Jesus, nossa Páscoa

Depois do Sábado de Aleluia, é chegada a Páscoa da Ressurreição!




Luz que irrompe na escuridão, Luz que vence todas as mortes, Luz que ilumina os nossos caminhos. Na beleza de uma igreja às escuras, da Celebração que começa do lado de fora, com a Benção do Fogo e o acender do Círio Pascal, cuja luz passa de vela em vela nas mãos dos irmãos de fé, afinal, depois de um longo período de recolhimento e penitência, a Igreja toda se ilumina!

O Círio Pascal está aceso! Chegou a hora da alegria, a hora de cantar Glória e Aleluia, de nos sentirmos vivos e felizes, de entender que fomos feitos filhos e filhas de Deus, que a morte foi vencida para sempre, e que todo o sofrimento da Cruz, juntamente com todas as nossas dificuldades, tiveram um propósito maior. E esse propósito agora se cumpriu plenamente!

A Homilia da noite do "Sábado de Aleluia" é sempre carregada de sentido, de verdade e de esperança. Diz que Jesus nos precedeu no Céu, que foi à nossa frente... E que nós temos que ser como as pessoas daquela primeira hora da manhã de Páscoa, primeiro dia da semana, o Domingo da Ressurreição do Senhor. Deus é o Senhor do impossível. Afinal podemos nos saciar da mais pura Alegria, nas Fontes da Salvação! Luz da Luz, iluminai nossos caminhos! É festa! O Senhor Ressuscitou! ALELUIA!




No Antigo Testamento, Moisés, o primeiro grande profeta de Deus e o primeiro a reconhecer a Unicidade divina (só há um Deus) liderou o povo hebreu, subjugado e escravizado no Egito, no caminho para a liberdade. Deus manifestou seu Poder através de Moisés, mediante Sinais e Maravilhas. No processo de libertação do povo guiado por Deus, através de Moisés foi instituída a celebração da primeira Páscoa: toda a assembléia de Israel deveria tomar um cordeiro, que seria imolado de maneira determinada, e com o seu sangue seriam marcadas as portas das casas, para a salvação do povo de Deus. Desta forma ficou instituída a festa da Páscoa, comemorada até hoje pelo povo judeu.

"Conservareis a memória daquele dia, celebrando-o como uma Festa em honra do Senhor: fareis isto de geração em geração, pois é uma instituição perpétua" (Ex 12, 14). E a instituição da Páscoa Cristã se deu na imolação de Cristo. Na primeira festa da Páscoa, Deus libertou o povo da escravidão e proclamou sua Aliança com Israel. Na segunda, o próprio Filho de Deus tornou-se Cordeiro Imolado, para libertar toda a humanidade do jugo do pecado e da morte. O Sangue de Jesus Cristo, o Cordeiro de Deus que tira o Pecado do mundo, nos liberta para sempre, com sua Paixão, Morte e Ressurreição. "Purificai-vos do velho fermento, para que sejais massa nova, porquanto Cristo, nossa Páscoa, foi imolado" (I Cor 5, 7).

Jesus veio ao mundo para cumprir a Escritura, e por sua Vontade foi crucificado exatamente no dia da preparação da festa da Páscoa, para que, a partir de sua Morte e Ressurreição fosse instituída a Nova e Eterna Aliança.

Depois do longo período de reflexão, jejum e penitência da Quaresma, chegou o momento de nos entregarmos à perfeita e plena Alegria! É Páscoa! Jesus, nossa Páscoa, é Deus Vivo! Feliz Páscoa!
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Sábado Santo ou de Aleluia!


No Sábado Santo honra-se a sepultura de Jesus Cristo e a sua descida à mansão dos mortos, e, depois do sinal do Glória, começa-se a honrar a sua gloriosa Ressurreição.

A noite do Sábado Santo, denominada também Vigília Pascal, é especialíssima e solene. A Vigília Pascal era antigamente celebrada à meia-noite, depois mudada para a partir das 20 horas. No entanto, ela não pode começar antes do início da noite e deve terminar antes da aurora do domingo.

É considerada "a mãe de todas as santas Vigílias", pois nela a Igreja mantém-se de vigia à espera da Ressurreição do Senhor, e celebra-a com os Sacramentos da Iniciação cristã.

Esta noite é "uma vigília em honra do Senhor" (Ex 12,42). Assim ouvindo a advertência de Nosso Senhor no Evangelho (Lc 12, 35), aguardamos o retorno do Senhor, tendo nas mãos velas ou lâmpadas acesas, para que ao voltar nos encontre vigilantes e nos faça sentar à sua Mesa.

