Leia a primeira parte deste estudo aqui
Logo no início da leitura do Livro do Apocalipse ficamos sabendo da situação do Apóstolo João: ele está preso na Ilha de Patmos por causa da Palavra de Deus e de seu testemunho. Porém, ele continua unido às comunidades da Igreja, como irmão e companheiro. Tanto João quanto as comunidades vivem momentos difíceis, passando por perseguições e tribulações. Mas, assim como Jesus venceu, a fé da Igreja é que, com Ele, também ela vencerá.
A grande experiência mística de João, relatada no Livro do Apocalipse, acontece no “Dia do Senhor”, isto é, no domingo, dia em que os Cristãos sempre se reuniram para celebrar o Sacrifício e Vitória de Jesus Cristo sobre a morte. A experiência acontece por meio do Santo Espírito, o mesmo que moveu os profetas do passado e o próprio Jesus.
Logo no início da leitura do Livro do Apocalipse ficamos sabendo da situação do Apóstolo João: ele está preso na Ilha de Patmos por causa da Palavra de Deus e de seu testemunho. Porém, ele continua unido às comunidades da Igreja, como irmão e companheiro. Tanto João quanto as comunidades vivem momentos difíceis, passando por perseguições e tribulações. Mas, assim como Jesus venceu, a fé da Igreja é que, com Ele, também ela vencerá.
A grande experiência mística de João, relatada no Livro do Apocalipse, acontece no “Dia do Senhor”, isto é, no domingo, dia em que os Cristãos sempre se reuniram para celebrar o Sacrifício e Vitória de Jesus Cristo sobre a morte. A experiência acontece por meio do Santo Espírito, o mesmo que moveu os profetas do passado e o próprio Jesus.
Primeiro João ouve uma “Voz forte” que lhe dá uma ordem. Depois ele vê sete candelabros de ouro: candelabros ou castiçais são usados no culto, na celebração cristã, desde o início da cristandade; eles são de ouro, metal usado para prestar culto a Deus desde os tempos do Antigo Testamento; são “sete”, pois nesse caso representam as comunidades da Igreja e, ao mesmo tempo a totalidade da mesma Igreja (como vimos em nosso estudo anterior, que você pode conferir aqui). E João vê “Alguém”, certamente Jesus Cristo, com as seguintes características:
A Glória do Cristo nos símbolos do Apocalipse de João
# É Juiz = Filho do homem;
# Usa túnica longa = É o Sumo Sacerdote;
# É Rei = Usa o cinto de ouro;
# Tem cabelos brancos = É Divino e possui a Eternidade;
# Tem Olhos de Fogo = Tudo vê e penetra com seu Olhar;
# Tem "Pés de bronze" = É estável, firme, forte;
# Tem Voz forte = Cristo é Poderoso; não há o que temer; Ele transmite segurança;
# Mão direita com sete Estrelas = Ele é nosso protetor e nos conduz;
# Traz uma Espada afiada = Tem a revelação da Verdade, a Boa Nova de Deus para a salvação do mundo;
# Sua Face brilha = Cristo nos ilumina.
A "túnica longa e o cinto de ouro no peito” são as vestes usadas pelo Sumo Sacerdote Hebreu (cf. Ex. 28,4; 29,5; Lv 8,7), também usada pelos reis e seus amigos (cf. I Mc 10, 89; 11,58). São símbolos da Realeza e do Sacerdócio de Cristo. Os “Olhos flamejantes" e a "espada afiada" dizem que o Cristo tem a capacidade de penetrar nos mais obscuros segredos e de distinguir entre o bem e o mal. Ele é também Juiz, veio trazer julgamento.
As sete cartas, que temos nos capítulos 2 e 3, são um apelo para que as comunidades convertam-se verdadeiramente, profundamente, espiritualmente. Jesus está vivo no meio delas (2,1) e têm os responsáveis de cada comunidade (as sete estrelas) em sua mão direita. As comunidades do Apocalipse são como as de hoje: todas elas muito diferentes e com problemas específicos. A cada uma Jesus se apresenta de forma diferenciada e particular.
O Cristo conhece a vida de cada uma, reconhece o bem, repreende o mal, elogia, dá conselhos, ameaça e promete um prêmio final. As Comunidades de Esmirna e Filadélfia são as mais próximas da perfeição. A de Pérgamo é boa e má ao mesmo tempo. A de Sardes, salvo uns poucos, é toda negativa. Por último, a de Laodicéia é um desastre. Apesar disso, motivo de nossa esperança Jesus Cristo se dirige a todas elas com o mesmo Amor Divino.
