JMJ Rio 2013: o que foi e o que fica




O Papa Francisco sem dúvida plantou uma bela semente do Evangelho em nosso jardim. Difícil não se emocionar com cenas como a da imagem acima, em que um rapaz que se assume "evangélico" declara seu amor pelo Santo Padre, e termina com a citação da Bíblia que os "evangélicos" mais temem, deturpam e evitam: "Bem-aventurado és, Simão, filho de Jonas, pois não foi a carne e nem o sangue que te revelaram (que sou o Cristo), mas meu Pai, que está nos Céus. Pois eu também te declaro: tu és Pedro, e sobre esta Pedra edificarei a minha Igreja..." (Mt 16,18).

Marcante também, entre outras coisas, foi a constatação do repórter da Globo News, dando ao mundo o seu testemunho pessoal de que a semelhança entre a JMJ e as festividades de ano novo no Rio de Janeiro não iam além da grande concentração de pessoas. Pois nos eventos da JMJ não havia confusão, nem gente bêbada, nem brigas, nem escândalos, nem cenas de atentado ao pudor... Tudo o que havia era uma grande massa entusiasmada, de pessoas limpas, bem intencionadas, buscando santidade, sedentas pelas palavras do sucessor de Pedro, ávidas em ouvir o Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo, que (surpresa para muitos!) soube respeitar, na medida do possível, os momentos de silêncio, introspecção e contemplação que as celebrações exigiam. Alguns temiam que a celebração eucarística pudesse ser demasiado... festiva, com este nosso povo tão alegre e dançante, mas o Papa mostrou que, além de humilde, extremamente comunicativo e muito "pop", também sabe levar multidões a fazer silêncio e rezar, quando é preciso.

Sim, nós, católicos demos exemplo, nossa juventude deu um show de respeito e civilidade, e até os nossos piores e declarados inimigos estão sendo forçados a reconhecer esse fato. As tímidas e patéticas tentativas de determinados grupelhos, de atrapalhar, tumultuar, contrariar, protestar... Tornaram-se simplesmente ridículas. Protestar contra o quê? Contra o direito inalienável de cada cidadão, de ter e expressar a sua fé? Contra a boa educação? Contra a confraternização universal que acontecia em nosso solo? Contra as belíssimas e pacíficas demonstrações, ao vivo e em cores, de tudo o que a nossa civilização ainda preserva de bom, de puro, de santo, de pacífico, de honesto?

Muitos entenderam, - talvez superficialmente, mas já é um grande passo na direção certa, - porque a Igreja não vai ordenar mulheres, porque não vai admitir "matrimônio gay", porque jamais vai enxergar o aborto como "direito da mulher" ou "questão de saúde pública" e outras insanidades do nosso mundo contemporâneo parecidas com essas.

E o Papa conseguiu, como brincou o meu parceiro "Frei Clemente Rojão", pelo menos três grandes feitos: fez os brasileiros amarem um argentino; andou no Rio de Janeiro em carro com vidros abertos, sem ser assaltado; e fez o Fábio de Melo usar colarinho romano... Brincadeiras à parte, é também com um texto poético deste polêmico blogueiro que eu encerro esta postagem, pois ele disse muito do que eu queria dizer sobre o assunto:

Que bela imagem... Três milhões de pessoas de todo o mundo...
Elas pagaram de seus próprios bolsos para estar ali, foi seu próprio esforço
Vieram por sua vontade, vieram com suas passagens, seus pés e seus calos
 

Vieram dos quatro cantos da Terra, falando línguas diversas como no Pentecostes

Que linda é nossa Igreja, sempre jovem, sempre se renovando

A promessa do Altíssimo não se perde
As portas do Inferno não têm poder sobre ela
Festa no Céu, aplaudem os anjos e os santos

Louvam o anúncio de Gabriel, a defesa de Miguel, a juventude de Rafael

Pedro e Paulo estão orgulhosos e felizes
Assim como Tiago, André, João e os outros discípulos
Jubila-se Abraão, Isaac e Jacó por tanta descendência

Davi e Salomão não esperavam ter tantos reinos assim

Felicitam-se Moisés, Elias, Isaías e Batista por seu anúncio
Os Macabeus se gloriam em sua defesa da fé
A Virgem Maria vê com gosto os filhos que recebera na cruz

Bento, Francisco, Domingos e Inácio sabem que não trabalharam em vão

Nem Agostinho, Tomás, Scotus, Boaventura, e Belarmino ensinaram a toa
Lino, Anacleto, Clemente felicitam-se por seu fecundo martírio
Assim como os muitos Pios, João, Paulo, e os dois João Paulo se alegram
E os duzentos e sessenta e tantos que os antecederam

Eis a Igreja "em crise"

Eis a Igreja "decadente"
Eis a Igreja "que vai acabar"
Eis a Igreja de Cristo

Una, Santa, Católica e Apostólica

Única e Verdadeira Igreja, mãe e mestra da Verdade,
A Noiva de Nosso Senhor, o Cordeiro de Deus

Arca de Noé num mundo submerso no pecado

Uma Nova Jerusalém onde todos os homens nasceram
Monte Sião elevado mais que todos os outros
Roma eterna, dos mártires dos santos,

Guardiã dos Evangelhos, fiadora das Escrituras

Igreja de Cristo, fora dela não há salvação!

(Frei Clemente Rojão)



** Sim, foi lindo! Esperemos agora, - e principalmente rezemos nessa intenção, - que nossos jovens (e também os não tão jovens) voltem dessa Jornada repletos de santo entusiasmo para trabalhar na proclamação do Evangelho, nas paróquias, nas pastorais... Dispostos a aprofundarem a fé, a estudar mais para saberem responder melhor aos nossos acusadores. Dedicados a rezar mais, comungar mais, disporem mais e melhor de suas vidas, a santificarem-se em corpo e alma na implantação do Reino de Deus. Meus cumprimentos e agradecimentos a todo o povo fiel católico.
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Esclarecimentos diversos sobre catolicismo

O leitor Ronaldo Gomes enviou-nos um longo comentário, com uma série de questões importantes. Este post contém os diversos pontos apresentados pelo leitor, enumerados, seguidos de nossa resposta. A maioria das questões abordadas já foram respondidas neste blog, em postagens específicas; mesmo assim, nunca é demais reforçar e reafirmar as verdades da fé, principalmente para quem ainda não as conhece.


A caminho da luz...

Querido Ronaldo Gomes,

Você é como eu fui um dia e como muitos outros protestantes que conheci e conheço. Você tem boa vontade e um desejo sincero de conhecer a verdade, e lá no fundo da alma você percebe que ainda não chegou a essa Verdade, que alguma coisa falta. Por isso é que você procura o debate, procura compreender sempre mais.

Conheço muitos protestantes assim, honestos e sinceros em sua fé. Mas os "pastores" incutiram tanto preconceito em suas mentes que fica difícil enxergar algumas coisas, e até algumas coisas bem óbvias.