A vigília desta noite é dividida do seguinte modo:

1º - A Celebração da Luz;

2º - A meditação sobre as maravilhas que Deus realizou desde o início pelo seu povo, que confiou em sua Palavra e em sua Promessa;

3º - O nascimento espiritual de novos filhos de Deus através do Sacramento do Batismo;

4º - E por fim a tão esperada Comunhão Pascal, na qual rendemos ação de graças à Nosso Senhor por sua Gloriosa Ressurreição, na esperança de que possamos também nós ressurgir como Ele para a vida eterna.



Benção do Lume Novo

As luzes da igreja estão todas apagadas. Do lado de fora está um fogareiro preparado pelo sacristão antes do início das funções, com a faísca tirada de uma pedra. Junto está uma colher para recolher as brasas e colocá-las dentro do turíbulo. Então o celebrante abençoa o fogo e o turiferário recolhe algumas brasas bentas e as coloca no turíbulo.

A benção se originou na Gália (França) e pretendia ser um sacramental substitutivo das fogueiras pagãs que se acendiam no início da primavera, em louvor da divindade Votan, com a finalidade de se obter uma rica colheita dos frutos da terra.

O costume de extrair fogo golpeando uma pedra provém da antiguidade germânica pagã. A pedra representa Cristo, "a pedra angular" que, sob os golpes da cruz, jorrou sobre nós o Espírito Santo.

O fogo novo, representativo da Ressurreição de Nosso Senhor, luz Divina apagada por três dias, que há de aparecer ao pé do túmulo de Cristo, que se imagina exterior ao recinto da igreja, e resplandecerá no Dia da Ressurreição.

Deve ser novo este fogo, porque Nosso Senhor, simbolizado por ele, acaba de sair do túmulo.

Essa cerimônia era já conhecida nos primeiros séculos. Tem sua origem no costume romano de iluminar a noite com muitas lâmpadas. Essas lâmpadas passam a ser símbolo do Senhor Ressuscitado dentro da noite da morte.


A procissão feita com o Círio Pascal

Após a cerimônia de preparação do Círio Pascal, é ele solenemente introduzido no templo por um diácono que por três vezes, ao longo do cortejo pela nave central, canta elevando sucessivamente o tom: "Eis a luz de Cristo" (Lumen Christi). O coro responde: "Graças a Deus" (Deo Gratias). Em cada parada vão se acendendo aos poucos as velas: na primeira vez é acesa a vela do celebrante; na segunda parada, feita no meio do corredor central, são acesas as velas dos clérigos; na terceira vez por fim, se acendem as velas dos assistentes, que comunicam as chamas do Círio bento até toda a igreja estar iluminada.

As velas são acesas no Círio Pascal, pois nossa luz vem de Cristo. O diácono, que vem vindo, é, portanto, mensageiro e arauto da nova auspiciosa. Anuncia ao povo a Ressurreição de Cristo, como outrora o Anjo às santas mulheres.

As palavras "Lumen Christi", significam que Jesus Cristo é a única Luz do mundo.

A procissão, que se forma atrás do Círio Pascal é repleta de símbolos. É alusão às palavras de Nosso Senhor: "Eu Sou a Luz do mundo. Quem me segue não anda nas trevas, mas terá a luz da vida" (Jo 8,12; Jo 9,5; 12,46). O Círio, conduzido à frente, recorda a coluna de fogo pela qual Deus precedia na escuridão da noite ao povo de Israel ao sair da escravidão do Egito e lhe mostrava o caminho (Ex 13, 21).

O cristão é aquele que, para iluminar, se deixa consumir, que em sua luz acende outras, dando sua própria vida, como ensinou e fez Nosso Senhor Jesus Cristo (Jo 15,13).


O Precônio Pascal

Ao término da procissão, na qual se introduz o Círio no Templo, é ele colocado em local apropriado. Com a vela acesa na mão renovamos nossa fé, proclamando Jesus Cristo, Luz do mundo que ressurgiu das trevas para iluminar nosso caminho. E lembramos o que que por vocação todo cristão é chamado a ser também luz, como ele mesmo nos diz: "Vós sois a luz do mundo. Que, portanto, brilhe vossa luz diante dos homens, para que as pessoas vejam vossas boas obras, e glorifiquem vosso Pai que está nos Céus!" (Mt 5,14.16).

