A reconquista da PUC-SP - Obrigado, Dom Odilo!

Do blog "Frei Clemente Rojão"


Dom Odilo muito provavelmente não será eleito Papa no próximo conclave. E comigo dou graças a Deus. São Paulo e o Brasil precisam dele. Hoje em dia é um dos prelados mais corajosos da Igreja nacional, neste deserto de fortaleza clerical. Invoco em seu favor a Rio+20, em que, liderando a Delegação da Santa Sé, deu um corta-luz, um belíssimo drible, nos abortistas, e articulou a retirada dos textos imorais do documento final. Quase ninguém noticiou, mas foi D. Odilo a "Eminência" (literalmente!) parda do Bem no convescote Eco-Comuna.

Na eleição paulistana, D. Odilo não se deixou colocar no bolso pelo cavalo de Troia petista na Igreja, Gabriel Chalita, e deu de ombros para este mimoso candidato, que fez questão de lançar candidatura quase na missa da Catedral, sendo solenemente ignorado pelo correto Cardeal. E ainda D. Odilo pegou pelos chifres as mentiras do auto-proclamado bispo da igreja de Edir Macedo e presidente do PRB, refutando com coragem apostólica sua difamação covarde contra a Igreja Católica e ferindo de morte a candidatura de Celso Russomanno, que poderia ser um futuro algoz da Igreja. O debate esquentou, O Cardeal Scherer não fugiu ao dever diante de uma imprensa agressiva, defendeu corajosamente a Igreja de Cristo das calúnias da igreja-partido de Macedo. Por fim, em ironia verdadeiramente diabólica mas didática, Russomanno foi destruído pelos próprios petistas, aliados de primeira hora de seu partido no plano federal, provando que os maus só são leais a si mesmos, e que os lobos sabem se devorar.

E agora está limpando os estábulos de Áugias da PUC. A lamentável situação da Pontifícia vem de longa data, descaso múltiplo de Arns-Hummes. Mas o atual Cardeal vem trabalhando.

Ter celebrado na PUC foi um lance genial de reconquista de espaço. Decapitaram o papa? Pois eis o príncipe da Igreja, o grão-chanceler da PUC, desagravando a Santa Cruz que blasfemaram. E o cardeal não se deixou intimidar pelos protestos dos esquerdopatas, ah não! Vão gritar contra a reitora nas cloacas de Sodoma até perderem a voz, mas os católicos e a Santa Cruz não se intimidarão! Estes palhaços são corajosos contra uma pobre jornalista cubana, contra um velho que tenta celebrar uma missa! Fez bem o Cardeal em invocar a proteção dos Santos Mártires.

Ver o Cardeal incensando a cruz com os filhos da Assíria gritando em volta me lembrou duas imagens. A primeira eram os herodianos, saduceus e fariseus ironizando Cristo na cruz, como derrotado. Também estes filhos de Sodoma em seus gritos ironizavam a "derrota" de Bento XVI e da Igreja.

A segunda imagem é poderosa. Lembrei de Aarão, sumo-sacerdote, com o incensório na mão intercedendo pelo povo que morria de peste, aplacando a ira de Deus contra os rebeldes. Eis D. Odilo com o incensório, aplacando a Santa Cruz tripudiada por aqueles filhos da Babilônia, e os salvando, sim, os salvando de seu pecado! Não tardará a ira do Altíssimo a se abater sobre aqueles tolos. Por hora, eles são o castigo de nós, católicos, por termos abandonado a vida pública para eles tomarem conta. Sim, mas o castigo deles chegará, como chegou para Sodoma, a Assíria, a Babilônia e a União Soviética!

Não recue, Eminência, não recue! Não recue um milímetro!

A PUC é nossa! E nós somos de Cristo! A PUC é de Cristo!
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O circo juvenil esquerdizado (nossos filhos amestrados por professores comunistas)

Paulistanos protestam contra a cubana Yoani Sánches, 21/02/2013.
O desafio é olhar a foto e não sentir vergonha alheia...

SÃO PAULO, 21 Fev (Reuters) - A dissidente cubana Yoani Sánchez (foto menor) precisou encerrar um debate na noite desta quinta-feira após ser interrompida por dezenas de manifestantes pró-Cuba durante um evento em uma livraria na região central de São Paulo. Veja a notícia completa aqui.


Nota (por João S. de O. Jr., do blog Sociedade Apostolado):

É cômico ver estas mocinhas e mocinhos, da classe média, surrados pela lavagem cerebral ideológica de nossas Universidades, irem protestar contra uma "dissidente" da ditadura cubana. Não tão dissidente assim, na verdade, nem um pouco, pois, os verdadeiros dissidentes cubanos não fazem viagens internacionais, não se hospedam em hotéis caros, nem têm contato com agentes do governo Castro como é o caso da famosa blogueira; os verdadeiros dissidentes cubanos estão encarcerados e morrendo de fome nas celas. Entendam sobre Yoani Sànches e a desinformatzia cubana).

Como podemos ver, um show de desinformação.

Mas voltando aos estudantes da matéria, levam seu protesto ontológico, onde qualquer suposta oposição ao sonho comunista cubano é maquinação dos yankees norte-americanos. Levam cartazes impressos à Epson T1110 A3 depois de terem marcado uma reunião pelo Ipod após saída do shopping. Bem provável que trocaram mensagens pelo chat após a manifestação e postarão suas fotos preferidas daquela, escolhidas livremente, com máquinas digitais de última geração da Sony no Facebook (revolucionários tão coerentes quanto o finado arquiteto Oscar Niemeyer, ícone do comunismo nacional, que sabia se servir como poucos dos confortos que o capitalismo tem a oferecer, e morava numa casa maior do que o meu bairro inteiro...) .

