Testemunho de conversão do ex-protestante Marcos J. Siqueira

Segue abaixo mais um depoimento de ex-protestante que chega ao nosso conhecimento, que divulgamos com grande alegria.



Eu era presbiteriano... Esta é uma longa história… Não sei se conseguiria contar tudo aqui. Na verdade meu interesse pelo catolicismo começou quase na mesma época em que comecei a considerar a hipótese de entrar para o seminário presbiteriano.

Sempre gostei muito de teologia, de estudar as Sagradas Escrituras, a História da Igreja, e via nisso um sinal, uma espécie de chamado/vocação. Amava com sinceridade minha denominação e lá eu tive contato com muita literatura teológica. A cada dia eu tomava mais gosto pelo estudo, pelo conhecimento e é claro, pela oração.

O presbiterianismo (fundamenta-se) basicamente nas doutrinas formuladas por João Calvino, que junto com Martinho Lutero é um dos maiores expoentes da chamada Reforma Protestante. Calvino era virulentamente anti-católico e seus escritos são quase todos voltados ao ataque à Igreja Católica. Eu gostava muito desses escritos, principalmente pelo fato de que, em princípio, eram todos fielmente baseados na Bíblia, o que mais tarde descobri não ser verdade.

Apesar de gostar muito dessas leituras, o ataque quase obsessivo ao Catolicismo me incomodava, embora nesta época eu ainda nem sonhasse em um dia me tornar católico. Incomodava-me mais pela obsessão, pela tentativa contumaz de (tentar) destruir as bases sobre as quais se assenta a Igreja Católica.

Lembro que mais ou menos nessa época (2002/2003) recebi, vindos da Espanha, dezenas de livros para a formação de pastores, todos obviamente escritos em espanhol, o que de certa forma foi ótimo, pois neste período pude aperfeiçoar meus estudos desta língua, o que me é extremamente útil hoje em dia. Fiquei encantado, comecei a ler muito e a cada dia crescia em mim a vontade de servir mais e melhor a Deus.

Sempre que podia eu dirigia os cultos, pregava, ensinava... e tudo isso convencido de que fazia a vontade de Deus. Confesso que eu diferia um pouco dos demais membros do chamado “conselho de presbíteros”, primeiro porque eu era um simples leigo, nem diácono, nem “presbítero’, era apenas um aspirante ao seminário que estudava muito e que na verdade, modéstia a parte, se interessava mais do que o próprio pastor pelo bem-estar da igreja.

Nem preciso dizer que isso começou a gerar um certo desconforto, ciúmes talvez ou talvez inveja, na verdade não sei, nem posso afirmar, já que intenção só quem pode julgar é Deus Nosso Senhor. De qualquer forma, dei uma recuada e tentei passar mais desapercebido, mas não conseguia.

Fomos convidados (eu e minha família) a ocuparmos o apartamento pertencente à igreja, e como na época eu tinha que arcar com as despesas de um aluguel nada barato, acabei concordando e nos mudamos em seguida. Creio que esse episódio foi o começo da grande reviravolta que minha vida sofreria, em todos os aspectos.

No começo tudo correu bem, e eu tinha pedido muito a Deus que isso acontecesse, era um novo começo e uma ótima oportunidade de conseguir o que eu mais queria: ingressar no seminário. Mas as coisas não correram bem como eu esperava; eu faço os planos, mas a palavra final pertence à Deus, certo? Posso afirmar que meus primeiros contatos, ainda muito tímidos, com o catolicismo, começaram depois da Semana Santa de 2003. Aliás, o ano de 2003 foi um tanto conturbado para mim, em todos os sentidos.

Aos poucos, fui percebendo o que não posso deixar de qualificar como certa “má-vontade” por parte do Conselho em relação à minha entrada para o seminário; a alegação era que a igreja não podia arcar com as despesas (de fato muito altas), mas a verdade era outra e eu a descobriria posteriormente.

Provavelmente não deve haver alguém mais aficcionado em livros e em feiras de livros e “sebos’ do que eu. Na verdade, uma das minhas diversões prediletas é fazer aquilo que eu apelidei de “garimpo literário”, ou seja, procurar exaustivamente, em meio a dezenas, centenas de livros, algo que me interesse. No ano de 2003 minha ‘garimpagem” foi particularmente imensa, já que eu estava de certa forma “de pés e mãos amarrados” aguardando a resposta do conselho quanto à minha ida ou não ao seminário.

Aos poucos, fui perdendo a paciência e comecei a ponderar sobre a possibilidade de estudar em outro seminário, não necessariamente ligado à igreja presbiteriana, embora eu soubesse que não conseguiria ir muito longe, já que a mesma só aceita (ou pelo menos só aceitava) pastores formados em seu seminário. De qualquer forma, minhas leituras estavam me dando uma visão mais aberta, mais livre do pensamento fechado de Calvino e isso se revelou à mim como uma verdadeira primavera!


UM CALVINISTA ECUMÊNICO?

Posso dizer, sem medo de errar, que eu era um verdadeiro presbiteriano e que admirava e aderia com toda sinceridade às suas doutrinas, tanto que acabava me aborrecendo constantemente na igreja que eu frequentava, já que a mesma caminhava a passos largos para o que eu posso definir como um processo de pentecostalização.

Eu já frequentei (antes de ser presbiteriano), por pouco tempo, a "Assembleia de Deus" e a "Igreja Pentecostal de Nova Vida". Nas duas passei pouco tempo, não me acostumava com tantos “dons” e, para ser sincero não acreditava que todas aquelas manifestações pudessem suportar uma crítica mais profunda, baseada nas Escrituras. Na verdade, a minha ida para uma “igreja histórica” se deu justamente por estas razões. Eu procurava algo mais fiel às Escrituras e não um festival de pirotecnia pseudo-espiritual.

Não era a toa que eu estava me aborrecendo com os rumos que minha igreja ia tomando. Conversava com o pastor, mas este pouco me ouvia: não me censurava, mas também não coibia os abusos que iam cada vez mais se multiplicando. Aos poucos fui amadurecendo a ideia de entrar em outro seminário. A inércia do conselho e a minha sede de conhecimento de Deus me fizeram tomar uma decisão, e acabei me matriculando no "seminário Peniel" que na época era um seminário interdenominacional, ou seja, poderia ser cursado por “crentes’ de qualquer denominação.

Me empolguei, mas fiquei um dia só. Meu pastor interveio, primeiro mandou que eu desistisse (deste e do nosso seminário!) e me sugeriu que fizesse História, já que eu havia manifesto à ele este antigo desejo, que eu nutria desde minha infância. Nossa! que decepção! Foi terrível para mim, foi uma espécie de resposta não oficial do conselho e caiu como um balde de água fria sobre minha cabeça. Chorei muito, muitos dias.

Chegou, enfim, o dia da reunião do conselho. Aqueles senhores sentados diante de mim e eu, meio chateado meio esperançoso, aguardando uma resposta, que fosse qual fosse, seria para mim um grande alívio. Chegou à hora. Dentre os presentes, cinco ou seis, quase todos, se posicionaram contrários à minha reivindicação, sendo que um deles alegou que eu era “muito católico”. Ah! E por que ele disse isso? Bem, é justamente aí que entra a Semana Santa de 2003: na Sexta-feira Santa deste ano, eu propus ao nosso pastor que realizássemos um culto com “santa ceia” e que fizéssemos uma "liturgia" mais sóbria, sem músicas agitadas e só com o coral, e pedi à ele que me deixasse dirigir o culto.

Ele titubeou um pouco, mas acabei convencendo-o. Fiz isso por dois motivos: em primeiro lugar, para levar o povo à uma meditação mais profunda na dolorosa Paixão de Nosso Senhor Jesus Cristo; em segundo lugar, porque lendo um livro antiquíssimo chamado “Peregrinação de Etéria”, descobri que a comemoração da chamada Sexta-Feira da Paixão é uma prática que remonta aos primitivos cristãos: séculos III e IV. Então, percebi que não era uma ‘invenção” da Igreja Católica, mas uma prática bi-milenar! 

Pois bem, o culto foi realizado. Fiquei muito feliz! As pessoas pareciam mais piedosas e o pastor pregou enfim sobre a Paixão e Morte de Nosso Senhor e a santa ceia foi celebrada de forma muito bela. Infelizmente, poucos gostaram, e isso atentou contra mim, até o fim. Depois desse culto senti que eu não era o mesmo. Claro que ainda lia os “mestres da Reforma’, mas minha mente e meu coração já haviam mudado significativamente.

Voltando à reunião do Conselho, acabaram, sabe-se lá porque, concordando com que eu fizesse a prova, e me deram o dinheiro da matrícula. Sinceramente eu não esperava isso, o clima frio e nada cordial que me cercava na igreja não prenunciava uma decisão como essa, no entanto dei graças a Deus e decidi esperar.

Trabalho no centro do Rio de Janeiro. Um lugar tumultuado e cheio de gente, mas também muito belo e muito rico em obras de arte, monumentos, museus. Nem preciso dizer o quanto aprecio essas coisas. As igrejas católicas então… Sempre as achei belíssimas (evitava entrar nelas mas não posso negar que me atraíam).



Ainda nessa época, a questão das imagens me incomodava muito, embora eu já houvesse lido muitos argumentos à favor como por exemplo este, do papa Gregório Magno: “Tu não devias quebrar o que foi colocado nas igrejas, não para ser adorado, mas simplesmente para ser venerado. Uma coisa é adorar uma imagem, outra coisa é aprender, mediante essa imagem, a quem se dirigem as tuas preces. O que a Escritura é para aqueles que sabem ler, a imagem o é para os ignorantes; mediante essas imagens aprendem o caminho a seguir. A imagem é o livro daqueles que não sabem ler” (Epist. XI 13 PL 77, 1128c).