Eu também era assim: já fui protestante, "batizado" na igreja batista, e participava ativamente de diversas comunidades ditas "evangélicas". Ia aos cultos com muita fé, lia a Bíblia com muita seriedade e devoção, mas os "cursos bíblicos" que eu fiz me deixavam meio cego, pois era como se eu pulasse todas as passagens que mostravam que a minha fé estava equivocada.

Eu também não aceitava de jeito nenhum que a Igreja Católica fosse a primeira e única Igreja de Jesus Cristo. Eu deixei entrar na minha mente e na minha alma essa mentira absurda de que os católicos são "idólatras", que "adoram" imagens e santos, que Maria era "uma mulher como outra qualquer", etc, etc.

Mas Deus abriu meus olhos, com sua infinita Misericórdia, e Jesus Cristo mesmo, inclusive com sinais e maravilhas em minha vida, praticamente me "obrigou" a retornar à sua Igreja, que é Católica e Apostólica, a aceitar a imensa Graça de pertencer ao seu Corpo Místico neste mundo, do qual é Ele próprio a Cabeça.

Lá vou eu mais uma vez tentar esclarecer as suas dúvidas, e gostaria que você soubesse que peço muito a Deus por sua vida, pela Luz divina nos seus caminhos, que ela brilhe em seu espírito como brilhou para mim, mesmo eu não merecendo. Às vezes preciso ser um pouco firme nas minhas colocações, mas o meu sentimento para com todos os protestantes sinceros é o de irmão. Amo a todos profundamente, com amor fraterno, e por isso às vezes me exaspero, no meu zelo em fazê-los compreender os enganos que aceitam como verdade, como eu também um dia aceitei.

Vamos respondendo ponto a ponto, tópico por tópico, poque você coloca muitas questões importantes. Destaco em negrito as questões que você trouxe:


1. Deus condena as imagens? Por que, mesmo tendo mandado Moisés confeccionar a imagem de uma serpente de bronze (Nm 21,5-9), essa imagem foi depois destruída?

Para entender a questão das imagens, se são condenadas ou não por Deus, não importa o que aconteceu com a serpente der bronze. Muitas vezes, quando se dá o exemplo da serpente de bronze a um protestante, ele responde: "mas a serpente foi destruída!"... Pois isso não importa nada, nadinha!

O que importa é que foi Deus quem mandou fazê-la, e era uma imagem para uso cultual! Por meio daquela imagem Deus operou a cura no povo! Portanto, se Deus mesmo manda fazer imagens, vemos que o uso das imagens não é proibido, nem é errado. Não há problema no uso das imagens em si.

Se a imagem da serpente foi depois destruída, este é um outro problema, uma outra questão completamente diferente. Precisou ser destruída porque o povo já prestava culto à imagem em si, colocando a imagem no lugar de Deus, como no caso do bezerro de ouro. Já começava a ocorrer, neste caso sim, idolatria à uma imagem por si mesma. Isso não tem absolutamente nada a ver com as imagens católicas.

E este foi o caso específico da serpente, mas existem diversos outros exemplos de imagens que foram feitas conforme a Vontade de Deus na Bíblia. Como se pode dizer que Deus condena as imagens, se Ele mesmo mandou que se confeccionassem dois querubins para serem colocados sobre a Arca da Aliança, e era por meio dela que se manifestava? Como se pode dizer que Deus condena as imagens, se Ele mesmo mandou que se construísse o seu Templo repleto de imagens, esculpidas, entalhadas, fundidas, bordadas... Imagens de anjos, de flores, de palmas, de bois, de leões, de querubins com asas,  alguns com duas faces, e muitas outras mais? - Tudo isso está na Bíblia. Paras saber mais e conhecer as respectivas passagens, veja nesta postagem.

Então, será que Deus diz uma coisa numa parte da Bíblia e depois se contradiz numa outra parte? Não. Nós é que precisamos pedir por discernimento para chegar à Verdade. Vemos claramente que as imagens que a Bíblia condena são as imagens de ídolos, isto é, de falsos deuses, imagens pagãs que eram adoradas no lugar do Deus Criador e Todo-Poderoso. As imagens católicas não são ídolos, pois elas representam os anjos, os santos e o próprio Jesus Cristo, e não deuses pagãos. São situações e coisas completamente diferentes.

"Ídolo" vem do latim idolus, que deriva do grego eidolon. Essa palavra significa, literalmente, uma imagem ou objeto inanimado ao qual se atribui vida própria e poder. Veja como é totalmente impossível classificar como "deuses" as imagens católicas.

Nós, católicos, não cremos que os santos sejam os nossos salvadores, nem os criadores do Universo e nem os juízes dos vivos e dos mortos. Por isso, os santos, nossos irmãos no Céu, não podem receber culto de latria, isto é, adoração, que é devida somente a Deus. Esta é a doutrina católica, que está no Catecismo da Igreja Católica e em todos os documentos oficiais da Igreja, e de todos os Papas de todos os tempos.

Não há o que argumentar quanto a isso, pois é um fato concreto, e contra fatos não existem argumentos. Então, quando um "pastor" chama um católico de "idólatra", ele está sendo maledicente, caluniador e mentiroso.

Para encerrar este assunto, no livro de Ezequiel, cap. 41, também há menções ao uso de imagens no culto a Deus, novamente citando querubins, anjos com duas faces, leões, etc. Veja bem que a descrição é feita pelo profeta Ezequiel, ele que foi um dos que mais condenou a idolatria no seu tempo. Ele condena as imagens dos ídolos, mas menciona a presença das imagens no Templo de Deus como uma coisa perfeitamente normal, e parece até que tem muito orgulho (no bom sentido) do Templo ricamente ornamentado, pela maneira como o descreve em detalhes.

Percebe, então, como nem toda imagem é condenada por Deus? Que, ao contrário, as imagens sempre foram usadas no culto a Deus, e a Bíblia mesmo demonstra isso muito claramente?

As muitas imagens do Templo e as imagens dos querubins sobre a Arca da Aliança eram símbolos do Sagrado, assim como as imagens nos templos católicos de hoje. Se você me mostrar em algum documento católico uma linha, ou uma vírgula sequer, dizendo que devemos "adorar" imagens, eu deixo de ser católico na mesma hora. Isso simplesmente não existe.


2. Muitos católicos dão mau exemplo, observam devoções estranhas, exageram no uso das imagens...

Essa discussão sobre imagens e devoção aos santos nos leva a um outro assunto que é importante esclarecer. Acontece que nem todos os católicos são santos, e nem todos são instruídos. Existem no catolicismo, assim como em qualquer outra religião, pessoas ignorantes, que não tiveram uma boa formação, muitas vezes gente muito simples ou católicos simplesmente infiéis, que praticam o sincretismo religioso, - o que é um grave pecado.

E acontece também que nem todos os que se declaram católicos são católicos de fato. Por isso é que existem, sim, pessoas que exageram nas suas devoções, que confundem as coisas, que não compreendem o papel e a função das imagens, o que significa a comunhão dos santos, o que representam em nossa fé, etc. Mas nada disso representa a Igreja, pois a Igreja não pode ser representada por pessoas que não praticam aquilo que ela ensina.