Depois de tudo isso, recordei de um produto que parece estar sendo muito vendido para nossos juvenis universitários, conheçam também:

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A profecia de Bento XVI

Do site Christo Nihil Praeponere (Pe. Paulo Ricardo)


O jovem padre Joseph Ratzinger

A renúncia
do Papa Bento XVI suscitou na mídia, assim como em boa parte dos fiéis, especulações acerca de profecias apocalípticas sobre o futuro da Igreja. Dentre elas, a que mais chamou a atenção foi a famosa "Profecia de São Malaquias" que, segundo algumas interpretações, anunciaria o fim da Igreja e do mundo ainda neste século. São Malaquias (1095-1140) foi bispo do Armagh, na Irlanda, no século XII. Até o século XVI nenhum autor ou documento mencionou as suas “profecias”; estas foram ignoradas até 1595, quando o beneditino Arnoldo do Wyon as inseriu no seu opúsculo “Lignum Vitae”. Apesar dessas previsões catastróficas alimentarem a imaginação de inúmeras pessoas, a verdade é que elas carecem de fundamento e lógica, como já demonstraram vários teólogos, inclusive o estimado monge beneditino, Dom Estevão Bettencourt, na sua revista "Pergunte e Responderemos".

Mas não é sobre a profecia de São Malaquias que queremos falar aqui. Nossa atenção, devido às circunstâncias, volta-se para as palavras do jovem teólogo da Baviera, Padre Joseph Ratzinger, proferidas há pouco mais de 40 anos, logo após o término do Concílio Vaticano II. Em um contexto de crise de fé e revolução cultural, o então professor de teologia da Universidade de Tübingen via-se cada vez mais sozinho diante da postura marcadamente liberal de seus colegas teólogos, como por exemplo, Küng, Schillebeeckx e Rahner. Olhando também para os outros setores da Igreja, Padre Ratzinger via nos "sinais dos tempos" um presságio do processo de simplificação que o catolicismo teria de enfrentar nos anos seguintes.

Uma Igreja pequena, forçada a abandonar importantes lugares de culto e com menos influência na política. Esse era o perfil que a Igreja Católica viria a ter nos próximos anos, segundo Ratzinger. O futuro Papa estava convencido de que a fé católica iria passar por um período similar ao do Iluminismo e da Revolução Francesa, época marcada por constantes martírios de cristãos e perseguições a padres e bispos que culminaram na prisão de Pio VI e sua morte no cárcere em 1799. A Igreja estava lutando contra uma força, cujo principal objetivo era aniquilá-la definitivamente, confiscando suas propriedades e dissolvendo ordens religiosas.

Apesar da aparente visão pessimista, o jovem Joseph Ratzinger também apresentava um balanço positivo da crise. O teólogo alemão afirmava que desse período resultaria uma Igreja mais simples e mais espiritual, na qual as pessoas poderiam encontrar respostas em meio ao caos de uma humanidade corrompida e sem Deus. Esses apontamentos feitos por Ratzinger faziam parte de uma série de cinco homilias radiofônicas, proferidas em 1969. Essas mensagens foram publicadas em livro sob o título de "Fé e Futuro":

"A Igreja diminuirá de tamanho. Mas dessa provação sairá uma Igreja que terá extraído uma grande força do processo de simplificação que atravessou, da capacidade renovada de olhar para dentro de si. Porque os habitantes de um mundo rigorosamente planificado se sentirão indizivelmente sós. E descobrirão, então, a pequena comunidade de fiéis como algo completamente novo. Como uma esperança que lhes cabe, como uma resposta que sempre procuraram secretamente"

A parte em negrito já se cumpriu e continua se cumprindo. As conclusões seguintes me parecem óbvias, mas somente Joseph Ratzinger parece ter percebido o que aconteceria após o Concílio, quais seriam as suas consequências, ou ao menos foi quem o declarou, inclusive por escrito. Depois de 40 anos desses pronunciamentos, o já então Papa Bento XVI não mudou de opinião. É o que pode-se concluir lendo um de seus discursos feitos para os trabalhadores católicos em Freiburg, durante viagem apostólica a Alemanha, em 2011. Citando Madre Teresa de Calcutá, o Santo Padre constatava uma considerável "diminuição da prática religiosa" e "afastamento duma parte notável de batizados da vida da Igreja" nas últimas décadas. O Santo Padre se pergunta: "Porventura não deverá a Igreja mudar? Não deverá ela, nos seus serviços e nas suas estruturas, adaptar-se ao tempo presente, para chegar às pessoas de hoje que vivem em estado de busca e na dúvida?"

O Papa alemão respondia que sim, a Igreja deveria mudar, mas essa mudança deveria partir do próprio eu. "Uma vez alguém instou a beata Madre Teresa a dizer qual seria, segundo ela, a primeira coisa a mudar na Igreja. A sua reposta foi: tu e eu!", ensinou. Bento XVI pedia no discurso uma reforma da Igreja que se baseasse na sua "desmundanização", corroborando o que explicou em outra ocasião a um jornalista, durante viagem ao Reino Unido, sobre como a Igreja deveria fazer para agradar o homem moderno.

