Festa de São José Operário


Em 1955, o Papa Pio XII instituiu a Festa de São José Operário, no dia 1º de Maio; dia em que mundialmente se comemora o trabalho, para ressaltar a nobreza do trabalho, ficando o exemplo de São José como aquele a ser seguido por todos os trabalhadores cristãos. Desta forma, o Papa homenageou o exemplo de homem laborioso e honesto, fiel à palavra de Deus, obediente e justo.

Leão XIII, na Encíclica Rerum Novarum, nos lembra que "os operários e os proletários têm como direito especial o de recorrer a São José e procurar imitá-lo. José, de fato de família real, unido em matrimônio com a mais santa e a maior entre todas as mulheres, considerado como o pai do Filho de Deus, não obstante passou a vida a trabalhar e A tirar do seu trabalho de artesão tudo o que era necessário ao sustento da (Sagrada) Família".

Que o exemplo de José nos anime e inspire a santificarmos nossas vidas com nosso trabalho!



Oração do Trabalhador:

Jesus, Divino Operário, volvei vosso olhar benigno sobre nós, trabalhadores. Nós vos apresentamos as nossas necessidades e as necessidades de todos os que trabalham, intelectual ou fisicamente. Vede nossas dificuldades, nossas condições de saúde física, mental e espiritual; repeti o brado do vosso Coração: "Tenho dó deste povo", e confortai-nos pela intercessão de São José, modelo dos operários e trabalhadores. Dai-nos a sabedoria, a virtude e o amor que vos alentou em vossas laboriosas jornadas. Inspirai-nos pensamentos de fé, de paz, de moderação e de fraternidade, a fim de que procuremos, com o pão de cada dia, os bens espirituais e o Céu. Livrai-nos de todas as forças que, com apelos mundanos, intentam desviar-nos da fé e da confiança na vossa Providência. Por Vosso Nome, Senhor Jesus Cristo, pedimos com São José, que foi vosso amparo e fiel guarda neste mundo. Amém.
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Beato Pe. Mariano de La Mata


Mariano de La Mata Aparício nasceu na Espanha, em 31 de dezembro de 1905, e veio ao Brasil em agosto de 1931, um ano após a sua ordenação sacerdotal. Ele veio ao mundo numa família amorosamente católica, de oito filhos, sendo que todos os quatro homens tornaram-se agostinianos, e os casamentos de suas irmãs deram-lhe 27 sobrinhos, dos quais três sacerdotes e três religiosas missionárias.

Mariano chegou primeiro em Taquaritinga (SP), onde trabalhou como vigário capelão do colégio das Irmãs Agostinianas Missionárias. Passou por São José do Rio Preto e foi transferido para a capital paulista, onde permaneceu até a sua morte. Em vida, não realizou ações extraordinárias aos olhos do mundo, levando uma vida aparentemente comum nesta imensa cidade de São Paulo, mas viveu um heroísmo autêntico, e teve o Amor a Deus como incentivo maior, até nos seus mínimos gestos.

A partir de 1961, Pe. Mariano viveu no Colégio-Paróquia Sto. Agostinho, como professor, diretor espiritual e vigário paroquial. As pessoas que o conheceram dão testemunho de como foi a sua vida, especialmente o Vice-Postulador da causa de sua beatificação, Pe. Miguel Lucas, que narrou sua vida e a reproduziu em pinturas. A sobrinha agostiniana, Irmã María Paz, disse: “Conhecer Pe. Maria-no e não conhecer o Amor de Deus era impossível. Usava qualquer pretexto para falar de Deus aos outros”.

Pe. Mariano era chamado “mensageiro da caridade”, porque percorria as ruas de São Paulo visitando as dezenas de casas das Associações de Sta. Rita de Cássia, onde se faziam roupas para os pobres; foi diretor espiritual dessa obra por quase 31 anos.

Procurava recursos para socorrer os necessitados. Ficou conhecido por distribuir santinhos e medalhas de Sto. Agostinho e Sta. Rita aos operários de uma grande construção próxima à igreja onde trabalhava. Sempre levava-lhes, também, alimento, e muita fé e coragem.

Era um sacerdote zelosamente cumpridor de suas obrigações ministeriais. Madrugava muito; pouco depois das seis horas já se podia vê-lo a preparar o Altar para as Missas. Destacou-se pela visita aos doentes: era um bálsamo para os enfermos, levava a eles a Eucaristia e os demais Sacramentos, a qualquer hora do dia ou da noite. Nas horas de angústia e dor, consolava as viúvas e filhos dos falecidos. Era como um pai para todos.

Pe. José Luiz Martínez, que conviveu muito com o Pe. Mariano, testemunha que “nos momentos mais difíceis a sua presença era desejada, porque significava um elemento de equilíbrio e de paz”. Sempre conciliador, às vezes alguém o enganava, ou melhor, ele se deixava enganar, desde que isso servisse para ganhar outros para Deus. Nunca falava mal do próximo, nem comentava defeitos alheios. Relacionava-se tão bem com os pobres quanto com os ricos piedosos, e com as autoridades. Pe. Mariano tinha uma alma alegre, e uma simplicidade contagiante e acolhedora. Nunca se vangloriava das suas qualidades, mesmo ao exercer cargos importantes. Como professor era muito querido pelos alunos, porque sabia, sem perder a autoridade, fazer de cada um deles um amigo. Estava sempre disposto a sacrificar seus direitos pelo bem da unidade. Extrovertido, festejava os sucessos dos outros.

Cecília Maria de Queiroz, secretária da Igreja de Sto. Agostinho, relembra: “Pe. Mariano falava muito da devoção ao Terço. Vi-o muitas vezes caminhar de um lado ao outro, rezando com o Breviário e seu Terço. Recomendava-nos rezar muito e sempre. Punha as coisas de Deus sempre em primeiro lugar”.

Padre Mariano pode ser considerado também um protetor dos esportistas. Ele não só organizava, orientava e motivava jovens atletas, mas aconselhava-os antes das competições. Num programa de rádio, ele disse: “Os jogos, além de enrijecer os músculos do corpo, fortalecem a vontade, fomentam o companheirismo, reanimam o coração nas lutas que se apresentam e oferecem descanso ao intelecto que reclama algumas horas de lazer”.

A manifestação de santidade de uma pessoa cresce ao longo da vida e às vezes atinge o auge nos momentos finais. Aquele que com tanta dedicação cuidou dos doentes, foi visitado pela doença. Numa tarde de 1983, Pe. Mariano sentou-se numa escada do Colégio, o que não era comum para ele, sempre cheio de energia e disposição. Perguntado por que se sentara ali, respondeu: “Sinto como se um gato me arranhasse o estômago...”. Era o câncer.

Aceitou e suportou a doença com grande resignação. Sofria grandes dores mas esquecia de si e preocupava-se com os outros doentes do Hospital do Câncer, onde fora internado. Apesar dos sofrimentos, conservava a alegria. Seus gestos de amor para com os visitantes, pessoal do serviço e demais enfermos causavam admiração. Na Quinta-Feira Santa, recebeu a visita dos confrades, dos amigos e do Cardeal-Arcebispo Dom Evaristo Arns. Insistiu com sua sobrinha, Ir. María Paz, para ir visitar a unidade de crianças com câncer. Pediu que todos fossem celebrar juntos a Eucaristia.


Igreja de Santo Agostinho e Altar das relíquias de Pe. Mariano

Passou tranquilo a noite, mas na manhã seguinte tinha muita dificuldade em falar. À tarde já não falava, e assim permaneceu no Sábado Santo e Domingo de Páscoa. Na segunda- feira após a cristandade celebrar a Ressurreição do Senhor, perto das oito da manhã, partiu Pe. Mariano para celebrar no Céu a Páscoa eterna: sem nenhum movimento, sem o mínimo gesto, simplesmente parou de respirar, inclinando suavemente a cabeça para a direita... Tinha 78 anos de idade. Era 5 de abril de 1983.

O milagre necessário para a beatificação, aprovado pela Congregação para as Causas dos Santos e pelo Papa Bento XVI, ocorreu no dia 26 de abril de 1996. Em Barra Bonita, interior de São Paulo, o menino João Paulo Polotto, de seis anos de idade, aluno do colégio agostiniano, sofreu um gravíssimo acidente ao soltar-se de sua mãe e atravessar a rua. Foi atingido por um caminhão que lançou seu pequeno corpo pelos ares, a vários metros de distância. Socorrido em estado de coma, no hospital foi diagnosticada fratura craniana, traumatismo crânioencefálico grave, paralisia, batimentos cardíacos lentos, parada respiratória, globo ocular projetado e afundamento do crânio. Estava praticamente morto. Alguns minutos após o acidente, padres e alunos do Colégio Agostiniano São José, de São José do Rio Preto, rezaram pedindo a intercessão de Padre Mariano, juntamente com familiares do menino.

O resultado foi que o menino se recuperou tão rapidamente que, dez dias depois, o médico que o tinha atendido no hospital foi visitá-lo e, estupefato, o encontrou já na rua, perfeito, brincando com os colegas, andando de patins, sem nenhuma sequela do terrível atropelamento, como se nada tivesse acontecido! João Paulo é hoje um moço.