As cartas seguem um esquema composto de Cinco passos:
As cartas seguem um esquema composto de Cinco passos:
I) Em primeiro lugar vem a identificação, o endereço: “Escreve ao Anjo da Igreja...”;
II) Depois temos a apresentação de Jesus Cristo, que inicia sempre com as palavras “assim diz Aquele que segura as sete estrelas na sua mão direita, ou Aquele que tem os sete Espíritos de Deus e as sete estrelas, etc.”;
III) A seguir vem o julgamento da comunidade, que inicia sempre com a Palavra “Conheço a tua conduta...”. E aponta as coisas boas e ruins de cada uma;
IV) Em quarto lugar temos um apelo particular a cada comunidade, por exemplo, “Presta atenção... (2,5), não tenhas medo ...”(2,10).
V) Por último, vem a promessa ao vencedor.
Para uma melhor compreensão do texto bíblico, antes de ler cada “carta”, é importante que conheçamos um pouco sobre cada cidade, conforme veremos em nosso próximo estudo. Até lá!
Leia a continuação deste estudo
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Bibliografia
1- RICHARD, Pablo. Apocalipse - Reconstrução da Esperança, 2ª ed. Petrópolis: Vozes, 1996.
2- BORTOLINI, Pe. José. Como ler o Apocalipse, Resistir e Denunciar. São Paulo: Paulus, 2008.
3- GALVÃO, Antônio Mesquita. Apocalipse ao Alcance de Todos. São Paulo: O Recado, 2009.
5- CORSINI, Eugênio. O Apocalipse de São João - Grande Comentário Bíblico. São Paulo: Paulinas, 1992.
6- MESTERS, Carlos. Esperança de um Povo que Luta - O Apocalipse de São João, uma Chave de Leitura. São Paulo: Paulus, 1991.
Outras fontes:
RIVERO, Pe. Jordi. Apostolado Veritatis Splendor: A prostituta do Apocalipse, a Grande Babilônia. Disponível em http://www.veritatis.com.br/apologetica/105-igreja-papado/603-a-prostituta-do-apocalipse-a-grande-babilonia desde 11/12/2006; tradução: Carlos Martins Nabeto.
* Este artigo contém trechos baseados em texto do Padre Ademir Nunes Faria.
Leia a continuação deste estudo
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Bibliografia
1- RICHARD, Pablo. Apocalipse - Reconstrução da Esperança, 2ª ed. Petrópolis: Vozes, 1996.
2- BORTOLINI, Pe. José. Como ler o Apocalipse, Resistir e Denunciar. São Paulo: Paulus, 2008.
3- GALVÃO, Antônio Mesquita. Apocalipse ao Alcance de Todos. São Paulo: O Recado, 2009.
5- CORSINI, Eugênio. O Apocalipse de São João - Grande Comentário Bíblico. São Paulo: Paulinas, 1992.
6- MESTERS, Carlos. Esperança de um Povo que Luta - O Apocalipse de São João, uma Chave de Leitura. São Paulo: Paulus, 1991.
Referência bibliográfica:
Edição Brasileira da Bíblia de Jerusalém. São Paulo: Paulinas, 1991.
The New American Bible. Nashville: Catholic Bible Press, 1987.
CARRILLO, S. El Apocalipsis. C. México: Instituto de Pastoral Bíblica, , 1998.
NUTTING, M. And God Say What?. New York: Paulist Press, 1986.
YATES, K. Nociones Esenciales del Hebreo Biblico. New York: Harper & Row Publishers, 1984.
Outras fontes:
RIVERO, Pe. Jordi. Apostolado Veritatis Splendor: A prostituta do Apocalipse, a Grande Babilônia. Disponível em http://www.veritatis.com.br/apologetica/105-igreja-papado/603-a-prostituta-do-apocalipse-a-grande-babilonia desde 11/12/2006; tradução: Carlos Martins Nabeto.
* Este artigo contém trechos baseados em texto do Padre Ademir Nunes Faria.
