Natureza da Igreja - parte 2: "Eis o Mistério da Fé!"


É o que diz o sacerdote na Celebração da Santa Missa, após o sacratíssimo momento da Consagração. Jesus acaba de ser oferecido ao Pai em Oblação pela redenção da humanidade. Porque se fala em Mistério nesse momento? Porque refere-se a algo que transcende todos os nossos conhecimentos e, mais além, nossas próprias capacidades humanas. O sacerdote está se referindo ao Supremo Mistério, o Mistério do Deus que se faz homem, e, mais do que isso, entrega-se em Sacrifício pela expiação dos pecados do mundo!

Como!? Imagine-se tendo a possibilidade de se tornar uma formiga ou uma minhoca, e viver uma vida inteira como tal, pelo bem de alguém que você ama! Por certo que seria um sacrifício grande demais para qualquer um... Pois Jesus fez mais do que isso: sendo Deus infinito, Alfa e Ômega, Princípio e Fim do Universo e de todas as coisas, ele se fez criatura humana, frágil, finita, pequena, sujeita a todas as dores e privações, na forma de um embrião, no ventre da simples e pobre Maria de Nazaré... Alguém pode imaginar um Mistério maior do que esse? E tudo isso para viver uma vida praticamente miserável, humilde ao extremo, e depois ser humilhado, espancado, torturado, cuspido, flagelado, crucificado e impiedosamente morto! O Antigo testamento proclamava: “Maldito todo aquele que for pendurado no madeiro” (cf. Dt 21,22). Jesus, Fonte de toda Graça e de todas as bênçãos, por Amor a nós, fez-se maldição!

Façamos uma breve pausa agora, para meditar no infinitamente Santo e Meritório Sacrifício de Nosso Senhor Jesus Cristo... Pois se a Vida de Deus é infinita, infinitamente valioso é o seu Sacrifício. Senhor Deus, pela dolorosa Paixão de Jesus, tende piedade de nós e do mundo inteiro!

E assim fomos libertados do inferno, da vida eterna sem Deus, uma eternidade em dor, em tristeza e frustração infinitas. Por cada um de nós, o Bendito fez-se maldição, para vencer o poder maligno e levar-nos à Vida eterna de bem-aventurança... Como somos limitados em nossa sabedoria, em nossa ciência... Que grande Mistério! Mistério do mais puro, profundo e tremendo Amor: o Amor de Deus, nosso Criador!



São João Evangelista (imagem), do capítulo 13 ao 17 do seu belíssimo Evangelho, narra os eventos ocorridos na última e Santa Ceia com seus discípulos. Ele dedicou cinco capítulos para falar deste evento, dada sua extrema importância. Ali o Senhor instituiu a Eucaristia, e ali instituiu o sacerdócio, que somente a Igreja Católica tem. Quando ele diz “Fazei isto em memória de Mim”, está dando poder aos seus Apóstolos (e consequentemente aos sucessores destes) para repetir aquele gesto e atualizar o Sacrifício de Nosso Senhor. E cada vez que se celebra uma Missa, cada vez que um sacerdote repete aquele gesto de partir o Pão e aquelas palavras sagradas, Cristo é oferecido ao Pai na Cruz. - E, graças a Deus, são celebradas aproximadamente quatro Missas por segundo no mundo: são aproximadamente 400.000 sacerdotes católicos, hoje; se cada um celebrar uma Missa por dia (muitos deles celebram muito mais), calculando-se pelo número de segundos que cabem nas 24 horas de um dia, chegamos a essa feliz estimativa. Será por isso que este mundo caótico está durando tanto, e o Senhor retarda ainda seu retorno glorioso?

“Fazei isto em memória de Mim”: é fundamental saber que a palavra “memória”, nesta frase, não tem o significado de  uma simples lembrança, mera recordação de um fato que aconteceu há muito tempo. Os Evangelhos foram escritos originalmente em grego. No grego, existem duas palavras que podem ser traduzidas por “memória” no português: uma é mnemone, outra é anamnese. O termo utilizado pelos evangelistas e que traduzimos na Escritura por Memória é "anamnese". Esta palavra do grego arcaico não é uma simples memória no sentido de recordação ou lembrança (a palavra que tem este sentido seria 'mnemone'). O termo "anamnese" do Evangelho é muito mais profundo e quer significa "trazer de novo; tornar presente"; algo que o nosso português não consegue traduzir com fidelidade.

A Santa Missa que a Igreja Católica celebra não é apenas um culto onde se reúnem pessoas para ler a Bíblia, cantar louvores e entoar orações, e em que de tempos em tempos se serve pão com suco numa simbólica “santa ceia". Nada disso. - A Santa Missa é a obediência das palavras de Jesus Cristo na última Ceia: "Fazei isto em memória de Mim". Obediência que verdadeiramente torna presente a Morte de Jesus na Cruz e atualiza a nossa redenção.

Em cada Missa, Cristo oferece ao Pai, por nós, o Seu único e suficiente Sacrifício.