"Diria que uma Igreja que procura sobretudo ser atraente já estaria num caminho errado, porque a Igreja não trabalha para si, não trabalha para aumentar os próprios números e, assim, o próprio poder. A Igreja está a serviço de um Outro: não serve a si mesma, para ser um corpo forte, mas serve para tornar acessível o anúncio de Jesus Cristo, as grandes verdades e as grandes forças de amor, de reconciliação que apareceu nesta figura e que provém sempre da Presença de Jesus Cristo. Neste sentido a Igreja não deve procurar tornar-se atraente, mas deve ser transparente para Jesus Cristo e, na medida em que não é para si mesma, poderosa no mundo, não pretende ter poder, mas faz-se simplesmente Voz de um Outro, torna-se realmente transparência para a grande figura de Cristo e para as grandes verdades que Ele trouxe à humanidade."

Esses textos ajudam-nos a entender os recentes fatos e interpretar os pedidos de reforma da Igreja pedidos por Bento XVI nos seus discursos pós-renúncia. De maneira alguma esses pedidos fazem referência a uma abertura da Igreja para exigências ideológicas do mundo moderno, como quiseram sugerir alguns jornalistas. Muito pelo contrário, o Papa fala de uma purificação da ação pastoral da Igreja diante do homem moderno, de forma que ela se livre dos ranços apregoados pelo modernismo. Trata-se de conservar a fiel doutrina de Cristo e apresentá-la de modo transparente e sem descontos. A Igreja enquanto tal é santa, imaculada. Mas seus membros carecem de uma constante conversão e é neste sentido que a reforma deve seguir. A Igreja precisa estar segura de sua própria identidade que está inserida na sua longa tradição de dois mil anos, caso contrário, toda reforma não passará de uma reforma inútil.
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Autor: Equipe Christo Nihil Praeponere | Informações: Vatican Insider - contém excerto do artigo de Profº Felipe Aquino "Bento XVI e as Profecias de São Malaquias".
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A Carta Apostólica Porta Fidei e a coerência da Fé

A Igreja precisa de católicos fiéis. Precisa de santos 
apaixonados por Jesus Cristo!

Os parágrafos 10 a 12 da Carta Apostólica Porta Fidei, com a qual o Papa Bento XVI proclamou o Ano da Fé (2012-13), enfatizam uma questão fundamental para as vidas de todos os cristãos: a unidade e a coerência que precisam existir entre o ato de crer, o ato de confessar a fé e o de conhecer o conteúdo desta fé. Não basta crer. É preciso confessar a fé diante de todos, sempre que houver ocasião para isso, e defender essa fé, sem medo e sem timidez. E é preciso também viver de acordo com o que esta fé representa. Conta- se que S. Francisco de Assis disse: “Toma cuidado com tua vida, porque talvez ela será o único Evangelho que o teu irmão irá escutar”. Em outras palavras, a melhor maneira de pregar o Evangelho, de mostrar as pessoas quanto é bom ser católico, é por meio do exemplo. Às vezes um bom exemplo apaga uma multidão de falhas.

O Papa lembra ainda que “o coração é o sacrário da pessoa”, como diz também o Catecismo da Igreja Católica: “A consciência é o núcleo secretíssimo e o sacrário do homem, onde ele esta sozinho com Deus e onde ressoa a sua Voz” (CIC 6/1776). É dentro de nós mesmos que somos capazes de conhecer a Vontade de Deus, entrar numa profunda Comunhão com Ele e receber a Graça de compreender as coisas de Deus, o que é a Verdade e o que é engano, através da fé.

“Confessar com a boca” também  é muito importante porque crer em Cristo não é uma experiência particular, pessoal de cada um, que devemos guardar somente para nós mesmos. A fé exige que se assuma a responsabilidade de anunciar aquilo em que acreditamos, à toda a gente, pelo bem de todos. Professar a fé é um ato pessoal, mas também comunitário. O próximo ponto que a carta levanta é a importância de conhecer os conteúdos da fé. O que quer dizer isso? Que é importantíssimo que você, cristão católico, membro da única Igreja que tem origem diretamente no Senhor Jesus Cristo e que guarda a Tradição dos Apóstolos, procure conhecer a sua fé, aquilo que a Igreja ensina e observa... Será que faz algum sentido uma pessoa se declarar católica e não saber exatamente o que é ser católica?

E como se pode conhecer melhor a fé católica? A que fontes devemos recorrer para aprender as coisas da nossa fé? A própria carta dá uma dica preciosa: através da leitura do Catecismo da Igreja Católica, que contém praticamente todas as explicações mais fiéis e seguras para todo cristão. Você também pode e deve adquirir e guardar para consulta, sempre que precisar, o Compêndio do Catecismo da Igreja Católica, que é uma espécie de resumo de todo o Catecismo, em forma de perguntas e respostas.

É um livro menor e de leitura mais fácil, que pode ser adquirido na secretaria da sua paróquia ou em qualquer livraria católica por um preço bem acessível. 