Você me mandou o vídeo, bastante conhecido, de um padre que perde a calma com uma senhora que interrompia a cerimônia do Batismo a todo instante, e chega a chamá-lo de "palhaço". O que tem isso a ver com o assunto? Ele falhou, sim, mas quem disse que um padre tem que ser perfeito, intocável, infinitamente paciente? Ele nunca pode perder a calma, não pode falhar, não pode pecar? Ora, o padre é um homem como qualquer um de nós, sujeito ao erro e ao pecado. Eu também posso lhe mostrar dúzias de vídeos de "pastores evangélicos" bêbados, violentos, desbocados... Tem até o de um de um "pastor" que diz que leu na Bíblia que ele deveria fazer sexo com a esposa de um homem que frequentava sua "igreja", que você pode ver aqui...

Outro vídeo que você me mandou mostra uma imagem sacra que cai do andor e se quebra, e o outro é uma procissão de Semana Santa, com o tradicional encontro da imagem de Jesus carregando a cruz, "Nosso Senhor dos Passos", e Nossa Senhora que sofre, chamada "Nossa Senhora das Dores". Bem, eu já expliquei no meu comentário anterior porque as imagens católicas não são ídolos.

Ainda sobre isso, é bem interessante notar que em muitas igrejas protestantes também se faz uso de imagens, muitas até bem parecidas com as da Igreja Católica, como na luterana, na adventista e até mesmo em igrejas "evangélicas" surgidas mais recentemente. Você poder ver algumas fotos dessas imagens neste link.


3. Por que neste blog o termo "evangélicos" é usado entre aspas? Por que se afirma que a palavra mais certa é "protestantes"?

A palavra correta é protestante, simplesmente porque no tempo de Lutero só haviam a Igreja Católica e a Igreja Ortodoxa, sendo que ambas professam a sucessão apostólica e tem a Tradição dos Apóstolos como regra de fé. Até então, para ser cristão, era preciso ser católico ou ortodoxo. Lutero, no século XVI, começou um movimento de protesto contra a Igreja, pois ele entendia que era preciso começar uma nova igreja, que negava a autoridade do sucessor de Pedro e a Tradição dos Apóstolos, tendo como regra principal a sola scriptura, essa doutrina que você observa e que diz que somente a Bíblia serve como regra de fé e prática.

A partir daí, começaram a surgir divisões e mais divisões, e subdivisões, e subdivisões das subdivisões, sendo que assim continua até hoje... Pois, se a única regra é a Bíblia, cada um interpreta "do seu jeito", e está feita a confusão. Umas "igrejas" pregam a teologia da prosperidade, outras a condenam; umas admitem o divórcio, outras não; umas batizam por imersão, outras por aspersão; umas admitem "pastoras", outras não; etc, etc, etc... E todas acham que observam a Bíblia, que são conduzidas pelo Espírito Santo.

Ora, se o mesmo Deus estivesse orientando todas essas "igrejas", deveriam estar todas falando a mesma língua, ensinando a mesma coisa, pois Deus é um só, e um Reino não se divide contra si mesmo, como disse Jesus.

Por isso é que o Senhor deu autoridade aos Apóstolos, e incumbiu a Pedro de apascentar o seu rebanho, e confirmar os seus irmãos (Jo 21,15-17; Lc 22, 31-32). Se fosse para cada um ler a Bíblia, interpretar "do seu jeito" e começar uma nova Igreja, o Senhor não teria conferido autoridade aos seus Apóstolos, até para perdoar ou reter os pecados. Mas a própria Bíblia diz que é a Igreja a coluna e o sustentáculo da Verdade para o cristão (1Tm 3,15). Por isso é que o termo protestante é mais adequado. Todas as igrejas ditas "evangélicas" surgiram de um movimento de protesto, por isso denominado protestante.

É importante saber que, muitos séculos antes de surgir o protestantismo, o povo católico já era chamado de "povo evangélico". Isso porque "evangélico", evidentemente, vem de "Evangelho", e quem produziu, canonizou, preservou, e traduziu os Evangelhos foi a Igreja Católica.

Sim, se não fosse pela Igreja Católica nós não teríamos a Bíblia Sagrada, hoje. Logo, é totalmente incorreto chamar um grupo que surgiu quando a Igreja Católica já tinha mais de mil e quinhentos anos de existência de "evangélico", como se fossem eles os doadores ou os preservadores do Evangelho. Nada mais equivocado. Nada mais injusto.


4. "Enquanto protestante, eu fui humilhado por parentes católicos..." 

Se os seus parentes católicos lhe ofenderam de alguma forma, isso não tem nada a ver com a Igreja Católica, tenho certeza que você consegue perceber isso. Eu já fui tantas vezes ofendido por "evangélicos" e espíritas, aqui mesmo neste blog, que já perdi as contas... Pessoa se agridem, se humilham, se atacam umas às outras todos os dias, neste mundo. Isso não depende da religião de ninguém. Depende da educação de cada um, e no caso da religião, depende principalmente do quanto cada um é capaz de entender e praticar a sua própria fé. Nem todo católico é santo, como eu já disse, e nem todo protestante pratica aquilo que aprende em sua congregação.


5. "Prefiro viver a minha fé em particular com Deus!" 

Pertencer à Igreja de Cristo não quer dizer que não podemos ou não devemos cultivar uma experiência pessoal com Cristo. Nossa prática de fé é em primeiro lugar diretamente com Deus, nosso Criador.


6. "Que sentido há no gesto de se percorrer um longo caminho de joelhos, e em outras formas de penitência que os católicos fazem? Esse não é o tipo de sacrifício que encontramos na Bíblia..."

Quando ao sacrifício particular, oferecido a Deus, São Paulo Apóstolo diz: "Eu vos exorto, pois, irmãos, pelas misericórdias de Deus, a oferecerdes vossos corpos em sacrifício vivo, santo, agradável a Deus" (Rm 12,1).

Cada um oferece sacrifício a Deus da maneira que considera conveniente, conforme aquilo que há em seu coração, em conformidade com a sua consciência diante de Deus. Você pode julgar o que Deus aceita e o que não aceita, quando lhe é oferecido com pureza de alma, profunda devoção e amor sincero?


7. "Se o Papa quer a Igreja Católica unida aos protestantes, deveria mandar por decreto que se tirassem todas as imagens de todas as igrejas católicas..."

O Papa não quer e nem deve querer a Igreja "unida aos protestantes". O que ele deve buscar é conduzir o povo de Deus aqui na Terra sob a Luz do Espírito Santo, em Cristo, com Cristo e por Cristo, e isso não significa abrir mão da Verdade para fazer as pazes com quem quer que seja.

Se o Papa mandasse abolir todas as imagens sacras para agradar aos protestantes, isso seria o mesmo que renegar toda a história da Igreja, repleta da Graça divina, pois desde o começo a Igreja Primitiva sempre utilizou as imagens para evangelizar os povos pagãos. Você já ouviu falar em arte paleocristã?