"Eu sou o Pão Vivo que desceu do Céu. Quem comer deste Pão viverá eternamente. E o Pão que eu hei de dar é a minha Carne, para a salvação do mundo." (Jo 6,51)

“Então Jesus lhes disse: 'Em verdade, em verdade, vos digo: se não comerdes da Carne do Filho do Homem, e não beberdes do seu Sangue, não tereis a Vida em vós mesmos. Aquele que come da minha Carne e bebe do meu Sangue tem a Vida Eterna.” (Jo 6,53-54)

"Pois a minha Carne é verdadeiramente comida e o meu Sangue é verdadeiramente bebida." (Jo 6,55)

E assim como os que questionam o Sacramento da Eucaristia hoje, também naquela época muitos Judeus disseram: "Como pode este homem dar-nos de comer a sua carne?" (Jo 6,52). Eles não eram capazes de compreender tão sublime e mística Revelação: Jesus falava de forma literal, sem meias palavras, que daria seu Corpo em Alimento. Isso deixou os judeus muito admirados e incrédulos.

Tal realidade é tão difícil de aceitar, e tão impossível de entender com a nossa inteligência humana, que até os próprios discípulos de Jesus disseram: "Dura é essa palavra! Quem pode escutá-la?" (Jo 6, 60). Não apenas os judeus, mas também os discípulos eram incapazes de entender! Esta Revelação provocou tal impacto que o Evangelho narra que, depois dela, "muitos discípulos voltaram atrás e não mais andavam com Ele" (Jo 6, 65-67). Assim como acontece até hoje.

“Jesus tomou o pão, e dando graças, o deu a seus discípulos dizendo: 'Este É Meu Corpo'...” (Lc 22,19)

“Quem come Minha Carne e bebe Meu Sangue permanece em Mim e Eu nele.” (Jo 6,56)

“O Cálice de bênção, que benzemos, não é a Comunhão do Sangue de Cristo? E o Pão, que partimos, não é a Comunhão do Corpo de Cristo?” (1Cor 10,16)

“Trabalhai não pela comida que perece, mas pela que dura até a vida eterna, que o Filho do Homem vos dará.” (Jo 6,27)

“Portanto, todo aquele que comer o Pão ou beber o Cálice do Senhor indignamente será culpável do Corpo e do Sangue do Senhor.” (1Cor 11,27)

"Cada um se examine antes de comer desse Pão e beber desse Cálice, pois aquele que come e bebe sem discernir o Corpo do Senhor, come e bebe a própria condenação." (I Cor 11,28-30)


A Santa Missa nos dá, no Milagre da Transubstanciação, o Corpo e Sangue de Cristo na Hóstia Consagrada. Esta é a fé de sempre da Igreja, desde o tempo dos primeiros cristãos, os "seguidores do  Caminho", até hoje.

"A Missa é o Sol da Igreja!" (São Francisco de Sales, Doutor da Igreja, ano 1567)

"Se conhecêssemos o valor do Santo Sacrifício da Missa, que zelo não teríamos em assisti-la!" (Cura d´Ars - São Jão Vianney, ano 1786)

"Deu-se todo, não reservando nada para si". "Não comungar seria o maior desprezo a Jesus, que se sente como que doente de amor." (São João Crisóstomo, Ct 2,4-5 - ano 349)

"A utilidade desta Refeição (Eucaristia) é grande, porque dá a vida eterna. De fato, chamado de alimento espiritual, é semelhante nisso ao alimento corporal: porque sem ele a vida espiritual não pode subsistir, assim como não pode subsistir a vida material sem o alimento material. Mas temos que acrescentar: é causa de uma vida indestrutível em quem o recebe, e isto não pode ser feito pelo alimento material. (...) Quem escolhe este Alimento e esta Bebida, o Corpo e o Sangue do Senhor, “tem a vida eterna”; tal escolha é comparada á Árvore da Vida como podemos ler no livro do Provérbios (3,18). (...). Portanto, a Eucaristia é um Alimento que tem a força para tornar o homem divino e inebriá-lo com a sua Divindade" (São Tomás de Aquino, ano 1259-73).
vozdaigreja.blogspot.com

4 comentários:

  1. José Osivan Barbosa de Lima11 de maio de 2013 às 21:39

    Gostei muito desse post e concordo plenamente com ele. Eu gosto muito de dizer: se o povo soubesse o valor de uma Missa todo mundo era católico e não ficava ninguém em casa nos domingos porque iriam para as Missas se alimentarem de Jesus na Hóstia Santa e com a Palavra de Deus.

    ResponderExcluir
  2. Gostei por demais, isso todo católico deveria ter na ponta da lingua!

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Amem irmão tenho rezado muito para que os catolicos aprendam a doutrina da igreja que é muita rica nos ensinamentos do nosso senhor Jesus Cristo

      Excluir
    2. irmãos vamos reza para que os catolicos parem de se converterem em falsas doutrinas e aprendam a ser catolicos de verdade .

      Excluir

Por favor, identifique-se com seu nome ou um apelido (nickname) ao deixar sua mensagem. Na caixa "Comentar como", logo abaixo da caixa de comentários, você pode usar a opção "Nome/URL".

** Seu comentário poderá ser publicado em forma de post, a critério dos autores do blog Fiel Católico.

*** Comentários que contenham ataques e/ou ofensas pessoais não serão publicados.

Subir