Cada fiel católico, sempre e especialmente neste Ano da Fé, é convidado a ser uma voz profética da Igreja, essa nossa Igreja que nos dá a segurança em Jesus Cristo. Não podemos jamais abandonar a nossa fé, mesmo diante de tantas dificuldades e às vezes tantos maus exemplos que vemos ao nosso redor, da parte de uma sociedade que adota uma cultura do consumismo, do materialismo e do egoísmo, que quer se instalar até mesmo no meio da Igreja. As adversidades e o mal sempre quiseram atingir as estruturas da Igreja, abalar a fé dos fiéis e fazer que deixem de professá-la. Mas esse mal nunca triunfou, nesses dois mil anos de história, e nunca triunfará, pois os Senhor prometeu que o inferno não prevaleceria contra a Igreja, e que Ele estaria conosco até o fim do mundo (Mt 28,19-20). Em Fátima, Nossa Senhora, Mãe da Igreja e nossa Mãe, disse: “Por fim o meu imaculado coração triunfará”. Portanto, temos motivos de sobra para continuar confiando e não desanimar.

Que se levante contra todas as dificuldades aquele que realmente entregou sua vida a Deus, para ser resistência profética. Não tenha medo de defender a vida, a família, a Igreja, os bons valores cristãos.

Deus conta com você, porque Ele escolheu para si gente muito especial, que guarda seus Mandamentos com alegria e coragem. 

As famílias são chamadas para serem santuários da vida e da fé. Se você quer ser um reflexo de Cristo no mundo, busque primeiro a santificação da sua vida e a prática constante do amor-caridade. Reze diariamente pedindo o auxílio de Deus e assuma hoje mesmo este Chamado que o Senhor lhe faz! O bem somente vence o mal pela força da Fé, da Esperança e do Amor, - Amor a Deus, à Verdade e ao próximo. Precisamos confessar esta Fé, esta Esperança e este Amor, e praticá-los em nosso dia-a-dia.
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Os milagres, os "milagreiros" e a Igreja Católica

Uma leitora que se identifica como "Ditinha" enviou-nos a seguinte mensagem, no post Quarta-feira de Cinzas e início da Quaresma

"Ir num lugar pra o padre pecador sujar minha testa com cinza.... Pára! Gostaria de saber porque na igreja católica não acontecem milagres. congreguei nas igrejas evangélicas e sei que acontecem milgres tremendos, como na universal do bispo Edir Maicedo e na Mundia do apóstolo Valdemiro."



Prezada Ditinha, para responder às suas questões, vamos esclarecer três pontos fundamentais, que você desconhece:

1) Em primeiro lugar, eu nunca soube que numa igreja pentecostal ou neopentencostal, de qualquer denominação, um amputado tenha recuperado um membro perdido por milagre, ou um cego de nascença tenha recuperado a visão, por exemplo. Pois saiba que ocorreram e ocorrem inúmeros casos desses tipos em ambiente católico. Estamos programando postagens especiais sobre este tema neste blog, para breve.

Da parte de nossos irmãos "evangélicos", ouvimos muitas alegações sem provas; qualquer melhora de algum sintoma já é instantâneamente classificada, aos berros, como "milagre". É importantíssimo lembrar, aqui, que um verdadeiro milagre só é reconhecido pela Igreja Católica depois de exaustivamente investigado. Nos casos de curas inexplicáveis, a investigação envolve a apreciação de laudos médicos, exames clínicos (por uma equipe médica altamente gabaritada), provas materiais, testemunhos idôneos, etc, etc. A Igreja só se manifesta oficialmente depois de todas as possibilidades de fraude terem sido investigadas e descartadas. Tudo para não divulgar inverdades ou boatos inventados. A verdadeira Igreja de Cristo precisa ser sempre extremamente responsável ao se pronunciar.

Precisamos urgentemente, - digo enquanto povo brasileiro, - assumir uma postura mais crítica com relação às alegações que nos são feitas a todo instante, por todo tipo de supostos "pastores" e "guias" de almas, e/ou por seus seguidores fanáticos.

Vejamos... O autoproclamado "apóstolo"(sic) Valdemiro Santiago operou o joelho no hospital Albert Einstein (fonte: O Globo)! Não é estranho para um homem que é considerado, por muitos, como o maior "fazedor de milagres" do Brasil? Não é estranho, partindo de alguém que se alega capaz de curar doentes de câncer e de qualquer tipo de moléstia incurável? 

Só há uma coisa mais estranha do que um homem que seria capaz de curar todo tipo de doença maligna com um simples toque ter que recorrer à medicina por causa de um problema ortopédico: é o fato de milhares de pessoas continuarem acreditando nele!

Já o autoproclamado "bispo" Macedo (quem o consagrou bispo não sabemos, mas tudo indica que tenha sido ele mesmo...), que, assim como o Valdemiro, prega que o "crente fiel" não fica doente nem experimenta sofrimentos nesta vida... Usa óculos e tem as mãos deformadas, com dedos em forma de garra (como o próprio confirma, neste vídeo). Curioso, mas Deus nunca curou as suas mãos nem a sua vista...

A mesma coisa vale para tantos outros... Será que esses "homens de Deus" não obedecem aos Mandamentos de Deus? Ou será que eles só são bons para curar e expulsar demônios nos verdadeiros espetáculos ensaiados que promovem durante seus cultos, dignos de circos mambembes?


2) Em segundo lugar, devemos lembrar sempre que a fé é sempre capaz de grandes feitos, e isso não é segredo. Qualquer pessoa minimamente informada sabe que pílulas placebo funcionam de verdade no tratamento de doenças como asma, ansiedade, dores diversas e até mal de Parkinson(!), entre outras enfermidades. Diversos trabalhos clínicos demonstram o efeito real das pílulas inócuas. A certeza de eficácia em alguns casos é tão forte que levou, por exemplo, a Associação Alemã de Médicos a recomendar placebos no tratamento de casos de inflamações crônicas, dor e asma (em conjunto, alternados com medicações convencionais ou ministrados sozinhos). Na Alemanha, metade dos médicos já receita placebos. No Brasil, uma prática comum é receitar placebo junto com o remédio indicado, ou vitaminas sem efeito terapêutico. 

