"Eis que estou convosco até o fim do mundo" |
Uma leitora deste blog, identificada sob o pseudônimo (nickname) "Musicalmente", deixou-nos o seguinte comentário à postagem "O Sinal da Cruz", replicando uma outra resposta nossa:
"Quero humildemente pedir perdão aos irmãos, não quis em momento algum confrontar alguém, ou dizer que Católicos estão errados e Crentes certos. Apenas sinto o desejo no coração de entender o porquê das nossas diferenças de crenças, sendo que Servimos o mesmo Deus.
Bem quando escrevi 'sou cristão, evangélico, católico apostólico, enfim, sou um irmão em Cristo Jesus...', Não citei 'várias Religiões' mas sim, vários Adjetivos para uma religião apenas, a Evangélica. Não generalizei, apenas afirmei minha religião, o Protestante é Católico Apostólico. O Católico é Católico Apostólico Romano.
Bem quando escrevi 'sou cristão, evangélico, católico apostólico, enfim, sou um irmão em Cristo Jesus...', Não citei 'várias Religiões' mas sim, vários Adjetivos para uma religião apenas, a Evangélica. Não generalizei, apenas afirmei minha religião, o Protestante é Católico Apostólico. O Católico é Católico Apostólico Romano.
Quando escrevi sobre 'Fechar o corpo' não estava criticando ou comparando a Religião Católica com o Candomblé, por exemplo, apenas estava passando aos irmãos o que 3 Católicos me falaram quando perguntei a eles, porque vocês fazem o sinal da Cruz?
O Primeiro me disse: 'Ah, vou procurar saber e amanhã te falo'.
O Segundo me disse: 'Ah, por causa da santíssima trindade'.
O Terceiro me disse: 'Cara, primeiro porque é como se eu estivesse me benzendo, me fechando contra as coisas ruins, segundo para lembrar a santíssima trindade'.
Enfim, não escrevi dos côco, escrevi o que me disseram, mas mesmo assim peço perdão. Peço perdão também por ter citado Constantino, eu realmente não sabia sobre Hipólito e sua doutrina, agora sei de onde vem o crédulo da sua Igreja, e respeito, não concordo com algumas doutrinas por vários motivos, mas realmente respeito."
Prezada "Musicalmente", a Paz de Cristo!
Bem, em primeiro lugar, não é preciso se desculpar. As dúvidas e sinceras opiniões, expressadas respeitosamente, assim como o legítimo debate de ideias, são sempre bem-vindos neste blog. É para isso que ele existe: para ser um auxiliar no esclarecimento da Fé católica e apostólica. Em segundo lugar, saiba que também os católicos compartilham dessa angústia em ver tanta desunião entre pessoas que professam a fé no mesmo Deus e no mesmo único Salvador: Jesus Cristo.
A partir daí, aparecem alguns pontos muitíssimo interessantes no seu comentário, que demonstram a grave desinformação sobre alguns pontos fundamentais da verdadeira doutrina da Igreja Católica Apostólica Romana, e que precisam ser bem esclarecidos. Entre os leigos existe, hoje, uma extrema ignorância teológica, que predomina tanto entre católicos quanto “evangélicos”. A constatação e comprovação da existência e do predomínio dessa ignorância profunda foi um dos principais motivos que me levaram a iniciar este apostolado: nosso objetivo essencial é o esclarecimento da verdade, pura e simplesmente.
Hoje existem tantas calúnias, mentiras e informações falsas ou equivocadas sendo divulgadas sobre o catolicismo (inclusive por católicos, e até por padres e bispos!) que a equipe Voz da Igreja (constituída por membros da Pastoral da Comunicação dirigidos por um sacerdote, com aprovação episcopal) assumiu como tarefa urgentíssima, simplesmente, o resgate da verdade. Nada mais, nada menos. Não pretendemos “obrigar” ninguém a ser católico, nem a conversão das almas é a nossa finalidade principal: assim como um conhecido programa de TV, queremos simplesmente esclarecer o que é fato e o que é mito; o que a Igreja realmente é e o que ela não é; o que ela ensina e o que não ensina. Queremos apresentar, da maneira mais clara e objetiva possível, a realidade. A partir daí, de posse dos fatos, cada um tire suas conclusões e faça suas escolhas.