Pois é... A arte paleocristã estuda o conjunto de manifestações artísticas dos primeiros cristãos, que vem desde as origens da Igreja e ganhou cada vez mais força com a expansão do cristianismo. Desde o início, os cristãos fizeram uso de imagens no culto, e eu mesmo conheci um protestante que ficou muito admirado ao visitar a Terra Santa e ver relíquias antiquíssimas, que datavam dos primeiros séculos. Assim ele percebeu o quanto a tradição que ele seguia era diferente da Tradição dos primeiros cristãos: a Tradição Apostólica, que a Igreja Católica preserva e observa.

Veja mais sobre isso neste link. Veja que estou indicando um site de pesquisa, e não é uma página católica.

Então, entenda: se o Papa simplesmente renegasse toda a História da Igreja, o legado dos primeiros cristãos, a fé da Igreja primitiva, tudo isso só para ficar "de bem" com os protestantes, que não param de caluniar a Igreja, ele estaria simplesmente sendo infiel à fé cristã de sempre.


8. "Não encontro na Bíblia Maria subindo ao Céu..."

Não, a Bíblia não diz que Maria Santíssima foi assunta ao Céu. Isso é matéria de fé, faz parte da tradição da Igreja. Não vamos entrar neste assunto específico aqui, porque é extenso e merece um post exclusivo, e principalmente porque, antes, você precisa compreender um fundamento da fé cristã.

Nós, católicos, não cremos, - somente e exclusivamente, - naquilo que está escrito literalmente na Bíblia, porque crer só no que está na Bíblia seria contrariar a própria Bíblia! Sabe por quê? Porque, como já dissemos, a Bíblia mesmo diz que a Igreja é a Coluna e o Fundamento da Verdade para o cristão, e não as Escrituras isoladamente: "Escrevo para que saibas como convém andar na Casa de Deus, que é a Igreja do Deus Vivo, a coluna e o fundamento da Verdade" (1 Tm 3,15).

Veja que a Bíblia cristã estava sendo escrita, pelos Apóstolos, para que soubéssemos como nos portar na Igreja! Percebe? A base da nossa fé é a Igreja instituída por Jesus Cristo, e não a Bíblia sozinha. As Escrituras são sagradas para nós, sim, e são úteis para nos instruir, mas não são e nem nunca foram a única base, o único fundamento para os cristãos.

Nos primeiros séculos do cristianismo, na Igreja primitiva, a Bíblia simplesmente não existia ainda. E como se orientavam os cristãos? Através da instrução da Igreja, a única Igreja que Cristo deixou e que tem dois mil anos de história: a Igreja Católica.

O grande erro dos protestantes é pensar que a Bíblia é mais importante do que a Igreja. Não é! Jesus não escreveu nenhum livro; mas Ele fundou, diretamente, a sua Igreja neste mundo, e garantiu que as portas do inferno não prevaleceriam contra ela (Mt 16, 18).

Acontece que a Bíblia é um livro, e mesmo sendo um livro sagrado, cada pessoa que a lê pode fazer uma interpretação diferente dela. Por isso existem milhares de "igrejas" que ensinam coisas diferentes, e todas elas dizem que a sua interpretação da Bíblia é a certa, como eu já demonstrei.

Depois de fundar a Igreja sobre Pedro, Jesus disse a este mesmo Pedro (o líder dos Apóstolos, isto é, primeiro Papa), que tudo o que ele ligasse na Terra seria ligado no Céu, e o que ele desligasse na Terra seria desligado no Céu (Mt 16,18). Essa é a autoridade que a Igreja possui na Terra, dada por Jesus Cristo. O Senhor ainda disse aos Apóstolos que os pecados que eles perdoassem seriam perdoados, e os que eles não perdoassem seriam retidos (Jo 20, 23).

Cristo não diz em momento algum que deveríamos seguir somente a Bíblia, ao contrário. E a própria Bíblia diz que devemos guardar não só o que foi escrito, mas também a Tradição da Igreja:

"Então, irmãos, estai firmes e guardai a Tradição que vos foi ensinada, seja por palavras, seja por epístola nossa". (2 Ts 2, 15)

As epístolas dos Apóstolos formam a maior parte do Novo Testamento da Bíblia, certo? Então vemos a própria Bíblia afirmando que devemos guardar não só a Escritura, mas também a Tradição. Claro como água!

"Mandamo-vos, porém, irmãos, em nome de nosso Senhor Jesus Cristo, que vos aparteis de todo o irmão que anda desordenadamente, e não segundo a Tradição que de nós recebeu." (2 Ts 3, 6)

As tradições dos homens, a tradição dos antigos fariseus, foi substituída pela Tradição Cristã: Tradição esta que inclui a própria Bíblia Sagrada Cristã, e é preservada pela Igreja Católica.

Agradecemos pelas muitas perguntas, prezadíssimo Ronaldo, e rezamos para que a Luz divina ilumine o seu discernimento.
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A visita do Papa ao Brasil e os gastos públicos

Jornada Mundial da Juventude 2013 gerará mais de 500 milhões de reais e 20 mil empregos




ACI Digital - O Comitê Organizador Local da Jornada Mundial da Juventude Rio - 2013 entregou a esta agência um relatório sobre o impacto econômico que gerará a visita do Santo Padre ao Brasil. As estimativas dos organizadores demonstram que a JMJ gerará mais de 20 mil empregos relacionados ao acontecimento, e impacto econômico de mais de 500 milhões de reais. Na Espanha, o último país a acolher uma Jornada Mundial da Juventude, ao final do evento os ganhos foram estimados em cerca de 476 milhões de dólares, e foram gerados 5000 postos de trabalho.

As fontes de financiamento da JMJ variam, desde patrocínios privados até doações de pessoas físicas. O custo total da organização ainda está sendo definido e a variável dependerá do número final de participantes e inscritos. Do mesmo modo, aproximadamente 70 por cento desse custo será viabilizado pelas contribuições dos peregrinos, que variam entre os 109 e os 608 reais, dependendo do "kit de peregrino" contratado e suas prestações (comida, transporte, hospedagem, atos culturais, atos com o Papa, etc.).

O custo da JMJ também é resolvido através de doações espontâneas e produtos de marketing que geram ganhos para o encontro. Os patrocinadores colaboram de distintas maneiras: investindo dinheiro, emprestando serviços e doando produtos para o encontro. Até o momento, perto de 20 milhões de reais foram gerados por estes patrocínios e por atos diversos promovidos pela JMJ.

A participação do poder público na JMJ será nas questões que lhe competem, por tratar-se da visita de um chefe de Estado, além de questões gerais da realização dos diversos atos, como logística, mobilidade urbana, segurança pública, transporte, etc.
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A Devoção das devoções


Excertos do Livro Meditações (1921) - Para todos os Dias e Festas do Ano - retiradas das Obras Ascéticas de Santo Afonso Maria de Ligório, Bispo e Doutor da Santa Igreja, Tomo II

Ignem veni mittere in terram:
et quid volo, nisi ut accendatur?