É uma forma de fazer o paciente acreditar no tratamento. “Em alguns casos, em especial de quem já se tratou outras vezes para a mesma doença, o resultado é surpreendente”, diz a Drª Fabiana Corio, de São Paulo (fontes: Revista Istoé - Info/Abril).

Placebo, como sabemos, é uma espécie de medicamento falso, assim como uma pílula ou comprimido inócuo, isto é, sem nenhum componente ativo. O paciente acredita que o falso remédio vai ajudá-lo, que vai fazer efeito, e em muitos casos esse efeito acaba acontecendo realmente. "A fé remove montanhas", disse Nosso Senhor, e parece que mesmo a fé deslocada de um objeto e/ou pessoa digna de crédito também funciona.


3) Em terceiro lugar, é preciso considerar o que diz a Sagrada Escritura a respeito de pessoas que realizam milagres mas não observam a Sã Doutrina nem pertencem à Igreja de Cristo. Em 2 Tessalonicenses (2,9), lemos a respeito daquele cuja vinda é segundo a eficácia de Satanás, com todo o poder, sinais e prodígios. O anticristo operará milagres, ao mesmo tempo em que perseguirá os que professarem a verdadeira fé cristã. Ele tem poder para fazer todo tipo de milagres e prodígios sobrenaturais, sempre com o intuito de enganar a muitos e aumentar o seu prestígio.

Em Apocalipse 13,3, está escrito: "Uma das cabeças da Besta estava como que ferida de morte, mas essa ferida de morte foi curada. E todos, pasmados de admiração, seguiram a Fera".

Nosso Senhor Jesus Cristo falou ainda mais claramente, porém, no Evangelho segundo S. Mateus 24,24: "Pois se levantarão falsos cristos e falsos profetas, que farão milagres a ponto de seduzir, se isto fosse possível, até mesmo os escolhidos".

Segundo a Bíblia Sagrada, não há dúvidas de que o maligno pode fazer milagres e operar maravilhas. Como poderia Deus operar em homens que deturpam o Evangelho? Que usam da Sagrada Escritura e da fé dos humildes para enriquecer? Os escândalos e revelações de tantas falcatruas, muitas vezes expostas na mídia, levam muitos a esfriar na fé, como está escrito: por se multiplicar a iniquidade, o amor de muitos se esfria. O pior é que uma parte importante destes crentes não conseguem encontrar a saída, sair do meio da falsidade e procurar a única Igreja que prega a Palavra verdadeira, pois foram submetidos a uma lavagem cerebral extremamente competente, que os faz ver na Igreja Católica nada além de idolatria, heresia e falsidade. 

Cabem-nos, enquanto fiéis católicos, três simples e grandes atitudes: a) rezar por essas pessoas; b) ser exemplo de vida diante de todos; c) procurar a instrução nas coisas da nossa fé, para dar testemunho dela, para que estejamos sempre aptos a defendê-la e a esclarecer quem procura por esclarecimento, como exortou o primeiro Papa: "Estai sempre prontos a responder, para vossa defesa, a todo aquele que vos pedir a razão de vossa esperança" (I Pedro 3,15).
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Quarta-feira de Cinzas e início da Quaresma

Adaptação da Homilia de Quarta-feira de Cinzas (21/2/2007) do Papa Bento XVI, na Basílica de Santa Sabina no Aventino



Neste início de Quaresma, procuremos, mais ainda do que a mortificação corporal, aceitar o convite que a Liturgia sabiamente nos faz, de combater o amor próprio com todas as nossas forças. "Procurai o mérito, procurai a causa, procurai a justiça; e vede se encontrais outra coisa que não seja a Graça de Deus". (Sto. Agostinho)

Ao receber, daqui a pouco, as cinzas sobre a cabeça, ouviremos mais uma vez um claro convite à conversão que pode expressar-se numa fórmula dupla: "Convertei-vos e crede no evangelho", ou: "Recorda-te que és pó e em pó te hás-de tornar".

Precisamente devido à riqueza dos símbolos e dos textos bíblicos, a Quarta-Feira de Cinzas é considerada a "porta" da Quaresma. De fato, a a liturgia e os gestos que a distinguem formam um conjunto que antecipa resumidamente as características próprias de todo o período quaresmal. Na sua tradição, a Igreja não se limita a oferecer-nos a temática litúrgica e espiritual do itinerário quaresmal, mas indica-nos também os instrumentos ascéticos e práticos para o percorrer frutuosamente.

"Convertei-vos a mim de todo o vosso coração com jejuns, com lágrimas, com gemidos". (Joel 2,12). Os sofrimentos, as calamidades que afligiam naquele tempo a terra de Judá estimulam o autor sagrado a encorajar o povo eleito à conversão, isto é, a voltar com confiança filial ao Senhor dilacerando o seu coração e não as vestes. De fato, recorda o profeta, Ele "é clemente e compassivo, paciente e rico em misericórdia e se compadece da desgraça" (2, 13). O convite que Joel dirige aos seus ouvintes também é válido para nós.

