Crescer na Fé


ESTE artigo trata especialmente sobre a Fé dos principiantes, aqueles que iniciam sua jornada, mas é útil a todos, talvez especialmente para os soberbos, que já se consideram muito adiantados.

Em primeiro lugar, segundo a doutrina cristã, a Fé é um Dom de Deus, e este é um mistério profundo. A Fé é uma Graça, que parte de Nosso SENHOR e que toca a inteligência e a vontade do homem. Deus fala com o homem por meio da sua Palavra escrita, a Sagrada Escritura, pela pregação do Evangelho, no exemplo dos santos, tanto os vivos quanto os que já estão no Céu, pelas experiências da vida, no íntimo da sua consciência, etc. E assim surge a Fé, uma realidade na qual o homem se sente atraído para Deus e, por força da sua vontade, fala ao intelecto: "Creia, porque é verdade". O intelecto, assim como algum instinto espiritual muito profundo do ser humano reconhece que é Deus que está falando, naquela pregação, naquela leitura, naquela experiência de vida. A Fé acontece por causa da Autoridade de Deus, que nos fala.

Sendo a Fé um dom, o principiante precisa pedir por ela, não uma vez, mas frequentemente, numa vida de oração.

O exemplo do pai do menino epilético, que encontramos no Evangelho segundo S. Marcos (9, 29), a duzer: "Eu creio, mas aumentai a minha Fé", é oportuno e precioso. Todos os que estão iniciando a caminhada devem pedir por mais Fé. Se já procuram seguir o Caminho, que é Cristo, então a Fé está presente, mas é preciso querer mais e mais,  é preciso aperfeiçoar-se e robustecer-se na Fé. E Deus atenderá, porque é da Sua Vontade que todos se salvem.

É bom observar, porém, que, no início a Fé ainda é frágil, incerta, e há um inimigo muito interessado em desviá-la., enfraquecê-la, e que usará de todos os meios para fazer com que a pessoa se perca pelo caminho. Entre esses meios estão a sugestão, a tentação, a imaginação.

Para evitar essas armadilhas diabólicas, um primeiro conselho é simplesmente fugir delas; evitar ao máximo as situações que podem nos levar a cair em pecado. Sim, saber quando e como fugir é uma grande virtude. Assim também S. Paulo Apóstolo aconselhou seu jovem filho na Fé, Timóteo, a evitar o perigo de pecar: "<b>Foge</b> das paixões da mocidade!" (2Tm 2,22). Não se brinca com o perigo. Não se brinca com a própria vida. Não se brinca com o pecado. Pois não se coloca um broto de árvore no meio de uma tempestade, ou não resistirá e morrerá antes de crescer e dar fruto. Não queria ser "muito macho" ou muito sabida e enfrentar o demônio: ele já existia há eras antes de você nascer e é infinitamente mais esperto do que você. Um bom general sabe o momento de bater em retirada. Um dia, quando você for maior na Fé, e sua Comunhão com Cristo for mais sólida, você saberá o momento de impor sua autoridade de filho de Deus e por para correr os tentadores.

Por ora, fugir das conversas vãs, dos lugares de pecado, das leituras perigosas e também, talvez principalmente, resistir em sua mente, em pensamento, pois a tentação vem tanto por meio da imaginação, através da impureza, quanto por meio dos questionamentos intelectuais, das dúvidas. Faça o sinal da Cruz, peça auxílio ao seu anjo de guarda, à Virgem Maria ou ao próprio Cristo e, nesse momento, não dê chance aos maus pensamentos.

Um outro conselho é evitar a soberba intelectual, recordando-se de que você ainda é um principiante na Fé e que precisa aprender muito. Para tanto, seja humilde, pois a humildade é a marca do cristão.

Finalmente, aumente a sua cultura religiosa, lendo o Catecismo da Igreja Católica, a vida dos santos, os documentos da Igreja, as boas obras. Uma dica de leitura é ler as várias regras de Santo Inácio de Loyola para o sentire cum ecclesiae, que podem ser encontradas ao final dos Exercícios Espirituais (que você baixa gratuitamente aqui).

Alimentando a Fé, ela cresce e pode se tornar uma árvore frondosa quando, então, a pessoa poderá passar as próximos estágios.