Ora, eu havia aprendido no meio evangélico que o catolicismo promovia a idolatria e que adoravam imagens e principalmente a Virgem Maria. Resolvi então descobrir a verdade por mim mesmo. Se assim fosse, isso seria abominável e mesmo satânico. Resolvi ler o Catecismo da Igreja Católica, que é o ensino oficial sobre o assunto. Claro que hoje compreendo bem o porquê e o para quê das imagens, mas não pensem que foi fácil... Na verdade, foi uma luta terrível. Eu queria – e quero – fazer a vontade de Deus e por isso buscava-o intensamente. Precisava saber o que fazer.

Em relação a este assunto, uma das descobertas mais formidáveis que fiz foi a de que os cristãos, ainda no tempo das grandes perseguições, já utilizavam imagens! Nossa! Isso caiu como uma bomba sobre minha cabeça já um tanto atordoada! Foi uma descoberta que me desconcertou, e então resolvi deixar de lutar contra a minha consciência. Claro que não sai correndo e enchi minha casa de imagens de tudo quanto é santo; não era essa a questão e mesmo para a Igreja Católica isso é algo secundário e não fundamental. O que se precisa deixar claro, isso sim, é a finalidade que damos à elas, como as utilizamos. Aqui está o link com as imagens da Igreja primitiva: http://praelio.blogspot.com/2009/02/igreja-primitiva-x-protestantismo.html

Pois bem, a questão das imagens estava superada. Depois descobri que nem mesmo Lutero dava muita importância para elas, além do que, inúmeras igrejas protestantes possuem imagens em seus templos. Fiquei feliz ao perceber que havia superado essa questão, mas ao mesmo tempo me via cada vez mais desafiado pela Igreja, tantas descobertas feitas e eu ainda sem saber ao certo o que fazer ou como agir, afinal eu tinha uma convicção plena de que queria ser pastor, eu não me imaginava fazendo outra coisa, não me via em outro ofício senão o de cuidar das pessoas e ensinar à elas o caminho para Deus.


MINHA ESPOSA E A MISSA:

Ainda não falei sobre minha esposa! Bem, ela me acompanhou em todos os momentos. Também ela via meu potencial, sabia de minha “vocação”, de meu “chamado” e me dava muita força, embora andasse um tanto quanto descontente com a forma como era conduzida a nossa igreja. Eu sempre conversei franca e abertamente com ela e nunca, em momento algum, lhe escondi minhas hesitações. Ela, no entanto, ponderava e pedia que eu refletisse, tivesse muita calma e, sobretudo orasse com sinceridade por uma resposta.

Até então a sua opinião acerca da Igreja Católica não diferia em nada da opinião maioria dos evangélicos: idolatria e heresias, adoração à Maria etc. Lembro bem de quando tive a primeira noção do que era a Santa Missa, a Divina Eucaristia. Até então, tudo o que eu sabia sobre isso era fruto de minhas leituras de Lutero, Calvino e demais autores protestantes: John Stott, Martin Lloyd-Jones e outros não tão conhecidos. Claro que, devido a esta formação, eu pensava ser a Santa Missa uma blasfêmia, uma sacrílega “repetição” do Sacrifício Único do Calvário. Obviamente era uma noção errada ao extremo, mas infelizmente eu não tinha quem me esclarecesse, até então…

Aqui no Centro do Rio de Janeiro, existe uma igreja belíssima dedicada à São Basílio Magno, que é um dos chamados “Santos Padres”, primeiros teólogos da Igreja. Bem, não sei se você sabe, mas a Igreja Católica possui diversos ritos diferentes e esta pequena igreja adota o rito melquita, que é um rito oriental e por isso sua arquitetura é toda “orientalizada”, cheia de ícones, turíbulos e um Altar belíssimo. Pois bem, certa vez, indo para o meu trabalho resolvi passar por esta igreja para ver se ela estava aberta, já que sempre que eu passava estava fechada, por ser ainda muito cedo. Nesse dia, porém – providencialmente – ela estava aberta e dentro havia um padre de batina preta, barba longa, que me olhou curioso ao ver que eu havia entrado na Igreja àquela hora como se procurasse por algo (e bem que eu procurava!). Ele veio então falar comigo, perguntou se eu era católico e eu disse que não, que era presbiteriano e expliquei a ele onde ficava a nossa “catedral”, aliás ali bem perto.

Ele me disse já ter entrado lá para apreciar a arquitetura (a catedral presbiteriana é em estilo gótico). Eu confesso que fiquei sem graça, meio sem jeito para conversar com ele, até que me perguntou se eu gostaria de vir um dia à Missa ali na sua igreja. Eu fiquei sem reação e disse que sim, que iria sim, e ele me disse: "Venha, mas infelizmente você não poderá participar da Comunhão". Eu não tinha ideia do quanto aquilo significava, mas consenti e fui embora, não sem antes ser abraçado fortemente por este sacerdote e (devido aos seus costumes orientais – ele não era brasileiro) ter ganhado dois beijos no rosto!

Achei engraçado e acolhedor, além do que, suas palavras mexeram comigo. Pronto: aguçada minha curiosidade e tocado pela Graça de Nosso Senhor fui atrás de uma melhor explicação: afinal, o que é a Missa, o que é Eucaristia?

Pode-se dizer que a “santa ceia” celebrada pela grande maioria dos evangélicos e protestantes é na verdade fruto do entendimento daquilo que Lutero (e ainda mais Calvino) entendiam ter sido a última Ceia de N.S.J.C. com seus Apóstolos. Lutero passou boa parte de sua vida tentando “destruir” a Missa e Calvino dizia ser esta um sacrilégio, uma blasfêmia. Veja esta frase de Lutero: “Sim, eu digo: todas as casas de tolerância, que, entretanto Deus condenou severamente, todos os homicídios, mortes, roubos e adultérios, são menos prejudiciais que a abominação da missa papista.” (Werke, t. XV, 773-774)”

Pois é, este era o nível de argumentação de Lutero que nunca fez questão de esconder o seu ódio. Entretanto Lutero manteve a “sua missa”, que depois ficou comumente conhecida como “santa ceia”. Entretanto já não havia a crença no Sacrifício Propiciatório, não havia mais a Presença Real e Substancial de Cristo nas Espécies Consagradas sob a aparência do pão e do vinho, mas sim uma espécie de “empanação”: sim, Cristo estaria presente, mas somente de forma espiritual, junto com o pão e o vinho, e assim sendo não se poderia mais adorar a Hóstia Santa.

Lutero também suprimiu todas as orações do ofertório (tudo aquilo que demonstrava claramente ser a Santa Missa um verdadeiro Sacrifício) apesar de ter conservado o termo “sacrifício de louvor”, que, contudo, não abrange toda a extensão e essência da Santa Missa.

Tudo isso que escrevi acerca da Missa e da Eucaristia era uma novidade para mim. Sempre procurei participar da “santa ceia” da maneira mais digna possível e de preferência tendo “confessado” os meus pecados à Deus. Nesta altura dos acontecimentos eu já não me contentava em ler só livros evangélico-protestantes. Eu não queria aventuras e muito menos justificar tudo como sendo pura e simplesmente “vontade de Deus” apenas para esconder ou disfarçar meu conformismo. Claro que eu confio na Providência, claro que sei que é Deus Nosso Senhor que guia  nossas vidas e nos aponta o Caminho certo, afinal de Si mesmo disse Nosso Senhor Jesus: “Ego Sum, Via, Veritas et Vita”: Eu Sou o Caminho, A Verdade e a Vida (Jo 14,6).

Ora, Ele sendo o próprio Caminho, não haveria de me deixar sem respostas, muito menos desorientado. Uma coisa importante, aprendi nesta época: a recorrer sempre aos antigos escritores eclesiásticos, àqueles “Pais da Igreja". Ora, tendo muitos deles convivido com os próprios Apóstolos, seriam sem dúvida uma fonte fidedigna de informação, mas sinceramente, dentro do meu íntimo, eu tinha receio do que encontraria nestes escritos, era como se eu estivesse passando por uma lenta metamorfose.

Resolvi então procurar em sebos e mesmo na internet alguma coisa sobre a Missa. Afinal, era uma “invenção” romanista ou uma Verdade maravilhosa que remonta aos primeiros cristãos? Bem, a resposta que tive não poderia mesmo ser outra: TODA a estrutura da Santa Missa já é encontrada em documentos do I século! Veja por exemplo este breve texto, escrito por São Justino, que depois foi morto por causa de sua fé em Cristo Nosso Senhor:

“No chamado dia do Sol, (domingo) reúnem-se em um mesmo lugar todos os que moram nas cidades ou nos campos. Lêem-se as memórias dos apóstolos ou os escritos dos profetas, na medida em que o tempo permite. Terminada a leitura, aquele que preside toma a palavra para aconselhar e exortar os presentes à imitação de tão sublimes ensinamentos.Depois, levantamo-nos todos juntos e elevamos as nossas preces; como já dissemos acima, ao acabarmos de rezar, apresentam-se pão, vinho e água. Então o que preside eleva ao céu, com todo o seu fervor, preces e ações de graças, e o povo aclama: Amém. Em seguida, faz-se entre os presentes a distribuição e a partilha dos alimentos que foram eucaristizados, que são também enviados aos ausentes por meio dos diáconos. Os que possuem muitos bens dão livremente o que lhes agrada. O que se recolhe é colocado à disposição do que preside. “Este socorre os órfãos, as viúvas e os que, por doença ou qualquer outro motivo se acham em dificuldade, bem como os prisioneiros e os hóspedes que chegam de viagem; numa palavra, ele assume o encargo de todos os necessitados” (Justino – I Apologia Cap. 66-67 : PG 6,427 – 431).