«Eu vim trazer fogo à terra,
e o que quero, senão que ele se acenda?»
(Lc 12, 49)


Sumário - A devoção entre todas as devoções, a mais perfeita, é o amor a Jesus Cristo, com a recordação frequente do Amor que nos dedicou e ainda sempre dedica. Exatamente para se fazer amar é que o Verbo Eterno quis que nestes últimos tempos se instituísse e propagasse a devoção ao seu Coração, com a promessa das graças mais assinaladas aos que a praticassem. Felizes se estivermos do número destes devotos. Podemos estar certos de que o Divino Coração nos abençoará em tudo o que empreendermos, e em todas as ocorrências será o nosso seguro abrigo.

I. A devoção das devoções é o amor a Jesus Cristo, com a recordação frequente do amor que nos dedicou e ainda dedica o nosso amável Redentor. Com razão se queixa um devoto autor de que muitas pessoas praticam diversas devoções e se descuidam justamente desta, sendo que o Amor de Jesus Cristo deve ser a principal, para não dizer a única, devoção do cristão. ― Este descuido é causa do pouco progresso que as almas fazem nas virtudes, da contínua fraqueza nos mesmos defeitos e das frequentes recaídas em culpas graves.

Pouco se aplicam, e raras vezes são exortadas a adquirirem o amor a Jesus Cristo, sendo todavia o Amor o laço que une e liga as almas a Deus. Foi exatamente para se fazer amar que o Verbo Eterno quis que se instituísse e propagasse na Igreja a devoção a seu Sacratíssimo Coração.



Lemos na vida de Santa Margarida Maria Alacoque, que, quando esta devota virgem estava um dia em oração diante do Santíssimo Sacramento, Jesus Cristo lhe mostrou o seu Coração num Trono de Chamas, cercado de Espinhos e encimado por uma Cruz.

«Eis aqui», disse ele, «o Coração que tanto amou os homens, e nada poupou até se esgotar e consumir para lhes testemunhar o seu Amor; e em reconhecimento, não recebe da maior parte senão ingratidões e irreverências neste Sacramento de Amor. Mas, o que ainda mais sinto, é serem corações a mim consagrados que assim praticam».

Ordenou-lhe, em seguida, que se empregasse em fazer celebrar, na primeira sexta-feira depois da oitava da festa do Corpo de Deus, uma festa particular em honra do seu divino Coração, e isto para três fins: primeiro, para que os fiéis lhe deem ações de graças pelo grande Dom que lhes fez na adorável Eucaristia.

O segundo, para que as almas fervorosas reparem, pela sua afetuosa devoção, as irreverências e os desprezos que ele recebeu e recebe neste Sacramento da parte dos pecadores.

O terceiro, para que lhe ofereçam compensação pela honra e culto que os homens deixam de lhe dar em muitas igrejas. Assim, a devoção ao Coração de Jesus não é senão um exercício de amor para com este amável Senhor.


II. Para compreendermos os bens imensos que nos provêm da devoção ao Coração de Jesus, basta que nos lembremos das promessas feitas por Jesus Cristo aos que a praticarem:

«Eu» ― assim disse o Senhor a Santa Margarida ― «darei aos devotos do meu Coração todas as graças necessárias para o cumprimento dos deveres do seu estado; farei reinar a paz nas suas famílias; eu os consolarei nas suas aflições e lhes serei um refúgio na vida e na morte; lançarei abundantes bênçãos sobre todas as suas empresas, e o que no passado não puderam realizar com as suas diligências repetidas e perseverantes, obtê-lo-ão por meio desta devoção salutar»[1].

Se nós também queremos ter parte nestas promessas, avivemos a devoção ao Sagrado Coração, especialmente no mês que lhe é consagrado (junho). Guardemo-nos, por amor dele, das faltas deliberadas; pratiquemos alguma mortificação interna e externa; visitemos frequentemente o Santíssimo Sacramento e preparemo-nos para a festa do Sagrado Coração por meio de uma devota novena. Cada manhã unamos as nossas ações do dia com as do divino Coração de Jesus, e façamos o oferecimento delas, dizendo:

† «Meu Senhor Jesus Cristo, em união com a divina intenção com a qual destes, na Terra, louvor a Deus por vosso Sacratíssimo Coração, e lh’o continuais a dar agora sem interrupção até a consumação dos séculos, por todo o universo, no Sacramento da Eucaristia, eu também, durante todo este dia, sem excetuar a mínima parte dele, à imitação do santíssimo Coração da Bem-Aventurada Virgem Maria Imaculada, vos ofereço com alegria todas as minhas intenções e pensamentos, todas as minhas afeições e desejos, todas as minhas obras e palavras. 

† Amado seja por toda a parte o Sagrado Coração de Jesus. 

† Louvado, adorado, amado e agradecido seja a todo o instante o Coração Eucarístico de Jesus em todos os Tabernáculos do mundo, até à consumação dos séculos. Assim seja» [2].


__________
[1] Acrescentaremos aqui mais algumas promessas de Jesus Cristo: «Eu abençoarei as casas onde se achar exposta e venerada a imagem do meu sagrado Coração; os pecadores acharão no meu Coração a fonte e o oceano infinito de misericórdia; as almas tíbias se tornarão fervorosas; os religiosos se elevarão a uma alta perfeição; darei aos sacerdotes o talento de tocar os corações mais empedernidos; as pessoas que propagarem esta devoção terão para sempre o seu nome inscrito no meu Coração».

[2] Cada uma destas orações tem 100 dias de indulgências.

~ * ~ * ~

Fonte: Blog Livros Católicos para Download, em
Acesso 17/7/013
vozdaigreja.blogspot.com

Presidente socialista francês manda para a cadeia jovem que protestava a favor da família

Nicolas Bernard-Busse

Zenit - A equiparação das uniões homossexuais com a família natural despertou na França uma forte reação contrária da população, com manifestações que levaram mais de um milhão de pessoas às ruas. O movimento Manif pour Tous (Manifestação a Favor de Todos) organizou diversos protestos na França contra a lei Taubria, que aprova as uniões homossexuais e a possibilidade de adoção de menores por casais "gays".

Participaram dos protestos pessoas de diversos credos, tendências políticas e até membros de movimentos homossexuais contrários à adoção de menores por famílias não tradicionais. O governo do presidente socialista François Hollande respondeu com uma onda de prisões e de violenta e extraordinária repressão policial naquele país.

O caso do jovem estudante Nicolas Bernard-Busse (foto) tornou-se emblemático: ele foi detido e, com rapidez inédita, condenado a quatro meses de prisão em um dos maiores presídios da Europa, o Fleury-Mérogis, onde está trancafiado em uma cela isolada “para a sua própria segurança”, nas palavras das autoridades. Seu “crime” foi manifestar-se em defesa do matrimônio tradicional.