Hoje existem tantas calúnias, mentiras e informações falsas ou equivocadas sendo divulgadas sobre o catolicismo (inclusive por católicos, e até por padres e bispos!) que a equipe Voz da Igreja (constituída por membros da Pastoral da Comunicação dirigidos por um sacerdote, com aprovação episcopal) assumiu como tarefa urgentíssima, simplesmente, o resgate da verdade. Nada mais, nada menos. Não pretendemos “obrigar” ninguém a ser católico, nem a conversão das almas é a nossa finalidade principal: assim como um conhecido programa de TV, queremos simplesmente esclarecer o que é fato e o que é mito; o que a Igreja realmente é e o que ela não é; o que ela ensina e o que não ensina. Queremos apresentar, da maneira mais clara e objetiva possível, a realidade. A partir daí, de posse dos fatos, cada um tire suas conclusões e faça suas escolhas.
Então, por exemplo, se alguém afirma por aí que a Igreja ensina a “adorar” os santos, ou que os santos salvam, o nosso trabalho é simplesmente mostrar e provar que isso não é verdade, que a Igreja nunca disse que devemos "adorar" os santos, e que sempre proclamou categoricamente que só Jesus Cristo salva. Somos aplicados no sentido de apresentar as devidas fontes e referências bibliográficas do que estamos afirmando, além da coerência e fidelidade às Escrituras, à Tradição dos Apóstolos e ao Magistério da Igreja.
Em sua mensagem, "Musicalmente", você me dá a oportunidade perfeita para explicar como cumprimos essa tarefa tão complexa, de esclarecer a verdade, demonstrando fatos objetivos, claros e concretos, que não podem ser negados. Vamos lá:
Em sua mensagem, "Musicalmente", você me dá a oportunidade perfeita para explicar como cumprimos essa tarefa tão complexa, de esclarecer a verdade, demonstrando fatos objetivos, claros e concretos, que não podem ser negados. Vamos lá:
Você diz que usar os termos “cristão”, “evangélico” ou “católico apostólico” não faz diferença, pois seriam apenas adjetivos diferentes para aqueles que praticam uma única religião, que seria a “evangélica”. No seu entendimento, os chamados protestantes são católicos apostólicos, e os chamados católicos são católicos apostólicos romanos...
Fica claro que, dentro dessa visão das coisas, a palavrinha que faz toda a diferença, nesse caso, é esta: “romano”. E nesse ponto exato eu preciso abrir grandes parênteses para informá-la que a realidade é bem diferente disso! Vamos olhar a questão mais de perto, para que não fique nenhuma dúvida:
O termo “católico”, como você certamente já sabe, vem do grego katholikós, que deriva da combinação de duas palavras: kata, que quer dizer "referente a", e holos, que significa "totalidade; integralidade, universalidade". De acordo com o Dicionário Oxford de Etimologia Inglesa, o termo “católico” surge de uma palavra grega cujo significado é relativo à “totalidade” algo que é “universal”[1].
Nos seus primeiros anos, a Igreja era singela e pequena, tanto geograficamente quanto numericamente. Nas primeiras décadas, a Igreja concentrava-se na área de Jerusalém e era constituída principalmente de judeus. Entretanto, conforme a Igreja crescia e se espalhava pelo Império Romano, foi incorporando judeus e gentios, ricos e pobres, livres e escravos; gregos e romanos, homens e mulheres de toda tribo e idioma. Por volta do terceiro século, a cada dez pessoas no Império Romano, uma era cristã, e já eram chamadas de católicas[2]. Do mesmo modo que o termo “Trindade” foi considerado teologicamente apropriado para falar da Natureza do Deus Uno, assim também o termo católico para descrever a natureza do Corpo de Cristo: a Igreja[3].
As igrejas protestantes, assim como a católica, não são fechadas a um determinado grupo, nação ou cultura. São universais, isto é, estão abertas a todos que se dispõem a abraçar a sua fé. Portanto, literalmente falando, não estaria errado dizer que as igrejas protestantes, em algum sentido, são católicas ou universais. Por outro lado, historicamente, culturalmente e tradicionalmente, em todo o mundo, o termo "Igreja Católica" é usado para designar uma só Igreja: a primeira Igreja, a mais antiga, a que está sediada em Roma e observa a autoridade do Papa.