Depois de descobertas como esta, resolvi “abrir o jogo” com minha esposa sobre a questão da Eucaristia e tive então uma das maiores surpresas de minha vida: já era tarde da noite e conversávamos sobre amenidades até que tomei coragem e falei sobre o assunto. Não precisei de muito tempo até que ela tomasse a palavra e me confidenciasse que nunca conseguiu se satisfazer plenamente com aquilo que sempre lhe ensinaram ser a “santa ceia’! Ela sempre esperou mais, sempre acreditou em algo mais do que aquilo, e isso sem que ela nunca houvesse estudado uma única linha do Catecismo Católico e desconhecesse completamente a doutrina Católica da Missa!

Eu entendi bem aonde ela queria chegar, e então conversamos durante longas horas sobre a Igreja, os Sacramentos, sobre Maria Ssmª , o Papa e etc. Claro que não dormimos protestantes e acordamos católicos, mas resolvemos ir à Santa Missa no domingo, mesmo tendo que participar do culto pela manhã.

Esqueci de dizer que pedi dispensa das aulas da EBD, não me sentia mais a vontade ensinando aquilo em que eu já não cria mais. No princípio, eu aproveitava as aulas para tentar me convencer que estava errado, que a “Reforma” foi “gloriosa” e que o verdadeiro cristianismo estava na “igreja evangélica”, mas minha resistência foi um verdadeiro fiasco, então, para ser coerente e honesto comigo mesmo, desisti das aulas.

Passamos então a ir às Missas das 18h numa pequena Capela que ficava perto de nossa igreja. Como trabalhávamos, ainda na igreja não podíamos ir juntos, então minha esposa ia uma semana com minha filha (então com 4 anos) e eu ia na outra. Foi um período de grandes descobertas e profundas modificações. Confesso que não compreendíamos muita coisa, mas sabíamos que estávamos em casa e pouco a pouco todas as dúvidas foram se dissipando.

Chegou o dia da prova do seminário e eu simplesmente não fui. Achei justo devolver o dinheiro, mas não quiseram aceitar, o que para mim foi uma humilhação, mas dei graças a Deus, afinal eu já não me importava muito com isso. Nessa época minha esposa descobriu uma grave lesão na coluna cervical e por conta disso ficou em licença médica durante mais ou menos dois meses, justamente quando nossa igreja sediou um congresso de pastores. Até hoje agradeço a Deus pelo seu modo de agir tão paternal, nos livrando de mais constrangimentos.

Nesse período em que minha esposa ficou doente, resolvemos pedir demissão, mas eles se anteciparam, já não havia clima para a nossa permanência e aqui – infelizmente – preciso falar de algo pessoal. O pastor simplesmente sumiu, se negou a conversar, não quis ouvir nossas razões e simplesmente, até o dia em que fomos embora, ele nunca mais se dirigiu a mim. Fiquei muito triste, é verdade, mas de certa forma já esperava por isso.

Alugamos uma casa e fomos embora sem maiores satisfações. Sentimos um grande alívio e, graças a Misericórdia infinda de Nosso Deus, estamos até hoje, e pela Misericórdia de Deus Nosso Senhor esperamos estar até o dia da nossa morte na Única Igreja fundada por Cristo, onde eu fui batizado aos 29 anos, onde recebemos o Corpo e o Sangue de Cristo, onde batizamos nossa filha e nos unimos verdadeiramente pelo Sacramento do Matrimônio.

* Marcos J. Siqueira

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Fonte:
"Spiritus Paraclitus"
vozdaigreja.blogspot.com

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Com muitas dores e angústias nos remistes


Cristo Ressuscitado aparece a Maria Madalena


"Anunciação" (Fra Angelico) - detalhe


Sagrado Coração de Jesus


**Veja todas as imagens da galeria Voz da Igreja

O catolicismo, os dogmas e o espiritismo

Um leitor, identificado como "Paulo", enviou-nos, no post "Quem foi Chico Xavier?" a mensagem que publicamos abaixo:

"Acho que o principal beneficio do espiritismo é que não nos são impostos Dogmas . O Espiritismo diz que :'Não há salvação , fora da caridade', não temos a necessidade de atacar nossos irmãos que pensam diferente. O tempo que é perdido por muitos tentando desmascarar crenças contrárias as suas , é um pecado , pois poderia ser empregado de maneira mais útil e edificante."



- Nossa resposta

Prezado Paulo, agradecemos a confiança em nosso modesto apostolado, e agradecemos pela oportunidade de esclarecer as dúvidas que certamente são as mesmas de muitas outras pessoas. Vamos lá...

Em primeiro lugar, o seu comentário deixa claro que você não compreende o significado da palavra "dogma". Permita-me esclarecê-lo: dogma, para o cristão (e não só para ele), é um princípio de fé, que são aceitos por aqueles que aderem à Igreja de Cristo. O Catecismo o define perfeitamente, nos seguintes termos:

"Os dogmas são luzes no caminho de nossa fé, que o iluminam e tornam seguro. Na verdade, se nossa vida for reta, nossa inteligência e nosso coração estarão abertos para acolher a luz dos dogmas da fé." (CIC§89)

Se você prefere uma definição desvinculada da Igreja, o dicionário Aurélio define dogma da seguinte maneira:

"S.m. Ponto fundamental de doutrina religiosa ou filosófica, apresentado como certo."

Muito simples. O primeiro dos 43 dogmas, por exemplo, afirma que Deus existe. Ora, se você não crê em Deus, não pode ser considerado cristão, para começar! Imagine alguém dizendo: "sou cristão, mas não acredito em Deus"... É para preservar a coerência e a legitimidade da fé que os dogmas existem. Ora, desde o início do cristianismo, já nos seus primeiros anos, surgiram doutrinas estranhas no seio da Igreja, com a difusão de ideias contrárias àquilo que o Senhor disse, fez e ensinou, como o gnosticismo, o arianismo, o macedonismo, o monofisismo, o monocletismo, etc, etc. Assim permanece até hoje, sendo a maior heresia dos nossos tempos (segundo o Papa Bento XVI a maior heresia que já existiu) a chamada "teologia" da libertação, sobre a qual tratamos aqui e aqui. Para que a pureza da fé fosse preservada, para salvaguardar a autêntica doutrina da Igreja, fez-se necessário definir e determinar, simplesmente, o que é verdadeiro cristianismo e o que não é.

Isso posto, observando o seu comentário, o que se percebe é que você não imagina que toda religião e filosofia espiritualista e/ou religiosa organizada tem os seus próprios dogmas. Inclusive o seu espiritismo. Não? Vejamos...

Um espírita pode não crer em reencarnação? Não. Quem não crê em reencarnação, não é espírita, pois a reencarnação é, sim, um dogma do espiritismo. Em outras palavras, é um fundamento espírita, dado como certo, e somente depois de aceitá-lo é que alguém pode ser considerado espírita. Fato.

O mesmo podemos dizer da teoria da "evolução do espírito" através das reencarnações, ou da mediunidade, da psicografia, dos planos espirituais "superiores" e "inferiores", dos espíritos de luz e de trevas, dos "espíritos obsessores", etc, etc... Tudo isso, para o espírita, é princípio de fé; ou seja, tudo isso é dogma. Se alguém se declarar espírita e afirmar que não há mediunidade, por exemplo, estará na realidade "inventando" uma nova seita, diferente do espiritismo como o conhecemos.

Então, quando você diz que o benefício do espiritismo é não ter dogmas, você está, - eu digo com todo o respeito que lhe devo, - falando uma grande bobagem, porque toda religião tem seus próprios dogmas, mesmo que não os chame com esse nome. Ponto.

Para finalizar esse assunto, hoje até alguns dos maiores homens de ciência do mundo reconhecem que a própria ciência tem seus próprios dogmas, sem os quais o estudo da física e da astronomia, por exemplo, se tornaria impossível. A ideia de que “cientistas não possuem fé” é completamente falsa. Em alguns casos, certas teorias científicas são recheadas de dogmas, precisando até de um “salto de fé”. Isso não significa algum problema com a ciência, e sim que a ciência depende de seres humanos, depende da mente humana para ser compreendida, e a mente humana depende de certos processos para funcionar bem. Os teóricos do multiverso, por exemplo, surgem com explicações cada vez mais infundadas para justificar a sua fé na teoria. Da mesma maneira, o polêmico Richard Dawkins age unicamente movido pela fé em sua própria ideia do "gene egoísta" e na "memética". Mas isso é natural, afinal, ele é humano. O método científico não possui fé. O cientista, sim.



Passando a outro assunto da sua mensagem, em segundo lugar, a Igreja não "impõe", como você diz, os seus dogmas, para absolutamente ninguém, até porque ela não tem esse poder. Ninguém é obrigado a ser católico, a fé deve ser aceita pelo indivíduo, e nem poderia ser diferente. A Igreja é uma casa de portas abertas, que acolhe quem nela entra. Agora, para entrar e integrar essa Igreja é preciso crer no que ela crê, compartilhar da fé que ela representa. Mais uma vez, muito simples.