O bispo de Bayonne, Marc Marie Max Aillet (foto) deu apoio publicamente a Nicolas e, em comunicado, recorda que a condenação do jovem universitário por ser contra a lei Taubria “parece surreal, e a pena é desproporcional aos fatos”. A prisão de Nicolas está despertando perplexidade e reações em todo o mundo. Para o dia 14 de julho, data nacional da França, famosa pelo lema “Liberdade(?), igualdade, fraternidade”, estão sendo organizadas manifestações de protesto. Na Espanha, está programada uma manifestação em família, autorizada pelo governo. A manifestação seguirá o modelo de resistência silenciosa, iniciado pelos franceses, e coincidirá com uma recepção, na Embaixada da França, para os cidadãos franceses que moram em Madri.

“A sociedade francesa soube responder com contundência à imposição totalitária dos caprichos de uma minoria que não conduz a nada além da destruição da família e à vulneração do direito dos menores de ter um pai e uma mãe”, afirma a responsável pela área internacional da Associação Espanhola Profesionales por la Etica, Leonor Tamayo (foto), que acrescenta: “Vamos pedir a imediata libertação de Nicolas e dizer ao governo francês que temos vergonha da covardia da sua resposta na questão do casamento entre pessoas do mesmo sexo”.
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São Pedro foi crucificado de cabeça para baixo?


A crucificação ou crucifixão do Apóstolo Pedro de cabeça para baixo é uma antiga tradição da Igreja Católica, de tal modo que existem ornamentos papais com cruzes invertidas, lembrando o martírio do primeiro Sumo Pontífice da Igreja. No entanto são comuns as refutações de muitos de nossos irmãos afastados a esse respeito, embora as próprias igrejas protestantes mais antigas reconheçam sua veracidade histórica. O artigo de Carlos Martins Nabeto, que reproduzimos abaixo, é esclarecedor.


A acusação comum


É completamente infundada e absurda a Tradição católica que afirma que o Apóstolo Pedro foi crucificado de cabeça para baixo.


A verdade, cá

Antiquíssimos escritores eclesiásticos informam:

"Pedro, ao ser martirizado em Roma, pediu e obteve fosse crucificado de cabeça para baixo." (Orígenes [+séc.III], Com. in Genes. 3)

"Pedro, finalmente tendo ido para Roma, lá foi crucificado de cabeça para baixo." (Eusébio de Cesaréia [+séc.IV], História Eclesiástica 3,1)


As sementes de verdade, lá

Diversas comunidades protestantes reconhecem que Pedro foi de fato crucificado de cabeça para baixo, como se verifica nas seguintes imagens:

Chaves entregues a Pedro, em forma de cruz invertida - Igreja Episcopaliana de São Pedro de Charlotte, Nova Carolina, EUA (disponível em http://www.st-petersweb.org)


Vitral contendo os símbolos ligados a Pedro: as chaves, o galo e a cruz invertida - Igreja Luterana de Cristo, Las Vegas, EUA (http://www.christlutheranlasvegas.org)


Vitral apresentando Pedro segurando as chaves do Reino; sobre sua cabeça, o galo; sob seus pés, a cruz invertida - Catedral Presbiteriana da Trindade, Sacramento, Califórna, EUA (http://www.trinitycathedral.org)


Ornamento sacro apresentando a cruz invertida de São Pedro - Igreja Anglicana de São Pedro ad Vincula, Stoke on Trent, Inglaterra (http://www.thepotteries.org/church/stoke/st_peters.htm)


Vitral apresentando as chaves do Reino entre uma cruz invertida - Igreja Cristã dos Discípulos de Cristo, Cleveland Hights, Cheektowaga, Nova Iorque, EUA (http://www.welgoss.com/chcc/secondaryindex.html)


Pedro, no extremo esquerdo do vitral, tem sobre a sua cabeça o símbolo das chaves e uma cruz invertida - Igreja Batista de Broadway, Fort Worth, Texas, EUA (http://www.broadwaybc.org/worship/windows/commission.html)


Para conhecer outras imagens da cruz invertida em templos protestantes e a história completa desta autêntica Tradição da Igreja, acesse o artigo "El Papa Juan Pablo II y su sillón... ¿satánico?", clicando aqui.

Além dessas imagens protestantes, há também protestantes que sustentam o mesmo com palavras. Por exemplo:

"O Novo Testamento não nos diz o que ocorreu com a maioria dos Apóstolos. Atos nos conta sobre a morte de Tiago, o irmão de João. Contudo, o próprio livro dos Atos nos deixa em suspenso ao terminar, dizendo-nos que Paulo pregava livremente em Roma. O que ocorreu então com Paulo e também com os demais Apóstolos? Desde tempos muito antigos surgiram tradições que afirmavam que tal ou qual Apóstolo havia estado em tal ou qual lugar, ou que havia sofrido o martírio de uma forma ou de outra. Muitas dessas tradições são indubitavelmente resultantes do desejo por parte de cada igreja em cada cidade poder afirmar sua origem apostólica; porém, outras são mais dignas de crédito e merecem ao menos que as conheçamos. De todas essas tradições, provavelmente a que é mais difícil de duvidar é a que afirma que Pedro esteve em Roma e que sofreu o martírio nessa cidade durante a perseguição de Nero. Este fato encontra testemunhos em vários escritores cristãos datados desde o fim do século I e de todo o século II e, portanto, deve ser aceito como historicamente correto. Ademais, tudo parece indicar que a 'Babilônia' a que se refere 1Pedro 5,13 seja Roma: 'A igreja que está na Babilônia, eleita juntamente conosco, e Marcos, meu filho, vos saúdam'. Por outro lado, a mesma tradição que afirma que Pedro morreu crucificado - alguns autores afirmam que de cabeça para baixo - encontra ecos em João 21,18-19, onde Jesus diz a Pedro: 'Quando eras mais jovem, te cingias e ias aonde querias; mas quando fores velho, estenderás tuas mãos e outro te cingirá e te levará para onde não queres ir'. E o Evangelista acrescenta como comentário: 'Isto disse dando a entender com que tipo de morte haveria de glorificar a Deus'" (GONZÁLEZ, Justo L.. "Historia del Cristianismo", Tomo 1. Miami: Editoria Unilit, 1994, Capítulo 4, Seção 3). 


Por Carlos Martins Nabeto
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Um lindo corpo de mulher - e muito mais

Reproduzimos abaixo o texto de Pe. José Fernandes de Oliveira, SCJ ('Padre Zezinho'), que propõe uma reflexão especialmente necessária nestes nossos tempos, em que mulheres se vestem, se portam e caminham pelas ruas como se oferecessem seus corpos, qual mercadoria. Tempos em que mulheres reivindicam o "direito" de cortarem fora de seus ventres seus próprios filhos, como se fossem tumores, e outras tantas marcham pelo direito de serem "vadias"...


Era um prodígio de ser humano feminino. Chamava-se Lis. Como era bonita! Dos velhinhos às crianças e jovens, homens e mulheres, negros e brancos, todos admitiam: era a mulher mais bonita da cidade.