Não hesitemos em reencontrar a Amizade de Deus perdida com o pecado; encontrando o Senhor, experimentamos a alegria do seu Perdão. E assim, quase respondendo às palavras do profeta, fazemos nossa a invocação do refrão do Salmo 50: "Perdoai-nos Senhor, porque pecamos!". Proclamando o grande Salmo penitencial, apelamos à Misericórdia Divina; pedimos ao Senhor que o poder do seu Amor nos volte a dar a alegria de sermos salvos.

Com este espírito, iniciamos o tempo favorável da Quaresma, como nos recordou São Paulo: "Aquele que não havia conhecido o pecado, Deus o fez pecado por nós, para que nos tornássemos, n'Ele, justiça de Deus" (2 Cor 5, 21), para nos deixarmos reconciliar com Deus em Cristo Jesus. O Apóstolo apresenta-se como embaixador de Cristo e mostra como precisamente através d'Ele é oferecida ao pecador, isto é, a cada um de nós, a possibilidade de uma reconciliação autêntica.

Só Cristo pode transformar qualquer situação de pecado em novidade de Graça. Eis porque assume um forte impacto espiritual a exortação que Paulo dirige aos cristãos de Corinto: "Em nome de Cristo suplicamo-vos: reconciliai-vos com Deus"; e ainda: "Este é o tempo favorável, é este o dia da salvação" (5, 20; 6, 2). Enquanto Joel falava do futuro Dia do Senhor como quem fala de um dia de terrível juízo, São Paulo fala de "momento favorável", de "Dia da Salvação". O futuro Dia do Senhor tornou-se o "Hoje". O dia terrível transformou-se na Cruz e na Ressurreição de Cristo, no Dia da Salvação. E este dia é agora, como diz o Canto ao Evangelho: "Hoje não endureçais os vossos corações, mas ouvi a voz do Senhor". O apelo à conversão, à penitência, ressoa hoje com toda a sua força, para que o seu eco nos acompanhe em cada momento da vida.

A liturgia da Quarta-Feira de Cinzas indica assim, na conversão do coração a Deus, a dimensão fundamental do tempo quaresmal. Esta é a chamada muito sugestiva que nos vem do tradicional rito da imposição das cinzas. Rito que assume um dúplice significado: o primeiro relativo à mudança interior, à conversão e à penitência, o segundo recorda a precariedade da condição humana, como é fácil compreender das fórmulas que acompanham o gesto.

Amados irmãos e irmãs, temos quarenta dias para aprofundar essa extraordinária experiência ascética e espiritual. No Evangelho (cf. Mt 6, 1-6.16-18), Jesus indica quais são os instrumentos úteis para realizar a autêntica renovação interior e comunitária: as obras de caridade, a oração e a penitência. São as três práticas fundamentais queridas também à tradição hebraica, porque contribuem para purificar o homem aos olhos de Deus.

Estes gestos exteriores, que devem ser realizados para agradar a Deus e não para obter a aprovação dos homens, são por Ele aceitas se expressarem a determinação do coração em servi-l'O com simplicidade e generosidade. Recorda-nos isto também um dos Prefácios quaresmais onde, em relação ao jejum, lemos esta singular expressão: "Ieiunio... mentem elevas": com o jejum elevas o espírito" (Prefácio IV).

O jejum, ao qual a Igreja nos convida neste tempo forte, certamente não nasce de motivações de ordem física ou estética, mas brota da exigência que o homem tem de uma purificação interior que o desintoxique da poluição do pecado e do mal; que o eduque para aquelas renúncias saudáveis que libertam o crente da escravidão do próprio eu; que o torne mais atento e disponível à escuta de Deus e ao serviço dos irmãos. Por esta razão o jejum e as outras práticas quaresmais são consideradas pela tradição cristã como "armas" espirituais eficientes para combater o mal, as paixões negativas e os vícios.

"Como no findar do inverno volta a estação do Verão e o navegante arrasta para o mar o barco, o soldado limpa as armas e treina o cavalo para a luta, o agricultor lima a foice, o viandante revigorado prepara-se para a longa viagem e o atleta depõe as vestes e prepara-se para as competições; assim também nós, no início deste jejum, quase no regresso de uma Primavera espiritual forjamos as armas como os soldados, limamos a foice como os agricultores, e como timoneiros reorganizamos a nave do nosso espírito para enfrentar as ondas das paixões. Como viandantes retomamos a viagem rumo ao céu e como atletas preparamo-nos para a luta, com o despojamento de tudo." (São João Crisóstomo- Homilias ao povo antioqueno, 3)

Na mensagem para a Quaresma, convidei a viver estes quarenta dias de especial Graça como um tempo "eucarístico". Buscando naquela fonte inexaurível de Amor que é a Eucaristia, na qual Cristo renova o Sacrifício Redentor da Cruz, cada cristão pode perseverar no itinerário que hoje empreendemos solenemente. As obras de caridade, a oração, o jejum, - juntamente com qualquer outro esforço sincero de conversão, - encontram o seu significado mais alto e valor na Eucaristia, centro e ápice da vida da Igreja e da história da salvação. "Este sacramento que recebemos, ó Pai", - assim rezamos no final da Santa Missa, - "ampare-nos no caminho quaresmal, santifique o nosso jejum e o torne eficaz para a cura do nosso espírito".

Pedimos a Maria Santíssima que nos acompanhe para que, no final da Quaresma, possamos contemplar o Senhor ressuscitado, interiormente renovados e reconciliados com Deus e com os irmãos. Amém!



