecermos firmes na Verdade, para passar adiante esta mesma Verdade. Sempre há uma força que vem de Jesus Cristo até nós. Se ficarmos perto d'Ele, teremos coragem e veremos coisas que jamais vimos antes”, assinalou o presidente da HLI.
Pe. Shenan J. Bôquet, Presidente da Human Life International, e eu, Henrique Sebastião, editor da revista Voz da Igreja. Ele me garantiu que, apesar dos pesares, o catolicismo está crescendo nos EUA. |
Em sua palestra, Dom João Carlos Petrini, que também é Bispo de Camaçari (BA), falou sobre a Misericórdia e a síndrome pós aborto. Ele também apresentou a todos os presentes o Projeto Raquel, que busca ajudar mulheres que sofrem a mesma síndrome. - O Projeto Raquel, explicou o bispo, é uma rede de pessoas que prestam ajuda, incluindo sacerdotes, conselheiros leigos e outros, oferecendo cuidado individual ás pessoas, mulheres e homens que sofrem após o envolvimento em algum aborto. É uma rede de cura baseada na Misericórdia de Deus.
O destaque da manhã do primeiro dia foi a cerimônia de condecoração de Dom Luiz Gonzaga Bergonzini, bispo de Guarulhos, com o prêmio Cardeal Galen, a mais alta distinção oferecida pela Human Life International. - O Prêmio leva o nome do Bem-Aventurado Clemens August von Galen (1878-1946), que foi Bispo de Münster (Alemanha) durante a era nazista. Levantou sua voz em defesa dos pobres e dos doentes, protestando contra a eutanásia, a perseguição aos judeus e a expulsão dos religiosos.
O Bispo recebeu a medalha devido à sua “Atuação Pastoral e Promoção do Evangelho da Vida” e foi recordado de maneira especial por seu valente posicionamento contra os candidatos favoráveis ao aborto nas últimas eleições nacionais, o que levou o Bispo a ser hostilizado e duramente criticado pela imprensa e por diversos setores da sociedade.
O sacerdote, jornalista, doutor em Teologia (Universidade de Navarra, Espanha) e correspondente da Pontifícia Academia Pró-Vida, Mons. Juan Claudio Sanahuja, denunciou como a ONU e outras entidades buscam estrategicamente influenciar os países com políticas anti-vida e a proposta de uma nova "religião universal".
Segundo o sacerdote, existe hoje uma nova "guerra fria", - um projeto de poder global, - evidente em documentos da Organização das Nações Unidas e em pronunciamentos e ações de chefes de Estado em todo o mundo. “Hoje, se fala do politicamente correto, um pensamento único comum às pessoas de muitas nações. Esse projeto é um conjunto de medidas para implementar regras sobre como pensar, do que falar e fazer”, advertiu ele, enquanto nos lembrávamos do "kit gay" proposto pelo governo há pouco tempo, que por muito pouco não foi distribuído pelo governo brasileiro em nossas escolas públicas.
Mons. Sanahuja explicou, em diálogo com a ACI Digital a partir do Congresso, que “a ONU tem há muito tempo um projeto de poder global. Esta nova religião universal ou novo código ético universal surge do desejo de certos organismos internacionais de mudar as convicções religiosas dos povos, para que seu plano de anticoncepção, de aborto, que eles mesmos chamam de re-engenharia social, seja aceito pelos países menos desenvolvidos”. Este código ético, segundo ele, impõe valores relativos. “Como dizia João Paulo II: 'O relativismo se converte em um totalitarismo, o relativismo unido à democracia se converte em um totalitarismo visível ou encoberto'”.
“Pretende-se substituir as verdades imutáveis da lei natural, da religião cristã, por valores relativos, de modo que tudo o que for afirmado como valor imutável, como por exemplo o valor da vida humana, ou que o matrimônio só ocorre na união entre homem e mulher, tudo o que for afirmado assim, para eles é totalitarismo e ameaça a paz social. Portanto, isso dá pé a esta nova ordem mundial para perseguir a Igreja e a todos os que tenham convicções imutáveis”, acrescentou o sacerdote argentino.
Já o sacerdote equatoriano Juan Carlos Chavez Aguilar, em sua exposição, falou da importância da "Pastoral da Vida", inspirada na Carta Encíclica Evangelium Vitae, que é um apostolado necessário para a vida da Igreja em nossos dias. A Pastoral da Vida busca anunciar que toda vida humana é sagrada e portanto inviolável, e que o Evangelho da Vida é o Senhor Jesus, que é a própria Vida, e Vida Plena.
O Presidente do Pró-Vida de Anápolis (GO), Pe. Luiz Carlos Lodi da Cruz, abordou o tema "Linguagem: Unidade Conceitual na Defesa da Vida". Declarou ele: "Para a eficácia na luta em defesa da vida, não bastam as boas intenções. Todos devem ter conceitos claros das ideias que defendem e usar termos corretos para defendê-las. O emprego de uma única linguagem pró-vida é essencial para a nossa vitória".
O simpaticíssimo Presidente do Pró-Vida e Pró-Família de Anápolis (GO), Pe. Luiz Carlos Lodi, e Henrique Sebastião. |
O já célebre defensor da ortodoxia e dos valores cristãos católicos, Pe. Paulo Ricardo de Azevedo Júnior, da Diocese de Cuiabá (MT), falou sobre o tema do Marxismo Cultural, e destacou o problema da Teologia da Libertação, que afetou tão negativamente a Igreja no Brasil, esvaziando o Evangelho do seu sentido salvífico, agregando elementos do marxismo incompatíveis com a Fé Católica.
"Eles começam negando os milagres de Jesus, pois nenhum marxista crê em milagres. Para eles, Jesus não multiplicou os pães e peixes, e sim fez com que as pessoas compartilhassem o que tinham com as que estavam mais próximas. Ele também não abriu os olhos do cego, literalmente, e sim fê-lo ver 'as coisas como elas são'... E por aí vai. Mas, se não acreditam em milagres, logo não acreditam na Ressurreição de Cristo, então, como podem ser cristãos? E se não são cristãos, porque continuam na Igreja? Porque pretendem, e estão conseguindo, corroer as suas estruturas, as suas bases, suas entranhas. O que eles pretendem é destruir a Igreja a partir de dentro. Cabe a cada um de nós reagir, mas para isso é preciso a nossa união e ação planejada..."
Voz da Igreja acompanhou atentamente todas as palestras do Congresso: aqui, Henrique Sebastião e esposa, Silvana, com o Pe. Paulo Ricardo de Azevedo Jr. |
A apresentação do Pe. Paulo Ricardo foi sem dúvida o fechar com chaves de outro este 2º Congresso Pró Vida no Brasil, uma grande e mui necessária benção neste país tão carente da verdadeira doutrina e espiritualidade cristã. Por certo muitos frutos surgirão daí. Rezemos. E que outros encontros como este não tardem a acontecer, pois a situação é crítica e o tempo urge!
Glória a Deus por existirem pessoas dispostas a abraçar a vida! Devemos permanecer firmes no amor a Cristo, pedindo a Ele forças para combater contra essa cultura de morte que reina em nossos dias tão atribulados!
ResponderExcluirNosso Senhor abençoe todos vocês e Nossa Senhora os guarde!
A Paz!