Caminhava com a desenvoltura e a graciosidade de uma garça. Era o sonho de todo homem na idade de casar e o orgulho de todos os pais. Quem não quereria uma filha gentil, estudada, bonita e bem educada como aquela?

Ela sabia disso! A beleza nunca lhe subira à cabeça. Mas parece que adivinhava! Um caminhão que se perdeu na curva, para desespero do motorista arruinou aquela beleza. Oito meses de hospital e ela voltou amarrada numa cadeira de rodas, rosto reconstruído e cortes profundos por todo o corpo. Tinham destruído o mais lindo monumento da região e do Estado!

Naquele dia de Corpus Christi o padre lhe passou a palavra. Ao lado do altar, no púlpito de sua cadeira de rodas ela disse arrancando lágrimas de todos:

“- Vocês me viam desfilar minha beleza pela cidade e me abençoavam, galanteavam, propunham noites de amor. Os que me respeitavam me queriam como esposa. A cidade tinha orgulho de mim porque, pelo meu rosto, minha pele, meus olhos e meu corpo que herdei de meus pais, eu era um monumento vivo. Casei-me e meu marido me devotou enorme respeito. Tivemos dois lindos filhos que meu corpo amamentou. Acho que eu soube ter meu corpo e usá-lo corretamente.

Mas tudo mudou com o acidente. Hoje eu tenho meu corpo crucificado a esta cadeira. Ele já não inspira desejo, nem admiração. Foi quebrado em onze lugares. Tudo que tenho a oferecer é minha luta, meu sorriso, minha paciência e meu olhar resignado.


Mas tenho orgulho de ser católica. Nossa Igreja, todos os dias, nos oferece o Corpo de Cristo que também foi torturado e massacrado naquela cruz e hoje se oferece em sacrifício pelo povo. Eu estou oferecendo o meu por esta cidade. Vocês não me vêem me queixando. Continuo a ser filha, esposa, mãe e mulher. Meu corpo não me atrapalhava e não me atrapalha agora. Eu sempre acreditei no Corpo de Cristo.”

As meninas da cidade aprenderam uma coisa. Concurso de miss podia até ser bom, mas umas horas com a Lis mudava uma cabeça adolescente. Soube que ela continua dando catequese em casa e que a freqüência dos grupos é impressionante. Mas e porque naquele ontem lindo corpo de mulher havia uma linda alma de mulher. Quando o corpo se feriu a alma saiu ilesa!

Pe. Zezinho scj
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Estado laico não é Estado ateu

Reproduzimos abaixo o brilhante artigo do Dr. Ives Gandra da Silva Martins para a sessão "Tendência/Debates" da Folha de São Paulo.

No "Consultor Jurídico", leio artigo de Lenio Streck, eminente constitucionalista gaúcho. Ele, até com certa ironia e um misto de humor britânico e local, destrói todos os argumentos da pretensão de membro do Ministério Público que impôs ao Banco Central 20 dias para retirar das cédulas do real a expressão "Deus seja louvado".

Concordo com todos seus argumentos. Lembro que o referido procurador deveria também sugerir aos constituintes derivados, que são todos os parlamentares brasileiros (513 deputados e 81 senadores), que retirassem do preâmbulo da Constituição a expressão "nós, os representantes do povo brasileiro, sob a proteção de Deus, promulgamos esta Constituição".

Creio, todavia, que por ser preâmbulo da lei suprema, é imodificável. Terá o probo representante do parquet de suportar a referência ao Senhor.

Aliás, é bom lembrar que, sob a proteção de Deus, a Constituição promulgada permitiu que, pelos artigos 127 a 132, tivesse o Ministério Público as relevantes funções que recebeu e que ensejaram ao digno procurador ingressar com a ação anticlerical.

Tem-se confundido Estado laico com Estado ateu. Estado laico é aquele em que as instituições religiosas e políticas estão separadas, mas não é um Estado em que só quem não tem religião tem o direito de se manifestar. Não é um Estado em que qualquer manifestação religiosa deva ser combatida, para não ferir suscetibilidades de quem não acredita em Deus.

Há algum tempo, a Folha publicou pesquisa mostrando que a esmagadora maioria da população brasileira, mesmo daquela que não tem religião, diz acreditar em Deus, sendo muito pequeno o número dos que negam sua existência.

Na concepção dos que entendem que num Estado laico, sinônimo para eles de Estado ateu, só os que não acreditam no criador é que podem definir as regras de convivência, proibindo qualquer manifestação contrária ao seu ateísmo ou agnosticismo. Isso seria uma autêntica ditadura da minoria contra a vontade da esmagadora maioria da população.

Deveria, inclusive, por coerência, o procurador mencionado pedir a supressão de todos os feriados religiosos, a partir do maior deles, o Natal. Deveria pedir a mudança de todos os nomes de cidades que têm santos como patronos e destruir todos os símbolos que lembrassem qualquer invocação religiosa, como uma das sete maravilhas do mundo moderno, o Cristo Redentor, para não criar constrangimentos à minoria que não acredita em Deus.

A moeda padrão do mundo, que é o dólar, tem como inscrição "In God We Trust". O que me preocupa nesta onda do "politicamente correto" é a revisão que se pretende fazer de todo o passado de nossa civilização, desde livros de Monteiro Lobato às epístolas de São Paulo - não ficando imunes filósofos como Aristóteles, Platão ou Sócrates, que elogiavam uma democracia elitista servida por escravos.

IVES GANDRA DA SILVA MARTINS, 77, advogado, é professor emérito da Universidade Mackenzie, da Escola de Comando e Estado-Maior do Exército e da Escola Superior de Guerra
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Catequese básica: qual é a autêntica Igreja de Jesus Cristo? E quanto aos não católicos?

Quo Vadis, Domine?

Recebemos de um(a) leitor(a) anônimo(a) a seguinte pergunta:

"Olá a todos! (...) Tenho uma dúvida se alguem me puder esclarecer agradecia, porque dizemos que a nossa Igreja Católica é a unica aceite por DEUS? e considerada Una e Santa?? quando na Biblia leio : 'Contudo, aos que o receberam, aos que creram em seu nome, deu-lhes o direito de se tornarem filhos de Deus' (João 1.12).obrigado desde já."


- Nossa resposta

Prezado leitor(a) anônimo(a), a fé da Igreja não é essa que você descreve. Em primeiro lugar, não dizemos que a Igreja Católica é "a única aceita", a única "considerada" una e santa, assim como se existissem muitas "igrejas" criadas por seres humanos e Deus tivesse escolhido uma delas, por ser a melhor ou a que mais lhe agrada. Nada disso. A verdade é que Jesus Cristo mesmo, diretamente, fundou apenas uma Igreja neste mundo, - a sua Igreja, - e deu a esta única Igreja a autoridade sobre a doutrina. Também a esta Igreja confiou a guarda do seu "rebanho", isto é, do seu povo neste mundo. Tudo isso é 100% bíblico, como você deve saber.

