O Santo Rosário

Origem

O Rosário é uma forma de oração antiquíssima,  tanto que a sua origem se perde na História. Não há uma data precisa da origem do Rosário, mas sabe-se que remonta aos primeiros séculos da Igreja, e que foi tomando a forma que conhecemos hoje nos mosteiros. A partir do século X, foi se tornando mais e mais popular.

Qual a diferença entre o Rosário e o Terço?

O Rosário é o conjunto de 20 Pai-Nossos e 200 Aves-Maria, nos 20 Mistérios contemplados, desde a Anunciação até a Coroação de Nossa Senhora, Mãe do Rei dos reis, como Rainha do Céu e da Terra. Já o Terço tem 5 Pai-Nossos, 50 Aves-Maria e 5 Mistérios. Tem esse nome porque, originalmente, era a terça parte do Rosário, que tinha 15 Mistérios. Ocorre que o Papa João Paulo II, ao celebrar 24 anos do seu pontificado, em 16/10/2002, assinou a Carta Apostólica Rosarium Virginis Mariae, em que acrescentou ao Rosário mais cinco Mistérios: os Mistérios da Luz ou Luminosos, inspirados na vida pública de Jesus.

A partir daí, o Rosário se dividiu em quatro partes, e cada uma delas, pelo costume, continuou sendo chamada de Terço (embora seja agora um quarto do Rosário): na primeira parte meditamos os Mistérios Gozosos, na segunda os Mistérios Luminosos, na terceira os Mistérios Dolorosos e na quarta os Mistérios Gloriosos.

Portanto, na realidade, não há diferença: quando rezamos o Terço, estamos rezando o Rosário, em partes. Se você achar difícil rezar todos os dias o Rosário inteiro, pode dividi-lo, rezando a primeira parte de manhã cedo, a segunda ao meio do dia, a terceira à tarde e a quarta parte à noite. Se mesmo assim continuar difícil, pode rezar só o Terço, ou seja, uma parte por dia.

Dezena do Terço

Agora, se a sua vida for realmente muito corrida, você ainda pode rezar as dezenas separadamente, contanto que complete ao menos um Terço no mesmo dia.

Para rezar o Rosário inteiro num dia, em partes, deve-se rezar os Mistérios Gozosos de manhã; os Luminosos ao meio-dia; os Dolorosos à tarde (se possível às 15hs, junto com o Terço da Divina Misericórdia) e os Mistérios Gloriosos no final da tarde ou à noite.

Para rezar um Terço por dia, rezam-se os Mistérios Gozosos às segundas-feiras e sábados (e nos domingos do Advento); os Luminosos às quintas-feiras; os Dolorosos às terças e sextas-feiras (e nos domingos da Quaresma); os Mistérios Gloriosos às quartas-feiras e domingos do tempo Pascal e Comum.

Questionamentos e objeções:

Algumas pessoas questionam o Rosário. Vejamos os seus principais argumentos: 1. O Rosário não é uma oração Bíblica. – Isso não é verdade. O Rosário se constitui principalmente do Pai-Nosso e da Ave-Maria. O Pai-Nosso é a oração que Jesus mesmo nos ensinou, no Evangelho (Mt 6,9-13 ; Lc 11,2-4). A primeira parte da Ave-Maria é a saudação do Arcanjo Grabriel à escolhida entre todas as mulheres para ser a Mãe de Deus (Lc 1,28. 42). O Rosário, portanto repete palavras dos Evangelhos. Quando o rezamos, cumprimos também a profecia bíblica de Maria: “Todas as gerações me chamarão Bem-Aventurada” (Lc 1,48).

2. O Rosário é uma oração mecânica. - O risco de rezar o Rosário mecanicamente, repetindo as orações apressadamente, sem prestar atenção, existe. Porém, quando paramos para um autoexame, descobrimos que a força do Rosário está exatamente na repetição. Conforme vamos repetindo, a mente entra num estado de relaxamento que facilita a contemplação dos santos Mistérios e a íntima Comunhão com Deus.

3. O Rosário deixa Jesus Cristo, nosso Senhor e Salvador, em segundo plano. - Embora, à primeira vista, possa não parecer, o Rosário é uma oração cristocêntrica, isto é, Jesus está no seu centro. A primeira oração que fazemos já é a consagração de toda a prática ao Nosso Senhor: "Senhor Jesus, disponho-me a rezar agora os Mistérios do Terço. Pela meditação dos Mistérios de nossa redenção, espero poder aumentar minha fé e minha caridade. Concedei-me uma piedosa e recolhida oração, pela intercessão de vossa Mãe Santíssima”. Além disso, todas as orações do Rosário servem para ajudar a mente a concentrar-se nas fases da vida de Cristo no mundo: o nascimento, o anúncio do Reino, a realização da Vontade do Pai, a Paixão e o Sacrifício redentor, a Vitória sobre a morte. Os Mistérios do Rosário são os Mistérios da vida de Jesus.

4. O Rosário é uma prática solitária, isolada, de uma piedade ultrapassada. - Nada mais falso! Rezar o Rosário é rezar com a Igreja; é estar sintonizado com a oração de toda a Igreja. Não é uma oração individualista. Não é alienante. O Rosário nos faz sentir Igreja, e participar de um grupo de reza do Terço pode ser ainda mais gratificante do que rezar só.

5. O Rosário é complicado. – Na realidade, o Rosário é simples e profundo ao mesmo tempo: até as crianças podem rezar e colher os seus frutos. Depois de duas ou três vezes, todas as dúvidas acabam. Por isso é que se difundiu tanto no meio do povo mais humilde.

6. O Rosário é cansativo. – Outro engano. Rezar o Rosário é uma maravilhosa terapia: Se você vive tenso, se tem problemas com insônia, se procura auxílio de calmantes... Tente rezar o Terço. Ele não é tóxico como os remédios, e produz um efeito maravilhoso. O Rosário é uma fonte de graças. Muitos já tentaram e o descobriram, e agora dão o seu testemunho.

Mais boas razões para rezar o Rosário:

• O Rosário é uma verdadeira escola de Oração. Precisamos aprender a rezar, precisamos nos acostumar a reservar um tempo para a oração, e com o Rosário adquirimos esse santo hábito. Há séculos, milhões de pessoas que não sabiam como se achegar a Deus, tiveram a sua resposta no Rosário.

• Hoje em dia muito se fala em yoga, meditação oriental, técnicas de relaxamento, massagem “do-in”... Nosso mundo anda muito agitado e estressante. Quase todo mundo sofre com dores nas costas, disfunções intestinais, insônia... Há muita pressão sobre as pessoas, que também provoca a temida depressão, o mal do século. Cresce o interesse pelos métodos orientais de relaxamento. Pois bem, o Rosário é de inspiração oriental, e funciona como a meditação (enquanto repetimos as palavras, em santa contemplação, a imaginação vai criando em nossa mente o 'filme' da vida de Cristo). Ponto fundamental: o Rosário é cristão. Por que não praticá-lo e ensiná-lo às novas gerações?

• O Rosário liberta, porque nos põe em íntimo Diálogo com o Libertador das nossas almas.

Esperamos ter ajudado a dissipar as principais dúvidas e deixamos uma pergunta: por que não começar já?

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Fontes e bibliografia:

MONTFORT, São Luís Maria Grignion, A Eficácia Maravilhosa do Santo Rosário. São Paulo:

Artpress, 2000.

ALMEIDA, João Carlos (Pe. Joãozinho). Vinte e Cinco Maneiras de Rezar o Rosário, 24ª ed. São

Paulo: Loyola, 2005.

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