Por fim, não estamos aqui tentando "desmascarar uma crença", estamos simplesmente apresentando provas que demonstram um outro lado do personagem Chico Xavier, que com o passar do tempo foi sendo mitificado na imaginação popular, com grande ajuda da mídia. Isso não é "tempo perdido", é esclarecimento da verdade, e conhecer a verdade é um benefício imenso para o ser humano. Em última análise, buscar a Verdade é buscar a Deus, e encontrar a Verdade é encontrar Deus. Jesus Cristo diz, nas Sagradas Escrituras: "Conhecereis a verdade, e a verdade vos libertará" (Jo 8,32).

É esse o nosso papel e nosso dever enquanto cristãos. Esclarecer, na medida das nossas possibilidades, a verdade, iluminar o caminho, dissipar as dúvidas, esclarecer àqueles que andam perdidos, iludidos por charlatães e falsos profetas, errando em doutrinas falsas... Isso é muito útil e edificante, sim senhor.

Muito obrigado pela participação, um abraço fraterno e que a Luz de Nosso Senhor Jesus Cristo o ilumine

Apostolado Fiel Católico
vozdaigreja.blogspot.com

O drama da Igreja no Egito e o silêncio dos meios de comunicação

Pior que o drama dos cristãos no Egito é a indiferença da mídia ocidental, que vergonhosamente silencia ante a perseguição que acontece no país



No Egito, o sangue dos massacres e as cinzas dos incêndios de templos cristãos clamam por justiça. Foram inúmeras as comunidades cristãs no alvo dos recentes protestos políticos ligados à Irmandade Muçulmana, – um grupo extremista ligado a Mohamed Morsi, presidente deposto no começo de julho.

Como já se tinha reportado aqui e aqui, a Igreja Ortodoxa Copta não era a única perseguida no país. Também a Igreja Católica, bem como várias comunidades protestantes, sofreram na mão de muçulmanos radicais.

O testemunho de alguns prelados católicos impressiona pela coragem e retrata o terror dos acontecimentos. Sua Beatitude, o Patriarca Isaac Sidrak denunciou, no último dia 19, os atos de "terrorismo" praticados contra dezenas de igrejas, acampamentos e casas de cristãos. Ele expressou "apoio firme, lúcido e livre a todas as instituições do país, particularmente, à polícia egípcia e às forças armadas que dispendem todos seus esforços para proteger a pátria".

O purpurado elogiou "o comportamento dos países que se esforçam lealmente para compreender o caráter específico dos eventos em curso", mas condenou "qualquer intento de intervenção nos assuntos internos do Egito ou de influência em suas decisões soberanas".Sua Beatitude expressou o reconhecimento àqueles "nobres cidadãos muçulmanos que permaneceram ao nosso lado, fazendo todo o possível para defender nossas Igrejas e nossas instituições".

Quem também denunciou a violência sofrida pelos cristãos foi o bispo católico de Luxor, o monsenhor Youhannes Zakaria. Em entrevista concedida à Rádio Vaticana, ele contou como uma interferência policial evitou um massacre. "Os manifestantes pró-Morsi, expulsos do centro da cidade, chegaram ao arcebispado gritando: 'Morte aos cristãos!', mas, felizmente, a polícia chegou a tempo de salvar-nos e agora o exército rodeia o edifício com dois veículos blindados."

Hoje, monsenhor Zakaria está preso em sua residência. "As forças de segurança me aconselharam que não saísse do arcebispado", conta. "A Irmandade Muçulmana pensa que os cristãos foram a causa da queda de Morsi e agora, atacando aos cristãos, pretendem lançar todo o país no caos: foram queimadas mais de 80 igrejas e muitas escolas cristãs". "Faço meu o chamado do Papa Francisco para que reze pela paz no Egito", foi o apelo de um bispo que sofre com a situação lamentável em que se encontra seu país.

Mais lamentável que o drama dos cristãos no Egito, porém, é a indiferença e o silêncio da mídia ocidental diante dos verdadeiros crimes perpetrados contra a dignidade da vida humana, a liberdade religiosa e o próprio patrimônio religioso e cultural do Oriente. Não se vê nenhum veículo de comunicação noticiar o incêndio de templos e a perseguição aos cristãos no Egito. É a omissão da cumplicidade: se, por um lado, parece estar generalizado um sentimento de repúdio a qualquer tipo de perseguição religiosa – o que é justo, posto que, como disse o Papa Francisco, "fé e violência são incompatíveis"01 –, quando o alvo é o Cristianismo, paira no ar certa covardia. Caricaturar Maomé é intolerável; zombar de Cristo, porém, seria até aceitável.

"Mas ninguém está perseguindo Jesus Cristo", alguém poderia objetar. É o grande engano dos que não creem na Igreja: separar Cristo dos cristãos. Quando São Paulo "caiu por terra" em um lugar não muito distante do Egito – Damasco fica no atual território da Síria – e ouviu uma voz que dizia: "Saulo, Saulo, por que me persegues?" (At 22, 7), não imaginava que, perseguindo àqueles simples homens da religião cristã, estaria perseguindo ao próprio Senhor. "Eu sou Jesus de Nazaré, a quem tu persegues" (At 22, 8). Nos cristãos que sofrem no Egito, bem como nos discípulos dos primeiros séculos, sofre o próprio Cristo.

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Fonte:

Por: Equipe Christo Nihil Praeponere (site Pe. Paulo Ricardo)
Informações: Vatican Insider
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Revista e blog "Fiel Católico"


COM IMENSA alegria no Senhor, informamos aos nossos caríssimos leitores, que prestigiaram o nosso trabalho neste endereço e na leitura da revista "Voz da Igreja" nos últimos três anos, e também aos que chegam agora: neste dia 24 de agosto do ano do Senhor de 2013, dia de São Bartolomeu Apóstolo, iniciam-se as atividades do apostolado "Fiel Católico", que se traduzirá no aperfeiçoamento de tudo o que já vínhamos realizando. Por favor, a partir de agora visitem-nos em www.ofielcatolico.com.br.

Nossa nova revista impressa, ampliada e adaptada para o estudo mais aprofundado da Teologia cristã católica, a partir desta nova etapa, está sob a supervisão do Revmo. Padre Michelino Roberto, pároco de Nossa Senhora do Brasil, o que muito nos honra e inspira. Pe. Michelino, além de teólogo, é mestre e doutor em Comunicação Social e Institucional pela Mizzou Columbia University (Columbia, MO - EUA) e pela Pontifícia Università della Santa Croce (Roma). 

Muitas das ideias que tivemos para título de nossa revista e blog já haviam sido registrados, quer como marca quer como propriedade intelectual, por outros autores. Consultando especialistas na área editorial, chegamos à conclusão de que um título que pretende contemplar um público amplo e variado como o nosso precisaria ser de fácil assimilação, primando pela simplicidade: algo que, logo ao ser lido/ouvido, remetesse à nossa missão e proposta. Assim, acabamos por descartar algumas ideias para títulos em latim ou grego, além de propostas que poderiam trazer dificuldades. Chegamos, assim, ao mais simples do simples, sem perder expressividade e garantindo nossa identidade desde a raiz:  O Fiel Católico.


A heráldica (brasão)


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Nossa heráldica encerra significados sagrados, que representam aquilo em que cremos e pelo que lutamos, a saber:

O escudo e a espada: representam o bom combate (2Tm 4,7) que todo cristão fiel precisa enfrentar neste mundo, especialmente em tempos de crise moral generalizada, como os atuais.

O escudo ao centro é vermelho, cor do Sangue do Cordeiro, e traz estampada uma frondosa árvore, que tem muitos significados: a árvore que nasce da semente de mostarda, pequenina como o nosso apostolado, mas que germina e torna-se "a maior de todas as hortaliças" (Marcos 4,31-32); representa também a Árvore da Vida, citada no primeiro e no último Livro das Sagradas Escrituras, dos frutos da qual o Senhor nos dará de comer (Gn 2,9; Ap 2,7): "Ao vencedor darei de comer da Árvore da Vida, que se acha no Paraíso de Deus".

A moldura: a cor do contorno semicircular é azul, representando a cor tradicional da Santíssima Virgem Maria, do manto da Padroeira do Brasil e da faixa à cintura de Nossa Senhora de Lourdes.

As bordas e detalhes: em cor dourada simbolizam a Realeza de Cristo e a glória de sua Igreja.

A flâmula: com os dizeres "In Nomine Veritatis", ou "Em Nome da Verdade", é o nosso lema, que define a missão de todo apologeta: lutar em defesa das verdades da fé e da Verdade que é o próprio Senhor Jesus Cristo.

A cruz: acima de todo o conjunto, evidentemente, representa a Santa e Salvadora Cruz de Nosso Senhor, símbolo máximo da Igreja e pela qual fomos resgatados e salvos.
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Perigos da sola scriptura

Um caso entre muitos



Por essas e por outras é que para conhecer perfeitamente o sentido e o significado da Palavra de Deus precisamos recorrer à autoridade da Igreja, dada pelo próprio Jesus Cristo... Porque num livro, mesmo sendo o Livro Sagrado, cada um lê o que quer, e quando a intenção é má, o resultado é o que vemos neste vídeo.