O diácono, após incensar o Círio e o Livro, canta o Precônio Pascal (Praeconium Pascale: Anunciação da Páscoa), em que se exaltam os benefícios da Redenção, e que é um belo poema, a partir da vela, sobre o trabalho das abelhas e o material para a confecção da vela, o significado da luz ao longo da história de Israel e, de modo especial, sobre Jesus, a Luz do mundo. As magníficas palavras deste hino são atribuídas a Santo Ambrósio e Santo Agostinho. É esse canto o antigo Lucernário da Vigília Pascal. O nome Lucernário foi dado às orações que se diziam na reunião litúrgica ao acenderem-se as luzes ao anoitecer.

Arderá daí em diante o Círio Pascal, em todas as funções, durante quarenta dias, recordando a permanência na Terra de Cristo ressuscitado. Retirar-se-á no dia da Ascensão, isto é, no momento em que Jesus Cristo ressuscitado sobe ao Céu.


Leitura das profecias

Nos primórdios da Igreja, nesta hora, aproximavam-se os catecúmenos para receberem o Batismo. A fim de ocupar a atenção dos fiéis e para maior instrução dos catecúmenos, liam-se na tribuna passagens da Sagrada Escritura apropriados ao ato. Eram as doze profecias, um como resumo histórico da religião: criação, dilúvio, libertação dos israelitas, oráculos messiânicos.

Atualmente são feitas apenas nove leituras, sete do Antigo Testamento e duas do Novo. Para cada leitura, há uma oração, com cântico ou salmo responsorial. Após a sétima leitura, são acessas as velas do Altar a partir do Círio Pascal e o sacerdote entoa o canto do Glória in Excelsis, com acompanhamento de instrumentos musicais e de sinos, que ficaram calados durante todo o Tríduo sagrado. A Igreja, portanto, entra inteira na alegria pascal. Logo em seguida é feita a primeira leitura, do Novo Testamento (Rm 6,3-11), que é sobre o Batismo.

Após o término das leituras, o sacerdote entoa o canto solene do "Aleluia", quebrando o clima de tristeza que acompanhava o tempo da Quaresma. Esse canto solene, repetido gradativamente três vezes em tom cada vez mais alto, representa a saída de Cristo da sepultura e expressa o crescente júbilo pela Vitória do Senhor. Por fim, proclama-se um trecho do Evangelho sobre a Ressurreição de Jesus, levando-se em consideração o ciclo anual de A, B e C.


Benção da pia batismal

Terminada a leitura das Profecias, vai o Clero para a pia batismal. Na frente do cortejo, a Cruz e o Círio Pascal, símbolos de Cristo que deve alumiar a nossa peregrinação terrena, como em outras eras a nuvem luminosa norteava o rumo dos israelitas no deserto.

O celebrante abençoa a água num magnífico prefácio em que são lembradas as maravilhas que Deus quis operar por meio da água; depois, com a mão divide em quatro partes a água já purificada, e derrama algumas gotas nos quatro pontos cardeais. Enfim, nessa pia batismal, mergulha por três vezes o Círio Pascal, simbolizando o poder regenerador que Jesus Ressuscitado dá a essa água e, também, nossa participação em seu Mistério Pascal, no qual morremos ao pecado e ressuscitamos para a vida da Graça. E ainda deita nela um pouco do óleo dos catecúmenos e do santo Crisma. Essa água será usada nos batizados ao longo do ano e na aspersão do povo.

Quando não há Batismo-Confirmação, sempre se benze a água, que é levada solenemente até a pia batismal.

Antigamente, após os ritos preparatórias, era administrado o batismo solene aos catecúmenos (os que se iniciavam na fé cristã) e que, durante três anos, estavam, num processo intenso de preparação para ingressar na Igreja, com um rigor maior na Quaresma e na Semana Santa. E findos os ritos preparatórios, os catecúmenos eram levados ao lugar onde tinham de receber o Batismo. Recorda esta cerimônia a aspersão dos fiéis que o celebrante faz através da igreja, com a água acabada de benzer.

Depois da benção da Pia Batismal, volta o préstito ao coro, cantando a Ladainha de Todos os Santos, recordando os que viveram com fidelidade a Graça Batismal. Chegados ao pé do Altar, o celebrante e seus ministros prostram-se para meditar ainda na Morte e Sepultura de Nosso Senhor.

