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Para uma melhor compreensão do texto bíblico, antes de ler cada carta, é importante conhecermos um pouco melhor cada cidade à qual foi destinada. Vejamos:
1) Éfeso, comunidade do "discípulo que Jesus amava"
Esta é a maior de todas as cidades das cartas do Apocalipse. Lá se encontra o mais importante porto da Ásia Menor. Como em todas as cidades do Império Romano, havia muitos templos dedicados aos deuses e deusas pagãos. O principal culto era dedicado a Ártemis, deusa da fecundidade. Também havia templos onde se cultuavam os imperadores romanos. Sua dedicação ao culto do imperador foi tanta que chegou a receber prêmios por isso.
Igreja: Nessa cidade surgiu, por volta do ano 50, uma comunidade cristã muito especial. Foi fundada por Paulo, que ali exerceu seu ministério por quase três anos. Esta é também a comunidade do Discípulo Amado, o berço do Evangelho de João.
Conteúdo desta carta
a) Títulos de Cristo: Aquele que tem em sua Mão Direita todas as comunidades da Igreja (Sete Estrelas). A Mão Direita é símbolo da Ação e Poder de Deus (cf. 2,1).
b) Mensagem: a comunidade é elogiada por sua resistência e incansável ação contra os ímpios, por ter colocado à prova e desmascarado os falsos "apóstolos" (que já existiam desde aquela época), e porque detesta os Nicolaitas. Porém, é reprovada por ter abandonado o “primeiro amor” (cf. 2, 2-4).
c) Promessa: o vencedor comerá da Arvore da Vida que está no Paraíso de Deus (cf. 2, 7).
2) Esmirna, comunidade exemplar
Enquanto centro portuário e comercial, era uma grande rival de Éfeso. Tinha uma lealdade especial para com o Império Romano. Chegou a construir um templo dedicado a deusa Roma. Também construiu um templo ao imperador Tibério. Ela era comparada a uma coroa. Aliás, o prêmio dado aos vencedores era uma coroa (2,8-11.2.1).
Igreja: a Igreja de Esmirna é formada por uma comunidade exemplar, à qual Jesus Cristo nada recrimina. É uma comunidade que sofre a tribulação e a pobreza.
Conteúdo desta carta
a) Título de Cristo: “O Primeiro e o Último, Aquele que esteve morto mas voltou à vida”(cf. 2,8).
b) Mensagem: A comunidade está numa condição de perseguição, de indigência, de hostilidade por parte daqueles que não a aceitam. Ela sofre tentações, porém se mantém fiel, “até a morte”. (cf 2,10).
c) Promessa: será preservada da “segunda morte”(cf 2,11) e receberá o dom da “Coroa da Vida”(cf 2,10).
3) Pérgamo, a tolerante
Esta cidade chegou a ser a capital da província romana na Ásia (aprox. 133 aC) e, por isso, se tornou o centro do culto imperial para toda a região. A cidade estava repleta de idolatria, e Zeus tinha lá o seu altar. Foi a primeira cidade da Ásia a construir um templo dedicado ao imperador Augusto (ano 29 d.C). Por tudo isso, João diz que nela está o “trono de Satanás”.
Havia em Pérgamo dois símbolos importantes: “A espada”, símbolo de autoridade, e a “pedrinha branca” que era entregue nos tribunais da cidade aos que eram absolvidos. Uma pedrinha branca servia também de convite para os banquetes oficiais. Nos jogos, o vencedor era premiado com uma pedra branca com o seu nome.
Igreja: a comunidade sofreu uma perseguição e já possuía um mártir, chamado Antipas. Por isso, Jesus elogia sua fidelidade. A comunidade, todavia, têm o pecado de tolerar os opositores do Reino de Deus (doutrina de Balão e dos Nicolaitas).
Conteúdo desta carta
a) Título de Cristo: Jesus é apresentado como “Aquele que tem a Espada Afiada, de dois cortes” (Cf. 2, 12), e que “luta contra os idólatras com a Espada que sai de sua Boca” (Cf. 2, 16).
b) Mensagem: Jesus chama a comunidade à conversão. Ela tem que dar testemunho contra a idolatria.
c) Promessa de recompensa: Ao vencedor é prometido o maná escondido e uma pedrinha branca, com um nome novo que ninguém conhece (Cf. 2, 17).