A cada dia que passa, novas e falsas interpretações dos textos da Bíblia vão surgindo, como é o caso da malfadada "Teologia da Prosperidade" e tantos outros. Uma pergunta simples: o que é preciso para alguém se considerar "pastor", em alguma das centenas de novas comunidades ditas "evangélicas" que não param de surgir no Brasil e no mundo, todos os dias? Fiquemos atentos, irmãos queridos.
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Aviso importante

Aos prezados leitores do blog "Voz da Igreja",


Avisamos a todos que o nosso trabalho com o blog e a revista "Voz da Igreja" chegou ao fim, por motivo de falta de recursos. Como constava de nossa página principal, este título e este formato foram mantidos, durante mais de três anos, pelo Pe. Marcelo A. Matias Monge, pároco da São João Batista do Brás e diretor da Caritas Arquidiocesana de São Paulo. Durante esse tempo, recebi um salário mensal e tentamos manter a página, juntamente com a publicação da revista, oferecendo assinaturas anuais aos nossos leitores: mediante uma pequena colaboração, o assinante receberia mensalmente a revista impressa em sua residência. Infelizmente, não conseguimos atingir quantidade suficiente de assinantes, e os nossos custos são expressivos. A modesta paróquia não pode mais arcar com eles, a partir deste mês. Deixo registrado que durante esse período muito aprendi, sobre as coisas da Igreja e da fé, da convivência com o povo católico e também com os nossos detratores, além do meu aprimoramento profissional. Só tenho gratidão para com o Pe. Marcelo, por ter me proporcionado tão grande aprendizado e por ter me patrocinado durante esse tempo.

A boa notícia

Acima relatei o que considero uma "má notícia", já que cada vez mais a nossa penetração nos ambientes católicos vem aumentando, e a cada dia que passa recebo mais e mais mensagens de incentivo e congratulações pelo que venho realizando na defesa da fé. Seria triste encerrar esta página e a revista, de maneira tão inesperada e repentina...

...Seria, se não fosse pelo fato de que um novo projeto já está nascendo: um novo apostolado se inicia, contando com novos parceiros e colaboradores, e com ele o lançamento de uma nova revista impressa, aperfeiçoada e ampliada, e a reestruturação deste espaço virtual. Estou rezando muito, e aproveito para pedir também as orações de cada leitor que me honrou com a sua visita no "Voz da Igreja". Tenho tudo para esperar que, a partir de agora, o meu trabalho crescerá e se desenvolverá muito mais, ganhando novos espaços e perspectivas. Desde já, peço ajuda àqueles que puderem, na forma de uma assinatura da nova revista que, - adianto, - deverá intitular-se "Fiel Católico". Já amanhã inicio a reforma deste site, sem retirá-lo "do ar". O endereço, ao menos por enquanto, permanecerá o mesmo. Meu mais profundo agradecimento a todos os leitores, amigos e irmãos em Cristo.

** L. Henrique S. Sebastião
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Um outro evangelho


Hoje, o "evangelho" da promessa do sucesso financeiro, da casa própria, do carro novo, do apartamento, da conta bancária, da empresa próspera, do casamento feliz, da saúde e da libertação de todos os problemas, atrai milhares, por ser estrategicamente direcionado a uma clientela de homens e mulheres, velhos e jovens de todas as raças e classes sociais que, cada vez mais, buscam soluções rápidas e imediatas para os seus problemas, e esses problemas são intrínsecos à vida de todo habitante desta Terra.

Poderíamos citar aqui dezenas de lideranças ou donos de “igrejas” que possuem patrimônio financeiro superior ao de muitos grandes empresários brasileiros. Seus bens chegam a incluir mansões, iates, helicópteros, aviões, redes de telecomunicações, editoras, contas no exterior e empresas que atuam nas mais diversas áreas. Correndo por fora, milhares de "pastores" sonham e alcançar o mesmo sucesso. Esses verdadeiros mercadores da fé trabalham por metas de arrecadação de dízimos e ofertas com tamanha competência que deixariam qualquer gerente comercial sonhando em ter uma equipe tão focada e eficaz.

Evidentemente, nada temos contra o empreendedorismo, a competência no gerenciamento, a habilidade para a comunicação e outras qualidades inatas nessas pessoas, e nem mesmo negamos a importância do dinheiro em todos os setores da sociedade, inclusive os religiosos: sem dinheiro não se mantém as estruturas, não se pagam os espaços, os recursos necessários... Como se dizia antigamente, "ninguém vive de brisa". O problema é quando o dinheiro, a prosperidade financeira e os prazeres deste mundo tornam-se o foco principal da pregação e da doutrina. O problema começa quando tais pregadores, que se dizem "cristãos", esquecem que a  plenitude da vivência cristã passa pelo Crucificado, implica tomar cada um a sua cruz e seguir o Caminho, que é o Cristo.

Jesus veio ao mundo para salvar o homem, visto que, até o momento da encarnação do Verbo, a eternidade não era uma realidade para o povo: nos tempos do Antigo Testamento, vivia-se o aqui e agora. Do alto da cruz, o Senhor estabeleceu a Nova e Eterna Aliança entre Deus e os homens, na qual é preciso haver um relacionamento de amor, aceitação, coragem, desprendimento, perseverança e renúncia para segui-lo.

Jesus jamais prometeu benefícios nem favores individuais, a não ser espirituais, aos que o seguiam (ver a história dos Apóstolos e dos santos: as perseguições, as injúrias, os martírios...). Mas o Senhor promete vida eterna, que é o centro e o objetivo de toda a vida cristã neste mundo. Não negamos com isso os milagres operados na vida de tantos, nem as graças e benefícios que recebemos de Deus diariamente, nem queremos com isso dizer que a vida do cristão deva ser uma vida somente de dores, sacrifícios, sofrimentos... Ser membro da Igreja, que é o Corpo Místico de Cristo, do qual é Ele próprio a Cabeça, é motivo de grande alegria, de constante exultação na Ressurreição. Mas toda a benção, toda a consolação, todas as graças e milagres de Deus, sempre são concedidos em virtude a salvação da alma do indivíduo.



Queremos, com este artigo, apenas refletir e lançar luz sobre a atitude mercadológica, sectária, perversa e direcionada a comprar e vender aquilo que não se compra com dinheiro, pois é Dom gratuito de Deus. Viemos denunciar o que nunca foi, e jamais será o verdadeiro cristianismo pregado nesses dois mil anos de história e vivido em plenitude por tantos santos de Deus, declarados ou não formalmente pela Igreja de Cristo, que é Una, Santa Católica e Apostólica.

Somente o conhecimento e a verdadeira conversão do coração poderão, libertar os filhos de Deus dessa lógica de mercado, desses balcões de negociação que levam os corações humildes a crer que, doando uma grande quantia financeira, obrigarão Deus a devolver-lhes em dobro, várias vezes mais... A pensar que, com seu dinheiro, moverão a mão de Deus em seu favor, ou poderão, de alguma forma, comprar ou negociar a Graça divina. Perdoai-os, Pai, eles não sabem o que fazem!

É dever de cada autêntico cristão denunciar esse crime contra o Sagrado, de mentes astuciosas, demoníacas e maquiavélicas, que, como lobos, arrebanham almas simples e criam um ambiente de alienação e manipulação de gente necessitada, - e muitas vezes egoísta, mesquinha e materialista,  reforçando esses vícios, - gente carente de verdadeiro auxílio espiritual, que necessita de um encontro com o verdadeiro, único e soberano Senhor Jesus Cristo por meio de sua obra e instituição: a Igreja Católica.

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Adaptado do artigo "Cristianismo Moderno" (Apostolado Veritatis Splendor), disponível em:

http://veritatis.com.br/doutrina/meditacoes/1128-qcristianismo-modernoq
Acesso 16/8/013
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Perguntas e respostas: As orações católicas e as "vãs repetições" (Mt 6,7); o significado das "palmas nas mãos" (Ap 7,9)

Recebemos de dois leitores anônimos, em nossa postagem "Palmas, dança e euforia na Santa Missa", duas perguntas que julgamos conveniente publicar em forma de post, pois nos deram a oportunidade de responder e esclarecer dúvidas que podem ser também de outras pessoas. Que seja útil a todos.


Leitor 1 disse: "Sou católico e aprendi diversas coisas nesse santo blog,mas eu ao afirmar que a bíblia é contraditória estou eu afirmando que Deus é contraditório ?! E em relação ao terço,como devo explicar que não estou no erro de repeti as palavras Mateus 6,7"


- Nossa resposta

Leitor anônimo, com muita humildade e caridade, aconselho-o a fazer um profundo exame de consciência antes de responder sinceramente, para si mesmo, à seguinte pergunta: você é um católico fiel ou é um católico protestantizado?

Quanto às suas perguntas:

1) Onde é que você viu, neste post, a afirmação de que "a Bíblia é contraditória"? Ao contrário, estamos demonstrando que a Bíblia é um conjunto de livros que, como um só, convergem coerentemente. Dentro dessa coerência, uma coisa é o contexto do Antigo Testamento, e outra coisa é o contexto do Novo Testamento, que é o cumprimento e a consumação de toda a Escritura.

2) Essa ideia de relacionar o Terço com as vãs repetições de Mateus 6,7 é uma acusação 100% protestante, que infelizmente "colou" na mentes de muitos católicos.

Se dizemos que recitar orações prontas é "vã repetição", então estamos condenando como “vãs repetições” os Salmos e o Pai Nosso, ensinado diretamente pelo próprio Jesus Cristo.

Além disso, se rezar várias vezes a mesma oração fosse usar "vãs repetições", então o Senhor mesmo fez isso, pois no Evangelho segundo Marcos vemos como Ele rezava no jardim de Getsêmani, antes de Judas o trair: "E, afastando-se de novo, orava dizendo novamente a mesma coisa..." (Mc 14, 39)

Mais do que isso, observe o Salmo 135/6 (na tradução protestante de João Ferreira de Almeida):

"Louvai ao SENHOR, porque ele é bom;
Porque a sua benignidade dura para sempre.