O Altar em honra ao Beato Mariano e suas relíquias encontram-se na igreja da Paróquia Santo Agostinho, que fica na Praça Santo Agostinho, 79, próxima à estação Vergueiro do Metrô.
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Teresa Newman, mística estigmatizada, alimentou-se somente da Eucaristia por 36 anos


A vida de Teresa Newman mudou radicalmente depois da milagrosa cura da paralisia e da cegueira que teve aos 25 anos. Alguns anos depois recebeu os estigmas e iniciou um jejum que durou 36 anos, até a sua morte. O seu único alimento foi a Eucaristia e por isso a autoridade nazista, durante a guerra, retirou-lhe o subsídio alimentar, mas concedeu um ração dupla de sabão para lavar as roupas que todas as sextas-feiras se empapavam de sangue, quando em êxtase recebia as marcas da Paixão de Cristo. Hitler tinha muito medo de Teresa e ordenou aos seus oficiais: “Não toquem nela!”.

Teresa Newman (Therese Neumann) nasceu em Konnersreuth, norte da Bavaria, Alemanha, no dia 8 de abril de 1898, numa Sexta-Feira da Paixão, numa família muito pobre e profundamente católica. No seu diário, escreveu que o seu maior desejo era ter sido missionária na África. Tragicamente, porém, um acidente que sofreu aos vinte anos impediu-a de realizar o seu sonho. Em 1918, uma fazenda vizinha incendiou-se e Teresa correu para ajudar, mas pelo grande esforço de carregar os baldes de água para apagar as chamas sofreu uma grave lesão na medula espinhal que a deixou paralisada e completamente cega.

Teresa passava todo o dia em oração, e um dia, no ano de 1923, aconteceu o grande milagre da sua completa cura, em presença do Padre Josef Naber, que testemunhou como tudo aconteceu: “Teresa disse que via uma grande luz e uma voz extraordinariamente doce perguntava se ela queria curar-se. A resposta de Teresa foi surpreendente; disse que para ela tudo estava bem, ficar curada, continuar doente ou morrer, contanto que fosse feita a Vontade de Deus. A voz misteriosa lhe disse que 'hoje ela teria, sim, uma pequena alegria, ficaria curada da sua doença, mas que depois sofreria muito'".

Teresa foi então milagrosamente curada, recuperando os movimentos do corpo e a visão, para tremendo espanto de todos quantos a conheciam!

Por algum tempo ela esteve bem de saúde. Em 1926, porém, começaram as experiências místicas que duraram até a sua morte: recebeu os estigmas e passou a adotar o jejum completo, tendo a Eucaristia como o seu único Alimento. Pe. Naber, que lhe ministrava a Comunhão todos os dias, até o momento da sua morte, escreveu: “Nela se cumpre literalmente a Palavra de Deus: 'Pois a minha Carne é verdadeiramente uma Comida e o meu Sangue é verdadeiramente uma Bebida'”.

Teresa oferecia seu sofrimento físico a Deus: perdia sangue com os estigmas e experimentava grande sofrimento, que durava desde a quinta-feira, dia do início da Paixão do Senhor, até o domingo, dia da sua Ressurreição, e rezava pelos pecadores que lhe pediam ajuda. Cada vez que era chamada ao leito de morte de uma pessoa, testemunhava no juízo particular dela, o que ocorre imediatamente depois da morte.



Os impressionantes êxtases de Teresa Newman

As autoridades eclesiásticas realizaram muitos controles e monitorizaram o jejum de Teresa; o Jesuíta Carl Sträter, por ordem do Bispo de Ratisbonne, encarregou-se das investigações sobre a vida de Teresa e os seus estigmas, e declarou: “O jejum de Teresa Newman quis demostrar a todos os homens do mundo o valor da Eucaristia, dar a entender que Cristo é verdadeiramente Presente sob as espécies do Pão e que através da Eucaristia é possível conservar inclusive, a vida física”.

Quando, em setembro de 1927 o Dr. Fritz Gerlich foi a Konnersreuth para tentar, "em nome da razão e da ciência", esclarecer o caso da estigmatizada Teresa Newman, viu-se diante de uma mulher humilde, que dali a não muito pouco tempo conseguiria dar às suas verdades um significado mais amplo. Os sinais da Crucificação de Cristo, que sofria na carne com tanta nobreza, o jejum de 36 anos e a vasta gama de fenômenos sobrenaturais ligados à sua pessoa representavam e representam a prova física da existência da Realidade além das nossas percepções sensoriais.

Em julho de 1927, a Cúria de Ratisbona mandou que fosse feita uma análise cuidadosa do caso Teresa Newman, a fim de verificar a veracidade ou não dos fenômenos. Uma comissão médica composta de um psiquiatra, Dr. Ewald, um médico, Dr. Seidl, e quatro enfermeiras freiras, supervisionou Teresa por um período de quinze dias. De duas em duas, as irmãs, sob juramento, vigiaram ininterruptamente até o menor movimento de Teresa. A ela foi proibido o acesso ao banheiro, sendo que todas as suas secreções eram recolhidas e examinadas. Médicos fizeram análises minuciosas das feridas e verificaram muitas vezes o seu peso e a sua temperatura corporal. No final dos quinze dias, declararam a impossibilidade de a medicina explicar os estigmas, e confirmaram que nenhuma substância tinha sido ingerida pela mulher durante o período da análise.

Dentre todos que a conheceram, incluindo os profissionais de psiquiatria e medicina, ninguém observou em Teresa nenhum sinal de desequilíbrio mental ou emocional, de auto-sugestão ou da chamada "beatice" que, de acordo com o parecer de alguns céticos seria a explicação para o aparecimento das chagas no corpo da mulher. Conta-se que certa vez, respondendo a uma dessas insinuações, disse Teresa: "Se o senhor acreditasse que é um boi, acha que lhe cresceriam chifres?”...

Durante as visões e êxtases, Teresa falava com facilidade e corretamente em grego, latim, francês e aramaico, fato que assombrou especialistas como o Profº de filologia semítica Johannes Bauer, o orientalista e papirólogo vienense, Profº Drº Wessely e o Arcebispo católico de Ernaculum-Índia, Dr. Parecatill. Os três concordavam em afirmar que Teresa se exprimia na língua que se falava na antiga Palestina.

O pedido de beatificação de Teresa Newman foi feito pela Arquidiocese local alemã em 13 de fevereiro de 2005.

"A Mesa da Eucaristia não nos oferece somente a Morte e o Sepulcro e a participação a uma vida melhor, mas Ele mesmo, o Ressuscitado; não somente os Dons do Espírito, mesmo que sejam enormes, mas o Benfeitor mesmo, o Templo mesmo em que é fundado o Universo dos Dons. (...) Como a boa oliveira enxertada na oliveira selvagem a muda completamente na sua própria natureza, de modo que o fruto não tem mais as propriedades da oliveira selvagem, do mesmo modo também a justiça dos homens, por si não serve para nada, mas logo que ficamos unidos a Cristo, recebido na Comunhão da sua Carne e do seu Sangue, pode produzir imediatamente os maiores bens, como a remissão dos pecados e a herança do Reino, bens que são fruto da Justiça de Cristo." (Nicolas Cabasilas)

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Fontes e bibliografia:
NASINI, Gino. O Milagre e os Milagres Eucarísticos. São Paulo: Loyola / Palavra & Prece, 2011, pp. 166-167.
FICKETT, Harold. Coisas no Céu e na Terra, investigação do sobrenatural. São Paulo: Loyola, 2003, p. 22
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Ana Katherina Emerick alimentou-se somente da Eucaristia por mais de 10 anos


O mosteiro onde vivia Anna Katherina Emerick foi confiscado pelo governo, por isso ela foi obrigada a abandoná-lo. Naquele período, o seu estado de saúde piorou e aumentaram as suas experiências místicas: recebeu os estigmas e teve numerosas visões. Uma delas foi a da casa de Nossa Senhora em Éfeso. Efetivamente, de acordo com antigas tradições, parece que Santa Maria e o Apóstolo São João se estabeleceram nessa cidade. O aspecto milagroso da vida de Anna Katherina consiste em que durante anos ela se alimentou somente da Eucaristia.

Anna Katherina Emerick nasceu na Alemanha, no dia 8 de setembro de 1774, numa família de camponeses, e iniciou cedo a trabalhar. Sua vocação religiosa amadureceu rapidamente, e ela pediu ser admitida em vários mosteiros, mas sempre foi rejeitada porque era pobre e não tinha nenhum dote. Aos 28 anos foi finalmente acolhida num mosteiro de Agnetenberg, onde participou com fervor da vida monástica, sempre disponibilizando-se para assumir os trabalhos mais pesados.

Uma noite, enquanto estava rezando, Jesus apareceu-lhe e ofereceu-lhe duas coroas: uma de rosas e outra de espinhos. Ela escolheu a de espinhos e Jesus colocou-a na sua cabeça, imediatamente, apareceram em sua testa os primeiros estigmas.