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Ref.:
Sermão do Pe. Paulo Ricardo de Azevedo Jr., "Como aumentar a minha fé?", disponível em:
http://padrepauloricardo.org/episodios/como-aumentar-a-minha-fe
Acesso 15/1/014ofielcatolico.blogspot.com

O desânimo, essa terrível arma do inimigo - conclusão


** Ler a primeira parte deste artigo

POR QUE é que o desânimo produz tão fortes e tão funestas impressões numa al­ma cristã? Porque a alma está bem convencida da sua fraqueza, que tantas vezes experimenta: sente vivamente a dificuldade que tem em se vencer, e só o consegue raramente. Todo ocupada dessas ideias tristes e desalentadoras, - de que tem pouca coragem, de que não faz nada para agradar a Deus, - ela considera como coisa inútil recorrer ao Senhor, achando que, por se encontrar nesse triste estado, não será escutada. É um estranho efeito do orgulho do homem, que não confessa mas gostaria de dever a si mesmo todo o bem que faz e a felicidade a que aspira, indo contra a Palavra do Espírito Santo: "O que tendes que não tenhais recebido?" (I Cor 4,7).

Essa alma, pois, não reflete, nem parece contar senão com as suas obras e com as suas próprias forças; de sorte que o seu desânimo diminui, cessa, volta ou aumenta, conforme ela age bem ou mal. Ela não pensa que só e exclusivamente da misericórdia de Deus é que deve esperar socorro, e não dos seus próprios méritos; não pensa que, quando ela faz o bem, é pela Graça de Deus, Graça que ela não pode merecer; e que, em qualquer estado, essa misericórdia lhe está aberta para obter essa Graça.

Quando fazemos sentir a essas almas desanimadas que, a exemplo dos santos, devem pôr toda a sua confiança em Deus, sem hesitar elas respondem não ser surpreendente que os santos tivessem confiança em Deus, visto serem santos, e servirem a Deus com fidelidade; mas que elas não têm as mesmas razões ou as mesmas qualidades que os santos para ter essa confiança perfeita. Não percebem que esse raciocínio é contra os princípios fundamentais da Religião.

A Esperança é uma virtude teologal; o motivo dela só em Deus pode achar-se: essas almas perdidas fazem dela uma virtude meramente humana, cujo motivo se acha no homem e nos seus costumes. Não! Os Santos nunca esperaram em Deus por serem por eles mesmos virtuosos e fiéis a Deus; ao contrário, eles foram fiéis a Deus por haverem esperado n’Ele, antes de tudo. Do contrário, o pecador jamais poderia formular um ato de Esperança: e, no entanto, já que somos todos pecadores, é esse ato de esperança que o dispõe a voltar a Deus.

Note bem que São Paulo Apóstolo não diz: "obtive misericórdia porque fui fiel"; mas diz: "Obtive misericórdia a fim de ser fiel" (1 Cor 7, 15). É uma diferença essencial entre ser e não ser cristão! A misericórdia de Deus precede sempre o bem que fazemos: é ela que nos dá as graças para que possamos vencer os vícios e praticar as virtudes.

Os santos nunca contaram com as suas obras para apoiarem a sua confiança em Deus: estavam por demais compenetrados desta lição que Jesus Cristo nos dá: "Quando tiverdes feito tudo o que vos é mandado, dizei: Somos servos inúteis." (Lc 17, 10). Dura é essa Palavra? Bem, quanto mais santos eles eram, tanto mais humildes eram. Sua humildade não lhes deixava enxergar senão a perfeição a que ainda não haviam chegado. Bem distanciados dos sentimentos do fariseu do Evangelho, que se via como superior ao seu próximo, eles não achavam nada em si que pudesse assegurar a sua confiança, mas procuravam e achavam em Deus seus fundamentos inabaláveis.

Tais são os motivos que sustentaram e sustentam os santos; tais devem ser os que vos animarão, leitores, e que reanimarão vossa confiança abatida. É importante que sejais instruídos sobre este ponto, para que não caiais novamente na armadilha que o demônio vos tem tantas vezes lançado.  Que assim seja, em Nome do Santo Salvador, o Cristo, Jesus. Amém! Graças a Deus!


Por teus méritos, Jesus, não pelos meus,
ilumina e fortalece o meu espírito!