Louvai ao Deus dos deuses;
Porque a sua benignidade dura para sempre.

Louvai ao Senhor dos senhores;
Porque a sua benignidade dura para sempre.

Aquele que só faz maravilhas;
porque a sua benignidade dura para sempre.

Aquele que por entendimento fez os céus;
Porque a sua benignidade dura para sempre.

Aquele que estendeu a terra sobre as águas;
Porque a sua benignidade dura para sempre.

Aquele que fez os grandes luminares;
Porque a sua benignidade dura para sempre..."

E assim prossegue até o final, repetindo sempre a mesma fórmula, de novo e de novo. A tradução católica da fórmula que se repete é "sua misericórdia é eterna", ou "seu amor é para sempre". Veja aqui.

Percebe porque não há nenhum sentido em nos basearmos única e exclusivamente naquilo que está escrito, literalmente, na Bíblia? Somos católicos, não somos fariseus e nem protestantes: nós não seguimos a "religião do livro", e sim buscamos adorar a Deus em Espírito e em Verdade.


Aviso: se você se identifica com esta pessoa, você não é católico...


Leitor 2 disse: "Acho que bater palmas com respeito não tem nada de mais, inclusive vi na tv outro dia uma missa que os fiéis batiam palmas. Em APOCALIPSE 7,9 uma multidão estavam com vestes brancas e palmas nas suas mãos. SE NO CÉU PODE POR QUE NÃO NA TERRA?"


- Nossa resposta

Para arrematar o assunto palmas na Missa, lembramos que a postagem que estamos discutindo refere-se principalmente aos vivas, parabenizações, homenagens e comemorações com aplausos eufóricos que desviam a atenção e atrapalham o sentido litúrgico e contemplativo da celebração mais sagrada dos cristãos. Isso posto, impressiona-me constatar como o pensamento dos católicos está cada vez mais e mais protestantizado! Chegamos perto do caos!

Leitor anônimo, muito cuidado com a leitura literal da Bíblia! Veja bem o tipo de confusão que isso acaba sempre provocando: as "palmas nas mãos" dos santos, citadas no Livro do Apocalipse, não tem absolutamente nada a ver com bater palmas! Vejamos...

“…Vi uma grande multidão que ninguém podia contar, de toda nação, tribo, povo e língua: conservavam-se em pé diante do Trono e diante do Cordeiro, de vestes brancas e palmas na mão.” (Ap 7,9)

Atenção: as "palmas", aí, são folhas de palmeira, como as que haviam entalhadas no Templo de Salomão (IRs 7; Ez 41,17-1), e na simbologia das Escrituras representam vitória, honra e saudação. O mesmo se dá na passagem de Jo 12,12-13, quando Jesus entrou triunfalmente em Jerusalém.

Os romanos usavam também a folha de palmeira como símbolo de vitória, e assim podemos pensar que Israel comemorasse sua vitória e libertação do jugo romano com o próprio símbolo romano (as palmas) pois era o “Rei dos judeus” que entrava na cidade santa (Jo 12,12-13).

As palmas ou ramos de palmeiras são citados, ainda, em caráter cerimonial e festivo, como símbolo de alegria, na Festa dos Tabernáculos (Lv 23,40).

No texto do Apocalipse, as palmas são dadas em lugar de coroas, para simbolizar a vitória dos fiéis e a paz que desfrutarão no Céu. O texto fala que tinham "palmas nas mãos", e não que "batiam palmas", ou que "aplaudiam"...


Muitos santos e santas, e também Nossa Senhora, são por vezes representados com a palma na mão, isto é, segurando uma folha de palmeira, como estas, de Nossa Senhora da Vitória ou da Palma

Em sua entrada triunfal em Jerusalém, Jesus Cristo foi saudado com folhas de palmeira...

...passagem que continua sendo celebrada, até hoje, pelos cristãos, no Domingo de Ramos

Exortamos a todos os nossos leitores a fugirem da cilada de interpretar a Bíblia literalmente, cada um à sua maneira, sem procurar antes a orientação do Magistério da Santa Igreja, que é nossa mãe e mestra por determinação do próprio Senhor Jesus Cristo. A Igreja é "a coluna e o sustentáculo da Verdade" (1Tm 3,15), e "As portas do inferno não prevalecerão contra ela" (Mt 16,18).
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Católica e protestante: por que existem Bíblias diferentes?

O estudo que ora apresentamos vem sendo solicitado desde o início do nosso trabalho: oferece respostas a perguntas que, de tempos em tempos, sempre nos fazem, e que já foram dadas em outras páginas católicas competentes, mas que faltavam aqui. Procuramos condensar e aprofundar as respostas. Que sejam úteis a todos os que buscam a Verdade.



Qual a diferença entre a Bíblia usada pelos católicos e a usada pelos “protestantes”? Qual é a diferença e o que significa?

A diferença entre a Bíblia católica e a protestante está no Antigo Testamento (AT). O Novo Testamento (NT), que constitui o eixo e o cumprimento de toda a fé cristã, é exatamente igual, tanto para católicos quanto para protestantes, contendo os mesmos 27 livros, que vão do Evangelho de Mateus até o Livro do Apocalipse.

A diferença está no cânon dos livros do AT. Em outras palavras, a diferença está na lista dos livros: para os católicos, o AT é formado por 46 livros; na Bíblia protestante faltam os livros de Tobias, Judite, partes de Daniel e Ester, Sabedoria, Eclesiástico, Baruc, Carta de Jeremias e os livros dos Macabeus. Estes livros são chamados "deuterocanônicos", e veremos o que isso significa mais adiante. Veja a lista completa dos livros da Bíblia católica neste link.

Essa diferença vem de longe e tem uma longa história. Como foi acontecer, quando e por quê? 


O começo da história


O povo católico, ao longo do tempo, sempre observou a orientação do Magistério da Igreja, isto é, a orientação dos Apóstolos escolhidos diretamente por Jesus e seus sucessores, que dão testemunho de que o Evangelho transmitido e a fé confessada são os mesmos ensinados pelo Cristo. Somente no século XVI é que surgiu o grupo denominado protestante, que renegou o Magistério da Igreja. Esse grupo acreditava, entre outras coisas, que a Igreja Católica havia se corrompido e que eles deveriam retomar os costumes da "igreja primitiva", - conforme eles imaginavam que seriam esses costumes.

Nesse processo, os protestantes acabaram descobrindo que os judeus tinham uma lista diferente de livros sagrados. Depois de Lutero sobreveio um período de intensas disputas, de uma rivalidade que crescia, e tudo servia como pretexto para aprofundar ainda mais o abismo da separação: era uma questão de tempo até que os protestantes deduzissem que a "terrível" Igreja Católica tinha acrescentado sete livros à Bíblia.

Muitos pensam que foi Lutero quem retirou os sete livros da Bíblia cristã, mas enganam-se. A mudança foi um processo lento, e foi somente no século XIX que os protestantes decidiram abolir de vez os sete livros que a Igreja Católica chama de deuterocanônicos da sua lista.

O AT foi escrito originalmente em hebraico e aramaico: seus livros compõem a Bíblia judaica, chamada Mikrá ou, mais popularmente, Tanakh, que é constituída dos livros da Lei (Torá ou Chumash, os cinco primeiro livros da Bíblia cristã, o Pentateuco), os livros dos Profetas (Neviim) e os livros chamados Escritos (Ketuvim). Interessante notar que o processo de canonização desses livros, pelos judeus, também foi muito lento. Primeiro foram canonizados os livros da Torá, depois os dos Profetas e, somente muito tempo depois, os dos Escritos. Para que se tenha uma ideia, na época de Jesus o cânon (a lista 'oficial') da Bíblia judaica ainda não estava fechado. Os judeus contemporâneos de Jesus ainda debatiam sobre quais eram os verdadeiros livros sagrados. Os saduceus, por exemplo, só aceitavam os livros da Torá; os fariseus aceitavam também os Profetas e os Escritos, mas não totalmente, entendendo que a inspiração dos Escritos ainda não estava concluída.

Jesus deu a ordem: os Apóstolos deveriam ir pelo mundo a evangelizar os povos. Ocorre que a língua mais falada no mundo daquela época era o grego. Logo, os Apóstolos começaram a pregar o Evangelho em grego, e passaram a utilizar a tradução das Escrituras denominada Septuaginta ou Tradução dos Setenta, que havia sido elaborada em Alexandria antes do tempo de Cristo (séc. III aC).

A Septuaginta contém os sete livros que permanecem até hoje na Bíblia Sagrada católica, e todo biblista competente (inclusive muitos doutores protestantes) é capaz de perceber que, em diversas citações que o NT faz do AT, a tradução utilizada é a da Septuaginta. Esse era, portanto, o conjunto dos livros sagrados utilizado pelos Apóstolos. A Igreja Católica, como única Igreja que procede de Jesus Cristo e dos Apóstolos, adotou essa mesma versão da Bíblia, e não haveria como ser diferente.

Ocorre que nos primeiros tempos da Igreja, quando os judeus perceberam que os Apóstolos pregavam o Evangelho, expulsaram-nos das sinagogas. Esse fato contribuiu para que os judeus fechassem o cânon dos seus livros sagrados, rejeitando tudo o que era cristão. Assim, no final do século I, decidiram pela exclusão definitiva dos sete livros que constavam da Septuaginta.