Alguns protestantes, tem a petulância de identificar a igreja de Laodicéia com a santa igreja romana,isso procede? Se não procede diga-me por que para que eu possa usar diante desses hereges de Lutero. Tudo de bom
ResponderExcluirPrezado Petrus, a Paz!
ResponderExcluirSão tantas invenções mirabolantes, e tão absurdas, que fica até difícil contestar... A explicação está na primeira parte deste nosso estudo sobre o Apocalipse. Reproduzo abaixo trechos que falam do significado do termo "sete igrejas":
Se cremos na Bíblia como inspirada por Deus, precisamos crer nela como um conjunto coerente e harmonioso, cujos livros se integram e complementam para proclamar a única Mensagem Divina para toda a humanidade. A Bíblia não pode proclamar uma Verdade Revelada numa página e, logo a seguir, negar ou contrariar esta mesma Verdade em outra página.
No Evangelho segundo Lucas, Jesus diz que "todo reino dividido contra si mesmo acaba em ruínas" (Lc 11,17). O Apóstolo Paulo afirma que só há uma Igreja, que é Una, pois existe em "um só Corpo e um só Espírito", que professa "um só Senhor, um só Batismo e uma só Fé" (Ef 4,5). Se existissem apenas duas "igrejas" diferentes, com doutrinas diferentes e "batismos" próprios, necessariamente apenas uma delas seria a autêntica Igreja de Jesus Cristo.
Fica, portanto, evidente que só pode haver uma única Igreja de Cristo, e esta Igreja só pode ser a mais antiga, a única que provém dos Apóstolos e guarda a sua Tradição, conforme eles mesmos nos orientaram: "Mandamo-vos, porém, irmãos, em nome de nosso Senhor Jesus Cristo, que vos aparteis de todo irmão que não anda segundo a tradição que de nós recebeu" (2Ts 3,6). A Igreja original precisa ser aquela por meio da qual Jesus se dá no Pão e no Vinho, Igreja que se reúne em torno da Sagrada Eucaristia (conf. 1Cor 11,29). Precisa ser a Igreja que cumpre a profecia de Maria Santíssima, que, cheia do Espírito Santo, declarou de si mesma: "Todas as gerações me chamarão Bem-aventurada" (Lc 1, 48). Vemos claramente que a Igreja de Jesus Cristo só pode ser a Igreja Católica Apostólica Romana, e nenhuma outra. Sendo assim, como explicar a menção às "sete igrejas" no Apocalipse?
No contexto do Apocalipse, o número 7 significa totalidade, plenitude; Segundo este princípio, o texto alude a sete anjos, sete cartas, sete selos, sete montes, sete trombetas, sete reis, sete candelabros, sete estrelas, etc... e também sete "igrejas". Tudo isso indica totalidade: a mensagem é dirigida à Igreja de Cristo em sua totalidade, a todos os filhos e filhas da Igreja, a todos os membros do Corpo Místico de Cristo, que é a própria Igreja, representada nas "sete igrejas" da Ásia.
Quando fala em "sete igrejas", o autor se refere às diferentes comunidades da única Igreja situadas nas localidades de Éfeso, Esmirna, Pérgamo, Tiatira, Sardes, Filadélfia e Laodiceia, de modo muito semelhante ao qual, atualmente, nos referimos às nossas muitas comunidades ou paróquias, dizendo, por exemplo: "visitei a 'Igreja da Sé'", ou "conheci a 'igreja da Natividade do Senhor de Caruarú'".
Não está errado dizer "Igreja da Sé", e "Igreja da Natividade do Senhor", mas não são igrejas diferentes e independentes entre si, e sim comunidades irmãs que pertencem à única Igreja, que é Católica (Universal), Apostólica (procede dos Apóstolos) e Romana (somente porque a sua sede primacial, isto é, o endereço físico do sucessor de Pedro, está localizado em Roma).
Comprovamos essa realidade observando que, de do mesmo modo, ainda que todo o conjunto dos textos da Bíblia afirme insistentemente que há um só Deus, que é Pai, Filho e Espírito Santo, sendo o Espírito Santo o responsável por todas as experiências de Deus no Apocalipse, João fala dos “Sete Espíritos de Deus” (Ap 4,5). - Assim como no caso da Igreja de Cristo, o texto também salienta a Plenitude do Espírito Santo, que é Um só, - através do número que representa a totalidade e a plenitude: uma Igreja é representada por "sete igrejas", um Espírito é representado por "sete Espíritos".