4) Tiatira: suas últimas obras são melhores que as primeiras
A cidade não tem importância política nem militar; é antes uma cidade de comerciantes e artesãos, organizados em corporações ou associações, que são os ancestrais dos atuais sindicatos de trabalhadores. Grande parte desses grupos ganhavam a vida lidando com fogo e metais. Como outras cidades, também em Tiatira havia cultos às suas divindades. Ali se destaca o culto a Apolo, que na Grécia antiga era tido como o deus da beleza masculina. Em Tiatira, era adorado como o deus-sol. Estudemos os textos de 2,18-29.
Igreja: A comunidade se destaca por suas obras, solidariedade, fé, serviço e resistência. Suas últimas obras são melhores do que as primeiras (ao contrário da comunidade de Éfeso). Mas também lá há pessoas, como Jezabel, que procuram corromper a comunidade.
Conteúdo da Carta
Esta é a mais longa das 7 cartas. Ao escrever à comunidade de Tiatira, João levou em conta a cultura popular e a vida dos trabalhadores dessa cidade.
a) Título de Cristo: “Aquele que tem os Olhos como chama de fogo e os Pés de bronze em brasa”. Jesus se apresenta como Divino “Metalúrgico” (cf. 2,18).
b) Mensagem: A comunidade realiza muitas obras (caridade, fé, serviço, perseverança) e está crescendo cada vez mais. A única reprovação é quanto à conduta de Jezabel e seus seguidores (cf. 2,20). Este nome é muito provavelmente também simbólico, recordando a esposa do rei Acab, a grande responsável pela idolatria em Israel no tempo de Elias (cf. 2 Reis 7,22). Diante dessa situação, o olhar penetrante de Jesus destrói tudo o que não gera vida e escraviza. O grupo de falsos profetas recebe um tempo para mudar o rumo de suas vidas. (Cf. 2,21-22).
c) Promessa: Ao vencedor é prometido governar as nações e a Estrela da Manhã (cf. 2, 26-29).
5) Sardes: morta em vida
Em Sardes, eram muito conhecidas as confecções de lã. Era a cidade da indústria têxtil. Ela era muito elogiada por sua beleza, aparentando ser uma cidade cheia de vida. Sua segurança, porém, era muito frágil, e o povo se sentia sempre ameaçado, por falta de vigilância em seus muros. Em Sardes, os atletas vencedores eram premiados com vestes brancas. Vamos ler o texto de 3,1-6.
Igreja: As coisas não andavam bem em Sardes. A Igreja está morta. A vida é apenas aparente. Somente uns poucos se mantêm fiéis. Nessa comunidade, é importante o tema da veste: a veste branca, dos mártires, que não se sujaram com a idolatria. Jesus também é mártir e está vestido de branco.
Conteúdo da Carta:
a) Título de Cristo: “Aquele que tem os Sete Espíritos de Deus e as Sete Estrelas” (Cf. 3, 1).
b) Mensagem: A comunidade está viva apenas de nome, pois na realidade está morta. Jesus não descobre nela nada de positivo. Somente algumas pessoas não sujaram a roupa (cf. 3, 4). Cristo exorta a comunidade a acordar, a reforçar o que restou, a conservar o que recebeu e ouviu, a converter-se, e vigiar.
c) Promessa: ao vencedor serão dadas vestes brancas, seu nome não será apagado do livro da Vida e o próprio Jesus Cristo vai falar o seu nome diante do Pai e dos seus Anjos (cf. 3, 5-6).
6) Filadélfia: pobre no espírito
A cidade de Filadélfia é a mais nova das 7 e foi diversas vezes destruída por terremotos, por ter sido construída sobre uma região vulcânica. Seu nome significa “fraternidade”. Aí temos templos dedicados aos imperadores Tibério, Calígula e Vespasiano. A estes eram erguidas colunas com seus nomes. Estudemos o texto de 3,7-13. 2.1)
Igreja: A comunidade de Filadélfia tem muita coisa em comum com a de Esmirna. Contra as duas o Senhor não tem nenhuma repreensão a fazer. A comunidade de Esmirna é pobre, a de Filadélfia é sem poder. As duas têm problemas com a “Sinagoga de Satanás”, e as duas esperam uma crise iminente. Embora tenha pouco poder, encontra sua única força em guardar a Palavra e na fidelidade ao projeto de Jesus.