Em outra aparição de Jesus, surgiram também feridas nas suas mãos, nos pés e no flanco. Em 1811, o mosteiro de Agnetenberg, por causa do movimento de secularização, foi suprimido, e Anna Katherina foi acolhida como doméstica na casa de um sacerdote. Logo, porém, enfermou-se e foi obrigada a ficar de cama. O doutor Wesener, jovem médico, visitou-a e ficou muito impressionado com os estigmas. Com o passar do tempo (11 anos) ficaram amigos, e o doutor virou seu assistente. Ele tinha até um diário no qual escrevia as visões de Anna.

Durante todo esse tempo, a freira tinha praticamente parado de comer. Água e a Hóstia consagrada foram suficientes para mantê-la viva durante anos.

Como era devotíssima à Santa Eucaristia, sobre o Santíssimo Sacramento escreveu numerosas páginas: “O meu anseio pela Santíssima Eucaristia era tão forte e irresistível que, de noite, saía frequentemente da minha cela para estar na igreja…Frequentemente me ajoelhava e me prostrava em direção ao Santíssimo, com os braços abertos, e às vezes entrava em êxtase”.

Anna Katherina uniu sempre o seu sofrimento ao de Jesus, e ofereceu-o para a redenção dos homens. O biógrafo mais famoso de Anna Katherina foi o escritor alemão Clemens von Brentano, que transcreveu todas as suas visões. Bretano compilou milhares de páginas sobre a Beata, sendo que muitas ainda não foram publicadas. Num dos seus trechos mais famosos, escreveu: “Anna Katherina está como uma cruz na beira da estrada para indicar aos fiéis a justa direção. Tudo o que ela diz é breve e simples, cheio de profundidade, calor, vida. Sempre feliz, afetuosa, digna, maravilhosa. Sempre doente e agonizante, mas ao mesmo tempo, delicada e fresca, casta, provada, sana. Estar sentado ao seu lado era o mesmo que ocupar o lugar mais bonito do mundo”.


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Palestra: Dr. Ricardo Castañón Gomez, ex-ateu

Atendendo a pedidos, publicamos a palestra completa com o Dr. Ricardo Castañón Gomez, ex-ateu, responsável pelas análises científicas do Milagre Eucarístico ocorrido em Buenos Aires, Argentina (leia aqui). Assista abaixo, em nove partes:


Parte 1



Parte 2



Parte 3



Parte 4



Parte 5



Parte 6



Parte 7



Parte 8



Parte 9
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"A Igreja não é uma ONG assistencial!" - Princípios da Cristandade


Por Arnaldo Xavier da Silveira - Bonum Certamen

1. "A Igreja não é uma ONG assistencial". Esse ensinamento singelo do Papa Francisco, ainda em seu primeiro dia como Sumo Pontífice, evoca doutrinas riquíssimas sobre a Igreja, negadas por progressistas, mal interpretadas ou esquecidas por muitos católicos.


A Igreja, sociedade visível e perfeita

2. A Igreja militante é visível porque não é uma entidade meramente espiritual, pneumática, secreta, não é um mero agrupamento de pessoas que pensam do mesmo modo, nem um movimento unicamente de ideias, ou uma comunidade privada, mas existe visivelmente neste mundo, constituindo sociedade verdadeira.

3. E, como sociedade, a Igreja não é visível apenas no sentido físico, ótico, como entendem alguns. Com efeito, é verdade que ela existirá sempre nesta Terra, segundo as promessas de Nosso Senhor, ainda que com número reduzido de fieis, como no Cenáculo e, afirmam bons exegetas, no fim do mundo (Luc. 18, 8). Mas é visível também num sentido mais profundo, institucional, dado que tem estrutura jurídica, membros que a constituem, hierarquia formada por homens vivos, um chefe de todos conhecido, como as demais sociedades humanas.

4. A Igreja é sociedade perfeita, porque por si mesma tem todos os meios para atingir seus fins, conduzir os fieis à salvação eterna. É una e universal. Seu chefe é monarca por instituição divina, dotado de poderes tanto espirituais e de ordem, como jurisdicionais, legislativos e magisteriais. A Igreja é sociedade de direito público internacional, não sujeita a qualquer entidade humana. É soberana na ordem civil e política, como qualquer Estado moderno o é. Essa sua condição não lhe advém apenas do fato de ter o território da cidade do Vaticano, pois, ainda que não contasse com essa soberania territorial, teria, em princípio, pleno direito de ser tida como pessoa de direito público internacional, por força de sua origem divina como sociedade visível e perfeita.

5. Pio XII declara “que estão em grave erro os que arbitrariamente imaginam uma Igreja como que escondida e invisível”, acrescentando que “O Verbo de Deus assumiu a natureza humana passível, para que, uma vez fundada e consagrada com seu sangue a sociedade visível, o homem fosse, no dizer de Santo Tomás de Aquino, ‘reconduzido pelo governo visível às realidades invisíveis’ (De Ver. q. 29. a. 4. ad 3)” (Enc. Mystici Corporis, §“Ex iis, quae adhuc”).

6. Pio XII afirma ainda, reiterando ensinamento de Leão XIII, que a Igreja é “sociedade perfeita no seu gênero”, dotada de “elementos sociais e jurídicos” (ibidem, §“Recta igitur”). Reprova “o erro funesto dos que sonham uma Igreja quimérica, uma sociedade formada e alimentada pela caridade, à qual, com certo desprezo, opõem outra que chamam jurídica”. E, referindo o Concílio Vaticano I, Const. Dogm. De Ecclesia, acrescenta que o Divino Redentor “ordenou que a sociedade humana por ele fundada fosse perfeita no seu gênero, e dotada de todos os elementos jurídicos e sociais para perdurar na Terra a obra salutífera da Redenção” (ibidem, §“Quapropter funestum”).


A Realeza Social de Nosso Senhor

7. O ensinamento do Papa Francisco, de que a Igreja não é simples ONG assistencial, evoca ainda a doutrina da Realeza Social de Jesus Cristo. Deus não é Senhor apenas dos seres irracionais e do homem, mas também das sociedades e dos Estados, que igualmente lhe devem submissão, homenagem e culto. Daí advém a Realeza Social de Nosso Senhor, negada com furor pelo laicismo hoje dominante, como pelo modernismo de todas as latitudes. A partir da doutrina, em si mesma correta, de que em vista das circunstâncias pode ser tolerada uma sociedade que inadmita a realeza de Nosso Senhor, o liberalismo católico do século XIX, e depois o modernismo e o progressismo, passaram a negá-la de modo absoluto, em princípio como na prática. Essa negação radical tenderia a subtrair à Igreja sua característica de entidade de direito público entre as nações, em face dos particulares e em toda a vida social, o que inevitavelmente a levaria, com o tempo, à condição de mera ONG assistencial.

8. Pio XI, declarando que a Igreja é “a única dispensadora da salvação” (Enc. Quas Primas, AAS, vol. XVII, n. 15, §“Quas Primas”), indica que já o Concílio de Niceia (ano 325) afirmou “a dignidade real de Cristo” em sua fórmula de fé: “cujo reino não terá fim” (ibidem, §“At quicquid”). Acrescenta que “os homens não estão menos sujeitos à autoridade de Cristo em sua vida coletiva do que na vida individual. Cristo é fonte única de salvação para as nações como para os indivíduos” (ibidem, §“Verumtamen eiusmodi”). Declara, ainda, que “aos governos e à Magistratura incumbe a obrigação, bem assim como aos particulares, de prestar culto público a Cristo e sujeitar-se às suas leis” (ibidem, §“Civitates autem”). E cita as seguintes palavras de Leão XIII na Encíclica Annum sacrum: “seu império não abrange tão só as nações católicas ou os cristãos batizados, que juridicamente pertencem à Igreja, ainda quando dela separados por opiniões errôneas ou pelo cisma: estende-se igualmente e sem exceções aos homens todos, mesmo alheios à fé cristã, de modo que o império de Cristo Jesus abarca, em todo o rigor da verdade, o gênero humano inteiro” (ibidem, §“Verumtamen eiusmodi”).


A Igreja é fator de ordem e concórdia

9. Progressistas e laicistas extremados alegam com frequência que a defesa das prerrogativas da Santa Igreja como sociedade visível e perfeita, e do Reino Social de Nosso Senhor, seria elemento de discórdia e violência na ordem individual, como na ordem social. Daí concluem que é imperativo calar essas características da Igreja, que segundo eles, ademais, já não valeriam para o mundo moderno, relativista e religiosamente pluralista. Desconhecendo de todo o verdadeiro espírito católico, eles chegam ao erro primário de equiparar a doutrina católica tradicional ao chamado fundamentalismo muçulmano, cuja violência tem estarrecido o mundo em nossos dias. Ora, o que ensinam os Papas é que a verdadeira e autêntica ordem social cristã é, de si, o mais poderoso dos fatores de harmonia e paz que possam unir os homens e os povos.