O final do Sábado Santo, com seus três aspectos do mesmo e único Mistério Pascal, Morte, Sepultamento e Ressurreição de Jesus, está no ápice do Tríduo Pascal. Primeiro está a Morte na Sexta-feira; depois Jesus no túmulo, no Sábado; e, em seguida, a Ressurreição, no Domingo, iniciada, porém, na noite de Sábado, na Vigília Pascal.

Missa solene

A Missa é a primeira das duas cantadas na Páscoa. Esta Celebração ostenta o caráter de extremo júbilo e magnificência, em forte contraste com a mágoa intensa da Sexta-feira Santa. Vemos agora os Altares e os dignatários paramentados de grande gala. Reboam as notas alegres do Gloria in Excelsis, unidas ao bimbalhar dos sinos festivos. O Aleluia, não mais ouvido desde o início da Quaresma, ressurge após a Epístola.

Essa é na realidade a Missa da madrugada da Páscoa. Ela termina com a Pós-Comunhão e o Ite Missa Est, a que se juntam dois Aleluias (também se juntam ao Deo Gratias), como expressão de regozijo. É por assim dizer, a Aurora da Ressurreição.




Adaptado de artigo de Emílio Portugal Coutinho - GaudiumPress.Org
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Quinta-feira Santa


A Celebração da Semana Santa encontra seu ápice no Tríduo Pascal, que compreende a Quinta-feira Santa, a Sexta-feira da Paixão e Morte do Senhor e a solene Vigília Pascal, no Sábado Santo (Sábado de Aleluia) à noite. Esses três dias formam uma grande celebração da Páscoa da Paixão, Morte e Ressurreição de Nosso Senhor Jesus Cristo.

A Liturgia da Quinta-feira Santa trata do Amor e da verdadeira humildade, com a cerimônia do Lava-pés, a proclamação do novo Mandamento, que é amar incondicionalmente, a instituição do Sacerdócio Ministerial e a instituição da Sagrada Eucaristia, em que Jesus se faz nosso Alimento, dando-nos seu Corpo e seu Sangue salvíficos. É a manifestação mais profunda do seu infinito Amor por nós.

A Eucaristia é o Amor maior, que se exprime mediante tríplice exigência: do Sacrifício, da Presença e da Comunhão. O amor exige sacrifício, e a Eucaristia significa e realiza o Sacrifício da Cruz na forma de Ceia Pascal. Nos Sinais do Pão e do Vinho, Jesus se oferece como Cordeiro imolado que tira o Pecado do mundo: "Ele tomou o pão, deu graças, partiu-o e distribuiu a eles dizendo: isto é o meu Corpo que é dado por vós. Fazei isto em memória de Mim. E depois de comer, fez o mesmo com o cálice dizendo: Este cálice é a Nova Aliança em meu Sangue, que é derramado por vós" (Lc 22,19-20). Pão dado, Sangue derramado pela redenção do mundo. Eis aí o Sacrifício como exigência do Amor.

Amor, além de sacrifício, exige presença. A Eucaristia é a Presença Real do Senhor que faz dos Sacrários de nossas igrejas o centro da vida e da oração dos fiéis. A fé cristã vê nos nossos sacrários a Morada do Senhor, plantada ao lado da morada dos homens, não os deixando órfãos, fazendo-lhes companhia, partilhando com eles as alegrias e tristezas da vida, ensinando-lhes o significado da solidariedade: "Estarei ao lado de vocês, como amigo, em todos os momentos da vida". Eis a Presença, outra exigência do Amor.

O amor exige não só sacrifício e presença, mas exige também comunhão. Na intimidade do diálogo da última Ceia, Jesus rezou com este sentimento de Comunhão com o Pai e com os seus discípulos: "Que todos sejam um, como tu, Pai, estás em Mim e eu em Ti... que eles estejam em nós" (Jo 17,20-21).

Jesus Eucarístico é o Caminho que leva a esta Comunhão ideal. Alimentar-se de sua Carne e Sangue é identificar-se com Ele no modo de pensar, nos sentimentos e na conduta da vida. Todos que se identificam com Ele passam a ter a mesma identidade entre si: são chamados de irmãos seus e o são de verdade, não por laços sanguíneos, mas pela Fé. Eucaristia é vida partilhada com os irmãos. Eis a Comunhão como exigência do Amor.
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Imagens: Semana Santa e Páscoa do Senhor

Imagens para a Semana Santa





































































































Imagens para a Páscoa de Nosso Senhor Jesus Cristo


















Cristo Ressuscitado - Antonio Vivarini (1440-1480)
































Cristo Ressuscitado aparece a Maria Madalena








































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