Conteúdo da Carta
a) Título de Cristo: “Santo, Verdadeiro e que tem a Chave de Davi” (cf. 3, 7).
b) Mensagem: A comunidade de Filadélfia tem pouca força, mas foi Jesus quem abriu para
ela a porta que ninguém poderá fechar (Cf. 3, 8). Esta comunidade pequena e fraca conservou a Palavra e não renegou o nome de Jesus. Por isso, ela não tem nada de negativa.
c) Promessa: O vencedor será colocado como coluna no templo de Deus, onde será gravado o nome de Deus (Cf. 3, 12-13).
7) Laodiceia: morna
Era a cidade mais rica da região. Era conhecida por seus bancos, ('Cidade de Ouro'), sua indústria de linho e de algodão, e por sua escola médica com suas farmácias. Ali se fabricava uma pomada milagrosa para os ouvidos e um famoso colírio para os olhos. Do chão brotavam águas mornas, muito concorridas. Vamos ler atentamente esta carta, em 3, 14-22.
Igreja: a comunidade de Laodiceia é toda negativa. É uma comunidade que não é fria nem quente. O frio simboliza a indiferença do mundo pagão e rico. O quente simboliza o fervor dos cristãos, que são "pobres" ou "humildes no espírito" (Mt 5,3), sempre disponíveis para o Reino de Deus. - Mas os laodicenses querem ser ao mesmo tempo ricos (frios) e cristãos (quentes). Esta comunidade é também marcada pela auto-suficiência e orgulho (cf. 3, 17).
Conteúdo desta carta
a) Título de Cristo: “O Amém, a Testemunha Fiel e Verdadeira, o Principio da Criação de Deus” (cf. 3, 14). Amém significa fidelidade permanente. Jesus é o Amém de Deus.
b) Mensagem: o Senhor não encontra nada de bom na comunidade, por isso diz que ela é morna, cheia de si, infiel, pobre, cega, nua, (cf. 3, 17). Será rejeitada. Mas há solução! É só comprar do ouro que Cristo oferece, vestir-se de suas vestes, usar do seu colírio (cf. 3, 18-19).
c) Promessa: aqui temos uma das mais belas Promessas de Jesus: “Eis que bato à porta; se alguém abrir, entrarei em sua casa e faremos juntos a refeição” (cf. 3,20). Ao vencedor é prometido sentar-se com o Cristo em seu Trono (cf. 3, 21).
Leia a continuação deste estudo
_____________
Bibliografia
1- RICHARD, Pablo. Apocalipse - Reconstrução da Esperança, 2ª ed. Petrópolis: Vozes, 1996.
2- BORTOLINI, Pe. José. Como ler o Apocalipse, Resistir e Denunciar. São Paulo: Paulus, 2008.
3- GALVÃO, Antônio Mesquita. Apocalipse ao Alcance de Todos. São Paulo: O Recado, 2009.
5- CORSINI, Eugênio. O Apocalipse de São João - Grande Comentário Bíblico. São Paulo: Paulinas, 1992.
6- MESTERS, Carlos. Esperança de um Povo que Luta - O Apocalipse de São João, uma Chave de Leitura. São Paulo: Paulus, 1991.
Referência bibliográfica:
Edição Brasileira da Bíblia de Jerusalém. São Paulo: Paulinas, 1991.
The New American Bible. Nashville: Catholic Bible Press, 1987.
Para uma melhor compreensão do texto bíblico, antes de ler cada carta, é importante conhecermos um pouco melhor cada cidade à qual foi destinada. Vejamos:
1) Éfeso, comunidade do "discípulo que Jesus amava"
Esta é a maior de todas as cidades das cartas do Apocalipse. Lá se encontra o mais importante porto da Ásia Menor. Como em todas as cidades do Império Romano, havia muitos templos dedicados aos deuses e deusas pagãos. O principal culto era dedicado a Ártemis, deusa da fecundidade. Também havia templos onde se cultuavam os imperadores romanos. Sua dedicação ao culto do imperador foi tanta que chegou a receber prêmios por isso.