10. É essa a lição da Encíclica Immortale Dei, de Leão XIII, numa passagem sobre a Idade Média, que se tornou célebre na doutrina social da Igreja: “Tempo houve em que a filosofia do Evangelho governava os Estados. Nessa época, a influência da sabedoria cristã e a sua virtude divina penetravam as leis, as instituições, os costumes dos povos, todas as categorias e todas as relações da sociedade civil. Então a religião instituída por Jesus Cristo, solidamente estabelecida no grau de dignidade que lhe é devido, em toda parte era florescente (…). Então o sacerdócio e o império estavam ligados entre si por uma feliz concórdia e pela permuta amistosa de bons ofícios. Organizada assim, a sociedade civil deu frutos superiores a toda expectativa, frutos cuja memória subsiste e subsistirá, consignada como está em inúmeros documentos que artifício algum dos adversários poderá corromper ou obscurecer” (Acta Sanctae Sedis, 1885, vol. XVIII, p. 162/174).

11. Pio XI, na Encíclica Quas Primas, expõe os benefícios sociais que adviriam da aceitação da realeza social de Nosso Senhor, ressaltando “a concórdia e a paz” que resultariam da “consciência de seus membros do vínculo de fraternidade que os une”, levando à “esperança dessa paz que à Terra veio trazer o Rei Pacífico, esse rei que veio para reconciliar todas as coisas”. E prossegue dizendo que, “se os indivíduos, se as famílias, se a sociedade se deixassem reger por Cristo”, ocorreria o que prognosticava Leão XIII: “então retornaria a paz com todos os seus encantos e cairiam das mãos as armas e espadas” (Enc. Quas Primas, AAS, vol. XVII, §“Itaque, si quando”).

Conclusão: A bandeira no alto da cidadela

12. A bandeira da doutrina católica há de tremular sempre no topo da cidadela. Pode-se, sem dúvida, salientar, no fragor da batalha e com prudência, ora um de seus aspectos, ora outro; pode-se deixar de expor certa verdade durante tempo mais longo ou menos, mas não se pode aceitar que algum ponto da doutrina seja estável e sistematicamente omitido, por princípio ou por oportunismo. E as cores da bandeira não podem desbotar-se. Sem dúvida, há a hora de falar, e há a hora de calar. Mas, ao menos implicitamente, e ao longo do tempo explicitamente, a doutrina católica há de ser exposta em sua totalidade.

13. A profissão da fé é obrigação de todo católico. Da Revelação, não se suprima nem sequer um iota. Os princípios da Igreja como sociedade visível e perfeita, e do Reino Social de Nosso Senhor, são básicos na doutrina da Igreja. É inegociável o direito, e, conforme as circunstâncias, o dever, de proclamá-los. São princípios singelos e em outros tempos amplamente conhecidos. Hoje, contudo, de tal modo negados, subvertidos ou pelo menos esquecidos, urge proclamá-los, sob pena de se estar anunciando “outro Evangelho” (São Paulo, Gal. 1, 6).

14. Em defesa desses princípios maiores da Cristandade, invocamos a Rainha clemente, piedosa, doce, sempre Virgem, Maria.

Arnaldo Xavier da Silveira
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O golpe da menoridade: é crueldade punir os menores?


Percebe-se que há uma grande confusão no debate sobre a redução da idade penal. É um grande equívoco querer analisar o problema apenas sob o prisma jurídico ou sociológico. Alguns articulistas se limitam a dizer que a maioridade penal aos 18 anos é uma das garantias jurídicas asseguradas pela Constituição Federal na forma de cláusula pétrea, de maneira que não se pode reformar a lei. Ou repetem a conhecida arenga do sociologismo esquerdista, dizendo que, se for reduzida a idade penal, só os adolescentes pobres é que serão penalizados.

Na verdade, o debate atual está ignorando que o problema penal da delinquência juvenil não pode ser tratado separadamente do problema da educação dos jovens. A quem compete educar? À família, à Igreja ou ao Estado? A educação compreende o direito e o dever de castigar os jovens? Quais os fins da educação? A reta razão e a boa doutrina ensinam que a educação compete à família e à Igreja. Mas como a família não é uma sociedade perfeita, isto é, como não pode por si mesma alcançar plenamente seus fins, deve ser auxiliada pela Igreja no que concerne ao dever de educar os jovens e à sociedade civil no que tange às outras necessidades.

De maneira que, em princípio, o direito e o dever de punir os menores em seus desvios de conduta pertencem aos seus genitores. Evidentemente, quando ocorrem casos de menores infratores que cometem delitos tipificados pelo Código Penal, é legítima e necessária a intervenção do Estado na prevenção e repressão da criminalidade.

Por outro lado, é preciso dizer que a teologia moral lança uma luz sobre o espinhoso problema da delinquência juvenil, chaga asquerosa do moderno Estado laico que se gaba de ser protetor dos direitos do homem e do cidadão. O Catecismo ensina às crianças o Decálogo, ensina-lhes os novíssimos, o Juízo de Deus remunerador, que premia os bons e castiga os maus por toda a eternidade. Assim forma-lhes a consciência, levando-as a ter responsabilidade moral diante de Deus e dos homens. Ora, a responsabilidade jurídica deve ser um desdobramento da responsabilidade moral, pois, como bem doutrinava Farias Brito, o direito é apenas uma parte da moral. O direito é a moral assegurada coativamente, ensinava o filósofo cearense.

Por conseguinte, se não bastam as exortações e reprimendas domésticas para coibir a conduta criminosa dos jovens, será, sim, legítimo e necessário o emprego da força do Estado para a defesa dos homens de bem em sua integridade física e patrimonial. Não há nisto nenhuma violação do direito da família nem derrogação de uma garantia constitucional assegurada aos jovens, como disse um professor da UFMG.

Na verdade, assistimos hoje aos últimos episódios de uma longa tragédia: o desmantelamento da família como célula da verdadeira sociedade tal como quis o Criador ao criar o homem e a mulher como seres complementares que deveriam, na qualidade de colaboradores na obra da criação, constituir a família como um santuário de transmissão da vida. A erosão da autoridade paterna, o feminismo que enxotou a mulher para fora do lar e a masculinizou, a exaltação do indivíduo como um soberano, como um semideus, que não tem nenhum vínculo ou dever com a sua própria família, a exaltação do Estado laico, que seria autossuficiente em sua legislação positiva sem nenhum fundamento na lei de Deus, a exaltação da educação moderna sem autoridade e verdade a norteá-la - se é que se pode chamar educação tal corrupção – que deixa livre a criança e não a castiga quando necessário – essas exaltações, esses mitos e outros tantos erros só poderiam desaguar nesse pântano de delinquência que é a sociedade brasileira de hoje governada por uma súcia inominável.

E pior: o Estado laico será incapaz de resolver problema da delinquência juvenil. A família é insubstituível, é dom de Deus e responsabilidade do homem, ensinava João Paulo II. O homem não destrói impunemente a família. Será merecidamente castigado por violar o plano de Deus, por querer zombar de Deus ao propor esse simulacro de “família gay”.

Humanamente falando, as coisas só tendem a piorar, salvo se houver uma misericordiosa intervenção divina. Colhemos os frutos amargos de séculos de cultura liberal, de cultura iluminista, de idolatria dos direitos humanos acima da lei de Deus. E infelizmente esses erros penetraram na Igreja. É inútil lamentar as consequências sem atacar as causas.

Por fim, uma respeitosa palavra aos senhores bispos que se pronunciaram contra a redução da idade penal. Não é crueldade penalizar os jovens delinquentes. Crueldade é entregá-los à educação pública do Estado petista, onde lhes inculcam a cartilha da educação sexual da Sra. Marta Suplicy, entre outras perversidades. Crueldade é dar-lhes o direito de voto nas eleições para que ajudem a manter esse governo no poder e iludi-los com a falácia da democracia.

D. Pedro II não tinha quinze anos completos quando lhe perguntaram se queria assumir o governo. Certamente, o jovem príncipe que nos assegurou o melhor governo que já tivemos estava consciente das suas responsabilidades, dos seus direitos e deveres.

Pe. João Batista de Almeida Prado Ferraz Costa
(Capela Santa Maria das Vitórias)
Anápolis, 23 de fevereiro de 2013
Festa de São Jorge, mártir
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O caminho da conversão: da congregação cristã do Brasil à Igreja de Cristo


Do blog "Christo Nihil Praeponere" - Pe. Paulo Ricardo


Testemunho de conversão

Salve Rainha
A Paz de Nosso Senhor Jesus Cristo a todos!

Olá pessoal do suporte do blog,

Chamo-me Dênis, tenho 26 anos e sou da cidade de São José de Rio Preto/SP. Estou enviando este e-mail para contar sobre a minha conversão. Ainda não sei bem ao certo os motivos que me levaram a querer escrever o testemunho, mas, em parte, sinto muita vontade de agradecer ao Padre Paulo e a toda a equipe por esse belíssimo trabalho de evangelização e esclarecimento dos cristãos.