Por outro lado, é aqui que a questão fica mais importante: as igrejas protestantes, sejam as históricas (como a luterana, a presbiteriana e a episcopal anglicana*), sejam as pentecostais e neopentecostais, nenhuma delas é apostólica. As igrejas protestantes começaram a surgir a partir do século XVI, com o protesto do monge rebelde Martinho Lutero (1483-1546). A dita “reforma” protestante caracteriza-se, entre outras coisas, exatamente por descartar a autoridade da Igreja, a obediência ao Papa e à observação à Tradição dos Apóstolos, centrando-se unicamente na observação das Escrituras (a chamada sola scriptura) e na confissão da Fé em Cristo (sola fide)[4]. Portanto, não é e nem poderia ser "apostólica" uma igreja que não observe a Tradição da Igreja, que procede dos Apóstolos.
Nesse sentido, estariam mais corretas (ou pelo menos seriam mais coerentes) as denominações que adotam títulos como os da “Igreja Bíblica da Paz”, da “Igreja Bíblica Missionária” ou “Igreja Pentecostal da Bíblia”, entre tantas outras. As igrejas protestantes podem pretender o título de "igrejas bíblicas", no sentido de que se baseiam exclusivamente em sua interpretação particular da Bíblia. Mas nunca, jamais, o título de "apostólicas". Somente uma Igreja deriva diretamente do tempo dos Apóstolos e conserva a sua Tradição: a católica apostólica romana.
E por quê romana? Os inimigos da Igreja cismam com esse título, sendo que muitos chegam a diminui-lo, chamando a Igreja apenas de "igreja romana", como se isso fosse alguma ofensa... Finalizando essa questão, resta entender, então, de uma vez por todas, que a Igreja Católica Apostólica só é chamada também romana porque o endereço da sua sede primacial está localizado em Roma. Apenas isso. De fato, a Igreja, atuando neste mundo, precisa ter um endereço, um referencial físico e postal, que é o do Bispo de Roma, feito Chefe visível por Cristo. Em consequência, a Igreja Católica recebe, como uma espécie de "subtítulo", a designação "romana", e isso em nada contraria a sua catolicidade ou universalidade. De modo semelhante, Jesus, Salvador de todos os homens, foi chamado "Nazareno", porque, convivendo entre os homens, estando no mundo, habitou a cidade de Nazaré: da mesmíssima maneira se dá com o nome dado à Igreja que Ele instituiu neste mundo. Falamos mais sobre este assunto aqui.
Esclarecido este ponto, passo à próxima questão trazida pela sua mensagem, "Musicalmente", que por sinal nos leva a um outro ponto também muitíssimo importante: quais são as legítimas fontes que devemos consultar para conhecer o que é e o que não é catolicismo? Você nos traz um interessantíssimo testemunho, em que relata as repostas que obteve ao consultar três católicos quanto ao significado do Sinal da Cruz:
Do primeiro: “Ah, vou procurar saber e amanhã te falo”;
Do segundo: “Ah, é por causa da Santíssima Trindade”;
Do terceiro: “Cara, primeiro porque é como se eu estivesse me benzendo, me fechando contra as coisas ruins, segundo para lembrar a Santíssima Trindade”.
Agradeço especialmente ter vindo compartilhar essa sua experiência, que nos leva a refletir, primeiro, sobre uma realidade para a qual eu mesmo venho chamando a atenção, neste blog e sempre que tenho oportunidade: a má ou péssima formação dos católicos, atualmente. Sim, isso é a mais pura verdade: a formação dos católicos é ruim, e poucos sabem explicar satisfatoriamente a sua própria fé. A catequese, tanto de crianças quanto de adultos, precisa ser revista urgentemente! Trata-se de um problema bastante complexo, cujas causas não cabe avaliar neste momento.
Mas o católico, em geral, como que "intui" muito bem as coisas essenciais da sua fé, mesmo quando não sabe explicar em palavras em que crê e o que pratica. Isso, de um modo ou de outro, sempre reforça a nossa fé de que somos Igreja de Cristo, assistida pelo Espírito Santo, que nunca nos abandona. Veja que, neste caso, nós poderíamos refletir sobre as respostas que você obteve de um outro modo completamente diferente: o primeiro confessou a sua ignorância e ficou de buscar a informação correta, - o que não é nenhuma vergonha, ao contrário: foi uma atitude cristã. - O segundo não falou errado, pois o Sinal da Cruz é um ato de reverência e adoração ao Pai, ao Filho e ao Espírito Santo, isto é, a Santíssima Trindade. - Exatamente por esse motivo, assim como disse o terceiro, cremos que fazer o Sinal da Cruz é também uma forma de afastar as más influências e tentações, pois, quando reverenciamos a Deus, afastamos o demônio e todas as "coisas ruins".