Igreja: Nessa cidade surgiu, por volta do ano 50, uma comunidade cristã muito especial. Foi fundada por Paulo, que ali exerceu seu ministério por quase três anos. Esta é também a comunidade do Discípulo Amado, o berço do Evangelho de João.
Conteúdo desta carta
a) Títulos de Cristo: Aquele que tem em sua Mão Direita todas as comunidades da Igreja (Sete Estrelas). A Mão Direita é símbolo da Ação e Poder de Deus (cf. 2,1).
b) Mensagem: a comunidade é elogiada por sua resistência e incansável ação contra os ímpios, por ter colocado à prova e desmascarado os falsos "apóstolos" (que já existiam desde aquela época), e porque detesta os Nicolaitas. Porém, é reprovada por ter abandonado o “primeiro amor” (cf. 2, 2-4).
c) Promessa: o vencedor comerá da Arvore da Vida que está no Paraíso de Deus (cf. 2, 7).
2) Esmirna, comunidade exemplar
Enquanto centro portuário e comercial, era uma grande rival de Éfeso. Tinha uma lealdade especial para com o Império Romano. Chegou a construir um templo dedicado a deusa Roma. Também construiu um templo ao imperador Tibério. Ela era comparada a uma coroa. Aliás, o prêmio dado aos vencedores era uma coroa (2,8-11.2.1).
Igreja: a Igreja de Esmirna é formada por uma comunidade exemplar, à qual Jesus Cristo nada recrimina. É uma comunidade que sofre a tribulação e a pobreza.
Conteúdo desta carta
a) Título de Cristo: “O Primeiro e o Último, Aquele que esteve morto mas voltou à vida”(cf. 2,8).
b) Mensagem: A comunidade está numa condição de perseguição, de indigência, de hostilidade por parte daqueles que não a aceitam. Ela sofre tentações, porém se mantém fiel, “até a morte”. (cf 2,10).
c) Promessa: será preservada da “segunda morte”(cf 2,11) e receberá o dom da “Coroa da Vida”(cf 2,10).
3) Pérgamo, a tolerante
Esta cidade chegou a ser a capital da província romana na Ásia (aprox. 133 aC) e, por isso, se tornou o centro do culto imperial para toda a região. A cidade estava repleta de idolatria, e Zeus tinha lá o seu altar. Foi a primeira cidade da Ásia a construir um templo dedicado ao imperador Augusto (ano 29 d.C). Por tudo isso, João diz que nela está o “trono de Satanás”.
Havia em Pérgamo dois símbolos importantes: “A espada”, símbolo de autoridade, e a “pedrinha branca” que era entregue nos tribunais da cidade aos que eram absolvidos. Uma pedrinha branca servia também de convite para os banquetes oficiais. Nos jogos, o vencedor era premiado com uma pedra branca com o seu nome.
Igreja: a comunidade sofreu uma perseguição e já possuía um mártir, chamado Antipas. Por isso, Jesus elogia sua fidelidade. A comunidade, todavia, têm o pecado de tolerar os opositores do Reino de Deus (doutrina de Balão e dos Nicolaitas).
Conteúdo desta carta
a) Título de Cristo: Jesus é apresentado como “Aquele que tem a Espada Afiada, de dois cortes” (Cf. 2, 12), e que “luta contra os idólatras com a Espada que sai de sua Boca” (Cf. 2, 16).
b) Mensagem: Jesus chama a comunidade à conversão. Ela tem que dar testemunho contra a idolatria.
c) Promessa de recompensa: Ao vencedor é prometido o maná escondido e uma pedrinha branca, com um nome novo que ninguém conhece (Cf. 2, 17).