Nasci sob uma educação cristã, meus pais eram da Congregação Cristã no Brasil, mas, com o passar dos anos, a rotina aos cultos da igreja foi diminuindo e mais precisamente quando tinha 12 anos, quando meu pai foi assassinado, sofremos a maior queda de nossas vidas. Desse momento em diante, eu, minha mãe e meu irmão só fomos nos afastando, cada vez mais, da graça e da convivência perto de Deus. Com o passar dos anos, o coração só foi sendo contaminado cada vez mais, com raiva e ódio por ter perdido meu pai de tal maneira. As brigas aumentavam em casa, a desunião tomou conta da família (...).

Então, com 18 para 19 anos, fui para São Paulo estudar. Profissionalizei-me, comecei a trabalhar e eis que tudo parecia começar a tomar rumo na minha vida. Bom, ao menos era o rumo que eu queria. Minha vida começou a ser o trabalho, horas exaustivas de trabalho, pois achava que seria isso o que traria um bom fundamento em todas as outras áreas; se fosse alguém bem sucedido, e com uma vida financeira estabilizada, conseguiria ajeitar todo o resto facilmente. Tinha uma namorada que pensava da mesma forma, e caminhávamos juntos sobre esses preceitos. Mas por todos esses anos, o meu coração sempre estava inquieto, nunca batia na mesma direção que meu raciocínio e minhas condutas estavam me levando.

Por mais que minha vida material avançasse e fosse agregando bens a ela, nunca me sentia completo: ainda assim me permanecia um aspecto de morte interior. Quando completei 24 anos, foi aí que caí bonito do cavalo. Descobri que tinha um tumor no intestino e precisei me afastar do trabalho. Morava em São Paulo, mas só tinha condições de me tratar em Rio Preto e nessas condições minhas economias foram se acabando, meu antigo relacionamento foi se dificultando a ponto de tudo na minha vida "zerar". Meu dinheiro tinha se acabado em virtude dos tratamentos e tantas outras despesas, minha vida profissional ficou paralisada, meu antigo relacionamento se acabou.

Bom, em vista de todas essas dificuldades, não me vinha outra coisa na cabeça senão buscar a Deus para encontrar forças para suportar essa fase. Então comecei a frequentar novamente a Congregação Cristã no Brasil, pois era a única igreja a qual eu era familiarizado, nunca tinha frequentado nenhuma outra. E foi então que comecei a viver esta experiência através da oração e sentir a Consolação divina; meu coração já não mais batia em outra direção, mas adorava repousar nas mãos do Pai. Foram momentos maravilhosos e breves esses, que duraram por alguns dias. (...) Mas, enfim, a história não acaba aí: comecei então a querer me batizar, pois como vocês sabem os evangélicos não batizam crianças, e quando eu tinha idade para o fazer já me encontrava bem afastado.

Comecei então a rezar pedindo a Deus que me desse a graça de me levar às águas do batismo quando fosse do agrado d'Ele, pois interiormente me sentia confuso com certos preceitos da Congregação Cristã no Brasil e, sinceramente, nunca consegui ver sentido nas pessoas que saem pulando de uma religião para outra, de um batismo para outro, como se o Deus que ela tivesse encontrado fosse falso, mesmo a maioria das igrejas protestantes sendo o batismo pela Santíssima Trindade, isso nunca entrou na minha cabeça!

E sempre pedi a Deus que queria conhecê-lo verdadeiramente, para que não me deixasse ser enganado por falsas doutrinas ou doutrinas incompletas. Então grandes dúvidas começaram a assaltar meu coração, dúvidas de toda alma, do pecado original. Porque eu ouvia testemunhos de evangélicos que se tornavam católicos em vista de milagres e vice-versa, então eu pensava: oras, isso tudo é uma maçaroca só, Deus age em todos, basta buscar sinceramente!

Foram dúvidas que me traziam a dificuldade para crer em Deus, porque pensava: ora, se Deus é perfeição e não erra em seus julgamentos, nunca teria deixado mais de uma igreja verdadeira e se os milagres são de certa forma, Deus falando mais grosso para dar uma direção pra gente aqui na terra, bom, então, haveria de se dar créditos visto que se tem testemunhos de milagres extraordinários em igrejas protestantes. Ao menos eu os escutava na Congregação Cristã no Brasil.

Bom, em vista disso ao menos eu não deixava de perseverar nas orações e na busca do entendimento das Sagradas Escrituras. E no meu coração eu começa a me sentir sugestionado a estudar...e foi o que fiz. Comecei a estudar primeiramente a história da própria Congregação Cristã no Brasil, pois eu frequentava a igreja e nem ao menos sabia da história dela. Tamanha ignorância! Logo em seguida comecei a estudar a Santa Igreja Católica e a Reforma Protestante, e comecei a entender a desfragmentação da coisa e a distorção que foi acarretando o surgimento de tantas denominações.

Nessa época já acompanhava seu blog (do Pe. Paulo Ricardo), e obtinha muitas respostas através de seus programas, mesmo frequentando igreja evangélica na época, não ia atrás nem tinha o desejo de ofender outros credos, acusando-os de idólatras e outras coisas, mas simplesmente queria respostas e entender a fundo o porquê das coisas!

E devo dizer, Padre Paulo, que todo programa em que ouvia o senhor dizendo: "Pois bem, meu amiguinho protestante"... Eu, então, fazia de tudo para que os protestantes entendessem o pensamento da Santa Igreja, devo dizer que sempre caía na risada, porque eu era um amiguinho protestante na época.

Em certo tempo recebi um convite de um amigo que era católico e que hoje é meu padrinho. Um convite para irmos a um retiro espiritual num Carmelo em Minas Gerais, no qual Deus veio me dar a graça de conhecer os frades, e lá poder esclarecer minhas dúvidas, poder entender as riquezas da Santa Igreja também. Foi quando comecei a ter um contato mais próximo com o Santíssimo Sacramento enquanto fazíamos a Liturgia das Horas. Quando voltei, já estava bem saturado de tudo, tinha estudado a história, tinha lido vários livros de Santos; alguns me marcaram bastante, como Santa Edith Stein, "Ciência da Cruz", Santa Faustina, Padre Pio, Santa Teresa de Jesus, Madre Teresa Calcutá etc...

E já se havia passado um ano dessa busca lendo refletindo e principalmente pedindo a Deus em oração a graça do Batismo, então eu cessei, tinha me cansado de buscar e ler tantas coisas e não chegar num parecer sobre qual religião eu seguiria e me batizaria.

Parei totalmente, já não lia nem via mais nada ligado à religião, pois já se tinha passado um ano pedindo o Batismo a Deus e nada acontecia, ao invés disso, as minhocas só pareciam crescer na minha cabeça.

Então, dias depois, quando estava em oração, quando eu insistia em pedir o Batismo a Deus, comecei a sentir uma alegria no coração, eu simplesmente sabia que era em relação ao Batismo, mas não sabia a maneira que se daria. Então eu dizia a Deus: "Mas Senhor, eu não vejo luz, estou confuso mais do que nunca e não vejo como poderia se dar o Batismo nesta altura!"

E em sua doçura e amor, Deus me dava esse sentimento de alegria acerca do Batismo que estava chegando: era tudo que eu sentia, nem sei explicar, mas eu sabia que se daria, mas não sabia quando nem como, nem aonde!

Dias depois de estar mergulhado nessa sensação, era por volta de 15h, senti um desejo incontrolável de ir à Capela do Santíssimo, um desejo tão forte de me ajoelhar em frente ao Santíssimo e apenas ficar ali, adorando o Senhor! Bem, o desejo foi tanto, que larguei o trabalho e corri para a paróquia, isso era uma tarde de quinta-feira.

Depois de uma breve adoração, me dirigi à secretaria e disse que gostaria de fazer as aulas de Catecismo para me batizar, e então, pela Divina Providência, talvez para não me restarem dúvidas, a secretária me disse: "Olha, você buscou na hora certa, porque vamos começar uma turma na segunda-feira, essa será a última turma do ano".

Então, irmãos, no dia 10/11/2012 recebi com grande alegria o Sacramento do Batismo e logo no dia seguinte Crisma e primeira Comunhão! Bom, Padre Paulo e todos os que lerem isto, não consigo nem descrever a alegria que tenho em meu coração de ser católico, a certeza que tive no coração com tudo isso é de que só existe plenitude da vida cristã dentro da Igreja Santa e Católica, e praticando seus Sacramentos.

Eu acredito que não seja o único que já tenha lhe escrito pra contar isso e muito menos que serei o último. Mas escrevo para agradecer, pois me lembro bem que disse certa vez que orava todas as noites pela conversão dos evangélicos. Bem, estou agradecendo, pois uma dessas orações me atingiu rsss... E também para dar testemunho na esperança que lhe sirva como combustível para continuar na luta!

Um grande abraço, que Deus o abençoe e guarde todos vocês! Paz e Bem!


***


Abaixo, para quem ainda não o conhece, uma das valorosas vídeo-aulas do Pe. Paulo Ricardo. Deus o abençoe e fortaleça em seu zelo e precioso trabalho na defesa da fé de sempre!