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Referência e fonte bibliográfica:
MICHEL, J. Padre. Tratado do Desânimo nas Vias de Piedade. Rio de Janeiro: Vozes, 1952
vozdaigreja.blogspot.com

O desânimo, essa terrível arma do inimigo


O DESÂNIMO, primo-irmão do sétimo pecado-capital, a acídia (ou preguiça), é a tentação mais perigosa que o inimigo das almas possa usar contra cada um de nós. Nas outras tentações, ele só ataca uma virtude em particular, e mostra-se: vemos claramente qual é o perigo, e onde está ele. Podemos cair, por fraqueza, numa tentação específica, mas raramente por ignorância ou confusão. No caso do desânimo, ao contrário, todas as virtudes são ameaçadas, porque ficamos incapazes para fazer o que é certo. Pior: não conseguimos distingui-lo. É uma ameaça mortal e invisível.

Na maioria das tentações desta vida, vê-se sem grandes dificuldades o perigo; na religião, não raro na própria razão, achamos sentimentos que as condenam: a consciência, alidada aos princípios da educação cristã, servem de apoio seguro para nos sustentarmos no Caminho. No desânimo, porém, não achamos socorro; sentimos que a razão não basta para praticar todo o bem que Deus pede; por outro lado, falha ou parece falhar a nossa Comunhão com Deus: assim é que falha a esperança de encontrar junto a Deus a proteção para resistir às paixões. Súbito, encontramo-nos sem coragem, prontos para abandonar tudo; é exatamente até aí que o demônio quer conduzir a alma desanimada. Cuidado!

Ao contrário das outras tentações, o desânimo disfarça-se sob mil formas, e acreditamos ter razões para nos deixarmos guiar por esse sentimento, que não percebemos como tentação. Nesses momentos consideramos impossível a prática constante das virtudes, e nossa alma torna-se exposta a se deixar vencer por todas as paixões. Trata-se de uma perigosíssima cilada. O efeito mais funesto do desânimo é que a alma que nele cai não o considera uma tentação: a esperança e a confiança em Deus são tão afetadas quanto a fé e as outras virtudes.



O perigo do temor excessivo

O que faz o grande mal de uma alma desanimada é a ilusão do temor excessivo, que lhe disfarça os verdadeiros e salutares princípios. É assim que, abatida pela vista das dificuldades, contra as quais não acha em si mesma recurso algum, não considera esse estado como uma tentação. Se o encarasse sob este ponto de vista, desconfiaria das razões que o alimentam e, assim, sairia dele bem mais cedo e mais facilmente.

O temor excessivo consiste num zelo exagerado, no anseio irreal por uma perfeição idealizada, pela busca de uma conduta de "santidade" que está além das nossas capacidades. Por tal objetivo ser inalcançável, o fiel vai fatalmente se frustrar, decepcionar-se consigo mesmo, uma vez após a outra, de novo e de novo... Depois de certo tempo vivendo essa cruel e ingrata rotina, mais dia menos dia acaba caindo no terrível desânimo, correndo o risco de perder a fé. A esse respeito falou o santo Padre Pio:

"O medo excessivo nos faz agir sem amor; a confiança excessiva não nos deixa considerar o perigo que vamos enfrentar."
(Sto. Padre Pio de Pietrelcina)

Sim, o medo excessivo nos afasta do Amor, como diz ainda mais claramente o Discípulo Amado, nas Sagradas Escrituras:

"No Amor não há medo. Antes, o perfeito Amor lança fora o medo, porque o medo envolve castigo, e quem teme não é perfeito no Amor."1
(1 Jo 4,18)

Ora, se o medo afasta do Amor, e de fato lhe é praticamente contrário, e sendo o Amor verdadeiramente a essência do Primeiro Mandamento, claro está que o medo deve ser afastado, combatido, destruído, banido de nossas almas.

O desânimo, portanto, - muitas vezes derivado do medo, - é uma tentação bem definida, porquanto todo sentimento que é oposto à Lei de Deus, seja em si mesmo ou pelas consequências que pode ter, é uma tentação. Se nos vem um pensamento contra a Fé, um sentimento contra a Caridade ou contra alguma outra virtude, consideramo-lo uma tentação, desviamo-nos dele, e aplicamo-nos a produzir atos opostos a esse pensamento, a esse sentimento que nos põe em perigo de ofender a Deus.