Mas o católico, em geral, como que "intui" muito bem as coisas essenciais da sua fé, mesmo quando não sabe explicar em palavras em que crê e o que pratica. Isso, de um modo ou de outro, sempre reforça a nossa fé de que somos Igreja de Cristo, assistida pelo Espírito Santo, que nunca nos abandona. Veja que, neste caso, nós poderíamos refletir sobre as respostas que você obteve de um outro modo completamente diferente: o primeiro confessou a sua ignorância e ficou de buscar a informação correta, - o que não é nenhuma vergonha, ao contrário: foi uma atitude cristã. - O segundo não falou errado, pois o Sinal da Cruz é um ato de reverência e adoração ao Pai, ao Filho e ao Espírito Santo, isto é, a Santíssima Trindade. - Exatamente por esse motivo, assim como disse o terceiro, cremos que fazer o Sinal da Cruz é também uma forma de afastar as más influências e tentações, pois, quando reverenciamos a Deus, afastamos o demônio e todas as "coisas ruins".
De qualquer modo, querida "Musicalmente", observe que você cometeu um erro bastante ingênuo, para não dizer infantil, e que é um erro muito comum: você foi buscar respostas para as suas dúvidas consultando leigos católicos, ao invés de ir procurar nas fontes “oficiais” e/ou fidedignas da Igreja. Devo orientá-la a consultar em primeiro lugar, numa oportunidade futura, o Catecismo da Igreja Católica (CIC). Este conselho tão simples vale ouro para todo aquele que tem a honesta intenção de realmente conhecer o que é o catolicismo. Já me deparei com os maiores absurdos sendo afirmados e reafirmados sobre a Igreja Católica, por pessoas muitas vezes até bem intencionadas, mas que se baseavam exclusivamente nas conclusões que tiravam do testemunho de indivíduos que se "achavam" católicos.
O Sinal da Cruz, para os católicos, é um Sinal Sacramental, como o gesto de impor as mãos sobre uma pessoa que se está abençoando, a unção com o óleo da oliveira ou o uso da água no Batismo, por exemplo. Sinais Sacramentais “são sinais sagrados por meio dos quais se significam e se obtêm, pela oração da Igreja, efeitos principalmente de ordem espiritual (...), e são santificadas as várias circunstâncias da vida" (CIC §1667-8). Segundo o Catecismo, o Sinal da Cruz “manifesta a marca de Cristo impressa naquele que lhe pertence, e significa a Graça da Redenção que Cristo nos adquiriu por sua cruz” (CIC §1235).
Se eu quero saber alguma coisa sobre uma determinada instituição, qual é o meio mais certo para obter informações seguras e confiáveis? Ouvir "o que dizem por aí”? Ou consultar as fontes oficiais, atestadas por aquela instituição?
Finalmente, chegamos à última parte do seu comentário, que traz uma outra questão muito importante. Você se desculpa por citar Constantino, mas eu gostaria de esclarecer que o problema não é citar Constantino, que teve o seu papel e sua importância na história da Igreja, sem dúvida: o problema é citá-lo num contexto tão irreal e tão absurdo, que provém de uma teoria conspiratória absolutamente ridícula, e que, infelizmente, parece ganhar espaço nas mentes das pessoas despreparadas. Chegam a dizer que Constantino fundou a Igreja! Realmente não me parece que você se inclua entre estes ignorantes, ingênuos e, muitas vezes, mal intencionados: você me parece uma pessoa esclarecida, que gosta de estudar e se interessa pela História e pelo fundamento das coisas.