Significado da Cerimônia de Cinzas

A Igreja nos indica, nas orações recitadas por seus ministros, o significado da cerimônia das Cinzas: "Ó Deus, que não quereis a morte do pecador mas a sua conversão, escutai com bondade as nossas preces e dignai-vos abençoar estas cinzas que vamos colocar sobre as nossas cabeças. E assim reconhecendo que somos pó e que ao pó voltaremos, consigamos, pela observância da Quaresma, obter o perdão dos pecados e viver uma vida nova à semelhança do Cristo ressuscitado". É, pois, a penitência que a Igreja nos quer ensinar pela cerimônia deste dia.

Já no Antigo Testamento os homens cobriam se de cinzas para exprimir sua dor e humilhação, como se pode ler no livro de Jó. Nos primeiros séculos da Igreja, os penitentes públicos apresentavam-se nesse dia ao bispo ou penitenciário: pediam perdão revestidos de um saco, e, como sinal de sua contrição, cobriam a cabeça de cinzas. Mas como todos os homens são pecadores, diz santo Agostinho, essa cerimônia estendeu-se a todos os fiéis, para lhes recordar o preceito da penitência. Não havia exceção alguma: pontífices, bispos, sacerdotes, reis, almas inocentes, todos se submetiam a essa humilde expressão de arrependimento.

Tenhamos os mesmos sentimentos: deploremos as nossas faltas ao recebermos das mãos do ministro de Deus as cinzas abençoadas pelas orações da Igreja. Quando o sacerdote nos disser "lembra-te que és pó, e ao pó hás de tornar", ou "convertei-vos e crede no Evangelho", enquanto impõe as cinzas, humilhemos o nosso espírito pelo pensamento da morte que, reduzindo-nos ao pó, nos porá sob os pés de todos. Assim dispostos, longe de lisonjearmos o nosso corpo destinado à dissolução, tomemos a decisão de tratá-lo com dureza, refrear o nosso paladar, os nossos olhos, os nossos ouvidos, a nossa língua e todos os sentidos; a observar, o mais possível, o jejum e a abstinência que a Igreja nos prescreve.

"Meu Deus, inspirai-me verdadeiros sentimentos de humildade, pela consideração do meu nada, ignorância e corrupção. Dai-me o mais vivo arrependimento das minhas iniquidades  que feriram vossas Perfeições infinitas, contristaram vosso Coração de Pai, crucificaram vosso Filho dileto e me causaram um mal maior do que a perda da vida do corpo, pois que o pecado mortal é a morte da alma e nos expõe a uma morte eterna."

A Igreja sempre admoestou os fiéis a não nos se contentarem com sinais externos de penitência, mas a lhe beberem o espírito e os sentimentos. Jejuemos, diz ela, como o Senhor deseja, mas acompanhemos o jejum com lágrimas de arrependimento, prosternando-nos diante de Deus e deplorando a nossa ingratidão na amargura dos nossos corações. Mas essa contrição, para ser proveitosa, deve ser acompanhada de confiança. Por isso a Igreja sempre nos lembra que nosso Deus é cheio de bondade e misericórdia, sempre pronto a perdoar-nos, o que é um forte motivo para esperarmos firmemente a remissão das nossas faltas, se delas nos arrependermos. Deus não despreza jamais um coração contrito e humilhado.

A liturgia termina exortando-nos a tomarmos generosas resoluções confiando em Deus: "Pecamos, Senhor, porque nos esquecemos de vós. Voltemo-nos logo para o bem, sem esperar que a morte chegue e que já não haja tempo. Ouvi-nos, Senhor, tende piedade, porque pecamos contra vós. Ajudai-nos, ó Deus salvador, pela glória do vosso nome libertai-nos". O pensamento da morte convida-nos ainda a viver mais santamente, e quão eficaz é essa recordação!

À borda do túmulo e à porta do Tribunal Supremo, quem ousaria enfrentar o seu Juiz, ofendendo-o e recusando o arrependimento ou vivendo na negligência, tibieza e relaxamento? Coloquemo-nos, em espírito, em nosso leito de morte e armemo-nos dos sentimentos de compunção que nesse caso teríamos. Depositemos nossa confiança na Misericórdia Divina, nos méritos de Jesus e na intercessão da divina Mãe. Prometamos ainda ao Senhor: 

- Cortar dos nossos pensamentos conversas e procedimentos, tudo o que desagrada a Deus; 

- Viver quanto possível na solidão, no silêncio e, sobretudo, no recolhimento interior que favorece em nosso espírito a oração e nos separa de tudo que não é Deus.

** Adaptado de Quarta-Feira de Cinzas, em Meditações para todos os dias do ano. Pe. Luís Bronchain CSSR, Petrópolis, Editora Vozes, 1949 (2ª edição em português, pag. 132-134)


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Fonte: website "Arautos do Evangelho"
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Porque fazer penitência


Nesta
Quaresma que se aproxima, lembramos uma vez mais que Deus sempre chamou o ser humano a fazer penitência, como forma de reconhecer os seus pecados, para que se torne capaz de acolher o Reino de Deus, que já está dentro de nós (cf. Lc 17,21). Mas que penitência é esta? Não falamos aqui do Sacramento-Penitência, que é a confissão dos pecados através da mediação de um sacerdote que, em nome de Cristo, nos reconcilia com Deus, conosco e com nossos irmãos, permitindo-nos viver uma vida nova, cheia de amor e obras boas.