Ora, a Esperança e a confiança em Deus são tão fundamentais quanto a Fé e as outras virtudes. O sentimento que vai contra a Esperança deve, pois, ser tão evitado quanto o que vai contra a Fé ou contra qualquer outra virtude: é, pois, uma tentação bem caracterizada. A Lei Divina prescreve-nos praticar Atos de Fé, de Esperança e de Caridade: proíbe, por isso mesmo, todo ato, todo sentimento refletido contrário a essas virtudes tão preciosas e tão saudáveis à alma. Deve-se, pois, considerar o desânimo como uma tentação, e uma das mais perigosas, visto que expõe a alma cristã a abandonar toda obra de piedade.

Para que o fiel católico possa se tornar sensível a esse grande perigo, basta examinar a conduta dos seres humanos na dimensão temporal: a esperança de ser bem sucedido, de se proporcionar algum bem, de evitar um revés, - numa palavra, de satisfazer algum desejo ou alguma paixão, - é que os faz agir, é que os sustenta nas dificuldades e dores que têm de suportar; é o que os anima nos obstáculos que têm a vencer. Tirar-lhes toda esperança é logo fazer-lhes cair na inação. Só um homem em delírio poderia lutar por um objetivo o qual não tem esperança de alcançar. Pois o mesmo efeito o desânimo produz na prática das virtudes; funda-se no mesmo princípio, a falta dos meios para chegar ao fim que nos propomos.

A alma cristã que não tem esperança de vencer-se a si mesma, na prática de alguma virtude, nada ou quase nada empreende para se fortificar. Os esforços insuficientes que faz aumentam-lhe a fraqueza; e, mais do que meio vencida pelo seu desânimo, deixa-se facilmente arrastar às paixões que a dominam: "Já que não alcanço a perfeição que almejo", - raciocina, - "melhor desistir de vez, pois estou perseguindo um objetivo inalcançável". A visão da própria fraqueza lança-a primeiramente na confusão, na perturbação. Neste estado, estafada da dificuldade que sente em combater, já não vê os princípios que devem guiá-la. O temor de não ser bem sucedida impede-a de enxergar os meios que deve adotar para vencer, e que Deus lhe apresenta: entrega-se, assim, ao inimigo, sem defesa.

Essa alma, assim, desanimada, esquece-se de que tem um socorro poderoso na bondade do Pai mais amoroso; esquece-se que lhe bastaria reclamar esse socorro para sair vitoriosa do combate. É como um jovem frágil a quem a vista de um gigante que avança contra ele o faz tremer, e que não pensa que uma pedra basta para derrubar o mais terrível dos gigantes, - se ele se servir dessa pedra em Nome do Senhor, Jesus Cristo.




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1. Algumas traduções desta passagem adotam a palavra "temor" no lugar de "medo", subentendida a essencial diferença entre temor com sentido de medo irracional e o "temor a Deus" bíblico, que tem sentido de profundo respeito e reverência ao Criador Todo-Poderoso.

Referência e fonte bibliográfica:
MICHEL, J. Padre. Tratado do Desânimo nas Vias de Piedade. Rio de Janeiro: Vozes, 1952

** Ler a segunda e conclusiva parte deste artigo
vozdaigreja.blogspot.com

Solenidade da Epifania do Senhor


A PALAVRA Epifania tem origem no termo grego Epiphanéia (Ἐπιφάνεια), e significa aparição ou manifestação. No sentido religioso, significa manifestação divina. A Festa ou Solenidade da Epifania do Senhor é celebrada dois domingos após o Natal. Embora Jesus tenha aparecido em diferentes momentos a diferentes pessoas, a Igreja celebra como Epifanias três eventos:

A Epifania aos Reis Magos (cf. Mt 2, 1-12);
A Epifania a São João Batista no Jordão (cf. Mt 3, 13-17);
A Epifania a seus discípulos e começo de Sua vida pública com o milagre em Caná (cf. Jo 2, 1-12).