4) Tiatira: suas últimas obras são melhores que as primeiras
A cidade não tem importância política nem militar; é antes uma cidade de comerciantes e artesãos, organizados em corporações ou associações, que são os ancestrais dos atuais sindicatos de trabalhadores. Grande parte desses grupos ganhavam a vida lidando com fogo e metais. Como outras cidades, também em Tiatira havia cultos às suas divindades. Ali se destaca o culto a Apolo, que na Grécia antiga era tido como o deus da beleza masculina. Em Tiatira, era adorado como o deus-sol. Estudemos os textos de 2,18-29.
Igreja: A comunidade se destaca por suas obras, solidariedade, fé, serviço e resistência. Suas últimas obras são melhores do que as primeiras (ao contrário da comunidade de Éfeso). Mas também lá há pessoas, como Jezabel, que procuram corromper a comunidade.
Conteúdo da Carta
Esta é a mais longa das 7 cartas. Ao escrever à comunidade de Tiatira, João levou em conta a cultura popular e a vida dos trabalhadores dessa cidade.
a) Título de Cristo: “Aquele que tem os Olhos como chama de fogo e os Pés de bronze em brasa”. Jesus se apresenta como Divino “Metalúrgico” (cf. 2,18).
b) Mensagem: A comunidade realiza muitas obras (caridade, fé, serviço, perseverança) e está crescendo cada vez mais. A única reprovação é quanto à conduta de Jezabel e seus seguidores (cf. 2,20). Este nome é muito provavelmente também simbólico, recordando a esposa do rei Acab, a grande responsável pela idolatria em Israel no tempo de Elias (cf. 2 Reis 7,22). Diante dessa situação, o olhar penetrante de Jesus destrói tudo o que não gera vida e escraviza. O grupo de falsos profetas recebe um tempo para mudar o rumo de suas vidas. (Cf. 2,21-22).
c) Promessa: Ao vencedor é prometido governar as nações e a Estrela da Manhã (cf. 2, 26-29).
5) Sardes: morta em vida
Em Sardes, eram muito conhecidas as confecções de lã. Era a cidade da indústria têxtil. Ela era muito elogiada por sua beleza, aparentando ser uma cidade cheia de vida. Sua segurança, porém, era muito frágil, e o povo se sentia sempre ameaçado, por falta de vigilância em seus muros. Em Sardes, os atletas vencedores eram premiados com vestes brancas. Vamos ler o texto de 3,1-6.
Igreja: As coisas não andavam bem em Sardes. A Igreja está morta. A vida é apenas aparente. Somente uns poucos se mantêm fiéis. Nessa comunidade, é importante o tema da veste: a veste branca, dos mártires, que não se sujaram com a idolatria. Jesus também é mártir e está vestido de branco.
Conteúdo da Carta:
a) Título de Cristo: “Aquele que tem os Sete Espíritos de Deus e as Sete Estrelas” (Cf. 3, 1).
b) Mensagem: A comunidade está viva apenas de nome, pois na realidade está morta. Jesus não descobre nela nada de positivo. Somente algumas pessoas não sujaram a roupa (cf. 3, 4). Cristo exorta a comunidade a acordar, a reforçar o que restou, a conservar o que recebeu e ouviu, a converter-se, e vigiar.
c) Promessa: ao vencedor serão dadas vestes brancas, seu nome não será apagado do livro da Vida e o próprio Jesus Cristo vai falar o seu nome diante do Pai e dos seus Anjos (cf. 3, 5-6).
6) Filadélfia: pobre no espírito
A cidade de Filadélfia é a mais nova das 7 e foi diversas vezes destruída por terremotos, por ter sido construída sobre uma região vulcânica. Seu nome significa “fraternidade”. Aí temos templos dedicados aos imperadores Tibério, Calígula e Vespasiano. A estes eram erguidas colunas com seus nomes. Estudemos o texto de 3,7-13. 2.1)
Igreja: A comunidade de Filadélfia tem muita coisa em comum com a de Esmirna. Contra as duas o Senhor não tem nenhuma repreensão a fazer. A comunidade de Esmirna é pobre, a de Filadélfia é sem poder. As duas têm problemas com a “Sinagoga de Satanás”, e as duas esperam uma crise iminente. Embora tenha pouco poder, encontra sua única força em guardar a Palavra e na fidelidade ao projeto de Jesus.