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Milagre Eucarístico de Scala

Venerável Irmã Maria Celeste Crostarosa

Por três meses consecutivos, no Mosteiro do Santíssimo Redentor de Scala (Itália), durante a exposição do Santíssimo Sacramento, apareceram sinais da Paixão de Nosso Senhor Jesus Cristo, na Hóstia Consagrada. Isto ocorreu no ano de 1732, e foi verificado na presença de inúmeras testemunhas, entre as quais o grande Doutor da Igreja Santo Afonso Maria de Ligório (ou Liguori).

A Venerável Irmã Maria Celeste Crostarosa fundou, juntamente com Santo Afonso Maria de Ligório, o Mosteiro do Santíssimo Redentor (Congregatio Sanctissimi Redemptoris, dos missionários redentoristas). Todas as quintas-feiras, no Mosteiro, era exposto o Santíssimo Sacramento para a adoração pública. A partir de 11 de Setembro de 1732, por três meses consecutivos, durante essa Exposição Solene do Santíssimo Sacramento, apareceram na Partícula Consagrada contida no Relicário sinais da Paixão de Cristo.


Ostensório do Milagre

Tudo foi visto e atestado não só pelas irmãs monjas e pelo povo, como também pelo Bispo de Scala, Monsenhor Santoro, e pelo Bispo de Castellamare. Os sinais também ocorreram na presença de Santo Afonso Maria de Ligório.

Monsenhor Santoro escreveu uma carta ao Núncio Apostólico de Nápoles, Monsenhor Simonetti, na qual descrevia todos os pormenores relativos às visões que surgiram na Santa Hóstia exposta: por sua vez o Núncio transmitiu essa carta ao Secretário de Estado da época, Cardeal Barbieri.

"Resumo tudo quanto meu coração deseja para vós, num único desejo: vivai felizes! O meu voto certamente s e concretizará se aprenderdes o segredo desta vida feliz na Eucaristia. Sim, o Senhor vos conserve a existência, que no plano terreno é o maior dos dons, a base fundamental de todos os outros dons. Mas, sobretudo, vos conserve aquela vida sobrenatural que é participação da própria Vida de deus, que é preciosa como o Sangue de Cristo, que no-la devolveu e a qual d'Ele recebe o Alimento." (Bem-aventurado Dom Guido Maria Conforti)

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Fonte:
NASINI, Gino. O Milagre e os Milagres Eucarísticos. São Paulo: Loyola / Palavra & Prece, 2011, pp. 58-59.
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Maria Toda Santa


Por Lucas Henrique (Firmat Fides)

Vamos
tratar neste artigo um assunto muito importante pertinente à Maria: sua imaculada conceição.

A imaculada conceição da Virgem Maria está implícita nas próprias Escrituras, como podemos ver em Lucas 1,28, quando Maria é chamada de cheia de Graça. Para começar, vamos analisar etimologicamente esta expressão traduzida do grego.

O texto de Lucas 1 é este:

“28 καὶ εἰσελθὼν πρὸς αὐτὴν εἶπεν: χαῖρε, κεχαριτωμένη, ὁ κύριος μετὰ σοῦ.”

Vamos analisar a palavra traduzida como “cheia de graça” ou especificadamente κεχαριτωμένη:

Ela é composta de um prefixo, o radical e um sufixo;

Prefixo κε = prefixo de particípio perfeito (tempo passado indefinido);

Radical χαριτοω = tornar gracioso;

Sufixo μένη = presente contínuo, ação que continua a ser completada (em outras palavras, significa que sempre será assim).[1]

Ou seja, o prefixo “ke” indica tempo passado indefinido de sua “charitoo”. E o sufixo “mene” indica que sempre será assim. Se o kecaritwmenh está no tempo passado indefinido, é porque em toda sua vida ela foi assim, desde a concepção. O modo de “particípio perfeito” indica que Deus a fez assim, ou seja, ela era e não estava. Se esse estado de santidade tivesse ocorrido após sua concepção deveria ser usada a palavra "caritúmenh", que é o particípio presente. Por isso, ela foi nomeada de kecaritwmenh, ao invés do anjo dizer “Chaire Maria” (Alegra-te Maria), disse "Chaire kecaritomenh".

Notemos a antonomásia que ocorre aí: Em vez de “Alegra-te, Maria, o Senhor é contigo”, Deus diz por meio do anjo (uma vez que o anjo é mensageiro do Senhor): “Alegra-te, cheia de graça…”. Em outras palavras, para Deus, Maria e graça em plenitude são a mesma coisa. Justamente por que Deus a fez assim desde um tempo indeterminado (κε), que denota ser desde a sua concepção, Maria foi ontologicamente dotada de graça, ou seja, sem o pecado original. Ela foi uma exceção ao pecado, ela não nasceu jazida no poder do maligno, concluindo que diferentemente dos demais homens nascem destituídos da glória de Deus, Maria já nasceu constituída de graça plena como a palavra κεχαριτωμένη o diz.

O que é graça? É um favor imerecido. Mas, daí vem outra pergunta, qual é o efeito da graça? Vejamos: “Manifestou-se, com efeito, a graça de Deus, fonte de salvação para todos os homens. (Tito 2,11). A graça produz salvação, e o que é salvação? É ser participante da natureza divina (II Pedro 1,4). E quem é integralmente na graça, é desgraçado (pecador)?

O resto da humanidade, diferentemente de Maria, não nasceu constituída em graça, estava sob o poder da morte (reino da morte, pecado original), e só são salvos, justificados, quando recebem a graça: “Se pelo pecado de um só homem reinou a morte (por esse único homem), muito mais aqueles que receberam a abundância da graça e o dom da justiça reinarão na vida por um só, que é Jesus Cristo” (Romanos 5,17). Maria já possuía esta graça desde o momento em que foi concebida (por ser κεχαριτωμένη), e pelo que diz São Paulo aos romanos sobre o efeito da graça, vemos que a graça só é concedida tendo em vista os méritos de nosso Senhor Jesus Cristo. Isso então confirma o que é dito no dogma da imaculada conceição de Maria: “Declaramos, pronunciamos e definimos que a doutrina que sustenta que a Santíssima Virgem Maria, no primeiro instante de sua concepção, foi por singular graça e privilégio de Deus onipotente em previsão dos méritos de Cristo Jesus, Salvador do gênero humano, preservada imune de toda mancha de culpa original, foi revelada por Deus, portanto, deve ser firme e constantemente crida por todos os fiéis.” ( Bula Ineffabilis Deus).

Temos também o apoio de especialistas em grego:

“Enquanto que kecharitomene, particípio perfeito passivo demonstra uma integralidade com um resultado permanente. Kecharitomene denota continuação de uma ação completa.” (H. W. Smyth, Greek Grammar [Cambridge: Harvard University Press, 1968], p. 108-109, sec 1852:b; também Blass and DeBrunner, p.175).

“É permissível no grego gramatical e no terreno linguístico parafrasear kecharitomene como completa, perfeita e permanentemente dotada com graça.” (Blass and DeBrunner, Greek Grammar of the New Testament).

“Contudo, Lucas 1,28 usa uma forma conjugada especial de “charitoo”. Ele usa “kecharitomene”, enquanto que em Efésios 1:6 usa “echaritosen”, que é uma forma diferente do verbo “charitoo.” Echaritosen significa “ele agraciou” (graça concedida). Echaritosen significa uma ação momentânea, uma ação que pode passar.” (Blass and DeBrunner, Greek Grammar of the New Testament, p.166). “A ação ‘perfeita’ do particípio é considerada por ter sido completada antes do momento da fala daquele(a) que anuncia. Quanto tempo antes não é considerado, mas a idéia do grego verbal é a de que a ação já fora completada. O tempo é ainda secundário, porém, a ação concluída deve implicar o passado no relacionamento relativamente àquele que fala, ou seja, no momento em que o anjo deu a notícia a Maria, ela, na verdade, já havia sido [agraciada] antes mesmo do anúncio.”

O tempo perfeito no grego denota um estado presente resultante de uma ação passada (J. Gresham Machen, New Testament Greek for Beginners, p. 187).

Vejamos agora também por exemplo, a tradução da “Christian Community Bible” de Lucas 1,28: "The angel came to her and said, “Rejoice, full of grace, the Lord is with you”. “Full” em português, significa completa ou seja completa em graça.

Observemos também, como que um testemunho primitivo, a tradução grega daquele que sabia muito do grego koiné, Jerônimo: “Et ingressus angelus ad eam dixit have gratia plena Dominus tecum benedicta tu in mulieribus”…

Gratia plena", plenitude da graça, onde se é graça em plenitude, existe lugar para desgraça? Existe lugar para a desgraça que é o pecado? Obviamente que não!

Vale ressaltar que a palavra “κεχαριτωμένη” é utilizada única e exclusivamente com Maria, em todo o Novo Testamento, ou melhor, em toda Bíblia.[2]


Fragmento contendo a antiquíssima oração “Sub Tuum Praesidium"

Partamos agora para outro testemunho primitivo, que está no manuscrito grego encontrado em Alexandria, datado do ano 250, conhecido como “Sub Tuum Praesidium“:

“Υπο την σην ευσπλαγχνιαν
καταφευγομεν Θεοτοκε.
τας ημων ικεσιας μη παριδης εν περιστασει,
αλλ’ εκ κινδυνων λυτρωσαι ημας,
μονη αγνη, μονη ευλογημενη.”