Como você já descobriu e reconhece, o Sinal da Cruz já era praticado pela Igreja primitiva, a Igreja dos primeiros séculos, e consta em diversos documentos muito antigos. Além disso, muitos historiadores aceitam como legítima a possibilidade de o Sinal da Cruz ter sido uma prática comum já à primeira geração de cristãos, isto é, da Igreja do tempo dos Apóstolos. Segundo uma tradição antiquíssima, o Sinal da Cruz teria sido feito pelo próprio Senhor Jesus Cristo, em sua gloriosa Ascensão, quando abençoou os discípulos com este símbolo de sua Paixão Redentora. Os Apóstolos e demais discípulos teriam, a partir daí, propagado esse santo gesto de reverência ao Sacrifício do Senhor em suas missões. - As diversas citações à cruz nas como glória e sinal dos cristãos, seja nas epístolas de Paulo (como Gálatas 6, 14 e Efésios 2, 16) seja em diversas passagens dos Evangelhos (como Mateus 10, 38, Lucas 9, 23 e 14, 27, por exemplo) permitem aceitar essa teoria como perfeitamente plausível. - Mas, ainda que não tenha sido dado diretamente pelo Senhor, a finalidade e a história do Sinal da Cruz garantem a sua legitimidade como sinal cristão.
Concluindo então este último tópico, a questão aqui não é citar Constantino, como poderiam ser citados Hipólito, Tertuliano, Cipriano de Cartago ou algum outro. A questão surgiu pelo fato de ter-se afirmado que o Sinal da Cruz deriva de uma tradição humana, que não tenha fundamento no Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo. Nada mais distante da realidade! O Senhor afirmou, categoricamente, que a Cruz é Sinal do Cristão, ao dizer: “Quem não levar a sua cruz, e não vier após mim, não pode ser meu discípulo" (Lucas 14, 27). Além de tudo isso, diversos achados arqueológicos já demonstraram, incontestavelmente, que os primeiros cristãos tinham a cruz como símbolo sagrado, como as marcas e inscrições nas catacumbas de Roma ou mesmo nas ruínas do Egito, onde os primeiros cristãos se ocultavam da perseguição romana.
Finalizando, mais uma vez agradeço pelo seu comentário, que foi uma valiosa oportunidade para esclarecer tantos pontos importantes ao nosso público. Que Deus a abençoe e guarde, e lhe conceda sabedoria!
Henrique Sebastião
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Fontes:
[1] ONIONS, C.T. The Oxford Dictionary of English Etymology. New York, NY: Oxford University Press, 1983
[2] Santo Inácio de Antioquia (Epístola aos Esmirniotas)[3] São Policarpo de Esmirna (Epístola da Igreja em Esmirna)
[4] DREHER, Martin N. A Crise e a Renovação da Igreja no Período da Reforma, 4ª ed. S. Leopoldo: Sinodal, 2006, p. 125 & LENZENWEGER, Josef et. al. História da Igreja Católica. São Paulo: Loyola, 2006
* As igrejas luterana, presbiteriana e episcopal anglicana, juntamente com a Igreja Católica, integram o Conselho Nacional de Igrejas Cristãs e participam, unidas, em diversas ações ecumênicas.
Referência bibliográfica:
COLLINS, Michael. História do Cristianismo. São Paulo: Loyola, 1999CHAPPIN, Marcel. Introdução à História da Igreja. São Paulo: Loyola, 1999
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Eu não conhecia este blog, amei,tudo o que eu precisava, aprendi muito com a bíblia e também com o CIC, pois dou catequese para adultos, mais eu buscava algo que me falasse mais completo e fácil. obrigada, Deus os abençõe. Cleide Helena
ResponderExcluirSe Pedro foi o primeiro papa e bíblia relata a cura da "sogra de Pedro" por Jesus, significa que Pedro teve mulher e por que os papas posteriores não casam? A conclusão que se pode tirar é que se papa ou padre casar e vier a falecer, quem pagará a pensão a viúva e órfãos é a Igreja, e ela não quer usar sua riqueza para este fim! A bíblia também fala em Romanos 3:11 "Não há um justo sequer" então por que confiam na infabilidade papal? Ele é um homem como todos os outros com qualidades, desejos e pecados. Espero que percebam a crítica CONSTRUTIVA com o intuito de esclarecer e respondam com amor conforme pregam na religião, não é o que temos visto nos católicos!
ResponderExcluirAnônimo, você levanta duas questões diferentes.
ResponderExcluirPrimeiro, a questão do celibato sacerdotal, e aí aproveita para divulgar uma grande bobagem que de vez em quando ouvimos por aí, da boca de algum pobre ignorante: que os motivos da tradição do celibato dos padres seriam financeiros.
Em segundo lugar, você menciona a infalibilidade papal, a qual demonstra não compreender.