Nada mais terapêutico, belo e tranquilizador do que ouvir sobre nós, na voz do sacerdote devidamente ordenado: “Deus, Pai de Misericórdia, que, pela Morte e Ressurreição de seu Filho reconciliou o mundo consigo e enviou o Espírito Santo para a remissão dos pecados, te conceda, pelo ministério da Igreja, o perdão e a paz. E eu te absolvo dos teus pecados, Em nome do Pai, e do Filho e do Espírito Santo. Amém”.

Ah!.. Como é bom ouvir isso! Como faz bem à alma, e em consequência também à mente e até ao corpo! Essas palavras são como uma chuva que fecunda o nosso deserto, uma ponte que restaura o Caminho, Jesus, que se renova para nós. Não devemos ter medo de nos confessar, confiando no Amor de Deus. Como dizem os santos, devemos ter medo, isto sim, de “ofender” a Deus com as nossas maldades e a nossa preguiça de tentar melhorar enquanto católicos e enquanto seres humanos.

Mas este artigo não é sobre o Sacramento da Penitência ou Confissão, e sim sobre a virtude da penitência. Uma virtude que todo católico precisa adquirir para poder carregar com alegria a Cruz de Cristo, que nos é oferecida no nosso dia-a-dia: “Aquele que quer vir após mim, renuncie a si mesmo, tome a sua cruz e siga-me” (Mt 16, 24-7). Vamos então tentar compreender esta santa virtude, que é autodomínio, controle de si mesmo e purificação de tudo o que não vem de Deus. Implica afastar de nós tudo que nos impede de viver o Mistério do Amor infinito do Criador. A penitência é uma virtude cristã essencial para o crescimento espiritual, que integra toda a nossa vida espiritual, nos oferece elementos para podermos compreender melhor a superação do pecado, a nossa Aliança com Deus, a nossa fidelidade e amor ao Senhor e ao próximo. Consiste na renúncia consciente de alguns pequenos prazeres deste mundo em vista de um Bem infinitamente maior. Por isso, a penitência e o sacrifício, em si mesmos, não tem sentido se não forem voltados para Nosso Senhor e para o bem do próximo. Se não fosse assim, seria puro masoquismo.

A penitência não é privação de alguma coisa por alguns dias para logo depois “recuperar o tempo perdido”, como contam tantos católicos que parecem não compreender o sentido da prática: “Durante a Quaresma eu faço penitência de não comer chocolate, mas, na Páscoa, eu recupero o atraso e como até não aguentar mais...” Para que serve essa maneira de pensar e de agir? Para nada. Não é esta falsa penitência que o Senhor deseja. A penitência deve ser vista como atitude interior, de todo o nosso ser, para nos converter (mudar o rumo de nossas vidas) e assumir com verdade o Evangelho como regra de vida.

Todo o sentido da penitência é alcançar melhor a vivência do Cristo em sua vida. O mundo de hoje rejeita tudo o que lembra esforço, sofrimento, renúncia. É um mundo marcado pelos prazeres fúteis, que prefere gozar as alegrias do mundo do que buscar a realização eterna. Mas Jesus não pede muitas coisas aos pecadores, somente duas que são fundamentais para quem quer ser sinal vivo do Senhor:

Penitência, isto é, atos concretos de despojamento, de morte ao mal em nós. A determinação de assumir uma vida nova. Toda mudança exige esforço e persistência, como um treinamento. Quantos sacrifícios e renúncias fazem os atletas, visando um prêmio ou uma medalha? S. Paulo lembra disso ao dizer: “Não sabeis que os que correm no estádio correm todos, mas só um alcança o prêmio? Correi, pois, de modo que o alcanceis” (1Cor 9, 24). Penitência é um meio para chegar à meta: a vida eterna em Cristo. Compromisso de não pecar mais: O perdão é gratuito, mas depende do seu sincero compromisso de não pecar mais, de não repetir os mesmos erros. É assim que Jesus orienta depois de perdoar, como no caso da mulher adúltera: “Teus pecados estão perdoados; vá em paz e não peques mais.” É uma exigência fundamental. Não devemos ter medo do nosso passado, e sim do nosso futuro. Diz Jesus: “Não peques mais, para que não te aconteça coisa ainda pior” (Jo 5,14). Não é maldição, é advertência, um aviso carinhoso de quem se preocupa conosco e nos ama.

São três os meios penitenciais principais:

1. Oração
A oração vista como forma de penitência. Nem sempre é fácil rezar, é necessária a renúncia de outras atividades, que às vezes achamos muito mais agradáveis.

2. Esmola
A verdadeira esmola não é o “supérfluo, o inútil”. Quem faz limpeza em sua casa, dando aos pobres o que está atrapalhando, não faz caridade, simplesmente faz de um irmão um “cesto de lixo”. É necessário, na caridade, dar “o que está dentro do nosso prato”, o que é bom, e não o descartável. Reveja a sua atitude de caridade e de esmola como virtude da “penitência”. Todos sabemos como é difícil se privar de algo que gostamos para fazer alguém feliz, mas é isto que Deus espera de nós.

3. O jejum
O jejum é a forma mais tradicional da “penitência”. Atualmente os jejuns são extremamente reduzidos, não chegam a sacrificar ninguém. Mas jamais a Igreja poderá tirar da prática cristã o espírito penitencial do jejum, que é participar da paixão de Cristo, sermos solidários com os sofrimentos do Senhor e dos que sofrem ao nosso lado, dividir o que, temos. São atitudes necessárias no seguimento de Jesus.
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