Conteúdo da Carta
a) Título de Cristo: “Santo, Verdadeiro e que tem a Chave de Davi” (cf. 3, 7).
b) Mensagem: A comunidade de Filadélfia tem pouca força, mas foi Jesus quem abriu para
ela a porta que ninguém poderá fechar (Cf. 3, 8). Esta comunidade pequena e fraca conservou a Palavra e não renegou o nome de Jesus. Por isso, ela não tem nada de negativa.
c) Promessa: O vencedor será colocado como coluna no templo de Deus, onde será gravado o nome de Deus (Cf. 3, 12-13).
7) Laodiceia: morna
Era a cidade mais rica da região. Era conhecida por seus bancos, ('Cidade de Ouro'), sua indústria de linho e de algodão, e por sua escola médica com suas farmácias. Ali se fabricava uma pomada milagrosa para os ouvidos e um famoso colírio para os olhos. Do chão brotavam águas mornas, muito concorridas. Vamos ler atentamente esta carta, em 3, 14-22.
Igreja: a comunidade de Laodiceia é toda negativa. É uma comunidade que não é fria nem quente. O frio simboliza a indiferença do mundo pagão e rico. O quente simboliza o fervor dos cristãos, que são "pobres" ou "humildes no espírito" (Mt 5,3), sempre disponíveis para o Reino de Deus. - Mas os laodicenses querem ser ao mesmo tempo ricos (frios) e cristãos (quentes). Esta comunidade é também marcada pela auto-suficiência e orgulho (cf. 3, 17).
Conteúdo desta carta
a) Título de Cristo: “O Amém, a Testemunha Fiel e Verdadeira, o Principio da Criação de Deus” (cf. 3, 14). Amém significa fidelidade permanente. Jesus é o Amém de Deus.
b) Mensagem: o Senhor não encontra nada de bom na comunidade, por isso diz que ela é morna, cheia de si, infiel, pobre, cega, nua, (cf. 3, 17). Será rejeitada. Mas há solução! É só comprar do ouro que Cristo oferece, vestir-se de suas vestes, usar do seu colírio (cf. 3, 18-19).
c) Promessa: aqui temos uma das mais belas Promessas de Jesus: “Eis que bato à porta; se alguém abrir, entrarei em sua casa e faremos juntos a refeição” (cf. 3,20). Ao vencedor é prometido sentar-se com o Cristo em seu Trono (cf. 3, 21).
Leia a continuação deste estudo
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Bibliografia
1- RICHARD, Pablo. Apocalipse - Reconstrução da Esperança, 2ª ed. Petrópolis: Vozes, 1996.
2- BORTOLINI, Pe. José. Como ler o Apocalipse, Resistir e Denunciar. São Paulo: Paulus, 2008.
3- GALVÃO, Antônio Mesquita. Apocalipse ao Alcance de Todos. São Paulo: O Recado, 2009.
5- CORSINI, Eugênio. O Apocalipse de São João - Grande Comentário Bíblico. São Paulo: Paulinas, 1992.
6- MESTERS, Carlos. Esperança de um Povo que Luta - O Apocalipse de São João, uma Chave de Leitura. São Paulo: Paulus, 1991.
Referência bibliográfica:
Edição Brasileira da Bíblia de Jerusalém. São Paulo: Paulinas, 1991.
The New American Bible. Nashville: Catholic Bible Press, 1987.
CARRILLO, S. El Apocalipsis. C. México: Instituto de Pastoral Bíblica, , 1998.
NUTTING, M. And God Say What?. New York: Paulist Press, 1986.
YATES, K. Nociones Esenciales del Hebreo Biblico. New York: Harper & Row Publishers, 1984.
Outras fontes:
RIVERO, Pe. Jordi. Apostolado Veritatis Splendor: A prostituta do Apocalipse, a Grande Babilônia. Disponível em http://www.veritatis.com.br/apologetica/105-igreja-papado/603-a-prostituta-do-apocalipse-a-grande-babilonia desde 11/12/2006; tradução: Carlos Martins Nabeto.
* Este artigo contém trechos baseados em texto do Padre Ademir Nunes Faria.
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