Você diz que suas críticas construtivas, e as críticas são sempre bem-vindas por aqui, pois muito nos auxiliam em nosso trabalho. Mas, honestamente, não vimos crítica em seu comentário, e sim alguns questionamentos típicos de quem não conhece a doutrina cristã. Vamos, então, aos esclarecimentos:
Primeiro, Pedro sem dúvida foi casado, mas antes de conhecer Jesus Cristo. Antes, portanto, do surgimento do cristianismo e da Igreja de Cristo, que é a coluna e fundamento da Verdade para aquele que crê (1Tm 3,14-15). Portanto, as regras da Igreja ainda não existiam; então, não podem se aplicar a Pedro.
Por outro lado, o próprio Pedro, primeiro Papa e Bispo de Roma, tornou-se celibatário após a sua viuvez, sendo que ele mesmo o confirma em sua declaração: “'Vê, nós abandonamos tudo e te seguimos'. E Jesus lhe respondeu ‘em verdade vós declaro: ninguém há que tenha deixado por amor ao Reino de Deus casa, mulher, irmãos, pais ou filhos, que não receba muito mais neste mundo, e no mundo vindouro a vida eterna'.” (Lc 18, 28-30).
Nosso Senhor também declarou: “Há eunucos que o são desde o ventre de suas mães, há eunucos tornados tais pelos homens e há os que a si mesmo se fizeram eunucos por amor do Reino dos Céus” (Mt 19, 12).
Nem todos são capazes do sacrifício de renunciar aos prazeres da carne para devotar-se exclusivamente ao serviço divino; é um dom de Deus, dado àqueles que o pedem, desejam e se esforçam por adquiri-lo. O que aos homens é impossível, é possível a Deus (Mt 19, 26).
A Igreja parte deste modelo de vida para os sacerdotes, chamados a fazerem-se eunucos por amor ao Reino Eterno, e foi por intermédio do Espírito Santo, que governa a Igreja, que a instituição desse costume foi promulgada nos concílios ecumênicos.
São Paulo esclarece perfeitamente a excelência da vida celibatária para aqueles que escolhem se dedicar em primeiro lugar ao Reino de Deus: “Quem tem esposa, cuida das coisas do mundo, e do modo de agradar a esposa, e fica dividido. Da mesma forma, a mulher não casada e a virgem cuidam das coisas do Senhor, a fim de serem santas de corpo e de espírito. Mas a mulher casada cuida das coisas do mundo; procura como agradar ao marido. Digo-vos isto em vosso próprio interesse, não para vos armar cilada, mas para que façais o que é mais nobre e possais permanecer junto ao Senhor sem distração” (1Cor 7, 32-35).
Mais claro do que isso, impossível! O celibato eclesiástico não é nenhuma invenção humana, e foi recomendado desde o início da Igreja, simplesmente porque Jesus, o mais elevado modelo de perfeição, foi casto, e é a Ele que devemos buscar imitar sempre. Se o estado de matrimônio fosse mais perfeito que o de virgindade, como querem muitos protestantes, o Senhor estaria em situação de inferioridade em relação à maioria dos homens do seu tempo.
Entre muitos grandes e santos cristãos, também o precursor de Cristo foi casto: João Batista, que o próprio Senhor declarou como o maior entre todos os homens (Lc 7, 28), não teve esposa.
Quanto à segunda questão que você levantou, a da infalibilidade papal, já falamos sobre o assunto neste blog. Por gentileza, leia sobre essa questão usando este link:
http://vozdaigreja.blogspot.com.br/2002/01/infalibilidade-papal-o-papa-e-infalivel.html
Abraço fraterno e a Paz de Nosso Senhor
Henrique Sebastião
Exatamente, Henrique!
ExcluirAlém de que, quando a Igreja ordenava homens casados, Ela ordenava que estes homens guardassem continência. O celibato é uma realidade que sempre esteve presente na história do ministério sacerdotal.
Prova disso, é o que diz o cânon 33 do Concílio de Elvira (300 d.C.): "Determinou-se unanimemente estabelecer a proibição de que os bispos, os sacerdotes e os diáconos, isto é, todos os clérigos constituídos no ministério, se abstenham de esposas, e não gerem filhos: e, aquele, quem for que seja, que o tenha feito seja declarado decaído da honra da clericatura" (Mansi, T. 3, col 11).