Resumindo, o AT da Bíblia católica, com a lista completa, da Septuaginta, foi adotado e canonizado pelos Apóstolos de Cristo e seus sucessores, desde o início da Igreja. O AT da Bíblia protestante foi canonizado pelos rabinos, cerca de um século depois de Cristo. Antes e além de qualquer debate, a mais simples realidade dos fatos é esta: os protestantes, ao aceitarem o cânon da Bíblia judaica, estão aceitando a autoridade dos rabinos judeus depois de Cristo, e negando a autoridade dos Apóstolos, a quem o próprio Cristo deu autoridade sobre a Igreja.

Lembramos, por fim, que foi a mesma Igreja Católica que definiu os 27 livros do Novo Testamento, que os protestantes aceitam normalmente. Por que aceitam a autoridade da Igreja Católica que definiu os livros do Novo Testamento e não a aceitam quanto aos 46 livros do Antigo Testamento?


Informações muito importantes


Até o terceiro século da nossa era, o cânon do Novo Testamento não estava ainda definido. Haviam muitas listas de livros, entre os canônicos e aqueles que foram definidos como apócrifos. Havia muita discussão sobre quais livros deveriam integrar as Sagradas Escrituras. Assim, vemos facilmente que não há fundamento algum na  "espinha dorsal" da doutrina protestante, que afirma que "a Bíblia é a única regra de fé e prática do cristão"... Simplesmente porque a Igreja, nos seus primeiros quatrocentos anos, no mínimo, simplesmente não tinha a Bíblia para observar, sendo a principal regra a condução do Magistério da Igreja e a Tradição dos Apóstolos.

Dentro dessa realidade histórica, é importantíssimo compreender bem: a Bíblia é a Tradição dos Apóstolos por escrito, e é nesse sentido que se constitui num dos fundamentos da fé cristã, ao mesmo tempo em que depende da Igreja para ser corretamente compreendida. Como diz sempre meu colega e irmão em Cristo Lucas Henrique (Firmat Fides): "Ler as Escrituras sim, em sintonia com o pensamento do sujeito que a confeccionou: a Igreja Católica".

O primeiro documento da Igreja que fez referência ao cânon atual (46 livros do AT e 27 livros do NT) foi o do Concílio de Hipona, da época de Santo Agostinho (354-430). O Decretum Damasi, publicado no ano 382, diz: "Agora tratemos das Escrituras divinas, do que a Igreja Católica universal deve acolher e o que deve evitar".

O Catecismo da Igreja Católica (CIC§120) atesta: "Foi a Tradição apostólica que fez a Igreja discernir quais escritos deveriam ser enumerados na lista dos Livros Sagrados. Esta lista completa é denominada 'cânon' das Escrituras". Como disse Santo Agostinho: "Ego vero Evangelio nos crederem, nisi me catholicae Ecclesiae commoveret auctoritas" -" Eu não creria no Evangelho, se a isto não me levasse a autoridade da Igreja Católica".


Por que "Deuterocanônicos"?

Em cerca de 300 ou 400 anos antes do nascimento de Jesus, muita gente imigrou da Palestina para o Egito. A primeira geração desses imigrantes falava o hebraico e o aramaico, que são línguas semelhantes, mas os seus filhos começaram a falar o idioma usado na terra em que viviam, e os seus netos já não entendiam mais a língua dos seus antepassados.

Então sentiram a necessidade de uma tradução das Escrituras. Essa tradução foi feita aos poucos, e foi muito demorada: começou em torno do ano 250 antes de Cristo e levou quase 100 anos até ficar pronta. Foi assim que se formaram duas versões da Bíblia: uma em língua hebraica, para os judeus da Palestina, e outra em língua grega, para os judeus que viviam no Egito. Durante esse tempo, os judeus do Egito escreveram mais alguns livros em grego, e por isso a Bíblia deles ficou maior.

Num certo momento, os judeus da Palestina confrontaram as duas Bíblias e fizeram uma lista dos livros que para eles eram sagrados. Deixaram fora da lista os livros que os judeus do Egito haviam escrito, em grego. Os do Egito souberam disso, mas continuaram usando sua lista maior.

Também os cristãos adotaram a Bíblia (AT) que segue a lista dos judeus do Egito, que se espalhou por todo o mundo desde aquele tempo, pois a língua mais falada era o grego.

Por volta do ano 400 dC, o Papa Dâmaso pediu a Jerônimo que traduzisse a Bíblia para o latim, pois naquele tempo era a língua mais usada, e era preciso uma nova tradução que todos pudessem entender. Jerônimo concordou, mas não conhecia hebraico. Procurou um velho rabino judeu de Belém para ter aulas, e os dois acabaram ficando muito amigos. Trocaram muitas ideias sobre a Bíblia, e Jerônimo ficou influenciado pelo rabino a respeito da Bíblia dos judeus ortodoxos.

Jerônimo então denominou os 7 livros que não estavam na Bíblia hebraica como “deuterocanônicos”. "Deutero" significa segundo; "cânon" significa lista: até hoje a Igreja, com esse termo, define esses livros como tendo sido escritos numa segunda fase da história sagrada do AT. Debates aconteceram, e os bispos se pronunciaram oficialmente numa carta escrita durante o Concílio Ecumênico de Florença, no ano de 1439. Nesse documento reafirmaram que a Igreja Católica reconhece como Escritura Sagrada todos os livros da lista usada pelos Apóstolos e adotados pela Igreja primitiva.

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Fontes e referência:


 Pe. Paulo Ricardo de Azevedo Jr. (Arquidiocese de Cuiabá), em

http://padrepauloricardo.org/episodios/qual-e-a-diferenca-entre-a-biblia-catolica-e-a-biblia-protestante
Acesso 12/8/013 (Contém trechos do artigo do site).

 Pe. Lucas de Paul Almeida, CM (Diocese de Bauru), em
Acesso 12/5/013.

 LIMA, Alessandro Ricardo. O Cânon Bíblico, 
Brasília: DeGarcia, 2007.
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Os Mandamentos de Deus, a Igreja, o Profeta Daniel...


Recebemos em nossa caixa de e-mails, de um leitor que não nos autorizou a identificá-lo e que chamaremos pelo pseudônimo "Edu,"a seguinte mensagem:

"Há alguns ramos protestantes que acusam o catolicismo de ter alterado os mandamentos de Deus. Há até mesmo aqueles que acusam a Igreja Católica Apostólica Romana de ser o cumprimento de Daniel 7:25. Gostaria de fazer duas perguntas: Os mandamentos do catecismo são essencialmente os mesmos de Êxodo 20? Por que há alguma diferença entre eles? É devido a alguma mudança ou ao resumo das leis contidas no Novo Testamento?

E qual é a interpretação oficial da Igreja sobre Daniel 7:25?"


- Nossa resposta

Prezadíssimo Edu, em primeiro lugar agradecemos pela confiança depositada em nosso apostolado.

Antes de qualquer análise a respeito dos temas que você propõe, é fundamental entender que "o cristianismo não é a religião do livro", como disse o grande Papa Bento XVI na Exortação Apostólica Verbum Domini, e foi assim esclarecido pelo biblista Pe. Giorgio Zevini: “O cristianismo é a religião da Palavra de Deus (que é um conceito mais amplo do que Sagrada Escritura), e não do livro; não de uma palavra escrita e muda, mas do Verbo Encarnado e Vivente”.

Nós não somos judeus: somos cristãos. Os antigos judeus se baseavam exclusivamente nas Escrituras para saber o que era certo e o que era errado. Eles tinham como única regra de fé e prática a Bíblia judaica, que é o Mikrá, mais popularmente chamado Tanakh. - O Mikrá ou Tanakh é constituído dos livros da Lei (Torá ou Chumash, que são os cinco primeiro livros da Bíblia cristã, o Pentateuco), os oito livros dos Profetas (Neviim) e os onze livros chamados Escritos (Ketuvim). Resumindo, são os livros que compõem o Antigo Testamento da Bíblia cristã.



O costume da maioria dos antigos judeus, nos tempos do Antigo Testamento, era fazer o que estava escrito, e não fazer o que não estava escrito. Assim se resumia a sua espiritualidade. Justamente por isso, foram duramente criticados por nosso Senhor; sua observância era apenas ritual, enquanto seu espírito estava longe: "Este povo somente me honra com os lábios; seu coração, porém, está longe de mim" (Mt 15,8-9).

Em outra oportunidade, Jesus falou diretamente do erro de pensar que o Caminho e a Vida podem ser encontrados somente pelo estudo das Escrituras: "Vós examinais as Escrituras, julgando ter nelas a vida eterna. Pois são elas que testemunham de mim, e vós não quereis vir a Mim, para terdes a vida” (João 5,39-40). - Estudavam muito as Escrituras, achavam que nelas encontrariam todas as respostas, mas não queriam ir ao Senhor! Qualquer semelhança com certos "bibliólatras" que conhecemos não é mera coincidência.

Além disso, como já vimos, as Escrituras observadas pelos judeus são os livros do nosso Antigo Testamento, e todas as vezes que Jesus ou os Apóstolos falam em "Escrituras", estão se referindo a esses livros, pois, evidentemente, no tempo em que eles estiveram no mundo a Bíblia cristã ainda não existia.