Tradução:

“Debaixo de tua misericórdia nós nos refugiamos ó mãe de Deus, nossas preces não desprezes nas necessidades, mas dos perigos livra-nos. Tu que és a única pura, tu que és a única abençoada.” [1]

Encontramos outros testemunhos dos primeiros cristãos:

“Ele (=Jesus) era a arca composta por madeira incorruptível. Com efeito, o seu tabernáculo (=Maria) era isento da podridão e corrupção” (Santo Hipólito de Roma, Orat. Inillud. 220 DC).

“Esta Virgem Mãe do Unigênito de Deus chama-se Maria, digna de Deus, imaculada das imaculadas, sem par” (Origines, Homilia 1. 280 DC).

“Somente Vós (=Cristo) e vossa Mãe sois mais belos do que qualquer outro ser. Em ti, Senhor, não há mancha alguma; na tua Mãe nada de feio existe” (Éfrem da Síria, Garmina Nisibena 27,8.).

“Que arquiteto, erguendo uma casa de moradia, consentiria que seu inimigo a possuísse inteiramente e habitasse?” (São Cirilo de Jerusalém, 208 DC).

“Vem, então, e procure sua ovelha, não através de seus funcionários ou homens contratados, mas faze-o sozinho. Dai-me a vida corporal e na carne, que está caída em Adão. Levante-me não de Sara, mas de Maria, uma Virgem não só imaculada, mas uma Virgem que a graça fez inviolada, livre de toda mancha de pecado” (Ambrósio, Comentário sobre o Salmo 118)

“Devemos excluir a Santa Virgem Maria, a respeito da qual eu não gostaria de levantar qualquer questão quando o assunto é pecados, em honra ao Senhor, porque Dele sabemos qual abundância de graça para vencer o pecado em cada detalhe foi conferido a ela que teve o mérito de conceber e suportar aquele que, sem dúvida, não tinha pecado.” (Sobre a natureza ea graça, XXXVI)

“Não entregamos Maria ao diabo por condição original pois afirmamos que sua própria condição original se anula pela graça da redenção.” (Santo Agostinho, Contra Juliano 4. 325 DC).

Temos ainda os testemunhos de reformadores protestantes:

Lutero: : “A bem-aventurada Virgem via Deus em tudo; não se apegava a criatura alguma; tudo, Ela o referia a Deus… Por isto é puríssima adoradora de Deus, Ela que exaltou Deus acima de todas as coisas” ( Weimar, tomo 1, pg.60s ).

“Nenhuma mulher é como tu! És mais que Eva ou Sara, sobretudo, pela nobreza, bem-aventurança, sabedoria e santidade!”(Martinho Lutero, Sermão na Festa da Visitação em 1537.)”… de modo que enquanto a sua alma [a de Maria] estava sendo infundida, ela ao mesmo tempo foi purificada do pecado original… E assim, no momento em que ela começou a viver, ela estava sem todos os pecados.” (Obras de Martinho Lutero, vol. 4, pg 649)

Zwínglio: “firmemente creio, segundo as palavras do Evangelho, que Maria, como virgem pura, nos gerou o Filho de Deus e que no parto e após o parto permaneceu para sempre virgem pura e íntegra” (Corpus Reformatorum: Zwingli Opera 1 424)

“Estimo grandemente a Mãe de Deus, a Virgem Maria perpetuamente casta e imaculada” (ZO 2,189).
Heinrich Bullinger, sucessor de Zwínglio, testemunhou: “cremos que o corpo puríssimo da virgem Maria, Mãe de Deus e templo do Espírito Santo…foi levado pelos anjos do Céu”.

Mas, poderiam objetar:

Por que Maria ofereceu um sacrifício para sua purificação? E aqueles textos que dizem que todos pecaram e destituídos estão da glória de Deus? (Ec 7,20; Rm 3,23; Rm 3,10; Rm 5,12; etc.)

Vamos contextualizar:

A Lei Antiga continha dois preceitos relativos ao nascimento dos filhos primogênitos. O primeiro prescrevia que a mãe se considerasse impura, e ficasse retirada em casa por quarenta dias, terminados os quais devia ir ao templo “purificar-se” (Lv 12). Mandava o segundo que os pais do menino o levassem ao templo e ali o oferecessem a Deus (1). Era a lei de Moisés, a qual mandava que todo o filho primogênito fosse oferecido ao Senhor (Ex 13, 2) e depois resgatado por cinco siclos de prata (Nm 18, 16), que equivalia a 20 dias de trabalho de José.

Depois de Jesus ter nascido em Belém e de ter sido circuncidado oito dias após, Maria e José tiveram de cumprir esta dupla lei. Por quê toda família deveria cumprir estes ritos? Esta norma da Apresentação era para lembrar aos Hebreus o prodígio acontecido em favor de seus pais, quando o Anjo exterminador feriu de morte, em uma noite, todos os primogênitos dos egípcios sem ferir os dos judeus. Foi a última das dez pragas que Deus enviou, devido à dureza do coração do Faraó, ao permanecer na decisão de não permitir a saída do povo judeu. Deus manda ao mesmo tempo, exigindo por meio de Moisés, que a partir daquela data todos os primogênitos deveriam ser entregues a Ele e depois resgatados por algum preço.

Agora, vamos analisar quê purificação é esta. Será que essa “impureza” é um pecado mesmo?

169 ακαθαρτος akathartos TDNT – 3:427,381; adj1) não purificado, sujo, imundo 1a) em um sentido cerimonial: aquilo do qual alguém deve privar-se de acordo com a lei levítica [1]

Para uma melhor compreensão, vejamos o antônimo da palavra akathartos:

2513 καθαρος

1) Aquilo que é puro como sendo limpo, livre de sujeira e de mancha. 1b) num sentido levítico 1b1) limpar, o uso do que não é proibido, que não torna impuro. [1]

Vemos que o sentido de impureza possui o sentido cerimonial, indicando a fragilidade que a mulher se encontra após o parto, como que representativo. “quando uma mulher der à luz um menino será impura durante sete dias, como nos dias de sua menstruação.” (Levítico 12,2). Em outras palavras, isso absolutamente não serve para dizer que Maria é impura por algum pecado.

Respondendo à segunda objeção:

Estas expressões como por exemplo a de Rm 3,23 são expressões gerais, falando de pecado pessoal (leia o contexto: “Porquanto pela observância da lei nenhum homem será justificado diante dele, porque a lei se limita a dar o conhecimento do pecado.(Rm 3,20) e este pecado tratado é pessoal: Todo aquele que peca transgride a lei, porque o pecado é transgressão da lei. (I São João 3,4)). E, sendo uma expressão geral não serve para estritamente todos os homens, uma vez que se o fosse incluiria a Jesus também.

Vejamos a palavra “todos” no grego:

3956 πας pas

Que inclui todas as formas de declinação; TDNT – 5:886,795; adj

1) individualmente

1a) cada, todo, algum, tudo, o todo, qualquer um, todas as coisas, qualquer coisa

2) coletivamente

2a) algo de todos os tipos… “todos o seguiam” Todos seguiam a Cristo? “Então, saíam a ter com ele Jerusalém e toda a Judéia”. Foi toda a Judeia ou toda a Jerusalém batizada no Jordão? “Filhinhos,vós sois de Deus”. “O mundo inteiro jaz no Maligno”. O mundo inteiro aqui significa todos? As palavras “mundo” e “todo” são usadas em vários sentidos na Escritura, e raramente a palavra “todos” significa todas as pessoas, tomadas individualmente. As palavras são geralmente usadas para significar que Cristo redimiu alguns de todas as classes — alguns judeus, alguns gentis, alguns ricos, alguns pobres, e não restringiu sua redenção a judeus ou gentios … (C.H. Spurgeon de um sermão sobre a Redenção Particular) [1]

Notemos que “pas” é usado raramente para falar de todos, sem exceções. Portanto, expressões que contenham a ideia de de Rm 3,23 não servem para dizer que Maria tinha o pecado.

Já, nas vezes que não se referem a pecados pessoais, mas ao pecado original, já são refutadas pelo fato de Maria não ter nascido sob o poder do maligno, como disse acima. Por fim, nas expressões que dizem que não há quem seja justo, não significam que Maria era pecadora por causa disso, pois nem Maria sendo imaculada é merecedora da salvação, uma vez que a salvação é graça de Deus. Maria não era justa por si mesma, Maria era justa tendo em vista os méritos de nosso Senhor Jesus Cristo.

Ad maiorem Dei gloriam,
Lucas Henrique

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Referências:
[1] Nova Concordância Strong, Exaustiva Concordância da Bíblia
[2] http://www.newadvent.org/bible/index.html
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O que é paróquia? Significados


Para criarmos em nós uma autêntica compreensão cristã católica das grandes riquezas da Igreja, é importante aprendermos o significado das palavras que utilizamos em nossa vida de fé. Não é difícil ouvirmos e até falarmos certas palavras sem pararmos para pensar no seu significado. É o caso do vocábulo “paróquia”, que vem do grego e também existe em outras línguas, sob uma variedade de formas (no inglês parish, no francês parroisse, no polonês parafia...).