A Epifania que mais celebramos no Natal é a primeira. Jesus se manifesta e revela aos reis magos, vindo do Oriente para vê-lo e adorá-lo, oferecendo-lhe ouro, incenso e mirra. Jesus quer ser conhecido e amado por todos os habitantes da terra. Ainda não se fechou o ciclo no Natal. Alcança ponto culminante na Liturgia do dia 6 de janeiro. A festa desse dia ocupa, na Igreja Oriental, o lugar que o Natal ocupa entre nós. Trata-se da celebração de uma grande ideia: A Manifestação ou Epifania do Senhor. Para tanto, juntam-se três acontecimentos salvíficos: as homenagens dos Reis Magos do Oriente, o Batismo de Jesus no Jordão e as Bodas de Caná.  Quer dizer, portanto, três manifestações iniciais da Glória de Jesus, o Cristo.

Os Magos representam os povos de todas as línguas e nações que se põem a caminho, chamados por Deus, para adorar Jesus (cf. Mt 2, 1-12). Nos Reis Magos, vemos milhares de almas de toda a terra que procuram o Senhor para adorará-lo. Passaram-se vinte séculos desde aquela primeira adoração, e esse longo desfile do mundo inteiro continua chegando a Cristo.

A festa da Epifania incita todos os fiéis a partilharem dos anseios e fadigas da Igreja, que “ora e trabalha ao mesmo tempo, para que a totalidade do mundo se incorpore ao Povo de Deus, Corpo do Senhor e Templo do Espírito Santo” (LG 17). Nós podemos ser daqueles que, estando no mundo, imersos nas realidades temporais, viram a Estrela de um Chamado de Deus e são portadores dessa Luz interior que se acende em consequência do trato diário com Jesus. Sentimos, pois, a necessidade de fazer com que muitos indecisos ou ignorantes se aproximem do Senhor e purifiquem a sua vida.

A Epifania é a festa da fé e do apostolado da fé. “Participam desta festa tanto os que já chegaram à fé como os que procuram alcançá-la. Participa desta festa a Igreja, consciente da amplitude de sua missão. A quantos é necessário levar ainda a fé! Quantos homens é preciso ainda reconquistar para a fé que perderam, numa tarefa que é às vezes mais difícil do que a primeira conversão!

A Epifania recorda-nos que devemos esforçar-nos por todos os meios ao nosso alcance para que todos os nossos amigos, familiares e colegas se aproximem de Jesus.

Os Magos, seguindo a Estrela, encontram o lugar onde estava o Salvador, com Maria e José. E voltaram às suas regiões por outro caminho. Quem encontra Jesus Cristo muda de caminho. Toma outro caminho. Um caminho novo, o caminho de Jesus Cristo que se apresenta como O Caminho.

O encontrar Deus no menino transforma a vida das pessoas. Já não podem voltar a Herodes. Voltaram por outro caminho à sua região. Importa seguir a estrela que pousará onde está Jesus Cristo. Precisamos estar atentos à estrela. A estrela são todos os sinais de Deus para que encontremos o Messias Salvador: a Palavra de Deus, os Sacramentos, o Magistério da Igreja, uma boa palavra do sacerdote ou dos irmãos, os acontecimentos da vida.

Os Magos seguiram a Estrela. Não duvidaram, porque sua fé era sólida, firme; não titubearam perante a fadiga de tão longa viagem, porque o seu coração era generoso. Não adiaram a viagem para mais tarde, porque tinham alma decidida. É importante aprender dos Magos a virtude da perseverança: mesmo durante o tempo em que a Estrela se ocultou aos seus olhares, continuaram à procura do Menino! Também nós devemos perseverar na prática das boas obras, mesmo durante as mais obscuras trevas interiores. É a prova do espírito, que somente pode ser superada num intenso exercício de fé. Sei que Deus assim o quer, devemos repetir nesses momentos: Sei que Deus me chama e isso basta! “Sei em quem pus a minha confiança” (2Tm 1, 12).

Sejamos estrelas que vão indicando o caminho ao próximo, para que encontre o Messias Salvador. Há muitas maneiras de sermos estas estrelas, dando testemunho de Jesus Cristo, na família, na Igreja e na sociedade. Que na festa da Epifania nos deixemos guiar pela Estrela, iluminar por ela, e poderemos ser luz para os outros.

Peçamos à Virgem Maria que nos conduza ao seu Filho Jesus. Os Reis Magos tiveram uma Estrela. Nós temos Maria e todos os santos, nossos irmãos e irmãs que nos precedem no Céu!


** Baseado em homilia do Homilia do Mons. José Maria Pereira
vozdaigreja.blogspot.com
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