Jesus não disse a Simão "tu és Pedra e sobre esta Pedra edifico 'as minhas igrejas'"... Ele disse: "Sobre esta Pedra edifico a minha Igreja", no singular; uma só Igreja (Mt 16,18). Além disso, ele deu aos Apóstolos e seus sucessores a autoridade para perdoar ou não perdoar os pecados, para ligar e desligar na Terra o que será ligado ou desligado no Céu (Mt 16,19; 18,18). Pelo estilo das abreviações dos livros da Bíblia que você usa, noto que anda consultando material protestante, pois os católicos não separam os livros dos capítulos com ponto nem com dois pontos, e sim com vírgulas (saiba mais aqui). No entanto, a própria Bíblia, que você parece citar como regra absoluta de fé e prática dos cristãos (o que é um erro, veja porquê), também afirma: "Há um só Corpo e um só Espírito, como também fostes chamados em uma só esperança da vossa vocação; há um só Senhor, há uma só Fé e um só Batismo" (Ef 4,4-5).

Uma só fé, um só batismo, portanto uma só Igreja, pregando esta única fé, ministrando este único batismo. Não podem existir diversas igrejas pregando diversos tipos de fé diferentes, e cada uma ministrando o seu próprio batismo (algumas das chamadas 'igrejas' dizem que o batismo cristão é 'nas águas', outras dizem que batizam 'no Espírito'; algumas aceitam o batismo de crianças, outras não; umas dizem que o batismo tem que ser por imersão, num rio ou num tanque, outras praticam o derramamento ritual da água na fronte; umas dizem que sem o batismo não há salvação, outras ensinam o contrário, e por aí se vai...). Qual seria então a autêntica Igreja una, que ministra o único batismo e guarda a única e verdadeira fé? Obviamente, se há só uma, a primeira Igreja tem que ser a verdadeira,  por ser a única que vem do tempo dos Apóstolos, a única que foi perseguida pelos judeus e pelos imperadores romanos, até prevalecer e ganhar o mundo. Que Igreja é essa? Essa pergunta eu simplesmente deixo para você responder.

Ainda há mais: Jesus Cristo deu a missão de "apascentar" suas ovelhas e cordeiros, isto é, conduzir a sua Igreja neste mundo, especialmente ao Apóstolo Pedro. Pedro foi, portanto, o primeiro Sumo Pontífice, como deixa claro o livro dos Atos dos Apóstolos, quando, no primeiro Concílio da Igreja, o próprio Pedro declara: "O Senhor me escolheu dentre vós (os Apóstolos reunidos) para que da minha boca os pagãos ouvissem a Palavra do Evangelho" (At 15,7).

Além de tudo isso, a Bíblia também afirma categoricamente, várias e várias vezes, que a Igreja é o Corpo do Senhor no mundo, do qual é Cristo mesmo a Cabeça (1Cor 10,16; 12, 12 / Cl 1, 18 / Ef 5, 23 / Rm 12, 4-5, etc...). Afirma que a Igreja é a "Noiva ataviada (adornada)" de Cristo (Ap 21,2-3). Afirma que a Igreja é a coluna e o sustentáculo da Verdade para todo aquele que crê (1Tm 3,15).

Tudo isso demonstra, de maneira muito clara e totalmente objetiva, que só há uma autêntica Igreja de Jesus Cristo, e que essa Igreja é conduzida pelos sucessores dos Apóstolos, tendo por líder o sucessor do Apóstolo Pedro.

Está mais do que claro, portanto, que quando a Bíblia fala n"aqueles que o receberam, aos que creram no seu Nome" (Jo 1,12), está falando dos que aderiram à sua Igreja una, santa, católica (universal) e apostólica. Estar na Igreja é estar em Cristo, como diziam muitos santos, entre os primeiros cristãos: "Ubi Petrus, Ibi Ecclesia, Ibi Deus!" – "Onde está Pedro (o Papa), aí está a Igreja; onde está a Igreja, aí está Deus!".



E quanto aos não católicos?

Outra preocupação que me parece contida na sua pergunta diz respeito às pessoas que não pertencem à Igreja Católica, que não a conheceram, ou que não a compreenderam e por isso não aderiram a ela. Estarão todos os que não são católicos condenados ao inferno?

A própria doutrina católica diz que não. Todos nós sabemos que, historicamente, o Evangelho não chegou a conquistar todas as almas, seja porque não chegou fisicamente a todos os lugares da Terra, seja porque, ainda que tenha chegado, nem sempre foi da maneira ideal, e assim nem todos o acolheram ainda.

Para explicar melhor, recorremos a dois textos do Magistério da Igreja: o primeiro é um discurso do Papa Pio IX no Consistório de 8 de dezembro de 1854, ocasião da solene proclamação do Dogma da Imaculada Conceição de Maria. O Papa declarou que aqueles que ignoram a verdadeira religião, quando sua ignorância é invencível, não são culpados ante os olhos de Deus. Anos depois, retomou este ensinamento, declarando o sentido do termo "ignorância invencível" na Carta Encíclica "Quanto Conficiamur Moerore" (1863): "(...)Os que observam com zelo a lei natural e seus preceitos, esculpidos por Deus no coração de todo homem, podem alcançar a vida eterna se estão dispostos a obedecer a Deus e se conduzem uma vida reta".

Pio IX nada mais fez do que reafirmar uma convicção eterna da teologia cristã. São Paulo já havia dito em sua carta aos romanos: "Os pagãos, que não têm a Lei, fazendo naturalmente as coisas que são da Lei, embora não a tenham, a si mesmos servem de Lei; eles mostram que o objeto da Lei está gravado nos seus corações, dando-lhes testemunho a sua consciência, bem como os seus pensamentos, com os quais se acusam ou defendem no dia em que Deus julgará, por Cristo Jesus, as ações ocultas dos homens" (Rm 2,14-15).

Vemos que existem pessoas que, por várias razões, - seja por incapacidades naturais, condicionamentos culturais, seja por experiências ou contatos negativos com a fé cristã, - não chegam ao consentimento da fé. Ainda que pareça que essas pessoas rejeitem a Cristo, não podemos sobre isso emitir um juízo definitivo. "Ignorância invencível" indica precisamente uma condição de falta de conhecimento a respeito de Cristo, à Igreja, à fé, à verdade do Evangelho. É uma falta de conhecimento que, de momento, não pode ser superada apenas com um ato de vontade própria. A razão e/ou a vontade da pessoa está como que "bloqueada", impossibilitada de chegar ao "sim" que a fé exige. Como podemos notar facilmente, entre nossos conhecidos, as razões pelas quais muitas pessoas dizem não a Cristo são múltiplas: má formação, desilusões, maus exemplos, traições, uma má catequese (algo lamentavelmente muito comum), condicionamento familiar, cultural e/ou social, etc…

Portanto, a Igreja não afirma que exclusivamente aqueles que aderiram visivelmente ao catolicismo serão salvos.

Esperando, com a Graça de Deus, ter lançado alguma luz sobre a questão, desejamos bençãos e a Graça divina a todos os que leram este artigo na íntegra.
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