Os vocábulos "paróquia", "pároco" e "paroquiano" são portadores de importante significado. O Direito Canônico define Paróquia como “a comunidade dos fiéis submetida a um presbítero (padre), que recebe o título de pároco”, ou “o território sobre o qual se estende a jurisdição do pároco”. Resumidamente, então, paróquia seria um termo para designar as pessoas que residem numa determinada região e que estariam sob a competência ou responsabilidade do padre da igreja ali mais próxima.

Mas acontece que a palavrinha paróquia tem também um significado muito mais profundo. Utilizado desde os tempos mais antigos, o termo paróquia aparece nos escritos dos Santos Padres da Igreja e nos cânones (escritos oficiais) promulgados pelos Concílios. O sentido original do grego pará-oikía ou paroikia é "residência secundária”. Isto quer dizer que a paróquia é como a segunda casa do fiel católico neste mundo.

Já a Casa definitiva do cristão, seu lar permanente, é sempre designado no grego como Oikos: significa que essa Casa é o Céu, o Reino de Deus, o Templo onde o Criador habita, a Nova Jerusalém Celeste. No entanto, por não estarmos ainda lá, Deus estabeleceu para nós, aqui na Terra mesmo, uma casa temporária: é a “Tenda" onde Jesus, o Verbo de Deus Encarnado, habita conosco pelo Espírito Santo, da mesma maneira como habitou entre os judeus no deserto, quando estavam a caminho da Terra Prometida.

Todavia, no Antigo Testamento esta Divina Presença tinha somente a forma simbólica da Arca da Aliança. No Novo Testamento, a Comunhãocom Deus é direta e real – no Corpo e no Sangue do Cristo, Nova e Eterna Aliança, nosso Sumo Bem. Logo, a vida participativa na paróquia conduz o cristão bem próximo à nossa Casa do Céu. 

Por isso é que não podemos achar que a paróquia é apenas uma reunião de amigos, como se fosse um clube social e nada mais. Paróquia é a família espiritual que se oferece a Deus, que ouve o seu Chamado e parte em ajuda ao próximo que sofre. É na paróquia que nos tornamos membros da Igreja de Cristo, que é chamada a salvar não somente a cada um de nós como indivíduos, e às nossas famílias e comunidades, mas também o mundo inteiro, guiando pela palavra e pelo exemplo ao Reino que há de vir.

Eis o significado que a Igreja atribui a esta palavra tão simples e usual: paróquia. Talvez possamos meditar sobre estas coisas antes da próxima assembleia paroquial...
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Tertuliano (155-220) confirma a autoridade de Roma


"Porém, se te encontras próximo da Itália, tens Roma, de onde também para nós está estabelecida a autoridade. Quão feliz é esta Igreja, a quem os Apóstolos conferiram, com seu sangue, toda a doutrina; onde Pedro foi igualado à Paixão do Senhor..."
(Da Prescrição dos Hereges 36,2-3)


Tertuliano foi um importante escritor eclesiástico, nascido por volta do ano 155. Filho de pais pagãos, converteu-se ao Cristianismo por volta do ano 193, estabelecendo-se em Cartago. Foi ordenado sacerdote (cf. São Jerônimo - De Vir. Ill. 53) e desenvolveu sua atividade literária entre os anos 195 e 220. Infelizmente, em torno do ano 207, abraçou a heresia do Montanismo e chegou a ser chefe de um de seus ramos, que foi depois denominado Tertulianismo.

Na declaração acima, Tertuliano afirma categoricamente a autoridade de Roma sobre a Igreja Universal, dando-nos um precioso e indiscutível testemunho histórico da Unidade da Igreja em torno do Trono de Pedro já naqueles primeiros tempos.

Os escritos de Tertuliano, assim como os escritos dos Padres da Igreja e outros escritores eclesiásticos, são importantíssimos não apenas para os estudantes da Patrística ou da Patrologia, disciplinas fundamentais da Teologia, mas também porque permitem conhecer a fundo o pensamento da Igreja primitiva e saber qual era a sua maneira de interpretar as Escrituras e as maneiras de seguir o Caminho, Jesus Cristo. Obviamente, os homens daquele tempo estavam muitíssimo mais próximos do pensamento direto dos Apóstolos do que nós, e o seu testemunho é um grande facilitador para todo aquele que pretendo compreender os costumes da Igreja de Jesus Cristo de sempre.

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Bibliografia
QUASTEN, Johannes. Patrología vol. I. Madri: BAC, 1962.
SOLANO, Jesús. Textos Eucaristicos Primitivos vol. I, Madri: BAC, 1997.
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O Milagre Eucarístico de Sena, Itália


Há séculos, algumas Hóstias Consagradas estão milagrosamente conservadas intactas na Basílica de São Francisco, em Sena (ou Siena), Itália. Entre os documentos mais importantes que descrevem o Milagre, está um diário escrito por Macchi no ano de 1730. Nele se narra que no dia 14 de agosto de 1730, ladrões conseguiram entrar na Igreja de São Francisco e roubar a píxide (vaso litúrgico em que se guardam as Hóstias ou Partículas Consagradas) que continha 351 Partículas Consagradas. Depois de três dias, em 17 de agosto, na caixinha da esmola do Santuário de Santa Maria, em Provengano, no meio do pó, encontraram as 351 Hóstias intactas. Todo o povo correu para festejar a recuperação das santas Hóstias que foram imediatamente levadas, numa solene procissão, à Igreja de São Francisco. Incrivelmente, com o passar dos anos, as Partículas não apresentaram nenhum sinal de alteração.

O Arcebispo Tibério Borghese mandou lacrar em uma lata, por uma década, algumas hóstias não consagradas. Uma comissão científica encarregada de avaliar o caso, ao abrir o recipiente, encontrou vermes e fragmentos deteriorados. Mais de uma vez, homens ilustres as examinaram com todos os recursos científicos e as conclusões foram sempre as mesmas: "As Sagradas Partículas estão ainda frescas, intactas, fisicamente incorruptas, quimicamente puras e não apresentam sinais de início de corrupção". No ano de 1914, o Papa São Pio X autorizou uma análise da qual participaram professores de bromatologia, higiene, química e farmacologia, entre os quais estava também o célebre professor Siro Grimaldi.

A conclusão final do relatório dizia: "As partículas de Sena são um clássico exemplo de perfeita conservação de partículas de pão ázimo (...) do ano de 1730, e constituem um fenômeno singular, (...) que inverte as leis naturais da conservação da matéria orgânica. (...) É estranho, é surpreendente, é anormal: as leis da natureza se inverteram, o vidrou virou sede de mofo e o pão ázimo ficou mais refratário que o cristal (!) (...). É um fato único nas publicações científicas".

Outras análises foram realizadas no ano de 1922, quando as Partículas foram transferidas a um cilindro feito de puro cristal extraído das rochas. Novamente foram analisadas cientificamente no ano de 1950 e em 1951, sendo comprovadas as características supranaturais do fenômeno. O fato contradiz todas as leis físicas e biológicas. O cientista Enrico Medi manifestou-se da seguinte forma: "Esta intervenção direta de Deus é o Milagre... Milagre no sentido estrito da palavra, realizado e mantido milagrosamente pelos séculos, dando testemunho da Presença permanente de Cristo no Sacramento Eucarístico".

O Papa João Paulo II, no dia 14 de setembro de 1980, realizou uma visita pastoral a Sena, e diante das prodigiosas Hóstias, declarou: "É a Presença!".

O Milagre permanente das Santíssimas Partículas é custodiado na Capela Piccolomini durante o verão e na Capela Martinozzi durante o inverno. Muitas são as iniciativas dos cidadãos de Sena em honra das Santas Hóstias: a homenagem dos bairros, os presentes das crianças da Primeira Comunhão, a Solene Procissão na Festa de Corpus Christi, o Serenário Eucarístico no final do mês de setembro, a Jornada de Adoração Eucarística no dia 17 de cada mês, em memória da recuperação das Hóstias no dia 17 de agosto de 1730.


"Como aos santos Apóstolos se apresentou na forma de homem, assim se apresenta a nós no Pão Consagrado. E como eles (que com os olhos do corpo só podiam ver a carne), contemplando-o com os olhos fé, acreditaram que era Deus, assim nós também, vendo com os olhos do corpo o Pão e o Vinho, acreditamos que o Santíssimo Corpo e Sangue estão Presentes, Vivos e Verdadeiros, na Eucaristia. Deste modo o Senhor está sempre presente no meio dos seus fiéis, como Ele mesmo prometeu quando disse: 'Lembrem-se de que eu estarei convosco todos os dias, até o fim dos tempos (Mt 28,20)." - São Francisco de Assis

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Fonte:
NASINI, Gino. O Milagre e os Milagres Eucarísticos. São Paulo: Loyola / Palavra & Prece, 2011, pp. 30-31.
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