Muitos protestantes/"evangélicos", hoje em dia, gostam de citar determinadas passagens da Escritura, como por exemplo o Salmo 119, que diz: "Lâmpada para os meus pés é tua palavra", imaginando que o salmista está se referindo à Bíblia que eles levam debaixo do braço. Com isso tentam provar que o cristão deve basear-se somente nas Escrituras para viver a sua fé, e que a Igreja não é importante. Mas eles não entendem o óbvio: na época em que esse Salmo foi escrito, o Novo Testamento da Bíblia, - que é o eixo e o cumprimento de toda Escritura para o cristão, - simplesmente não havia sido escrito ainda. Logo, não é da Bíblia cristã que ele está falando.

E essas pessoas também não param para pensar que foi a Igreja Católica que, guiada pelo Espírito Santo, produziu o Novo Testamento, determinou quais livros seriam canonizados para compor a Bíblia como a conhecemos, copiou-a e preservou-a através da História, para que chegasse até nós, hoje. A verdade é que sem a Igreja não haveria Bíblia, e não o contrário.

Hoje, porém, depois de Jesus Cristo, graças a Deus nós vivemos nos tempos da Nova e Eterna Aliança! Somos membros da Igreja, que é o Corpo Místico de Nosso Senhor Jesus Cristo na Terra. Por isso, não há sentido algum nessa obsessão de achar que é preciso sempre encontrar na Bíblia alguma palavra que confirme tudo o que a Igreja diz ou faz. Até porque a própria Bíblia diz que é a Igreja "a coluna e o sustentáculo da Verdade" (1 Tm 3,15), e diz ainda mais: "Não há dúvida de que vós sois uma Carta de Cristo, redigida por nosso ministério e escrita, não com tinta, mas com o Espírito de Deus vivo, não em tábuas de pedra, mas em tábuas de carne, isto é, em vossos corações" (2Cor 3,3).

E esse novo e maravilhoso tempo já havia sido profetizado desde os tempos antigos: "Eis a Aliança que farei com a casa de Israel; Oráculo do Senhor: incutir-lhe-ei a minha Lei, gravá-la-ei em seu coração. Serei o seu Deus e Israel será o meu povo!" (Jr 31,33). Somos nós, os cristãos, a nova Israel. Devemos gravar a Lei de Deus em nossos corações, e esta é a Lei do Amor (Mt 22,36-40)! Deus espera ser buscado em Espírito e em Verdade (Jo 4,24), e não mais na letra morta da Lei, pois “A letra mata, mas o Espírito Vivifica” (2Cor 3,6).


** Fique claro que nada do que dissemos até aqui diminui a importância fundamental da Sagrada Escritura, que é Palavra de Deus em forma de Livro Sagrado, e que é sim extremamente útil para a nossa instrução. Apenas demonstramos que a própria Bíblia Sagrada nos ensina que devemos ir além do que está escrito, seguindo o Cristo que é Presente entre nós, como membros da única Igreja que Ele nos deu (Mt 16,16-19), Igreja que é seu Corpo (1Cor 12,27 / Ef 4,12 / Rm 12,5), Igreja que é a Casa do Deus Vivo (1 Tm 3,15), única Igreja na qual comungamos Corpo e Sangue, Alma e Divindade do próprio Senhor Jesus Cristo, em santa Intimidade (1Cor 10,16).

Esclarecidos esses pontos essenciais, passamos às questões que você trouxe. Infelizmente, são muitos aqueles que inventam calúnias para tentar denegrir os católicos, mas o mais importante é que isso acaba também se constituindo em mais uma prova de que somos a autêntica Igreja, pois o próprio Senhor nos alertou que seria assim: "Sereis odiados de todos por causa do meu Nome" (Mt 10,22). Você pode facilmente observar que o ódio de todos, sejam ateus, comunistas, homossexuais, "vadias", protestantes, espíritas, esotéricos, modernistas, etc... é sempre contra a Igreja Católica Apostólica Romana.


Os Mandamentos de Deus e os da Igreja

É claro que a Igreja Católica não mudou os Mandamentos do Antigo Testamento. Isso simplesmente não existe. O que a Igreja fez, com a autoridade que lhe foi conferida pelo próprio Senhor Jesus Cristo, foi sintetizar os Mandamentos, - que foram dados a Moisés para a condução de um povo específico, num tempo específico, conforme uma situação específica, no contexto da Antiga Aliança, - reafirmando a importância fundamental de se assumir que vivemos agora no tempo da Nova e Eterna Aliança em Cristo.

A Igreja sintetizou os Mandamentos no contexto do Novo Testamento, assim como foram aperfeiçoados por Jesus com sua Palavra e seu exemplo, sendo que todos os pontos essenciais permanecem, todas as orientações de Deus estão fielmente mantidas.

Não podemos falar neles sem enumerá-los. São estes:

1) Amarás a Deus sobre todas as coisas;
2) Não tomarás o Nome de Deus em vão;
3) Santificarás as festas;
4) Honrarás a teu pai e a tua mãe;
5) Não matarás;
6) Não cometerás atos impuros;
7) Não roubarás;
8) Não dirás falso testemunho nem mentirás;
9) Não consentirás pensamentos nem desejos impuros;
10) Não cobiçarás os bens alheios.

O mais interessante é que as pessoas que se apresentam como muito preocupadas com a fidelidade à letra são as mesmas que arrancaram de suas Bíblias sete livros inteiros (Tobias, Judite, Sabedoria, Baruc, Eclesiástico, I Macabeus e II Macabeus e fragmentos dos livros de Ester e de Daniel), que sempre constaram na Bíblia, desde os primeiros exemplares impressos.

Já os Mandamentos da Igreja são diferentes dos Mandamentos dados por Deus ao povo hebreu no deserto. E por que é que a Igreja tem também os seus próprios mandamentos? Mais uma vez, porque vivemos agora o novo Tempo da Graça. Como é que Deus haveria de dar a ordem a Moisés, por exemplo,  para que o povo não deixasse de comparecer à Celebração do Sacrifício do Cristo, aos domingos, se naquele tempo ainda não existia a Missa? Como daria o mandamento de comungar Corpo e Sangue do Cordeiro de Deus, se o Senhor ainda não havia se oferecido na Cruz?

Assim, os Mandamentos da Igreja são uma espécie de complemento aos Mandamentos de Deus, e se referem mais especificamente a nós, povo cristão. E foi o Cristo mesmo quem deu poderes à Sua Igreja a fim de estabelecer os meios para a salvação da humanidade. Ele disse aos Apóstolos: "Quem vos ouve a mim ouve, quem vos rejeita a mim rejeita, e quem me rejeita, rejeita Aquele que me enviou" (Lc 10,16). E disse ainda mais: “Em verdade, tudo o que ligardes sobre a Terra, será ligado no Céu, e tudo o que desligardes sobre a Terra, será também desligado no Céu.” (Mt 18,18)

Ele falava aos Apóstolos, que eram a Igreja no início. Então, a Igreja legisla, isto é, define suas leis, com o Poder de Cristo, e quem não a obedece, não obedece a Cristo, logo, não obedece a Deus Pai. Assim, para a salvação do povo de Deus, a Igreja estabeleceu cinco obrigações que todo católico tem de cumprir, conforme ensina o Catecismo da Igreja Católica (CIC). São eles:

1) Participar da Missa inteira nos domingos e outras festas de guarda e abster-se de ocupações de trabalho;
2) Confessar-se ao menos uma vez por ano;
3) Receber o Sacramento da Eucaristia ao menos pela Páscoa da Ressurreição;
4) Jejuar e não comer carne, quando manda a Igreja;
5) Ajudar a Igreja em suas necessidades.


Livro do Profeta Daniel, cap. 7, vs. 25


A passagem de Daniel, 7,25, diz o seguinte: "(Esse reino) proferirá insultos contra o Altíssimo, e formará o projeto de mudar os tempos e a Lei; e os santos serão entregues ao seu poder durante um tempo, tempos e metade de um tempo".

É um trecho um pouco complicado para os leigos, mas bem simples para os bons teólogos, que sabem que se refere à política de infidelidade a Deus de um governante chamado Antíoco Epífanos, que foi contra a observância do sábado e das festas judaicas. Esse fato você pode ver em 1Macabeus 1,41-52.

É claro que essa passagem não tem absolutamente nada a ver com a Igreja Católica, e no final do versículo está a prova definitiva: fala em "um tempo, tempos e metade de um tempo", e nós sabemos que está se referindo a três anos e meio, pois cada "tempo", nesse caso, representa um ano. Para confirmar isso, você pode ler no capítulo 4, versículo 13 do mesmo livro de Daniel: fala em "sete tempos". Pois bem, o estudo histórico (e também exegético do texto original em hebraico) revela que se refere aqui a sete anos. Então, "um tempo, tempos e metade de um tempo", significa um ano (um tempo), mais dois anos (plural sem definição, segundo o costume, são dois; se fossem três ou mais seria dito 'três tempos', ou 'quatro tempos', etc.), mais metade de um tempo (meio ano). Total, três anos e meio.

E assim, vemos claramente que o profeta não pode estar ser referindo à Igreja Católica, que existe há quase dois mil anos, e contra ela todo tipo de falso profeta já "profetizou" que acabaria, no correr dessa longa história...

A única coisa que podemos fazer pelas pobres pessoas que acreditam em bobagens como essas é rezar por elas. E tentar instruí-las, sempre que tivermos oportunidade. Para isso, precisamos nós próprios procurar por instrução, como você e a maioria dos nossos leitores fazem: "Estai sempre prontos a responder para vossa defesa a todo aquele que vos pedir a razão de vossa esperança" (1Pd 3,15)... Deus certamente irá abençoá-los por isso.
vozdaigreja.blogspot.com
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